Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/12/2013 (Nº 46) QUALIDADE DO ÓLEO DE BABAÇU (ORBIGNYA SPP) EXPRESSADO PELAS ANÁLISES FISÍCO-QUÍMICO EXTRAÍDO DAS AMÊNDOAS COLETADAS NA ZONA RURAL (VILA CONCEIÇÃO) DE IMPERATRIZ - MARANHÃO
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QUALIDADE DO ÓLEO DE BABAÇU (Orbignya spp) EXPRESSADO PELAS ANÁLISES FISÍCO-QUÍMICO EXTRAÍDO DAS AMÊNDOAS COLETADAS NA ZONA RURAL (Vila Conceição) DE IMPERATRIZ - MARANHÃO.

 

 

Elis Regina Sousa Cruz1

Jaelbe José Sousa de Almeida2

 

 

1 Elis Regina Sousa Cruz / (bioma.elis@hotmail.com).

2 Jaelbe José Sousa de Almeida / (joelbejs@hotmail.com)

 

Resumo

O Estado do Maranhão conta com a abundância de exemplares de palmeira de babaçu e a riqueza de seus derivados. O babaçu é fruto de uma planta genuinamente brasileira, pertencente à família das Arecaceae, apresenta estipe único e características próprias facilitando a identificação, esta planta pode ser encontrada facilmente nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do país. Seu fruto produz amêndoas de onde se extrai os óleos de interesse das indústrias alimentícias e saboeiras. Os produtos derivados da palmeira impulsionam a economia do estado, gerando renda a milhares de famílias.

Palavras-chave: Babaçu. Óleo. Qualidade. Sustentabilidade.

 

1.         INTRODUÇÃO

A palmeira de babaçu é uma planta genuinamente brasileira, pertencente à família das Arecaceae, de estipe único e com características próprias, a mesma pode ser encontrada facilmente nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do país. Esta planta é um tipo imponente e nativo do cerrado podendo ser encontrada em florestas abertas ao Sul da Amazônia sendo considerada de fácil identificação, além do seu potencial econômico esta palmeira fica bem na ornamentação e paisagismo. Seus frutos são produzidos em cachos, sua altura pode variar em torno dos 20 metros, possuindo entre 7e 22 centímetros de diâmetro (SILVA, 2008).

Babaçu é o nome genérico dado às palmeiras oleaginosas pertencentes à família Palmae atualmente as Arecaceae. São integrantes dos gêneros Orbignya e Attalea. O primeiro gênero inclui espécies predominantemente nativas da região norte do Brasil (Maranhão, Piauí, Pará e (Tocantins), tais como: Orbignya phalerata Mart. (babaçu verdadeiro), Orbignya eichleri Drude (piaçava), Orbignya teixeirana Bondar (perinão) e Orbignya microcarpa Martius. O segundo gênero abrange espécies encontradas principalmente nos estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia, dentre as quais se destacam: Attalea oleifera Barb. Rodr. (catolé-de-pernambuco) e  Attalea pindobassu Bondar (pindobaçu), Orbignya phalerata é a espécie de maior distribuição, de maior variação morfológica e de maior importância econômica. Esta espécie ocupa regiões extensivas no Brasil, na Bolívia e no Suriname (Zylbersztajn et al., 2000).

Os frutos do Babaçu podem aglomerar-se em mais de seis cachos sustentados por um único pedúnculo medindo entre 70 e 90 centímetros. Cada cacho possui de 240 a 720 frutos, com um formado elipsoidal (ovais alongados), lenhoso e de polpa fibroso-farinácea (SILVA, 2008).

Segundo, May (1990), o epicarpo é considerado a parte fibrosa e externa do coco é bastante rija. O mesocarpo é fibroso-farinácea considerada intermediaria responsável por 20% a 23% do peso do coco. O epicarpo é a parte lenhosa e rija, acomodam as amêndoas e representam entre 58% e 60% do peso do coco. Já a amêndoas é o menor constituinte do coco babaçu, porém é o constituinte de maior valor comercial, de onde são extraídos os óleos comestíveis e de interesse industrial.

No bioma Cerrado podem ser encontrados pelo menos quatro subtipos mais comuns de palmeirais, que variam em estrutura de acordo com a espécie dominante. Pelo domínio de determinada palmeira, o trecho de vegetação pode ser designado pelo nome comum da espécie. Em geral os Palmeirais do Cerrado são encontrados em terrenos bem drenados, embora um dos subtipos (Buritizal) ocorra em terrenos mal drenados, onde pode haver a formação de galerias acompanhando as linhas de drenagem, em uma típica estrutura de floresta (EMBRAPA, 2007). O Babaçu (Orbignya spp) é uma planta originaria do Brasil, porem, pode ser encontrada em outros países das Américas, do México para o Sul. Ocorre ainda na Bolívia de Santa Cruz de la Sierra as fronteiras com os estados brasileiros como Acre e Rondônia  (EMBRAPA, 1984).

Na região Nordeste do Brasil, está localizado o estado do Maranhão. Nesta região pode-se encontrar uma diversidade em vegetação, decorrente da proximidade entre os estados norte e centro-oeste.   Como lembra Frazão (1984), o babaçu (Orbignya phalerata) encontrado neste estado é um babaçu verdadeiro. Ocorrem em áreas de cerrado com baixa umidade de solos, podendo ser arenoso o que influência na estatura das palmeiras, por outro lado garante que a planta produza frutos bem mais cedo.  Estas práticas relacionadas a uma agricultura itinerante são frequentemente utilizadas com o objetivo de eliminar os próprios babaçuais tendo, porém, um efeito contrário.

May (1990), Explica que logo após uma grande queimada, são justamente as "pindovas" de babaçu - palmeirinhas novas - as primeiras a despontar. Isto porque, sabe-se hoje, o babaçu é extremamente resistente, imune aos predadores de sementes e tem uma grande capacidade e velocidade de regeneração. Com a queima do babaçual e da vegetação ao seu redor, seus principais competidores vegetais são eliminados, abrindo maior espaço para o seu desenvolvimento subsequente.

 

Importâncias da espécie

O babaçu representa altas importâncias ecológicas, sociais e política na qualidade de produto extrativo, envolvendo centenas de milhares de famílias nos estados onde se encontra (FRAZÃO, 1992).  O interesse pela exploração de babaçu concentra-se, atualmente, nas amêndoas que representam entre 6% e 7% do peso total do fruto. Destas amêndoas que são extraídos o óleo, considerado o produto mais importante dentre os derivados da palmeira, o óleo vegetal pode ser utilizado para fins culinários e industriais (BEZERRA, 1995; FERREIRA, 1999). O óleo ou gordura do coco de babaçu bruto se caracteriza como óleo ou gordura obtido pelo processo de extração. Sendo que o óleo bruto deve ser submetido ao processo de refino para o consumo humano (MORETO; FETT, 1998; BRASIL, 1999).

 

Extrativismo

As folhas do babaçu tem grande utilidade como matéria prima na produção de utensílios domésticos e na construção de janelas, portas e cobertura de teto de casas entre outros abrigos, serve ainda como ração animal alimentado os bovinos em época de estiagem. Seu caule logo após a queda pode-se extrair o palmito e coletar a seiva quando fermentada, podendo-se apreciar como vinho, iguarias bastante apreciada pela comunidade local. Quando seu estipe encontra-se apodrecido pode ser utilizado como adubo para as plantas. As amêndoas verdes maceradas produz leite especialmente nutritivo, que pode ser substituído o leite de vaca ou aproveitado na culinária local, para aprimorar o sabor das caças, peixes entre outros alimentos. As amêndoas secas é uma ótima fonte de óleo silvestre (LORENZI et al., 2001).

No Brasil o babaçu se destaca como ótima fonte alternativa de combustível. O mesocarpo para produção de álcool e o endocarpo (casca do coco) fornece carvão de excelente qualidade bastante utilizado pela comunidade local e por varias outras regiões do país. A casca além do carvão ainda auxilia como repelente de insetos (CARVALHO, 2007).

Esta atividade envolve o âmbito familiar que geralmente é formado por mulheres e crianças utilizando o machado e um pedaço de madeira roliça. Este trabalho muitas vezes constitui como a única fonte de renda familiar. É um trabalho que necessita de habilidade e esforço físico para garantir a venda do produto a um valor muito abaixo do considerado esforço de atividade.

  Segundo, Valverde, (1957: 3 apud RÊGO e ANDRADE, 2006, p. 48). Mesmo assim o Brasil acomoda cerca de 400 mil quebradeiras de coco que sobrevivem do extrativismo de babaçu. Apesar de vivem em zona rural as mesmas estão de olho na agregação de valores, tecnologias simples e de fácil manuseio, uma vez que estas manobras permitem dobrar a renda de 200 famílias com o aproveitamento total do coco da palmeira.

 

Óleos

Definem-se os óleos e gorduras vegetais pelos seus constituintes principalmente pelas substancias reunidas que resultam em dois grandes grupos: os glicerídeos, que envolvem os ácidos graxos de espécies vegetais e os não glicerídeos. Estes podem conter pequenas quantidades de outros lipídeos como fosfolipídios, considerados constituintes insaponificáveis e ácidos graxos livres naturalmente presentes no óleo ou na gordura (GONÇALVES, 2006).

As chamadas banhas, manteiga e sebo comestível são gorduras de origem animal, constituídas por misturas de triacilgliceróis, contendo certas quantidades de acila saturados bem maiores que os insaturados. Estas formações químicas podem ocorrer em gorduras comestíveis de origem vegetal, como as gorduras de coco babaçu e cacau (MORETTO; FETT, 1998).

As gorduras provenientes de outras fontes, destacadas como óleos vegetais são importantes representantes por sua função e elevado teor energético, por conter em sua estrutura ésteres de glicerina e uma mistura de ácidos graxos, os esteróis, tocoferóis, além de resíduos minerais componentes indispensáveis para a vida e os solúveis em solventes orgânicos auxiliando nas indústrias (VIA INTEGRAL, 2011).

No Brasil, 17 milhões de hectares de florestas predomina a palmeira do babaçu, as possibilidades de aproveitamento integral do coco, constitui potencialmente uma extraordinária fonte de matéria prima para a produção de óleo, a grande vantagem do babaçu é que todos os seus constituintes são de aproveitamento satisfatório. As amêndoas do babaçu representam entre 6% e 7% do peso total do fruto ainda assim é considerada a principal fonte de extração obtida através do processamento das amêndoas do coco do babaçu (MORETTO; FETT, 1998; CARVALHO, 2007).

 

2.    METODOLOGIA

2.1 Área de estudo

Este trabalho foi desenvolvido num assentamento considerado zona rural de Imperatriz no Estado do Maranhão - Brasil. A Vila Conceição (sentido Açailândia - MA) distancia-se da cidade de Imperatriz cerca de 35 Km. O assentamento é um local com mais de 20 anos de ocupação, dividido em duas vilas: a Vila Conceição I e Vila Conceição II, possuindo uma área total de 4.795,572 hectares, latitude 5º17’16.49’’Sul e longitude de 47º33’30.95’’ Oeste, distribuídos em componentes físicos, comunidade e as áreas de elementos naturais.

A área total do assentamento Vilas Conceição I e II (zona rural) é composta por diversas vegetações incluindo as de cerrado (mata dos cocais, capoeira, capoeirão), as formações florestais predominantes são as espécies arbóreas (mata ciliar).

 

2.2 Métodos

Os cocos de babaçu foram apanhados no chão debaixo das palmeiras, o que caracteriza fruto maduro.

A coleta dos materiais ocorreu no mês de Setembro de 2010. Para determinação da qualidade do óleo foram coletadas amostras de frutos de babaçu de forma aleatória debaixo das palmeiras no perímetro do babaçual das mulheres extrativistas da Vila Conceição II (Figura 1). A área a ser explorada foi demarcada com trena fibra de vidro 20m da marca Western. A área explorada medindo 50m X 50m. O perímetro foi demarcado com um laço amarelo nas palmeiras do ponto de início e fim. O material foi acondicionado em sacos de estopa e imediatamente levado ao Laboratório de Biologia do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA.

 

 

Figura 1. Localização do ponto de coleta. Área de 10m2

Fonte: Google Earth, 2013

 

As amostras de coco babaçu coletadas no campo foram transportadas pela Rodovia BR-010 até o laboratório de Biologia do IESMA. Foram avaliadas e selecionadas as amostras. Eliminando os frutos apodrecidos ou com rachaduras do epicarpo e/ou pela presença de furo pelo besouro “Bicho-do-coco”. Após a seleção, realizou-se a eliminação de sujidade, antes do processo de descorticação.

Os frutos selecionados foram  limpos com uma escova de serdas maçia e franela. Seguindo-se então para o processo de quebra manual do babaçu, esse processo necessita de técnica e habilidade com a machadinha e o porrete. Como explica,  Soler; Vitali e Muto (2007), que deve-se evitar machucar ou quebrar as amêndoas ao meio pois as mesmas torna-se rançosas dentro de 24 a 48 horas, perdendo assim o valor comercial.

As amendoas já retiradas do babaçu passam pelo processo de trituração, pesagem e em seguida pelo o cozimento doméstico (Laboratório de Nutrição – IESMA) que visa o rompimento das paredes das células para facilitar a saída do óleo. O material a ser extraído é o óleo, que deve-se levar em conta o resultado do processo de extração, finalizar por decantação ou difusão da mistura de óleos e solventes.

O óleo extraído foi empregado sob as técnicas de análises físico-química seguindo Moretto; Fett (1998) do índice de saponificação e índice de insaponificação devidos a grande utilização para a fabricação de sabões, o potencial de hidrogênio (pH) foi analisado devido o consumo e acondicionamento das amêndoas pela comunidade.

 

2.3 Metodologia Experimental

Para definir o número de miligrama de hidróxido de potássio (KOH) necessário para saponificar os ácidos graxos, 5g da amostra em um frasco de Erlenmeyer de 250 ml. Adicionando com uma bureta, 20 ml de solução alcoólica de hidróxido de potássio a 4% adaptado ao frasco Erlenmeyer um sistema (refrigerante) de refluxo. Aquecendo por 30 minutos. Deixando resfriar e posteriormente adicionar 2 gotas do indicador fenolftaleína. Titulando com acido clorídrico 0,5 N até que a coloração rósea desapareça.

Do branco – Transferir, com auxilio de uma bureta, 20 ml da solução alcoólica de KOH a 4%, adapte ao frasco Erlenmeyer um refringente de refluxo e aqueça a ebulição durante 30 minutos. Refrigere um pouco e adicione 2 gotas de fenolftaleína. Titule com acido clorídrico 0,5 N. Após os números de ml de HCL gastos nas duas titulações é equivalente a quantidade de KOH gasto na saponificação. Do calculo usa a formula: (V-v) x f x 28 divido por P. (MORETTO; FETT, 2008).

Matéria Insaponificável – pesar 2,5 de amostra em um Erlenmeyer de 250 ml. Adicionar 25 ml de solução etanólica de KOH 0,5N. Adaptar ao condensador e aquecer, mater em ebulição por 1 hora. Após resfriar, transferir o contendo do frasco para um funil de separação de 250 ml, limpo com água destilada, após a limpeza adicionar 50 ml de éter etílico. Tampar o funil e agitar bem até que se perceba separação das fases. Colocar a fase aquosa no frasco da Saponificação. Transferir a fase etérea para um segundo funil e extrair, duas vezes de 50 ml de éter etílico. Reunir os três extratos num segundo funil, lavar com 20 ml de água destilada duas vezes, por cada vez lavar com 20 ml de KOH 0,5N e 10 ml de água destilada. Repetir tratamento por três vezes. Lavar com água destilada até na reaja no teste de alcalinidade (com fenolftaleína). Não reagindo, transferir a solução etérea a um frasco tarado. Evaporar o solvente. Adicionar 2 a 3 ml de acetona e secar a 80º C. Do calculo: peso residual seco x 100 divido por P é igual matéria insaponificável em porcentagem (MORETTO; FETT, 2008).

Do pH, pesou-se 5g de óleo de babaçu, colocou-se num frasco de vidro Erlenmeyer. Utilizando o aparelho calibrado pHmetro Bel – TecVet digital de bancada. Pode-se se realizar a leitura dos valores referenciada na solução.

 

3.    RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se que a área de estudo é reservada, onde a ação antrópica proporciona um baixo grau de impacto. A área conta com vegetação primária representada por formações florestais com pouco estrato herbáceo e arbustos. É composta por palmeiras de babaçu com altura média de 16,46 metros. Segundo Silva e Tassara (1991), na área foram aferida palmeira de babaçu de até 20 metros de altura e de 25 a 44 centímetros de diâmetro. Ao analisar as características morfológicas das palmeiras do perímetro estudo constou-se que mesmo adultas e com cachos de frutos variavam de tamanho entre 15 e 22 metros de altura e possuindo diâmetro em média de 153,0 centímetros.

Os frutos analisados apresentavam-se ligeiramente oval. Possuíam amêndoas grandes e largas. Podendo-se presumir um bom teor de oleaginoso.

Tendo por referência a especificação dos parâmetros gerais definidos pela ANVISA em sua Resolução nº 482/99. Pode-se então tirar conclusões sobre os resultados obtidos pelas analises em laboratório. Assim, analisar o índice de saponificação, a matéria insaponificável e o pH, torna-se indispensável quando se pretende determinar a qualidade do óleo de babaçu.

  Do índice de saponificação foram obtidos valores inferiores ao exigido pelo órgão regulamentador, o órgão estabelece variações entre 245-256 mg KOH/g para óleo bruto de babaçu, a amostra analisada apresentou o valor de 145,0 mg KOH/g. Segundo, Oliveira (2007), cada óleo tem sua particularidade, o tipo de espécie e as características do solo, influenciam diretamente em variações de resultados. Levando em consideração o tempo que os frutos de babaçu estavam dispostos sob as palmeiras até a data da coleta.

Após os resultados de índice de saponificação, procede-se com matéria insaponificável, ou também chamada de resíduo seco. 

O índice de pH está intimamente relacionado com a acidez, podendo estabelecer um parâmetro de comparação. O óleo bruto de coco babaçu deve ter acidez menor que 5,0g ácido oleico/100g estabelecido pela ANVISA, os resultados da amostra de pH analisada expressou-se dentro dos padrões exigidos pelo órgão regulamentador.

 

Tabela 1. Parâmetros de qualidade físico-químico regulamentado pela ANVISA e resultados das análises do óleo de babaçu.

 

4.    CONSIDERAÇÕES FINAIS

A qualidade das amostras expressadas nos resultados obedece aos parâmetros de qualificação da ANVISA - Resolução nº 482/1999, permitindo afirmar que o óleo extraído de maneira artesanal (tradicional) possuem propriedades físico-químicas que confirmam seu potencial, para a produção de sabões, consumo alimentício, produção de fonte alternativa de combustível.

A exploração e derruba de palmeiras de babaçu é um fator limitante para a socioeconômia. Portanto, devem-se apresentar os graus de prioridades aos derivados do babaçu. Além de direcionar as indústrias de Biotecnologias sentido ao estado do Maranhão.

 

REFERÊNCIAS

BEZERRA, O.B. Localização de postos de coleta para o apoio ao escoamento de produtos extrativistas: um estudo de caso aplicado ao babaçu. 1995. Dissertação (Mestrado de Engenharia). Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, 1995.

 BRASIL. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Resolução RDC nº 482/1999 de 20 de Junho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico: “Fixação de identidade e Qualidade de Óleos e Gorduras Vegetais” 27p. 2004.

CARVALHO. Joana D’Arc. DOSSIÊ TÉCNICO: Cultivo de babaçu e extração de óleo. Brasília. Abr. 2007.

EMBRAPA, 1984. Babaçu – Programa Nacional de Pesquisa. Brasília: EMBRAPA. 100pp.

EMBRAPA, 2005-2007. Palmeiral – Programa Nacional de Pesquisa. Brasília: EMBRAPA [ONLINE].

FERREIRA, M.E.M. Modelos log-normal e Markoviano para estudo da evolução de abundância em uma floresta de babaçu. 1999. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, maio, 1999.  

FRAZÃO. J.M.F. Diagnostico da pesquisa agroflorestal do babaçu na ultima década. In: WORKSHOP BABAÇU: alternativas politicas, sociais e tecnológicas para o desenvolvimento sustentável. Anais..... São Luís: EMAPA, 1992.

GONÇALVES. Édira. C.B.A. Analise de Alimentos: uma visão química da nutrição. Livraria Valera. São Paulo, 2006.

LORENZI, H.; NOBLICK, L.; KAHN, F.; FERREIRA, E. Flora Brasileira: Arecaceae (palmeira). Nova Odessa, São Paulo. Instituto Plantarium, 2010. 99p.

MAY, Peter Herman. Palmeiras em chamas; Transformações Agrarias e Justiça Social na Zona do Babaçu. São Luís, EMAPA/FINEP/Fundação FORD, 1990.

MORETTO, Eliane; FETT. Roseanne. Tecnologias de óleos e gorduras vegetais na indústria de alimentos. São Paulo Editora UFSC: Florianópolis, 1998.

SILVA, Miriam R. Distribuição do babaçu e sua relação com os fatores geoambientais na bacia do Cocal, estado do Tocantins. 76pp. Tese (Doutorado em Química) – Universidade Federal da Paraíba, Joao Pessoa, 2008.

SOLER, MARCIA PAISANO; VITALI, ALFREDO DE ALMEIDA; MUTO, ERIC FUMHIO. Tecnologia de quebra do coco babaçu (Orbignya speciosa). Cienc. Tecnol. Aliment., Dez 2007, v.27, n.4, p.717-722.

VIA INTEGRAL – Pães Integrais Artesanais Absolutos Light – Óleos vegetais. Disponível em: http://www.integral.com acessado em 22 de dezembro de 2011.

ZILBERSTAJN, D. Marques, et al. Reorganização do agronegócio do babaçu no estado do Maranhão. Relatório técnico. Grupo Pensa – USP, São Paulo. 120pp.

Ilustrações: Silvana Santos