Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/12/2013 (Nº 46) PERCEPÇÃO DA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO EM UMA ESCOLA DE CAPITÃO POÇO/PA
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PERCEPÇÃO DA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO EM UMA ESCOLA DE CAPITÃO POÇO/PA

 

 

José Darlon Nascimento Alves1; Antonia Edleuza Alves2

 

1Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Capitão Poço, e-mail:jose.darlon@hotmail.com.

2 Graduada em Letras pela Universidade Federal do Pará, Especialista em Ensino Aprendizagem da Língua Portuguesa, e-mail: edleuzaal@hotmail.com.

 

 

 

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar o perfil do aluno no que concerne às atitudes ambientais da Escola Estadual Pe. Vitaliano Maria Vari. O intuito dessa atividade é verificar se o educando comporta-se de forma consciente, crítica e reflexiva frente aos problemas ambientais do meio ao qual está inserido. Para o desenvolvimento desta pesquisa foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva com o uso de questionários que foram aplicados aos alunos do 3º ano do Ensino Médio. Os resultados apresentados mostram que os alunos estão conscientes quanto a importância de se preservar o meio ambiente bem como devem mudar hábitos em relação ao cuidado com o meio, pois para eles o ambiente é importantíssimo para a preservação da vida. Mas as atitudes individuais de preservação do ambiente ainda estão aquém do desejado, um dos possíveis fatores é a falta de projetos eficazes de conscientização. Assim, se torna necessário um melhor planejamento pedagógico que visem reverter esse quadro.

 

PALAVRAS-CHAVE: educação; ecologia; conscientização.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Nos últimos anos houve uma crescente preocupação com a educação ambiental. Isso se deve ao fato de órgãos públicos e privados estarem cada vez mais preocupados com o futuro do planeta.

E é evidente, em toda a sociedade, que uma das melhores formas de conscientização do cidadão, concernente à preservação do meio ambiente, é sensibilizá-lo quanto aos hábitos e costumes que o ajudarão a cuidar e preservar o meio ambiente. Para desenvolver habilidades e atitudes, no aluno, que sejam plausíveis em relação ao meio ambiente, faz-se necessário estabelecer representações sociais que poderão ser desenvolvidas tanto no âmbito escolar quanto na comunidade da qual o aluno faz parte. Haja vista ser

                              

[...] um processo educativo, que se desenvolve com ações decorrentes da consciência da realidade do meio ambiente, tendo como meta a construção da aprendizagem e do conhecimento contínuo, pautados no respeito a todas as formas de vida, permitindo a inserção de valores e ações que contribuam de forma significativa para a transformação social, bem como a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservam entre si relação de interdependência e diversidade (AMORIM, 2005).

 

Tendo em vista esse contexto, Minc (2005, p.72) frisa: “A educação ambiental bem ensinada e bem aprendida tem de ter relação com a vida e com as pessoas, o seu dia – a – dia, o que elas veem e sentem, o seu bairro, a sua saúde, as alternativas ecológicas. Caso contrário, é artificial, distante e pouco criativa”.

Dante destas colocações, pode-se dizer que a educação ambiental, na escola, tornou-se um aliado de altíssimo grau para a sociedade, pois é por meio de projetos pedagógicos que podemos exercitar, na prática, as ações do aluno no que concerne à preservação do ambiente escolar e de sua sociedade. Portanto:

A Educação Ambiental permitirá, pelos seus pressupostos básicos, uma nova interação criadora que redefine o tipo de pessoa que queremos formar e os cenários futuros desejou construir para a humanidade, em função do desenvolvimento de uma nova racionalidade ambiental. Torna-se necessária a formação de indivíduos que possam responder aos desafios colocados pelo estilo de desenvolvimento dominante, a partir da construção de um novo estilo harmônico entre a sociedade e a natureza e que, ao mesmo tempo, sejam capazes de superar a racionalidade meramente instrumental e economista, que deu origem às crises  ambiental e social que hoje nos preocupam ( MEDINA; SANTOS, 2009, p. 24).

A problemática da sustentabilidade assume neste novo século um papel central na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o impacto dos humanos sobre o meio ambiente tem tido consequências cada vez mais complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos (JACOBI, 2003).

E, assim, refletindo sobre a percepção da conscientização ambiental dos alunos do 3º ano do ensino médio foi focalizado como objetivo desta pesquisa realizar o diagnóstico da percepção ambiental dos alunos do terceiro ano do ensino médio, da escola Padre Vitaliano Maria Vari, município de Capitão-Poço-PA.

 

 

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização da presente pesquisa e obtenção de resultados concretos sobre percepção da conscientização ambiental dos alunos fez uso da pesquisa exploratória.Foram aplicados questionários contendo perguntas fechadas, em uma turma de 3º ano da E.E.E.E.F.M. Padre Vitaliano, do município de Capitão Poço, no total de 38 alunos.

Os procedimentos citados foram aliados aos estudos descritivos, pois Andrade (2010, p. 112) “Nesse tipo de pesquisa os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles”. Assim, por meio desse instrumento de pesquisa, chegar-se-á a verdade dos fatos do objeto de estudo deste trabalho.

            Tomando como referência as discussões apresentadas em relação a percepção da conscientização ambiental dos alunos, o objeto de investigação deste estudo passou por uma análise  comparativa com o intuito de verificar semelhanças e diferenças em relação ao objeto de estudo desta pesquisa. 

Junto aos recursos metodológicos citados, também se realizou a pesquisa bibliográfica que para Marconi e Lakatos (2011, p. 44) “sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto. Todos os fatos e dados  apresentados  mostraram reflexões importantes sobre percepção da conscientização ambiental dos alunos.

Todas as questões foram relacionadas com o tema apresentado e mostram o perfil do aluno diante das questões ambientais (conscientização ambiental, atitudes de preservação, entre outras) fora e dentro da escola. Todos os fatos e dados apresentados foram registrados e traduzidos em números para que fossem alcançados os objetivos propostos. Os dados foram analisados por meio de análise de estatística simples por meio do software Excel 2010.

 

 

 

RESULTADO E DISCUSSÃO

Iniciou-se a pesquisa perguntando aos alunos se eles jogavam embalagens de doces no chão. Foi possível identificar que 36,8% alunos dos 38 entrevistados ainda praticam esse ato. Assim, é identificável que ainda não foi possível criar situações de aprendizagem que influenciasse e conscientizasse o educando para atos simples, mas de grande importância para o meio ambiente. Dessa forma pode-se dizer que

            A natureza tem sofrido uma agressão violenta e acelerada, por essa razão que se faz necessário todos se envolverem, conscientizarem e comprometerem com as questões do meio ambiente. Ao passo que a qualidade da biodiversidade é consequência da qualidade de nossa própria vida, somos parte dessa natureza e tudo que fizermos contra ela vai repercutir em nós de alguma maneira. E quando se refere a conservação da natureza, a água, o ar, o solo, os animais e tudo mais, é urgente aprendermos a fazer uso de maneira racional, equilibrada, harmônica (ALVES, et al., 2013).

Perguntou-se também se a escola incentiva o cuidado com o meio ambiente, 100% dos entrevistados  responderam que sim. Mesmo com respostas positivas em relação à preocupação da escola para com o ambiente, é notório que a prática pedagógica adota pela escola ainda está distante na organização de projetos significativos que torne o indivíduo capaz de observar criticamente o meio ao qual está inserido.    Outra pergunta que obtivemos 100% de resposta afirmativa foi: O meio ambiente é importante para vocês?   Vale ressaltar que mesmo com essa porcentagem de respostas positivas, sabemos que pouquíssimas ações são significativas para a preservação do meio ambiente, caso contrário o aluno não jogaria, ainda, lixo no chão. Dessa forma, pode-se dez que a escola deve, sobretudo, objetivar em seus projetos uma educação voltada para  a interação do homem com a natureza.

Perguntou-se também se consideravam a casa ou a escola como parte do meio ambiente e 99,9% responderam que estes espaços estão inseridos no meio ambiente. Com base nessas afirmações, pode-se dizer que a Educação Ambiental é uma necessidade do homem para com o meio social, pois é dessa forma que o indivíduo pode se tornar coautor de um mundo em que predomina o relacionamento harmonioso do homem com a natureza.

  Em relação a incentivar os colegas a não jogar lixo no chão, 90% responderam que  já incentivaram alguém a não jogar lixo no  chão. As afirmações nos faz pensar que ainda é possível fazer mudanças no comportamento de cada aluno a partir do momento que se crie propostas pedagógicas voltadas para uma reflexão conjunta entre o homem e a sua relação com as questões ambientais.  “Porém vale ressaltar que este processo educativo não deve ser considerado exclusivo do ambiente escolar, pois todos os cidadãos tem direito a Educação Ambiental. Como também tem o dever, enquanto parte integrante do meio ambiente, de ser um educador ambiental” (SILVA, 2008, p.6).

Em seguida perguntou-se aos alunos se já haviam tomado alguma iniciativa de preservação referente ao meio ambiente, como coleta de lixo, plantio de árvores, reciclagem ou outra forma de preservação do meio ambiente, 75% responderam positivamente.  Assim, Pode-se dizer que ações como estas podem transformar a sociedade e garantir futuramente a sobrevivência de muitas gerações. Para encerrar, perguntamos aos entrevistados se achariam que deveriam mudar de hábito em relação ao cuidado com o ambiente, 100% responderam que sim. Em suma, observou-se que os alunos sentem certa preocupação com o meio ambiente daí a importância de a escola motivar ainda mais ações dessa natureza, pois a “Educação Ambiental pressupõe vencer desafios, como rompimento de paradigmas, conviver com a diferença, superar a sociedade do ter (grifo do autor), adoção dos princípios da precaução, da sustentabilidade e da solidariedade em nossos planejamentos e ações e exercícios contínuo da cidadania” (SILVA, 2008, p.6).

Pelo exposto, podemos dizer que “refletir sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para compreender a gestação de novos atores sociais que se mobilizam para a apropriação da natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade e a participação, apoiado numa lógica que privilegia o diálogo e a interdependência de diferentes áreas de saber” (JACOBI, 2003).

 

CONCLUSÃO

            A pesquisa realizada permitiu observar o quanto o aluno da escola supracitada ainda não apresenta concepções críticas e reflexivas consistentes quanto à ética ambiental. A falta de ações plausíveis implementadas pela escola faz com que o aluno, mesmo sabendo da importância de preservação do meio ambiente, ainda pratique atos que prejudicam o meio ao qual está inserido. Por isso, torna-se indispensável em um processo de ensino aprendizagem, a prática de projetos consistentes referente às questões ambientais, Pois as práticas de Educação Ambiental na sala aula proporcionam ao aluno a ter consciência crítica sobre a importância de preservação do meio ambiente seja na escola ou em qualquer outro ambiente. Dessa forma, os alunos aprendem a ter bons hábitos o que pode tornar o meio ambiente mais preservado e gerar benefícios para a sociedade.

Dessa forma, teremos um planeta mais cuidado e preservado e o aluno voltado criticamente para os problemas ambientais da geração presente e também das futuras gerações. 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, J. D. N.; SOUZA, F. C. A.; MOTA, A. M.; LIMA, R. T. L. Educação ambiental e o uso de agrotóxicos: uma análise na comunidade agrícola do Induazinho em Capitão Poço – PA. Educação Ambiental em Ação, Novo Hamburgo v. 45, 2013.

 

AMORIM, A. C. R. Educação. In: FERRARO Jr., L. A. (org). Encontros e caminhos: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, p.143 -147, 2005.

 

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução a Metodologia do Trabalho Científico. 10 ed. São Paulo, 2010. 112p.

JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, março/ 2003.

 

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia do trabalho Científico. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2011. 44p.

MEDINA, N. M.; SANTOS, E. C. Educação Ambiental: uma metodologia participativa de formação. 6. ed. Vozes: RJ, 2009. 24p.

 

MINC, Carlos. Ecologia e Cidadania. 2. Ed. São Paulo: Moderna, 2005. 72p.

 

SILVA, M. M. P. da. Uma educação para a sustentabilidade ambiental, Revista mundo jovem, Porto Alegre, ano 46, n. 385, 2008.

 

 

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Ilustrações: Silvana Santos