Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Apresentação
20/09/2003 (Nº 6) Educação Ambiental e Sensibilização
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Educação Ambiental em Ação - Número 6

Educação Ambiental e Sensibilização

 

Asa Branca

Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira

 

“Quando oiei a terra ardendo,

Qual fogueira de São João,

Eu perguntei a Deus do céu, aí,

Pra que tamanha judiação,

 

Que braseiro, que fornalha,

Nem um pé de plantação,

Por falta d’água perdi meu gado,

Morreu de sede meu alazão,

 

Inté mesmo a asa branca,

Bateu asas do sertão,

Entonce eu disse adeus Rosinha,

Guarda contigo meu coração,

 

Hoje longe muitas léguas,

Numa triste solidão,

Espero a chuva cair de novo,

Prá mim vortá pro meu sertão,

 

Quando o verde dos teus olhos,

Se espaía na prantação,

Eu te asseguro, não chore não,viu,

Eu vortarei, viu, meu coração”

 

O mundo vive uma inversão de valores. Estamos passando por uma crise onde (os) valores como: respeito, fraternidade, humildade, simplicidade, entre outros, são dizimados pela competição, pelo apego, pela falta de sensibilidade. Sensibilizar-se é resgatar estes valores essenciais para a humanização. Sensibilizar-se com o desabrochar de uma flor, com o vôo de um pássaro, com uma chuva gostosa no final da tarde, com o céu estrelado é resgatar a essência da vida. E, com muita emoção, esta edição da revista eletrônica Educação Ambiental em Ação tem como “pano de fundo” a sensibilidade.

Estamos acostumados a uma cultura onde bens são descartáveis. Uma cultura que incentiva o consumismo, aumenta as diferenças sociais e degrada o meio que proporciona a vida. Nosso dever consiste em resgatar o respeito à vida, à natureza, aos mestres, aos mais velhos, e trazer de volta o prazer, a paixão, o amor por viver.

Grande parte dos seres humanos não avalia a fragilidade dos ambientes naturais e urbanos frente aos impactos da miséria, da exclusão social, do abandono, da discriminação, do avanço das fronteiras agrícolas, da construção de estradas e outras grandes obras, desconsiderando os aspectos peculiares do ambiente. É preciso resgatar a sensibilidade da sociedade como um todo,sensibilidade esta que há tempos foi perdida, para podermos enxergar que a Natureza vive uma cumplicidade harmônica, uma teia de vida que nós humanos somos parte.

O mundo pode tornar-se um caos. Se tudo continuar como está, é provável que fiquemos sem água potável como conseqüência de agentes poluidores, desmatamento. Poderemos não ter alimento suficiente para a população, por ganância, arrogância, dificuldade em distribuir os grãos, pode ser... Por outro lado, com união, investimentos em tecnologia, boa vontade e sensibilidade, será possível conviver com a Natureza, usufruindo toda sua magnitude, sem degradá-la.

É com este intuito que estamos aqui, agora, apresentando mais essa edição da revista EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO.

A vida é o nosso bem mais precioso. O amor é o sentimento supremo...

Marina Strachman, Berenice Gehlen Adams e Equipe Educação Ambiental em Ação

Ilustrações: Silvana Santos