Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/12/2013 (Nº 46) O MEIO AMBIENTE NA PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
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O MEIO AMBIENTE NA PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR, CAMPUS DE JI-PARANÁ

 

Vinicius Alexandre Sikora Souza. Engenheiro Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR, mestrando em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. E-mail: vass1000@hotmail.com

RhayannaKalline Nascimento. Graduanda em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail: rhayannakalline@hotmail.com

Felipe Augusto Galvão Nascimento. Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail: felipe_agn@hotmail.com

Gabriella Nazário Viana. Graduanda em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail: gabriellanazarioviana@hotmail.com

Rafael Almeida Felisberto. Engenheiro Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail: rafael.hilana@hotmail.com

 

 

 

RESUMO

No meio ambiente a percepção ambiental se depara por uma variação dinâmica entre os diferentes elementos padronizados na perspectiva antropocêntrica, e, atualmente, se inclui a perspectiva holística de qualificação e interpretação sistêmica dos conceitos relacionados à problemática ambiental. Neste contexto, observou-se a necessidade de averiguar qual o conceito de meio ambiente para os professores do curso de pedagogia da UNIR enquadrando-os entre os estudados por Sauvé (1997), objetivando verificar como essa conceituação pode predominar nas dinâmicas que os futuros educadores formados por este curso irão trabalhar com seus alunos. Para tal selecionou-se um questionário de forma aberta, o qual continha uma única pergunta: “O que é o meio ambiente?”, para que não houvesse o direcionamento das repostas do entrevistado pelo entrevistador. O universo amostrado foi de cinco dos oito profissionais atuantes. A partir das respostas foi possível perceber que respostas apresentavam semelhanças que diferenciavam-se no modo como cada entrevistado se expressou. Com isso foi possível classificar as respostas que aparentemente apresentavam uma mesma idéia em concepções diferentes.

 

Palavras-chave: concepção ambiental, professor de ensino superior, formação acadêmica.

INTRODUÇÃO

No meio ambiente a percepção ambiental se depara por uma variação dinâmica entre os diferentes elementos padronizados na perspectiva antropocêntrica, e, atualmente, se inclui a perspectiva holística de qualificação e interpretação sistêmica dos conceitos relacionados à problemática ambiental. Esse aspecto compreende todos os membros sociais como autores das modificações ocasionadas ao meio ambiente, surgindo assim à conceituação de preservação ambiental. Além disso, o mesmo prevê que o uso sustentável dos recursos ambientais pode minimizar os impactos gerados pela sociedade.

            Neste processo, insere-se a importância dos educadores que tem como função nortear a formação dos futuros entes sociais na dinâmica atual, por meio da educação ambiental. Para Almeida e Santos (2007), esse processo deve ser tratado como permanente e obrigatório em todos os níveis de ensino, mesmo não sendo uma disciplina. Além do mais, trabalha com conhecimentos, atitudes e valores, e não apenas com a transmissão de informações. Envolvendo dessa forma a participação individual em processos coletivos, desde a perspectiva local até a global. Tal processo consegue mudar a visão da pessoa em relação ao local onde vive, pois há estimulação do senso crítico e sobre a compreensão da complexidade dos aspectos que envolvem a realidade em torno de si.

            Para Sauvé (1994), citado em Sauvé (1997), a prática da Educação Ambiental é influenciada pelas diferentes concepções que o educador possui sobre o conceito de ambiente. Tais concepções estão intrínsecas em sua abordagem pedagógica e estratégias educacionais. Neste aspecto, Sauvé (1997) identificou seis concepções paradigmáticas sobre o ambiente: como a natureza, como um recurso, como um problema, como um lugar para se viver, como a biosfera e como projeto comunitário.

            Neste contexto, observou-se a necessidade de averiguar qual o conceito de meio ambiente para os professores do curso de pedagogia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) enquadrando-os entre os estudados por Sauvé (1997). Pretende-se verificar como essa conceituação pode predominar nas dinâmicas que os futuros educadores formados por este curso irão trabalhar com seus alunos. Pois de acordo com Masetto (2003), os docentes do ensino superior são as maiores fontes de influência sobre o futuro profissional, já que o aluno em sua graduação torna-se um receptáculo para ideologias, experiências e frustrações de seus professores.

METODOLOGIA

            A realização do trabalho deu-se por meio da aplicação de um questionário aos docentes que ministram o curso de Licenciatura Plena em Pedagogia na Universidade Federal de Rondônia – UNIR, o qual tem a duração de quatro anos e recebe um contingente de 40 acadêmicos por ano via vestibular. Sendo que o universo amostrado foi de 5 dos oito profissionais atuantes, representando dessa forma 62,5% da população.

            A entrevista foi escolhida como método investigativo, já que segundo Fontana e Frey (1994; apud DUARTE, 2001), ser a mais comum e poderosa maneira que utiliza-se para tentar compreender a condição humana, permitindo identificar as diferentes maneiras de perceber e descrever os fenômenos. Além disso, selecionou-se um questionário de forma aberta, o qual continha uma única pergunta: “O que é o meio ambiente?”, para que não houvesse o direcionamento das repostas do entrevistado pelo entrevistador. Como explica Duarte (2001), no qual diz que a entrevista aberta é essencialmente exploratória e flexível, não havendo sequência pré-deter­minada de questões ou parâmetros de respostas. Apresentando como ponto de partida um tema ou questão ampla, fluindo livremente e sendo aprofundada em determinado rumo de acordo com aspectos significativos identificados pelo entrevistador enquanto o entrevistado define a resposta segundo seus próprios termos, utilizan­do como referência seu conhecimento, percepção, linguagem, realidade, experiên­cia.

            Após a ação de obtenção das respostas dos profissionais envolvidos no questionário, tais expressões foram classificadas segundo as definições de meio ambiente, preconizadas por Sauvé (1997), realizando como forma de auxílio em tal classificação a realização de uma revisão bibliográfica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Concepções sobre ambiente por Sauvé (1997)

            Para Sauvé (1997), podem existir seis concepções sobre o ambiente. A primeira define o ambiente como a natureza. Entende-se a natureza como algo puro, intocável, um objeto no qual deve ser admirado, respeitado e preservado. Para muitos, a concepção de natureza é uma paisagem no qual que apresenta uma realidade que não faz parte do dia-a-dia da sociedade urbana. Por exemplo, uma floresta (com animais exóticos, cachoeiras etc.) pode ser considerada um representante da natureza e consequentemente do ambiente. Porém, para Merleau-Ponty (2000), citado por Mendes e Nóbrega (2004), ao abordar o ambiente como natureza reduz meramente a um conjunto de objetos dos sentidos. A natureza deve ser compreendida como um objeto enigmático, um objeto que não é inteiramente objeto (MERLEAU-PONTY, 2000; apud MENDES E NÓBREGA, 2004).

            Outra concepção é do ambiente como um recurso, que vem como herança coletiva biofísica que sustenta a qualidade de nossas vidas. Quando há uma limitação do ambiente como recurso, torna-se necessário que as decisões a serem tomadas - e que possam vir a interferir - assegurem esses para a atual e a futura geração consumista. Essa concepção vem dando base para que surjam novos ideais que apóiem essa idéia – do ambiente com um recurso.  Por exemplo, o conceito de desenvolvimento sustentável. Segundo Cavalcanti et al. (1994), entende-se como desenvolvimento sustentável o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades.

            A terceira concepção definida por Sauvé (1997) é a de ambiente como um problema. Problema por ser um de suporte da vida que está sendo ameaçado pela poluição e pela degradação. Fazendo com que nós, seres humanos, tenhamos que aprender a preservar e a manter a sua qualidade. Conscientização ambiental, educação ambiental e outros termos limitam cada vez mais as ações antrópicas por objetivarem sanar esses problemas apresentados.

            A quarta concepção conceitua o meio ambiente como um lugar para se viver, ou seja, o ambiente do dia-a-dia, nas escolas, nas casas, no trabalho e no lazer. Esse ambiente é caracterizado com base nos aspectos sócio-culturais, tecnológicos e componentes históricos do ser humano (SAUVÉ, 1997).

            Há também o ambiente como biosfera, ou seja, o ambiente como o conjunto de todos os ecossistemas da Terra. Essa concepção se baseia no ambiente como objeto de uma consciência planetária. Em um mundo de interdependência entre os seres vivos e inanimados, que necessita da solidariedade humana (SAUVÉ, 1997) para sua preservação.

            Por último, a concepção do ambiente como projeto comunitário. De acordo com Sauvé (1997), essa concepção de ambiente engloba a coletividade humana, lugar dividido, lugar político. Nesse ambiente têm-se a necessidade da democracia, envolvimento individual e coletivo para com a participação e evolução da comunidade em si.

            É notável que cada uma das seis concepções represente socialmente o ambiente, porém cada uma dela possui sua particularidade.

Análise e classificação das respostas dos docentes

Com base nas concepções definidas por Sauvé (1997), as respostas fornecidas pelos professores (A, B, C D e E) de pedagogia foram analisadas e classificadas.

            De acordo com o professor A, o meio ambiente é:

 

... onde a gente vive. Primeiro, onde a gente vive?! Num entorno completamente diversificado, num entorno que automaticamente, vamos dizer assim, é..., e uma situação viva, porque nós nos relacionamos com pessoas. Então pra mim, meio ambiente significa realmente um relacionamento, e eu como sujeito com outro sujeito, e também como uma situação de objeto inanimado. Então pra eu me relacionar nesse meio ambiente eu preciso compreendê-lo, caso contrário, o meio ambiente não vai ter significado para mim.

 

A resposta apresentada pelo professor A nos incita a fazer uma relação com a concepção de meio ambiente como um lugar para se viver, um ambiente do dia-a-dia, onde há inter-relação entre pessoas, onde a preocupação em se conhecer os demais sujeitos a sua volta como também conhecer si a mesmo é presente. Porém também nos remete a concepção do ambiente como um projeto comunitário. Um ambiente no qual necessita da coletividade humana para atender suas necessidades e assim apresentar harmonia entre onde se vive, com quem se vive e como se vive. Com isso pode-se inferir que uma visão humanista e holística é presente durante a afirmação.

            Para o professor B, meio ambiente é “... todo espaço que nos rodeia”. Com base nisto, entende-se que a concepção sobre o meio ambiente é de um lugar para se viver, ou seja, tudo que nos rodeia, as pessoas, as casas, o seu próprio espaço usual. É nesse espaço que há o complemento de suas idéias, onde há uma base que o ser humano é necessitado de aspectos que completam a sua humanidade e seu diferencial individual, destacando assim o seu potencial, a sua essência original.

O professor C se expressou dessa forma: “além do que o professor B. falou, acredito que nós, os seres humanos também são o meio ambiente. Todos os seres vivos, toda essa estrutura onde os seres humanos vivem, junto com os demais seres do planeta, do universo.” Essa resposta remete-nos a fusão de diferentes concepções de meio ambiente, um local composto por vida seja ela humana ou não, a concepção do meio ambiente como biosfera, um conjunto de sistemas que unidos chamamos de Terra e que necessitamos para nossa perpetuação, mas também um lugar onde convivemos com pessoas, no dia-a-dia, no trabalho, ou seja, o meio ambiente como um lugar para se viver.

Segundo o professor D, “Meio Ambiente é logos de toda espécie viva. É o local onde todos os seres, independente de ser humanos ou não. Tudo que é orgânico, que nasce, cresce, se reproduz e morre. Tudo que é vivo.”, na concepção do mesmo é possível verificar o conceito de natureza como um recurso de vida para a sustentação da vida humana, fauna e flora.

Já o professor E, entende que termo meio ambiente é inadequado para representar sua real importância, pois ele “... retiraria o meio e deixaria só o ambiente porque considero que meio dá conotação de metade e assim não expressa o seu real significado (slogan de ambientalistas do Grean Peace: Não queremos meio, mas o ambiente inteiro)”. Segundo o mesmo, ambiente é “... tudo que nos cerca, que nos envolve e que está a nossa volta. Todos os seres vivos pertencem ao ambiente e devem ser respeitados como tal”.

 Consta-se que tal resposta enquadra-se na concepção onde o ambiente é como recurso e também integrando-se como o meio ambiente como natureza, tornando-se um conceito de desenvolvimento sustentável, abrangendo o conceito e a complexidade do sentido do que é meio ambiente.

Influência das concepções

Com relação ao conceito de meio ambiente foi observado o predomínio da visão antropocêntrica entre os docentes. Esta visão traz como desvantagem o afastamento entre sociedades humanas e meio natural. Esse afastamento leva a um sentimento de independência entre esses dois aspectos, que é irreal. A partir deste sentimento de independência é possível elaborar construções mentais que justificam a exploração irracional dos recursos e a degradação ambiental inconseqüente, que podem chegar ao ponto de inviabilizar o modo de vida humano.

Bezerra e Gonçalves (2007) buscaram identificar os conceitos de ambiente construídos por um grupo de professores de uma escola agrotécnica em Pernambuco e encontraram resultados diferentes. Estes resultados apontavam para o predomínio da visão biocêntrica, destacando meio ambiente como um espaço físico. Esta visão também estava presente nas respostas dos alunos entrevistados, porém em menor proporção. É interessante observar que os estudantes que participaram desta pesquisa cujos conceitos são biocêntricos, também identificaram o meio ambiente com um espaço físico.

A visão globalizante foi expressa pela maioria do professores, o que aponta para sua extensa representatividade entre aqueles que disponibilizaram informações. Bezerra e Gonçalves (2007) encontraram esta perspectiva em 25% dos professores entrevistados. É a partir desta concepção que podem ser elaborados planos de gestão dos recursos naturais e políticas públicas de médio e longo prazo visando a sustentabilidade das atividades humanas.

No que se refere aos conceitos sobre a expressão meio ambiente surgiu um contraponto entre definições reducionistas e outras mais amplas. A evolução da noção de meio ambiente ocorreu a partir do termo referenciado ao todo no ambiente. Este termo foi percebido como muito restrito, já que dava conta apenas dos efeitos produzidos pelas inter-relações entre as atividades humanas no entorno das sociedades.

Bezerra e Gonçalves (2007) identificaram a necessidade de trabalhar questões ambientais com os professores para sensibilizá-los quanto ao pertencimento nas questões ambientais e torná-los multiplicadores dentro da sala de aula. A Educação Ambiental (EA) abre espaço para repensar práticas sociais bem como o papel dos professores como mediadores e transmissores de conhecimentos (JACOBI, 2003). Segundo este autor, estes conhecimentos são necessários “para que os alunos adquiram uma base adequada de compreensão essencial do meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e soluções e da importância da responsabilidade de cada um” (JACOBI, 2003)

Paralelamente, é interessante expandir o universo destes multiplicadores de conhecimentos ambientais para outros profissionais, além dos professores. Isso pode acontecer pela inserção de programas de educação ambiental no período de formação acadêmica. Apesar de, em alguns casos, estes programas não existirem oficialmente, sua necessidade já foi sentida e atividades relacionadas a esta temática são oferecidas aos alunos regularmente. A oficialização destes programas permitiria reflexões críticas sobre seus pressupostos teóricos, o que com certeza somaria para seu aprimoramento constante.

Esta pesquisa buscou enfatizar que a educação ambiental durante a formação acadêmica pode ser uma estratégia para potencializar as contribuições de profissionais de diferentes áreas no esclarecimento de aspectos ambientais junto às comunidades. Este esclarecimento pode ampliar a capacidade de participação pública destas comunidades. Para que isto ocorra, os programas de educação ambiental oferecidos a alunos de ensino superior precisam de reflexões teóricas que permitam distinguir com clareza as perspectivas sobre as quais são construídos os conceitos relacionados a problemática ambiental. Inserir projetos de EA na formação de profissionais de extensão rural, gestão e planejamento e consultaria ambiental pode ser um bom passo para ampliar o alcance de atividades desenvolvidas na academia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Tendo em vista os olhares apresentados sobre a conceituação de meio ambiente, percebeu-se que, primeiro, há particularidades no modo de ver e interpretar um termo. Segundo, que mesmo apresentando certas diferenças as essências das respostas não se divergem. È perceptível as semelhanças entre as respostas, tendo como provável causa a conceituação e formação da opinião sobre meio ambiente (ou ambiente) já definida.

As semelhanças diferenciaram-se no modo como cada entrevistado se expressou. Com isso foi possível classificar as respostas que aparentemente apresentavam uma mesma idéia em concepções diferentes.

As concepções estudadas por Sauvé (1997) podem ser trabalhadas tanto de forma unitária como em um sistema, que foi o que ocorreu durante essa pesquisa. Muitas das respostas não se enquadraram em apenas uma única concepção. Isso ocorre porque quanto mais sistêmico é o pensamento mais completo é a conceituação.

            As concepções de ambiente da maioria dos entrevistados nos leva a perceber que os professores apresentam um embasamento teórico que os capacitam a promover nos alunos a construção de conhecimentos e valores ambientais, porém esses conceitos não podem ser considerados fixos. É necessário que os professores busquem novas formas de compreender e assim conceituar o meio ambiente. De forma que possam complementar a sua própria opinião e assim contribuir com na formação de opinião de seus alunos. 

            Diante dessa premissa, sugere-se uma pesquisa com os alunos do curso de pedagogia com o intuito de verificar e analisar a influência destes professores em relação às opiniões dos alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, A. S.; SANTOS, M. L. Avaliação do nível de conhecimento de alunos e professores do ensino médio de Anápolis sobre educação ambiental. Revista Educação & Mudança, nº 18, Anápolis – GO, 2007.

BEZERRA, T. M. O.; GONÇALVES, A. A. C. Concepções de meio ambiente e educação ambiental por professores da Escola Agrotécnica Federal de Vitória de Santo Antão – PE. Biotemas v. 20, p.115-125. 2007.

CAVALCANTI, C. et al. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. INPSO/FUNDAJ, Instituto de Pesquisas Sociais, Fundação Joaquim Nabuco, Ministério de Educação, Governo Federal, Recife, Brasil. Outubro, p. 262. 1994.

DUARTE, Jorge. Entrevista em profundidade. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (Orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa e comunicação. São Paulo: Atlas, 2001.

FONTANA, A.; FREY, J. H. Interviewing: the art of science. In: DENZÏN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna S. Handbook of qualitative research. Thousand Oaks: Sage, 1994.

 

JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, v. 118, p.189-205. 2003.

MASETTO, M. T. Competência pedagógica do professor universitário. Summus editorial: São Paulo, 2003.

MENDES, M. I. B. S.; NÓBREGA, T. P. Corpo, natureza e cultura: contribuições para a educação. Revista Brasileira de Educação, n. 27, p. 125-137, p. 125-137, 2004. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n27/n27a08.pdf >. Acesso: jun. 2011.

MERLEAU-PONTY, M. A natureza: notas: cursos no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes. Tradução de Álvaro Cabral. 2000.

SAUVÉ, L. Pour une éducation relative à l'environnement, éd. Guérin/Eska, Montréal. 1994.

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http://www.rebea.org.br/arquivorebea/acoes/tecendo/ponto_004.pdf>. Acesso: jun 2011.

Ilustrações: Silvana Santos