Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Para Sensibilizar
16/12/2013 (Nº 46) A INSUSTENTÁVEL CERTEZA DO SER
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A INSUSTENTÁVEL CERTEZA DO SER

 

Flavia Goldenberg em Green Life   

 

 

Há muitos anos consultores, líderes, comunicadores batem incessantemente na mesma tecla dizendo “a única coisa que temos certeza é que a mudança faz parte de nosso dia a dia”. Alguns vão mais além, pregando e repetindo como um mantra a máxima: não perca tempo resistindo às mudanças, faça parte ativa deste processo buscando na mudança oportunidades, entre neste movimento.

 

Chego a conclusão ao analisar a questão da sustentabilidade que sofremos de miopia aguda por muitos anos.

 

Muito além da análise de nossas estruturas empresariais, do nosso jeito de fazer negócios, da maneira como construímos carreiras ou lidamos com as questões culturais e sociais de nossa civilização, estão as mudanças do nosso planeta.

 

Vamos aos fatos, há 300 milhões de anos o continente americano iniciou seu afastamento do continente africano, a última era glacial se iniciou a mais de 12 mil anos e o degelo produziu ondas catastróficas que mudaram vastas áreas da Terra, transformando áreas costeiras habitadas em cidades submersas; o degelo é contínuo e avança dia a dia.

 

Soma-se a isto, os danos que nossa civilização tem causado ao meio ambiente acelerando alguns destes processos. Eliminar estes fatores externos sem dúvida nos daria mais tempo para reagir e administrar as crises que mais ou menos hora, baterão à nossa porta.

 

Temos vivido, inundações, furacões, terremotos… no Haiti, no Chile. Vulcões dão sinais de seu poderio como aquele que derrete geleiras ao sul da Islândia.

 

Pergunto: será que ao invés de resistirmos a estas mudanças não deveríamos assumir que elas são parte de nossas vidas, porque são naturais, e assim organizar nossa sociedade para conviver com as mudanças do ambiente de nosso planeta?

 

Tenho acompanhado algumas destas iniciativas, obras fantásticas da engenharia. Edifícios resistentes ao vento e a tremores na costa leste dos Estados Unidos, casas flutuantes na Holanda, barragens e cinturões que estão sendo estudados para proteger patrimônios históricos como aqueles em Veneza na Itália e outras mais.

 

 

Concentrar nossa capacidade em desenvolver tecnologias que visem a preservação do homem em situações extremas me parece hoje atitude fundamental para a sobrevivência da humanidade. Sonho com soluções para a vida em mundos submersos ou flutuantes, no calor ou no frio extremo, aqui em solo ou no espaço aéreo, acredito no homem e na sua habilidade para adaptar-se ao novo, para criar alternativas.

Ouso dizer que precisaremos rever nossos conceitos de propriedade, da terra, porque ela está em constante movimento, sendo invadida pelas águas ou engolida pelas fendas nos terremotos. Como será no futuro nossa relação de propriedade se vivermos no espaço? Será que teremos uma certidão de nosso pedaço de céu?

 

Enfim, a única coisa da qual temos certeza é que desde que o mundo é mundo, ele está em constante mudança e isto não podemos mudar… já diziam nossos consultores.

 

Flavia Goldenberg

Flávia é empresária, com ampla experiência nas áreas de comunicação e marketing promocional. É consultora de Gestão em Sustentabilidade na Sob Medida e VP de cominicação na AMPRO. Segundo ela: "O planeta vai muito bem, obrigada. Nós é que temos um problema."

 

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Ilustrações: Silvana Santos