Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 45) PROJETO RECICLANDO: UMA NOVA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PAUTADA NO CONTEXTO CTS
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Projeto Reciclando: Educação ambiental no contexto CTSA

PROJETO RECICLANDO: UMA NOVA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PAUTADA NO CONTEXTO CTS

José Maria Vieira da Fonseca1; Rita de Cássia Frenedozo2

 

1Biólogo, Mestre em zoologia, doutorando em Educação, professor efetivo do CEFET-MG/Campus V. Rua Elisa Rodrigues, 40 – Walchir Resende – Divinópolis – MG – 35503139 josemaria@div.cefetmg.br

 

2Bióloga, , doutora em Geociência e Meio Ambiente, mestre em biologia vegetal, professora da Universidade Cruzeiro do Sul.  Universidade Cruzeiro do Sul, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Av. Dr. Ussiel Cirilo, 225 - São Miguel Paulista - 08060-070 - São Paulo – SP. ritafrenedozo@yahoo.com.br

 

 

RESUMO

 

Este artigo trata de um relato de experiência educativa vivenciada na sala verde Frei Paulino, localizada no município de Divinópolis – MG. O Projeto Reciclando objetiva informar e sensibilizar, a comunidade, alunos e professores das escolas municipais, sobre a questão do lixo urbano. As ações educativas são desenvolvidas com enfoque Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), utilizando a estrutura de um viveiro florestal, permitindo um trabalho sistemático de informações a respeito do desmatamento, consumismo desnecessário, manejo correto do lixo urbano, e incentivo à retirada da sucata ferrosa descartada indevidamente no meio ambiente. No período decorrente desta avaliação foram atendidas 148 escolas com 8.263 participantes, entre alunos e professores, tendo sido retirado do meio ambiente 35.717,9 Kg de sucata ferrosa.

 

Palavras-chave: Educação ambiental; CTS, Lixo urbano;

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

Nas últimas décadas, o tema Educação Ambiental (EA) vem ganhando novas vertentes devido à necessidade de se preservar o que ainda nos resta acerca de um meio ambiente saudável. As ações atuais estão cada vez mais voltadas a novas formas de instrução do homem acerca de suas ações sobre o meio ambiente, pois segundo Leff (2001, 2003) há na atualidade uma falta de conscientização a respeito das reais conseqüências das ações humanas sobre a natureza.

O acentuado crescimento demográfico e o consumismo desenfreado, o lixo e seu destino, tem se tornado um dos grandes problemas em quase todos os municípios. O acúmulo de lixo nos grandes centros urbanos tem obrigado a se pensar formas alternativas de destinação deste lixo e de reaproveitamento do mesmo, a fim de se diminuir os danos causados pelo seu acúmulo no meio ambiente.

Tal fato justifica programas de educação ambiental que contribuam para formar uma consciência ambiental que faça emergir, de cada cidadão, a necessidade do manejo adequado do seu lixo (THOMAZ-JÚNIOR, 2009; SANTOS et. al, 2010) e a diminuição do hábito consumista.

Como um grande centro urbano, Divinópolis, município do Estado de Minas Gerais, possui 213.016 habitantes (IBGE, 2012), gerando em média 180 toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia (RIOS, 2008). Este resíduo é conduzido para um aterro controlado, sem formas eficazes de tratamento e reaproveitamento, o que justifica a implantação de projetos com ações pedagógicas que enfoque a problemática dos resíduos sólidos e auxilie os envolvidos a construírem conhecimentos, habilidades e valores necessários para tomar decisões responsáveis (SANTOS E MORTIMER, 2000; SANTOS & SCHNETZLER, 2003) em relação ao problema do lixo.

Neste contexto, a sala verde Frei Paulino, situada no município de Divinóolis-MG, cria o Projeto Reciclando que objetiva um trabalho educacional, com alunos da rede municipal de ensino, utilizando da estrutura de um viveiro florestal (PAIVA, 2000), contando com apoio de uma empresa privada, GERDAU - Aços Longos Divinópolis S/A, e de alguns órgãos públicos como IEF, EMATER, CEFET-MG e Secretarias Municipais.

O trabalho desenvolvido fundamenta-se no projeto “Viveiro Educador” do Departamento de Educação Ambiental do MMA (BRASIL, 2008, p. 10) e no projeto Sala Verde (MMA).

Este artigo relata o trabalho realizado pela sala verde Frei Paulino através do projeto reciclando, tendo como fundamentação uma experiência educativa pautada na vivência, no diálogo e na reflexão acerca das questões do lixo, permitindo que durante o processo da produção de mudas, haja momentos de se estabelecer conexões entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o processo de degradação ambiental.

 

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: NOVAS VERTENTES

 

 

A Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental (EA) ocorrida em Tbilisi (1977) estabelece como objetivos fundamentais da EA, levar os indivíduos e a coletividade a compreender seu ambiente natural e o ambiente construído pelo homem, bem como incentivá-los na aquisição de conhecimentos, valores, comportamentos e habilidades práticas para participar da prevenção e da solução dos problemas ambientais (DIAS, 2001; SOUZA, 2003).

            Existem diversas ações de educação ambiental sendo desenvolvidas fundamentadas na questão do lixo urbano, porém, há uma expressiva parte destas ações restritas à palestra, coleta seletiva e reciclagem do lixo, sem reflexão sobre a atuação do desenvolvimento científico e tecnológico sobre as estruturas sociais que diretamente conduz à problemática do lixo gerado nos grandes centros urbanos.

            Considerando os objetivos da EA em formar cidadãos conscientes, o ensino pautado no contexto CTS, seja na educação formal ou informal, é de extrema relevância, pois, tem a formação da cidadania como seu objetivo geral (AMORIM, 1997, 2001; BAZZO et al, 2000, 2003; SANTOS & MORTIMER, 2001, 2002; AULER & BAZZO, 2001; MACIEL, 2004; FARIAS & FREITAS 2007).

            Para Bazzo et al (2003) o estudo CTS objetiva explorar os aspectos sociais da ciência e da tecnologia, tanto no âmbito da mudança científico-tecnológica, como também questões relacionadas às conseqüências sociais e ambientais

Trabalhar a educação ambiental, no contexto CTS (FARIAS E FREITAS, 2007; VASCONCELOS E SANTOS, 2008; ZENI, 2009), é desenvolver nos alunos uma sensibilidade crítica acerca dos impactos ambientais e sociais derivados do avanço tecnológico (LIMA E COPELO, 2007) utilizando de ações pedagógicas que levem à discussão, formação de opinião, busca de soluções e, principalmente, que permita tornarem cidadãos conscientes e ativos na sociedade a qual pertencem (ANGOTTI e AUTH, 2001). Neste contexto, torna-se necessária a qualificação de professores e mudanças no processo de ensino e aprendizagem para trabalhar com a abordagem CTS (AMORIM, 1997).

           

             

PROJETO RECICLANDO: Informando e formando

 

           .

Com objetivo de informar aos professores da rede pública municipal a proposta CTS, que visa à formação de indivíduos para o exercício da cidadania, a Secretaria Municipal de Educação de Divinópolis (SEMED) realizou o 1º Seminário Ciência, Tecnologia e Sociedade, enfatizando a relevância do enfoque CTS no ensino de ciências e programas ambientais. 

O seminário teve como proposta levar os professores a vivenciar as propostas CTS através da participação em grupos de trabalho e oficinas abordando temas de relevância para qualificação profissional: Alfabetização Científica; Relações CTS no currículo, ensino e formação; Presença CTS nos livros didáticos; Abordagens didáticas CTS; Jogos Pedagógicos com enfoque CTS.    

            Os professores puderam participar de grupos de trabalho e oficinas abordando temas de relevância para qualificação profissional: Alfabetização Científica; Relações CTS no currículo, ensino e formação; Presença CTS nos livros didáticos; Abordagens didáticas CTS; Jogos Pedagógicos com enfoque CTS.         

            Deste seminário surgiram diversas propostas de projetos de educação ambiental pautados no contexto CTS, nas escolas municipais, dentre eles o Projeto Reciclando.

            O projeto iniciou em 2009, tendo sido acompanhado até julho de 2011 para obtenção dos dados relativos a este artigo, apresentando duas linhas de ação:

 

 

 Trabalho realizado com as escolas municipais local

 

 

            Nesta vertente de ação, o projeto visa informa e inserir o aluno e os professores das escolas municipais locais, nas ações desenvolvidas no viveiro educador.

No início dos trabalhos os participantes realizam uma visita técnica, percorrendo as instalações da sala verde, o galpão da compostagem, o galpão da sementeira, o viveiro florestal e a sala de capacitação, onde ocorre uma palestra educativa e são dadas as orientações para a parte prática do projeto.

            A palestra objetiva informar aos participantes sobre a questão do lixo, enfatizando o destino correto, o consumismo desnecessário e a geração de resíduos, a importância da reciclagem dos resíduos e da coleta seletiva (mostrando seus benefícios ao meio ambiente e à comunidade).

            Durante as palestras os educadores da sala verde interagem com os participantes através de questionamentos e brincadeiras, buscando conhecer a percepção global da turma em relação ao tema, de modo a utilizar uma linguagem adequada e vídeos que atendam às necessidades do conhecimento apresentadas pelos alunos e professores.

Ao término da palestra é feita uma proposta de atividades a serem realizadas em sala de aula (oficinas, filmes educativos, teatros, leitura, redações), sobre responsabilidade dos professores das diversas áreas do conhecimento, visando, numa abordagem CTS, à continuidade dos conteúdos abordados na palestra e no filme exibido. Após a palestra inicia-se a parte prática que tem como objetivo atividades em práticas de germinação de sementes, compostagem e produção de mudas de árvores frutíferas e ornamentais.

As sementes são doadas pelo Instituto Estadual de Florestas - IEF e as orientações dadas por um agrônomo, do mesmo órgão, que trabalha com os professores e alunos, do plantio da semente até o processo final da muda, fazendo uso da reciclagem e reutilização de materiais. No galpão de compostagem é demonstrado aos participantes o adequado tratamento no destino final do lixo orgânico, onde ocorre o processo biológico de compostagem, no qual, os microrganismos convertem a parte orgânica dos resíduos em material estável tipo húmus também conhecida como composto. Nesta etapa promove-se uma discussão sobre as ações negativas da queimada e desmatamento, em relação ao processo natural da reutilização da matéria.

No galpão da sementeira os participantes aprendem sobre os processos necessários para a germinação das sementes e plantio de mudas. Ao adquirir tamanho ideal, as mudas são levadas para o viveiro florestal para ser utilizada na segunda ação educativa do projeto.

Proporcionar ao aluno e ao professor a vivência direta de suas ações permite a implantação da Educação Ambiental de forma mais efetiva, uma vez que se sabe que tudo aquilo que é vivenciado em prática, torna-se mais efetivo na memória, sendo assim estendido para o âmbito social, atingindo não só o sujeito da ação, mas todos aqueles que o cerca.

 

 

Troca de sucata ferrosa por mudas de árvores

 

 

Em continuidade a esta primeira etapa, uma segunda ação educativa é desenvolvida através da troca voluntária de sucata ferrosa por mudas de árvores ornamentais ou frutíferas, atingindo neste momento não apenas os alunos e professores, mas a comunidade em geral.

            O cidadão interessado em obter as mudas, deve entregar na sala verde a sucata ferrosa recolhida. Ao receber a sucata, é feita a pesagem do material e o cidadão que solicita a troca é questionado sobre qual é o tipo de muda que deseja receber e o seu destino.

Após a troca, o cidadão recebe informações sobre os cuidados necessários para o plantio, a importância do plantio de árvores para o meio ambiente, a destinação correta do lixo, a reciclagem de materiais e outros assuntos relevantes.

            A reciclagem tem a finalidade de aproveitar os resíduos para fabricar novos produtos, idênticos ou não aos que lhes deram origem (VALLE, 2002), sendo uma solução para a redução dos resíduos sólidos no ambiente, tendo solucionado muitos dos problemas gerados pela disposição inadequada de lixo e pela grande quantidade gerada.

            Quando o sujeito pode participar diretamente do processo de reciclagem, isso cria no mesmo um envolvimento com o processo, ficando este inscrito em suas ações diárias. A proposta desenvolvida pela ação da sala verde foge do ato de simplesmente trocar algo aparentemente sem valor por algo utilizável.  Busca-se em todo processo inserir o sujeito como responsável por suas ações e desenvolver uma nova forma de visualização do lixo, como algo que pode ser reutilizado ou reciclado e não apenas como objeto a ser descartado no meio ambiente.

            Todas as ações diárias do Projeto Reciclando, desenvolvidas na sala verde Frei Paulino, são documentadas em um livro de controle das atividades realizadas, tendo sido utilizado na pesquisa documental para avaliar os resultados do projeto.

 

 

O PROJETO EM NÚMEROS

 

 

Trabalho realizado com as escolas municipais local.

 

 

Os dados referentes às participações das escolas no viveiro florestal e às trocas de sucata ferrosa por mudas de árvores, no referido período, foram obtidos através de documentos cedidos pela direção da sala verde Frei Paulino.

No ano de 2009, foram agendadas 61 visitas ao viveiro educador, atendendo 3261 alunos (Figura 1).

 

Figura 1 – Participação das escolas municipais de Divinópolis – MG no viveiro

florestal da  sala verde Frei Paulino em 2009.

 

 

Em 2010 foram 57 visitas atendendo 3228 alunos (Figura 2) e no 1º semestre de 2011 foram agendadas 30 visitas atendendo 1774 alunos (Figura 3).

 

    

 Figura 2 - Participação das escolas municipais de Divinópolis – MG no viveiro

  florestal da sala verde Frei Paulino em 2010.

 

    

Figura 3 - Participação das escolas municipais de Divinópolis – MG no viveiro

florestal da sala verde Frei Paulino em 2011.

 

 

A interação entre os participantes, durante as palestras e atividades, permitiu avaliar, no ano de 2009, que o professor, em sua maioria, não apresentava razoável conhecimento em relação aos temas abordados na palestra e nos filmes exibidos, motivo pelo qual participava, ativamente, durante as apresentações de forma a receber informações relativas ao tema, ampliando sua bagagem cultural.

Esta falta de informação por parte dos professores demonstra que a EA ainda é um tema pouco ensinado na formação profissional, impossibilitando o desenvolvimento de ações efetivas junto a seus alunos.

Essa avaliação serviu de fundamento para que a equipe da sala verde solicitasse junto a SEMED apoio para qualificação de professores da rede municipal de ensino na área de educação ambiental. Em resposta, a SEMED promoveu seminários, utilizando o grupo de professores que participarão do 1º Seminário Ciência, Tecnologia e Sociedade, tornando-se multiplicadores da proposta CTS no ensino de ciências e programas ambientais nas escolas municipais da região.

A participação em seminários propiciou a capacitação de professores permitindo elaborar e coordenar projetos de educação ambiental em suas escolas, abordando questão ambiental local e global, gerando projetos diversos com: horta escolar, recomposição de áreas degradadas através do plantio de mudas produzidas no viveiro florestal da escola, trilhas interpretativas, ecoleitura e outros.

Esta resposta positiva por parte de alguns professores após a participação nos seminários nos faz repensar se ações de educação ambiental não são desenvolvidas por falta de conhecimento ou por falta de interesse.

O trabalho realizado no Viveiro Educador tem gerado interesse por parte de algumas escolas, principalmente da zona rural, em implantá-lo na própria escola. Até o término da pesquisa, com auxilio da equipe técnica da sala verde Frei Paulino, duas escolas iniciaram o projeto de um Viveiro Educador, com a participação da escola e comunidade.

Percebe-se pelos números acima demonstrados que a sala verde Frei Paulino tem atingido a meta proposta pela MMA quando da implantação do projeto sala verde, uma vez que suas ações atingiram em dois anos e meio de análise de projeto mais de oito mil alunos e professores diretamente, não se pensando naqueles atingidos indiretamente pelas suas ações.

 

 

2ª ação educativa: troca voluntária de sucata ferrosa por mudas de árvores.

 

           

O projeto reciclando vêm cumprindo seu papel socioambiental e apresentando um crescimento vertiginoso no recolhimento de sucata ferrosa, por parte da população, ao ser trocado por mudas de árvores frutíferas e/ou ornamentais.

Em 2009, foram entregues 1382 mudas, em troca de sucata ferrosa, no período de abril a dezembro do referido ano (Figura 4), tendo maior preferência por mudas de árvores frutíferas (83%). A pesagem total do material entregue foi de 8.600 Kg. A venda do material recolhido, para a empresa participante do Projeto, contribui para a manutenção do viveiro.

 

            Figura 4 - Número de mudas entregues em 2009 por troca de sucata ferrosa.

 

No ano de 2010 foram entregues 5377 mudas (Figura 5), resultado do recebimento de 12.335,6 Kg de sucata ferrosa. A preferência por mudas de árvores frutíferas continuou maior (53,7%), porém, apresentando uma “queda” em relação ao ano anterior (83 %).

 


Figura 5 - Número de mudas entregues em 2010 por troca de sucata ferrosa.

 

Até julho de 2011 haviam sido entregues 3440 mudas (Figura 6), resultado do recolhimento de 14.782,3 Kg de sucata ferrosa. A preferência por mudas de árvores frutíferas continuou sendo mantida (83%). No período decorrente desta avaliação foi recolhido um total de 35.717,9 Kg de sucata ferrosa.

 


                    

Figura 6 - Número de mudas entregues no 1º semestre de 2011 por troca

de sucata ferrosa.

 

O recolhimento de sucata ferrosa, por parte da população, tem tornado, gradativamente, um hábito da comunidade divinopolitana, e sua troca na sala verde tem aumentado gradativamente.

            Tal fato se justifica não só pelo baixo valor pago por Kg/sucata nos locais destinados a compra deste material, como também pelo desejo de se enfeitar os lares com as mudas doadas e pela sensação criada de estar fazendo algo para “ajudar o meio ambiente”.           

           

 

 

CONCLUSÃO

 

 

Os resultados permitem concluir a eficiência do Projeto Reciclando do programa de Educação Ambiental da sala verde Frei Paulino, atendendo prontamente os objetivos propostos pelo Ministério do Meio Ambiente através dos projetos Viveiro Educador e Sala Verde.

Ao incentivar o conhecimento dos processos de plantio de árvores e reaproveitamento do lixo, seja para a compostagem ou para a reutilização na indústria, o projeto convida o sujeito a se inserir em um contexto com o qual muitas vezes não possuía conhecimento.

            Com a implantação de projetos ambientais nas escolas municipais da região e o número crescente de pessoas interessadas na troca de sucata ferrosa por mudas de árvores, permite concluir que de alguma forma o projeto vem promovendo reação no sujeito, tirando-o da posição de simples espectador para a posição de agente em um processo de educação ambiental.

            Sendo assim, vejo a relevância da divulgação do trabalho desenvolvido pela sala ver Frei Paulino, uma vez que este demonstra que através de ações simples, com poucos recursos financeiros, é possível realizar um trabalho significativo na área da educação ambiental.

 

 

 

 

 

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Ilustrações: Silvana Santos