Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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31/05/2013 (Nº 44) A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE MUDANÇA NA PERCEPÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE MUDANÇA NA PERCEPÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR DO MUNICIPIO DE JUAZEIRO DO NORTE: PRESERVANDO O MEIO AMBIENTE

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE MUDANÇA NA PERCEPÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR DO MUNICIPIO DE JUAZEIRO DO NORTE: PRESERVANDO O MEIO AMBIENTE.

Maria Eliana Vieira Figueroa1   Tiago Cartaxo de Lucena2

 

1.Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do Cariri-URCA

elianavfigueroa1@hotmail.com

2. Graduando em Geografia pela Universidade Regional do Cariri-URCA

 

INTRODUÇÃO     

Conforme Varine (2000, p. 62), "a natureza é um grande patrimônio da sociedade. Consequentemente, a Educação Ambiental se torna uma prática social, com a preocupação da preservação dessas suas riquezas”. Para o autor, se o meio ambiente está sendo atacado, agredido, violentado, devendo-se isso ao veloz crescimento da população humana, que provoca a decadência da qualidade ambiental e de sua capacidade para sustentar a vida; não basta apenas denunciar os estragos feitos pela sociedade na natureza, é necessário um processo educativo, com atitudes para a sociedade.

A natureza já não tem mais pontos de referência na sociedade atual. As pessoas são arrastadas pelas novas tecnologias e cenários urbanos, e existe pouco da relação natural que havia com a cultura da terra. Para que a situação não piore, é preciso agir, proteger o ecossistema. Certamente, a aprendizagem será mais eficaz se a atividade envolver as situações da vida real, do meio em que vivem os alunos, sempre com o objetivo de demonstrar que bem aproveitados e preservados, os recursos do meio ambiente trazem diversos benefícios para todos.

Uma das formas que pode ser utilizada para o estudo dos problemas do meio ambiente consiste em uma perspectiva de análise multidisciplinar, podendo alcançar a mudança de comportamento de inúmeros alunos, tornando-os influentes na defesa do meio ambiente para que se tornem ecologicamente equilibrados e saudáveis. Porém, essas disciplinas precisam ter uma proposta de aplicação, tratando de temas específicos de interesse dos alunos, e não dissociada da proposta pedagógica da escola.

Paulo freire afirma que a leitura do mundo continua válida como estratégia pedagógica de uma educação libertadora na qual ler o mundo é condição necessária para as suas transformações. Nessa perspectiva, a Pedagogia abre espaço para uma atuação comprometida com a sustentabilidade, ou seja, com as necessidades de mais atenção às questões ambientais locais e globais, conduzindo-as aos conteúdos trabalhados diariamente na sala de aula. Torna-se imprescindível a construção de um projeto político-pedagógico que se preocupe com os desafios do século XXI.

  Segundo Boff, ex-frade franciscano e estudioso da ecologia social e um dos responsáveis pela redação da Carta da Terra, “as ações ecológicas estão sustentadas por quatro grandes pilares”. O primeiro pilar trata do respeito e do cuidado da comunidade de vida, ou seja, do meio ambiente em sentido amplo. O segundo enfatiza manter a integridade ecológica, no que diz respeito à manutenção da sua riqueza, beleza e diversidade. O terceiro consiste na justiça social e econômica, uma vez que a existência dessas desigualdades afeta ao ser mais complexo da natureza que é o ser humano. Toda injustiça social provoca uma injustiça ecológica contra o ser humano. E por último a prática da democracia e da não violência para a cultura de paz.

Pensar ecologia de forma ampla, abrangendo democracia dos seres humanos, além do cuidado de todos os seres vivos e suas conexões ocultas pressupõe o caminho lógico de compreender com uma maior complexidade o meio ambiente. Os seus princípios relacionam o conceito da sustentabilidade, impondo aos seres humanos a necessidade de relações de consumo que sejam amparadas na cooperação, nos valores éticos e na necessidade de acolher e respeitar as nossas diferenças procurando alcançar efetivamente a perspectiva de uma harmonia ecológica planetária.

            Boff conceitua a pedagogia do cuidado, ou seja, o ecossistema em equilíbrio para preservação da vida, além do cuidado de incluir todos numa perspectiva de igualdade. É a pré-condição que garante que as coisas deem certo. Tudo aquilo que se preserva dura muito mais, trazendo benefícios para toda sociedade planetária. A educação ambiental para sustentabilidade tem como objetivo garantir a existência da vida humana e da diversidade de todas as espécies do planeta terra.

No Plano de Metas para o Desenvolvimento do Milênio da Organização das Nações Unidas (8888), ampliar o ensino básico universal         à todos se torna um dos principais pressupostos para o equilíbrio do meio ambiente. Só perde em prioridade para o fim da extrema pobreza e da fome, que são os únicos obstáculos da educação.  Pessoas saudáveis têm sua capacidade intelectual bem desenvolvida e esta pode ser explorada das mais diversas maneiras, dando-lhes oportunidade de aprender, com ênfase em educação para o desenvolvimento sustentável.

No Brasil, a Lei No. 9.795, de 27 de Abril de 1999, que dispõe sobre educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental no seu Art. 3º promove como parte do processo educativo mais amplo o direito à educação ambiental para todos. A educação ambiental é coisa séria, necessária e deve ensinar valores que se mostrarão fundamentais para manutenção da qualidade ambiental e fundamentação do desenvolvimento sustentável. Não obstante, este século poderá ser a razão oportuna para um balanço sobre práticas e teorias que atravessaram os tempos no que diz respeito ao meio ambiente.

Falar de perspectivas atuais da educação é também dialogar, discutir e identificar as ideias, os valores e as práticas educacionais que as perpassa, marcando o passado, caracterizando o presente e abrindo possibilidades para o futuro.

            A Escola deve ser um ambiente de discussão constante sobre as políticas ambientais e o processo de gestão das iniciativas públicas e privadas e seus reflexos no ambiente. A justiça social e a cidadania são vitais para alcance de um processo de paz ambiental em nosso planeta e cabe aos educadores buscar metodologias que ajudem seus alunos a entender criticamente o processo de obtenção de riquezas pelos membros da sociedade e os reflexos dessas atitudes no nosso ambiente.

Cabe aqui ressaltar que os discursos democráticos de base sobre o meio ambiente e sobre a questão da sustentabilidade, notados a partir de múltiplos olhares e saberes do campo social estão cada vez mais carregados de evidência socioeducacional.

O ser humano, na sua atuação imperiosa com o ambiente, tem compreendido esta relação de forma antropocêntrica, e nos moldes econômicos. As diferenças socioeducacionais, o preconceito etnicocultural, a fragmentada e dependente cultura brasileira, a insignificante participação política nos planos de desenvolvimento, entre tantas outras heranças culturais históricas da sociedade consiste oriundos dos padrões econômicos do passado e da atual concepção social e ambiental presentes ainda nos nossos dias, que nos deixam inquietos quanto às alternativas de caminhos que devemos galgar para realmente pensar e agir sobre o meio ambiente que seja sustentável.

De acordo com Leis (1999), as concepções tradicionais sobre o ambientalismo estão repletas de uma visão antropocêntrica destacando o enfoque histórico que permite à multiplicidade de suas expressões e suas interações, concebendo o conflito e a cooperação como redefinidores do comportamento dos diversos setores e atores sociais a uma relação equilibrada entre a sociedade e a natureza.  

A necessidade de uma educação que tenha como finalidade a formação de cidadãos ambientalmente cultos e preocupados com a defesa e melhoria da qualidade do ambiente natural e humano reúne um largo consenso, tanto em nível internacional, como em nosso país, devendo constituir uma preocupação de caráter geral e permanente na prática do processo de educação, pressupondo uma clara definição de intenções educativas e uma ambientalização dos conteúdos, estratégias e atividades de ensino-aprendizagem.

A partir do exposto, entendemos que a educação ambiental deve ser desenvolvida no contexto educacional levando-se em consideração os aspectos ambientais em que a escola está inserida, buscando um processo de conscientização ambiental para manter um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Este é o grande desafio da escola atual, no sentido de pensar e realizar uma nova pedagogia em relação com o meio ambiente. A educação ambiental não pode ser meramente utópica ou ilusória quando trabalhada pelo professor ou professora, mas sim que possa acarretar conscientização ao educando, o qual levará esses ensinamentos para a sua vida quando adulto.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que abordam o Meio Ambiente:

 

Os seres humanos não são intrinsecamente “bons” nem “maus”, mas é capaz tanto de grandes gestos construtivos e de generosidade quanto de egoísmo e de destruição. No entanto, a sociedade humana só é viável quando o comportamento das pessoas se baseia na ética. Sem ela, não é possível a convivência. E, sem convivência, sem vida em comum, não há possibilidade de existência de qualquer sociedade humana, muito menos de uma sociedade saudável. Um grande equívoco seria associar qualidade de vida somente com riqueza material. A qualidade de vida está diretamente vinculada à qualidade da água que se bebe, do ar que se respira, dos alimentos que se consome e da saúde que se obtém por meio desse conjunto. Sem isso, de nada adiantará toda a riqueza (1999, p. 184).

 

             Sabe-se, portanto, que a educação ambiental é uma das formas que mais estimula a expectativa e a esperança daqueles que desejam construir um mundo mais solidário com as necessidades, possibilidades e desejos de cada sociedade. O desenvolvimento de uma postura ética, a capacidade de fazer escolhas conscientes, enfim, inclui toda a base de formação que se pode desejar aprender as crianças, jovens e adultos. Comecemos com nossos alunos, na sala de aula, dando possibilidades a essa esperança na qual almejamos. Para isso, esse artigo visa refletir os saberes percebidos pelos os alunos com relação à problemática ambiental para que possamos encontrar sugestões reais e contribuir para que a vivência seja mais harmônica no nosso ecossistema planetário.

  METODOLOGIA

            O presente artigo foi desenvolvido a partir do envolvimento e ações educativas junto aos alunos do ensino médio da Escola de Ensino Fundamental e Médio José Bezerra de Menezes, localizada em Juazeiro do Norte no Bairro São Miguel através de métodos de observação, participação dos alunos ativamente, palestras, seminários, trabalhos manuais com intuito de reutilização de materiais recicláveis, tratando, também, sobre os problemas ambientais relativos à poluição do ar, água e saneamento básico, além da necessidade de aquisição de conhecimento sobre as questões ambientais na comunidade.

A proposta desse trabalho permitiu que as pessoas tomassem consciência da importância da preservação do ambiente. Um dos métodos ativos, aplicado aos alunos, foi o de estudo de textos, executado no decorrer do semestre letivo, em sistema de grupos, onde os alunos trabalhavam com os textos fazendo leitura, apresentação e exposição na feira de ciências da referida escola.

O estudo foi do tipo qualitativo, quantitativo e dialético, sendo também realizado pesquisas dos referenciais bibliográficos com o objetivo de encontrar conceitos e opiniões de alguns autores como: André Trigueiro (2005), Guillermo Foladori (2005), Rastoin-Faugeron (2006), Oliveira (1990).

Análises foram utilizadas em revistas como a “Nova Escola” em várias edições da Editora Abril que relatava temas pertinentes ao meio ambiente.  Para obter as informações que foram à base da pesquisa, foi realizada uma análise dos dados dos questionários aplicados aos alunos. As pesquisas qualitativas foram realizadas de maneira semiestruturadas, flexível e com o intuito de estimular os entrevistados a pensar e dialogar livremente, evitando-se a cultura do medo e do silêncio e sem constranger o entrevistado sobre algum tema, objeto ou conceito.

Para Freitas e Janissek (2000, p. 22), "a pesquisa quantitativa pressupõe grande quantidade de dados a serem confirmações das hipóteses". Já, para Minayo (1996, p. 67), "deve-se tentar desvendar o conteúdo sem excluir as informações estatísticas, voltando-se para ideologias, tendências e outras determinações dos fenômenos analisados”.

O método escolhido para a coleta dos dados foi através da elaboração de um questionário elaborado anteriormente e aplicado através de entrevistas formais baseados nas perguntas elencadas e na livre conversa informal para que se pudesse fazer um parâmetro, comparando as respostas dos alunos após o trabalho proposto no projeto preservando o meio ambiente, durante o semestre em que o mesmo foi desenvolvido com os alunos da Escola de Ensino Fundamental e Médio José Bezerra de Menezes, oferecendo aos estudantes a oportunidade de expressão com suas próprias palavras sobre a problemática ambiental.

ANÁLISE ESTÁTISTICA DOS DADOS PESQUISADOS SOBRE A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS

A análise foi apresentada em forma de gráficos explanando alguns resultados com base no questionário preenchido pelos alunos buscando entender a representação e a influência das questões ambientais no cotidiano escolar e na comunidade na qual o aluno e a escola estão envolvidos.

 

Gráfico 1: Idade dos alunos entrevistados.

FONTE: Tiago Cartaxo (Pesquisa empírica realizada em 12/06/2012)

                Este gráfico demonstra que dos alunos entrevistados e pesquisados do gênero feminino 60% apresentavam idade entre 15 e 17 anos, 35% aproximadamente com idade entre 16 a 18 anos e 65% entre 18 e 20 anos. Do gênero masculino 40% apresentavam idade entre 15 a 17 anos, 65% idade entre 16 a 18 anos e 35% entre 18 e 20 anos. Portanto, este gráfico mostra que a maioria dos entrevistados é do gênero feminino e de jovens entre 15 e 20 anos e que apresentam uma relativa preocupação com as questões ambientais.

 

 

 

G2: Percentual de alunos no ensino médio

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                O gráfico acima mostra o percentual de alunos inserido na instituição de ensino onde se verificou que 12% são alunos concludentes do ensino médio estando esses no 3º ano em curso. O gráfico mostra também que 27%dos alunos que fazem parte da instituição de ensino estão no 2º ano do ensino médio e que 42% dos discentes estão no início do ensino médio, estando eles no 1° ano em curso perfazendo um total de 81 % de alunos inseridos no ensino médio regular, enquanto 12% dos discentes da referida instituição de ensino fazem parte do ensino fundamental.

G3: Problemas ambientais nas localidades dos alunos entrevistados.

O gráfico anterior mostra que dentre os participantes do referido projeto, 58% relatam que nas localidades onde moram, o problema ambiental que está em maior evidência é a produção e liberação do lixo no ambiente por parte da comunidade que reside nos locais onde os discentes estão inseridos. Já 13% dos entrevistados, relatam que o recurso onde se faz com mais prejuízo em relação à poluição ambiental é a água potável que a comunidade consome por conta da falta de informação por parte de especialistas para os cuidados e preservação da água que é consumida pela população local. Entretanto, 12% dos alunos participantes descrevem que o principal fator que ocasiona problemas ambientais nas localidades onde moram é a questão da poluição do ar pela emissão de gases poluentes oriundos de indústrias instaladas nesses locais. O gráfico mostra também que 10% dos problemas ambientais que os discentes têm mais contato é a questão das queimadas de vegetação para o plantio e a criação de animais comerciais, visto que os mesmo são de zona rural e sentem os danos caudados por esses tipos de atitudes. Ainda houve relato de 3% dos entrevistados onde citaram que a poluição sonora é um fator que interage na questão da problemática ambiental em comunidades que moram em zona urbana.

G4: Responsáveis pelos prejuízos ambientais.

Em relação à questão em discussão sobre as problemáticas, percebe-se que os alunos relatam com certa firmeza os principais agentes causadores dos prejuízos ambientais onde o gráfico acima demonstra em percentual o resultado obtido que 50% dos entrevistados relatam que a causa maior para os prejuízos causados com o meio ambiente é a questão do consumo de combustíveis fósseis em demasia ocasionando principalmente o aumento de temperatura ambiental e poluição maciça dos ares, tendo também que 27% dos entrevistados falam que as problemáticas são fatores oriundos pelo uso abusivo das florestas para atividades afins. Cerca de 23% dos alunos  complementam que os prejuízos ambientais esta relacionado a questão da poluição das águas por esgotos urbanos e industriais,fazendo com que o consumo da água que recebe esses compostos se torne inviável para a população humana bem como para os demais seres vivos que necessitam deste recurso natural.  

G5: Possibilidades de mudança de hábitos

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                      Percebe-se ao visualizar o gráfico acima que na concepção dos discentes entrevistados, 62% das mudanças de hábitos para a melhoria dos danos caudados ao meio ambiente é o processo de reutilização de materiais através da reciclagem, entre os demais, 24% dos alunos afirmam que a diminuição do consumo exagerado de água potável é uma alternativa de melhoria ambiental, porém, 8% dos entrevistados afirmam que as pessoas têm que começar a ter responsabilidade com o meio onde elas estão inseridas e que isso se faz com conscientização através de informações dinâmicas para a população e 6% afirmam que o caminho é a reeducação das pessoas por parte de órgãos competentes para a mudança de hábito e melhoria para o ambiente. 

RESULTADOS OBTIDOS

Após a coleta dos dados, podemos identificar que a maioria dos alunos mora em zona rural e que possuem um senso crítico em relação ao projeto desenvolvido. Os gráficos relatam que em relação aos responsáveis pelos prejuízos ambientais ainda é a utilização demasiada de combustíveis fósseis vindo em segundo o desmatamento e o critério das possibilidades de mudança de hábito, a reciclagem de materiais ainda é um meio de sustentabilidade relatado pelos alunos.

A escola como ponte de e formação do cidadão, deve ser o canal para a distribuição de informações úteis à preservação e conservação do meio ambiente, além de servir como base para fins educativos e ecológicos. A escola é, talvez, o local mais apropriado para este tipo de educação, pois ela pode encorajar ações, através de planos, projetos e programas de Educação Ambiental, além de facilitar a comunicação e a troca de experiências entre os discentes e os docentes.

             A escola tem condições de estimular o hábito de participação e a adoção de comportamentos sustentáveis no quotidiano, ao nível pessoal, familiar e comunitário, fornecendo fundamentalmente uma metodologia, formação, enquadramento e apoio nas atividades que se desenvolvem.

            Os projetos de meio ambiente, na escola, sempre terão por finalidade auxiliar na formação e qualificação dos alunos e professores, com base nos princípios e na metodologia que envolve a comunidade. Este auxílio na qualificação visa também, promover um maior conhecimento sobre novos processos de preservação e conservação, adequação às formas de regulamentação, bem como criar condições que facilitem a difusão da informação científica.

Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua consequência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente como um todo.

            É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, voltada para o desenvolvimento da sustentabilidade, visando à construção de um ambiente saudável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Com este estudo, procurou-se demonstrar à importância de se trabalhar com os alunos a preservação e defesa do meio ambiente e identificar os principais problemas ambientais relativos a vários fatores que estão ocasionando a destruição ambiental.

Ao longo das últimas décadas, as pressões sobre o ambiente global tornaram-se auto evidentes, fazendo erguer uma voz comum pelo desenvolvimento sustentável. Essa estratégia requer um novo enquadramento mental e novo conjunto de valores. A educação é essencial à promoção de tais valores e para aumentar a capacidade das pessoas de enfrentar as questões ambientais e de desenvolvimento. A educação em todos os níveis deve ser orientada para o desenvolvimento sustentável e para forjar atitudes, padrões de capacidade e comportamentos ambientalmente conscientes, tal como um sentido de responsabilidade ética.

            Este trabalho de investigação mostrou a importância de se saber o que o aluno pensa/sabe sobre o assunto planejado para trabalhar em aula, para que, partindo disso, fosse possível se desenvolver a proposta didática que acrescentasse algo aos conhecimentos prévios dos alunos. Espera-se que, após o desenvolvimento deste trabalho, os alunos tomem consciência e mudem suas atitudes em relação à preservação do meio ambiente.

A Educação Ambiental é hoje o instrumento mais eficaz para se conseguir criar e aplicar formas sustentáveis de interação sociedade-natureza. Este é o caminho para que cada indivíduo mude de hábitos e assuma novas atitudes que levem à diminuição da degradação ambiental, promovam a melhoria da qualidade de vida e reduzam a pressão sobre os recursos ambientais. Nesse sentido, a defesa da ecologia é fundamentalmente uma defesa da qualidade de vida.

 Espera-se, que esta pesquisa, tenha contribuído de uma forma ou de outra para alunos, e comunidade em geral a ter uma educação ambiental que tem maior sentido se proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir conhecimentos, valores, habilidades, interesse ativo e atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente, induzindo novas formas de conduta a respeito do meio ambiente, nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto.

Considerou-se ter sido trabalho sucedido, visto do salto qualitativo para formação dos alunos, pois o que se estuda na mídia não reflete a realidade. Estes educando, de uma maneira mais extensiva, passarão a ser transmissores, multiplicadores do conhecimento, na família e na comunidade, enfim, no ambiente em que vivem.

Estudando na escola, os alunos estarão recebendo os conteúdos de uma maneira ampla, baseados em promover a sensibilização do educando e do educador, visando à compreensão dos componentes e dos mecanismos que regem o sistema natural; com conhecimentos científicos e tecnológicos, bem como as qualidades morais necessárias, que permitam o desempenho de um papel efetivo na preparação e manejo de processos de desenvolvimento, que sejam compatíveis com a preservação dos processos do meio ambiente; e capacitando para avaliar e agir efetivamente no sistema, atuando na construção de uma nova realidade desejada.

 

 

REFERÊNCIAS

 

  • A Carta da Terra. Última versão em português. Um programa da UNESCO. Maio 2000. Disponível em Acesso em: 13 out. 2005.

 

  • CARVALHO, L. M. de. A Educação Ambiental e a formação de professores. In: MEC; SEF, Panorama da educação ambiental no ensino fundamental / Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: 2001. 149 p.: il.

 

  • FREITAS, Henrique e JANISSEK, Raquel. Análise Léxica e Análise de Conteúdo. São Paulo: Sagra 2000

 

 

 

 

Ilustrações: Silvana Santos