Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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O que fazer para melhorar o meio ambiente
31/05/2013 (Nº 44) CONHECENDO NOSSA FAUNA LOCAL: POSSIBILIDADES PARA NOVAS CLASSIFICAÇÕES ZOOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL

O QUE FAZER PARA MELHORAR O MEIO AMBIENTE

Leonardo Francisco Stahnke – Biólogo

leosinos@gmail.com

 

 

 

CONHECENDO NOSSA FAUNA LOCAL: POSSIBILIDADES PARA NOVAS CLASSIFICAÇÕES ZOOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Leonardo Francisco Stahnke – Biólogo

 


Sabemos que a cada dia pesquisadores descobrem novas espécies no planeta. Todas essas espécies recebem nomes científicos específicos, composto de duas palavras em latim que seguem normas internacionais de nomenclatura científica: o gênero e seu epíteto específico (espécie). Essa classificação é fundamental para que cada espécie descoberta não seja confundida com outra já identificada, ou conhecida popularmente em outra região com outro nome. Mas é claro que chamar qualquer espécie por seu nome científico não é tarefa fácil, cabendo esta a alguns biólogos ou especialistas que estudam certos grupos de plantas, fungos ou animais no decorrer de alguns anos.

Bem, se estes profissionais atentam a estes detalhes biológicos e ecológicos das mais distintas espécies, a responsabilidade dos educadores ambientais é transformar essa linguagem técnico-científica em informação compreensível aos mais distintos leigos que, apesar de conviverem quase que diariamente com muitas destas espécies, não conseguem identifica-las e, que dirá, percebê-las em seu cotidiano. Desde o Encontro Internacional de Tbilise (1977), o enfoque educativo interdisciplinar; a resolução de problemas concretos; a integração com a comunidade; e a orientação permanente para o futuro são características fundamentais que a Educação Ambiental deve ter. Para isso, a percepção e sensibilização de todos os educadores deve ser facilitadora para o conhecimento de nossa biodiversidade, sobretudo no Brasil – tido como um dos países com maior riqueza de espécies no mundo devido aos diferentes biomas e ecossistemas que o compõe.

Para facilitar este reconhecimento de nossa fauna local a todas as idades, alguns conceitos básicos devem ser compreendidos:

§  Espécies Domésticas: são aqueles domesticados pelo ser humano desde a pré-história, para suprir suas necessidades, sendo selecionadas artificialmente, chegando, em muitos casos, ao desenvolvimento de dezenas de raças, como os cães e gatos. Outros exemplos de animais domésticos são o cavalo, vaca, porco, cabra, coelho, ovelha e várias aves como a galinha.

§  Espécies Selvagens: são aquelas espécies que não foram selecionadas artificialmente pelo ser humano, mantendo instintos e características que lhes permite sobreviver independentemente dos cuidados humanos. São exemplos de animais selvagens, os leões, cangurus, sapos, etc.

§  Espécies Terrestres: são espécies munidas de características morfológicas e fisiológicas para sobrevivência na terra, como a presença de pulmões e patas. São exemplos algumas espécies de anfíbios e répteis, mamíferos e aves (que apesar de voarem necessitam de locais de pouso e descanso terrestre). Como subclassificação das espécies terrestres, podemos separar os animais conforme diferentes ecossistemas, como aqueles que habitam florestas, campos ou áreas úmidas (banhados, pântanos, etc).

§  Espécies Aquáticas: aquelas espécies que possuem estruturas morfológicas e fisiológicas para viver na água, podendo esta ser salgada (presente em mares e oceanos), doce (rios, lagos, lagoas) ou salobra (mangues, lagunas). Nadadeiras e brânquias são algumas características comuns a este grupo, embora não sejam obrigatórias, havendo espécies aquáticas sem estas características, como baleias, lontras, tartarugas, etc.

§  Espécies Herbívoras: ditas aquelas espécies que se alimentam de plantas, como ovelhas, antas e abelhas, por exemplo.

§  Espécies Carnívoras: espécies que se alimentam de outros animais como, por exemplo, onças, sapos e libélulas.

§  Espécies Onívoras: espécies que se apresentam plantas e animais em sua dieta alimentar, como o ser humano, por exemplo.

§  Espécies Nativas: aquelas espécies cuja origem é proveniente da mesma região geográfica de onde se investiga. Seus limites de ocorrência podem ser um ecossistema, um bioma, um estado, país ou continente, assim, tem-se a seriema como espécie nativa de áreas campestres; o mico-leão-dourado como nativo do bioma Mata Atlântica; a lagartixa-da-praia, nativa do Rio Grande do Sul; os lêmures, nativos de Madagascar; e a girafa como espécie nativa da África.

§  Espécies Exóticas: aquelas espécies que não ocorriam naturalmente em sua região, sendo trazidas de outro lugar para a região foco da investigação, como os javalis e búfalos, trazidos do continente africano para o Brasil.

§  Espécies Abundantes: aquelas espécies com fácil reprodução e baixa pressão de predação ou morte, como pombos e ratos (já adaptados ao ecossistema urbano),

§  Espécies Ameaçadas de Extinção: aquelas cujo número de indivíduos encontra-se reduzido, com limitações à sua reprodução, seja por influência humana direta ou indireta. Um exemplo internacional de espécie ameaçada de extinção é o panda.

§  Espécies Migratórias: aquelas espécies que deslocam-se para outras regiões em um período do ano ou da vida, geralmente em busca de alimento, parceiros para a reprodução ou melhores condições climáticas, como baleias, peixes e algumas espécies de aves, por exemplo.

§  Espécies Endêmicas: aquelas de ocorrência restrita a um único lugar específico, cujas barreiras geográficas ou evolutivas fizeram com que só pudesse existir ali. Um bom exemplo a ser citado é o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus admirabilis), espécie endêmica da cidade de Arvorezinha/RS, cuja existência está sob ameaça da construção de uma barragem para fins hidrelétricos.

Com base nesses conceitos, faça você também uma apreciação da fauna que vive ao seu redor, busque descobrir suas incríveis adaptações e sua função no equilíbrio da vida. Sinta seus odores, observe suas cores, ouça seus cânticos e, sem importuná-los, sinta suas vibrações. Instigue outras pessoas a esta observação e traga a temática à sua roda de conversa. Fotografe cada espécie, monte uma exposição e conte o que descobriu... Faça jogos, organize álbuns de figurinhas e imitações... Mais do que nomes e uma classificação, você compreenderá porque fomos presenteados com esta importante e diversa vida que nos cerca no planeta.

 

 

 

IMAGENS

 

 

 

Rosto Biodiversificado

 

O ser humano (Homo sapiens sapiens) é só mais uma espécie animal do planeta e, portanto, deve aprender a (con)viver com a delicada teia da vida que mantém todas as espécies.

Fonte da Imagem: http://www.downloadswallpapers.com

Ilustrações: Silvana Santos