Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Para Sensibilizar
10/09/2018 (Nº 43) ODE A UMA ÁRVORE CENTENÁRIA QUE FOI TOMBADA.
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ODE A UMA ÁRVORE CENTENÁRIA QUE FOI TOMBADA.

 

Adeus, velha senhora!

Tombaste silenciosa, sem um gemido.

Digna como só pode alguém com mais de cem anos.

Ninguém ouviu o teu lamento.

Ninguém ouviu o teu protesto.

 

Cem anos olhaste para o céu.

Cem anos foste regada pelas chuvas,

balançada pelos ventos,

alimento e abrigo para pássaros e outros animais.

 

Cem anos deste sombra, folhas, galhos.

Húmus para adubar a terra deste.

Cem anos... silenciosa, pacífica, amiga.

 

Mais de cem anos para ficares do tamanho que estavas.

Por mais de cem anos todas as criaturas te respeitaram.

Os elementos: terra, água, ar, fogo, todos não te destruíram.

 

Que vermes malditos são esses

que em poucos minutos atoram árvores ao meio?

Que máquinas diabólicas

que em poucos minutos destroem vidas centenárias?

 

Ninguém ouviu o teu grito de desespero,

quando te machucaram.

Viram a seiva, o teu sangue, mas não entenderam.

Também não entenderam o teu murmúrio:

“Pai, perdoa, pois não sabem o que fazem”.

 

Adeus, velha senhora, adeus... e perdão!

 

Liti Belinha Rheinheimer

 

 

 

Fonte da imagem: http://www.codigoflorestal.com/2012/04/enquanto-o-greenpeace-esbanja-arvore.html

Fonte do poema: http://www.alvales.blogspot.com.br/2013/03/adeus-velha-senhora.html

 

Ilustrações: Silvana Santos