Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 42) EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA PRÁTICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE NO ÂMBITO ESCOLAR
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Aristéia Mariane Kayser1, Marco Aurélio da Silva2

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA PRÁTICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE NO ÂMBITO ESCOLAR

 

 

 

 

Aristéia Mariane Kayser1, Marco Aurélio da Silva2, Dejalma Cremonese 3;

 

1 Graduada em Enfermagem – FISMA, Pós Graduação em Educação Ambiental e Gestão Organizacional da Saúde Pública – UFSM;

2 Graduado em Filosofia – UNIFRA, Pós Graduado em Educação Ambiental - UFSM, Pós Graduação em Mídias na Educação – UFPEL, Mestrando em Ciências Sociais – UFSM;

3Doutor em Ciências Política - UFRGS e Professor do PPGCSOCIAIS-UFSM:

 

E-mail: amarianekayser@yahoo.com.br,marcoaurelio22000@yahoo.com.br, dcremoisp@yahoo.com.br

 

 

 

RESUMO

A educação ambiental surge como uma reflexão critica da realidade do sistema educacional. Pois, a (EA) propõe um sistema de educação construtivista interdisciplinar, humanizado, consolidando a participação dos diversos atores da sociedade por meio de um sistema de cooperação. Contribuindo para uma relação mais harmoniosa e equilibrada entre homem e a natureza. Assim, os profissionais da área da saúde devem agir como educadores co-responsáveis na construção da dignidade do sujeito. Neste sentido  a conduta do Enfermeiro deve ser repensada a partir das diretrizes da bioética e da educação em saúde, Logo, a humanização no ambiente escolar surge como tema problematizador das práticas educacionais, principalmente pela criação de espaços abertos à discussão e ampliação dos saberes, e a participação da família nas decisões organizacional. Onde a participação dos diversos atores da sociedade faz-se fundamental principalmente a participação da escola e dos educadores em desenvolverem uma pedagogia mais humanizada desencadeando experiências e vivências com intuito de fomentar uma consciência do respeito ao próximo e consequentemente de um trabalho mais humanizado.

 

Palavras – chave: Educação Ambiental, Educação em Saúde, Profissional Enfermeiro

 

 

ABSTRACT

 

 

 

 

 

Environmental education emerges as a critical reflection of the reality of the education system. For the (EA) proposes a constructivist interdisciplinary education system, humanized, consolidating the participation of different actors of society through a system of cooperation. Contributing to a more harmonious and balanced between man and nature. Thus, health care professionals should act as co-educators responsible for the construction of the dignity of the subject. In this regard the conduct of the nurse should be rethought from the guidelines of bioethics and health education, Logo, humanizing the school environment emerges as theme problematizing of educational practices, mainly by creating open spaces for discussion and expansion of knowledge, and family participation in organizational decisions. Where the participation of different actors of society becomes especially important the participation of schools and educators in developing a more humane pedagogy triggering experiments and experiences with a view to promoting an awareness of respect for others and consequently of a more humanized

 

 

 

Key - words: Environmental Education, Health Education, Vocational Nurse

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

  “[...] é preciso intervir em processos de capacitação que permitam ao professor embasar seu trabalho com conceitos sólidos, para que as ações não fiquem isoladas e/ou distantes dos princípios da Educação Ambiental [...]” (Weid,1977, p. 84).

 

 

      No presente artigo busca-se, refletir a contribuição da educação ambiental na formação do sujeito, mas principalmente na formação do profissional enfermeiro. Porém, a inclusão da Educação Ambiental nas práticas pedagógicas dos centros acadêmicos e consequentemente nos currículos escolares, é uma realidade ainda difícil de ser percebida. Pelo fato, de não existir propriamente uma identificação de conteúdos apropriados ou até mesmo, por muitos educadores acreditarem que a educação ambiental não é uma temática transversal, multidisciplinar e interdisciplinar. Outra questão é a própria anatematização do sistema de educação brasileiro. No entanto, a educação ambiental surge como uma reflexão critica da realidade do sistema educacional.

 

 

 “[...] a escola pública é o espaço ainda não contaminado pela sociedade de consumo capaz de educar ambientalmente, quando os adultos que a ocupam centralizam seus interesses na melhor educação que podem dar às crianças, com os recursos que podem oferecer a elas. O segredo é usar muito bem o que se pode obter.” (VASCONCELLOS, 2002 (B), p.46).  

 

 

        Pois, a (EA) propõe um sistema de educação construtivista interdisciplinar, humanizado, consolidando a participação dos diversos atores da sociedade por meio de um sistema de cooperação. Contribuindo para uma relação mais harmoniosa e equilibrada entre homem e a natureza. Sabe-se, que todo processo de mudança requer uma nova forma de ação-reflexão-ação. Neste sentido o surgimento da Educação Ambiental vê de encontro aos anseios de sociedade. Esta sociedade que se encontra fragmentação e que por sua vez perdeu sua identidade.

         No entanto, por meio de uma nova consciência ambiental, a qual desde o início deverá despertar em nossas crianças e jovens interesses em desenvolver uma comunidade sustentavelmente saudável. Onde a participação dos diversos atores da sociedade faz-se fundamental principalmente a participação da escola e dos educadores em desenvolverem uma pedagogia mais humanizada desencadeando experiências e vivências com intuito de fomentar uma consciência do respeito ao próximo e consequentemente de um trabalho mais humanizado (FREIRE, 1979).

       Houve uma preocupação do governo federal em reformar os Parâmetros Curriculares Nacionais para que as novas diretrizes estivessem de acordo com as exigências das novas normas mundiais. Algumas das ações adotadas foram os aperfeiçoamentos dos professores, melhoria de laboratórios, revisão de livros didáticos tudo para uma melhor qualidade de ensino. Pois na sociedade capitalista do século XXI a questão da Educação Ambiental é um paradigma emergente, pois vem discutir as questões complexas do Meio Ambiente e conseqüentemente a contribuição dos formadores na formação do sujeito.

       No entanto, o sistema  Educacional tem como ponto de partida uma reflexão critica da contribuição do sujeito para com o seu  Meio Ambiente. Porém, hoje outro protagonista que poderá favorecer nesta formação é o profissional enfermeiro. Sabemos que a Educação Ambiental tem como ponto de partida uma reflexão critica da contribuição do sujeito para com o Meio Ambiente. Ainda podemos refletir sobre a “Política Nacional de Humanização” através do dispositivo da transversalidade ocupa espaço estratégico com a Bioética, referente a mudanças na formação do profissional enfermeiro. Buscamos no presente artigo,  uma discussão articulada entre os diversos atores sociais relacionando as tema bioética, profissional de enfermagem e o processo de humanização.

       Dentro desta perspectiva nos apoiamos nas diretrizes da Lei 9.795, de 27.04.1999, que dispõe sobre a educação ambiental institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências, apresenta-a como um componente fundamental da educação.

 

Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. §1º. A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino. §2º. Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina específica. §3º. Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas. Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. (LEI 9.795, de 27.04.1999)

 

 

     Entendemos ser fundamental um currículo escolar interdisciplinar seguindo as diretrizes da Lei 9.795, de 27.04.1999,

      Uma vez que a Humanização das práticas assistenciais visa à autonomia e o protagonismo do sujeito, visando assim às mudanças no perfil dos profissionais formados transcendendo a noção de que a formação humanizante e humanizadora contrasta com a formação técnico-científica. Deparamos com uma pluralidade de informação científica a qual não se preocupa com a integridade do indivíduo, ou oportunidade formativa crítica e autônoma fundada na interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade.

 

Ambas – transversalidade e interdisciplinaridade – se fundamentam na crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado. Ambas apontam a complexidade do real e a necessidade de se considerar a teia de relações entre os seus diferentes e contraditórios aspectos. Mas diferem uma da outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto a transversalidade diz respeito principalmente à dimensão da didática. (NACIONAIS MEC/SEF, 1998, P. 29)

 

               Aqui surgem algumas reflexões, referente à ética cuidadora, à dignidade do ser humano, o direito de escolha no leito de morte, e por fim o papel dos valores aceitos por estes indivíduos na situação de maior vulnerabilidade que inspire cuidados. Para alcançar os objetivos propostos neste trabalho, está sendo realizada uma retrospectiva da história, uma vez que se percebe que as ciências biológicas e suas tecnologias nem sempre partem dos princípios éticos e morais, sobretudo em países subdesenvolvidos. 

            Pois, o presente trabalho propõe reflexões sobre a formação ética, social e profissional do sujeito. Esta formação que é transmitida por meio do Educador/Orientador e também o Enfermeiro ambiental na perspectiva sócio-ambiental, em uma visão interdisciplinar e multidisciplinar. Conforme salientam Pelicioni e Philippi Jr. (2005, p, 96), “não existe Educação Ambiental se ela não se efetivar na prática, na vida, a partir das necessidades sentidas”.

 

O meio ambiente é apresentado nos PCN como um Tema Transversal. O documento apresenta como definição para tema transversal uma problemática social que não chega a constituir uma nova área, mas um tema que aparece permeando a concepção, os objetivos, os conteúdos e as orientações didáticas de cada área, no decorrer de toda a escolaridade obrigatória. (BRASIL, 1997, p.48).

 

 

      Esta pesquisa esta fomentada a partir da necessidade de desenvolver um trabalho reflexivo e que contribua na formação dos Educadores sejam estes de Rede Pública, Privada, e os que atuam diretamente com a Educação Ambiental.

           Entende a educação ambiental como um processo que forma sujeitos conscientes da sua participação efetiva no ecossistema. Sabemos que, a sociedade esta sedenta de novos caminhos de um novo olhar reflexivo, de um saber cuidar segundo Leonardo Boff, porém nos propomos a refletir a cerca do problema assim desencadeando ações e reflexões acerca da promoção e prevenção do problema.

 

A transversalidade da questão ambiental é justificada pelo fato de que seus conteúdos, de caráter tanto conceituais (conceitos, fatos e princípios), como procedimentais (relacionados com os processos de produção e de ressignificação dos conhecimentos), e também atitudinais (valores, normas e atitudes), formam campos com determinadas características em comum: não estão configurados como áreas ou disciplinas; podem ser abordados a partir de uma multiplicidade de áreas; estão ligados ao conhecimento adquirido por meio da experiência, com repercussão direta na vida cotidiana; envolvem fundamentalmente procedimentos e atitudes, cuja assimilação deve ser observada a longo prazo. (OLIVEIRA 2007, P.108)

 

 

         Percebe, a necessidade de identificar e estudar os problemas surgidos pelas ações dos homens e assim propor uma ação-reflexão-ação, ou seja, uma conscientização a cerca dos problemas. Buscando investigar os problemas que norteiam a Educação Ambiental dando formas efetivas para a humanização do Ser Humano. Para que o mesmo possa refletir sobre a sua contribuição para a (EA). Sabemos que se trata de uma temática polêmica que por sua vez possui relações diretas com a formação dos indivíduos. Porém, hoje observamos adolescentes com poucas instruções a nível da formação da sexualidade.

 

 

[...] qualidade de vida depende da qualidade do ambiente e está associada a formas inéditas de identidade, de cooperação, de solidariedade, de participação [...]. Ela se estabelece através de um processo de reapropriação das condições de vida da população em relação com suas necessidades e seus valores subjetivos. (LEFF, 2009, p. 324).

 

          Neste âmbito é que surge o profissional enfermeiro dentro do âmbito escolar com a finalidade de orientar nestas questões, como também em questões básicas de higiene, e interatividade entre os mesmos. Para SOROMENHO -MARQUES, (1998, p. 129), é fundamental que as práticas interdisciplinares sejam claras e objetivas visando o desenvolvimento de uma reflexão critica, trabalhando os valores dos educandos por meio de atitude(s) ética - ambiental.

Neste sentido a Bioética tem um papel fundamental que é questionar a biomedicina referente a trabalhos como questões candentes referentes ao aborto, eutanásia, transplantes de órgãos, reprodução assistida, no leito de morte, etc. Este estudo não visa criticar os méritos dos cientistas, pois temos consciência de suas contribuições para a bioética uma vez que suas descobertas difundiram o conceito de ciência e inclusive agregaram muitos ganhos à humanidade, não só na longevidade reconhecível, mas na sua qualidade de vida.  

       Temos neste sentido a figura do enfermeiro como àquele profissional que é apto para cuidas de pessoas doentes. Mas esquecemos que o enfermeiro é portador de um saber único que é o “saber cuidar do outro”, dentro da perspectiva de Leonardo Boff.

           Assim os profissionais da saúde devem agir como educadores co-responsáveis na construção da dignidade do sujeito, neste sentido  a conduta do Enfermeiro deve ser repensada a partir da bioética, também e não apenas dentro da perspectiva tradicional da Biomedicina. Humanizar significa contribuir na formação da personalidade do sujeito conscientizando-o na necessidade de uma nova sociedade, de um novo profissional da saúde, não no sentido de um novo ser, mas na direção de um novo modo de ser. Neste sentido temos no Brasil a Política Nacional de Humanização “PNH”, que visa implementar no Sistema Único de Saúde (SUS), práticas humanizadoras para com os enfermos. Hoje este tema é bem debatido dentro do SUS, pois visa o aperfeiçoamento do sistema de gestão compartilhada. Portanto fica evidente a necessidade de uma Escola Pública de Humanização.

 

 

(...) a concepção metodológica da educação ambiental contempla a educação para a cidadania, e destaca que o processo pedagógico deva ir além de um aprendizado formal de ler, escrever e calcular, incorporando outras dimensões para o despertar do potencial de cada individuo e da formação de valores e atitudes de co-responsabilidade, solidariedade, ética, negociação e gestão de conflitos e exercício da cidadania.  Nesse enfoque a autora defende que o educador deve assumir um papel importante incentivando a percepção, a criatividade, a análise critica das causas e conseqüências ambientais e as sugestões de soluções. (SABIÁ, 1998, p.36).

 

 

            Buscando-se, identificar ações e fatores que contribuam para conscientização critica do sujeito dentro das perspectivas da (EA) refletindo sobre a relação entre Ciência e Tecnologia e Sociedade. Para que o sujeito possa desenvolver uma reflexão critica da sua contribuição para com o ecossistema faz se necessário que analisemos as grades curriculares das nossas escolas e dos nossos Centros Acadêmicos. Segundo Riojas (2003, p.222) “o debate sobre o apreender a apreender a complexidade ambiental no espaço universitário sucede em analisar o paradigma subjacente à forma em que se propõem os temas de pesquisa e aos programas de docência e de serviço que são oferecidos”. Ainda será realizada uma revisão bibliográfica dentro do sistema educacional referente a conteúdos relacionados ao Meio Ambiente e a capacitação dos Educadores sejam eles Ambientais ou não.     

         Como já mencionamos a intenção é identificar a adesão dos educadores verso ao Meio Ambiente. Segundo levantamento feito junto à 8ª CREA de Educação do RS localizada na cidade de Santa Maria-RS, foi detectado que em Santa Maria existe apenas em uma única escola estadual que a sua disposição um profissional enfermeiro. No entanto, este profissional exerce função assistencial. Por mais que, exista uma preocupação por parte da Secretaria da Educação do Estado do RS em disponibilizar para as escolas profissionais enfermeiros (Educadores) para ajudar na orientação dos educandos esta realidade ainda não foi contemplada.

De acordo com Flick (2009, p.1) “Um dos desempenhos mais respeitáveis da escola é sua força de influência e transformação em relação a conceitos da comunidade em que está inserida”.

 

Nesse contexto e, na temática ambiental, a escola oferece um impacto expressivo na sociedade, através da sua mais fiel tradução: o trabalho dos profissionais em educação, em função da abertura de caminhos de difusão com os alunos, que permitam reflexões sobre o papel destes, como cidadãos em relação ao meio ambiente. Este é o mister do professor : a responsabilidade de acordar o aluno para o bom senso de descobrir dentro de si a autoconfiança e potencialidade para o exercício de sua cidadania, desencadeando posturas e atuações mediante as dificuldades sócio ambientais. (FLICK, 2009, p.1)

 

 

          O nosso objetivo não é implantar uma disciplina a qual seja conduzida por um Profissional Enfermeiro. Estamos refletindo a necessidade real dos nossos educandos, frente a uma formação da sua personalidade a qual necessita de cuidados (GUTIÉRREZ E PRADO, 1999).

           Logo, a humanização no ambiente escolar surge como tema problematizador das práticas educacionais, principalmente pela criação de espaços abertos à discussão e ampliação dos saberes, e a participação da família nas decisões organizacional. Sendo que este espaço de discussão troca de experiências e vivências, ou seja, socialização de saberes de certa forma parece-nos estar  fragilizado devido responsáveis não estarem devidamente preparados para enfrentar este conceito educacional onde família, a escola e a sociedade tem a responsabilidade de desenvolver um trabalho interdisciplinar voltada à construção destes sujeitos aptos na tomada de decisões, sejam estas de liderança empreendedora ou pro ativa.

 

[...] deve-se considerar que, como a realidade funciona de um modo sistêmico em que todos os fatores interagem, o ambiente humano deve ser compreendido com todos os seus inúmeros problemas. Tratar a questão ambiental, portanto, abrange toda a complexidade da ação humana: se quanto às disciplinas do conhecimento ela é um tema transversal, interdisciplinar, nos setores de atuação da esfera pública ela só se consolida numa atuação do sistema como um todo, sendo afetada e afetando todos os setores: educação, saúde, saneamento, transportes, obras, alimentação, agricultura,etc. (PCN's, 1998, p.23)

 

       No entanto, através de práticas concretas de esclarecimento dos problemas e a capacitação das pessoas, interagimos e enriquecemos, pois no dizer (FREIRE, 1987, p. 78) “ninguém ensina ninguém, mas juntos aprendemos”.

 

CONCLUSÃO

 

             Assim pretende-se um novo método de refletir a conduta dos profissionais de saúde, através da Política Nacional de Humanização “PNH”. O que se objetiva é provocar uma construção de um novo “SUS”, de forma transversal, onde profissionais de saúde, comunidade, gestores e a participação do cidadão-paciente tenha garantia efetiva de uma construção solidária. Na qual é permitido refletir questões da bioética e da humanização não como temas burocráticos ou normativos apenas, mas como condição de possibilidade de um mundo a começar por esse ambiente, mais justo, humano e solidário.

Desta forma, a escola estadual Coronel Pilar, visando mudar a forma como seus alunos se posicionam perante a responsabilidade educacional ao mesmo tempo consoante com as diretrizes educacionais. Visa educar seus educando para a cidadania! Neste ambiente escolar a humanização é inserida de forma que tanto o educador como educando e a comunidade escolar tem seu espaço, concretizando assim uma rede de diálogo capaz de transcender as ações pontuais e fragmentadas a partir da dignidade ética da palavra, do respeito, do reconhecimento mútuo e da solidariedade. Hoje existe uma necessidade real dos nossos adolescentes referente à  formação da sua personalidade, neste sentido é que podemos contar com a contribuição do enfermeiro educador. Pois o mesmo dispõe de algumas ferramentas que são únicas dentro do processo educativo e preventivo da formação do educando.

 

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SOROMENHO-MARQUES, Viriato.O Futuro Frágil; os desafios da crise global do ambiente. Mem Martins, Publicações Europa-América. 1998.

 

Ilustrações: Silvana Santos