Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 42) UTILIZAÇÃO DO SIG COMO FERRAMENTA NO CONTROLE AMBIENTAL DA LAGOA JOÃO ARANHA - PAULINIA – SP
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UTILIZAÇÃO DO SIG COMO FERRAMENTA NO CONTROLE AMBIENTAL DA LAGOA JOÃO ARANHA - PAULINIA – SP

 UTILIZAÇÃO DO SIG COMO FERRAMENTA NO CONTROLE AMBIENTAL DA LAGOA JOÃO ARANHA - PAULINIA – SP

 

A.,Silva dos Santos Carbone    

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo- Universidade Estadual de Campinas. Cidade Universitária Zeferino Vaz Av. Albert Einstein, 951 - Caixa Postal: 6021 - CEP: 13083-852 - Campinas - SP  cidasilsan@yahoo.com

D.,Cortijo Costa

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo- Universidade Estadual de Campinas. Cidade Universitária Zeferino Vaz Av. Albert Einstein, 951 - Caixa Postal: 6021 - CEP: 13083-852 - Campinas - SP dcortijo@fec.unicamp.br

M.T.,Françoso

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo- Universidade Estadual de Campinas. Cidade Universitária Zeferino Vaz Av. Albert Einstein, 951 - Caixa Postal: 6021 - CEP: 13083-852 - Campinas - SP mteresa@fec.unicamp.br

 

B.A.,Camargo

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo- Universidade Estadual de Campinas. Cidade Universitária Zeferino Vaz Av. Albert Einstein, 951 - Caixa Postal: 6021 - CEP: 13083-852 - Campinas - SP camargobene@bol.com.br

 

V. J.,Sousa

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo- Universidade Estadual de Campinas. Cidade Universitária Zeferino Vaz Av. Albert Einstein, 951 - Caixa Postal: 6021 - CEP: 13083-852 - Campinas - SP jsvalter2002@yahoo.com.br

 

Palavras-chaves: Mapa temático, degradação, preservação ambiental

 

Introdução

O sistema de informações georeferenciadas voltado para estudos ambientais constitui-se em um importante grupo de ferramentas que subsidiam diversas demandas do planejamento e gestão territorial. A capacidade de análise espacial de ambientes urbanos possibilita o melhor conhecimento do uso do solo e oferece uma maior capacidade de avaliar, planejar e gerenciar a dinâmica das cidades. Assim as geotecnologias, constituíram-se, ao longo dos anos, em uma ferramenta poderosíssima nas avaliações, planejamento e implantação de soluções para problemas ambientais. Trabalhos como o de Carvalho et al. (1996) têm mostrado que o uso do sistema de informações geográficas (SIG), tem permitido a confecção de mapas de uso do solo e a quantificação das transformações espaciais relacionadas as questões ambientais.

As áreas centrais das cidades médias paulistas estão sofrendo, em vários graus, as conseqüências do crescimento urbano, do modo de urbanização, da intensificação do uso do solo e dos modos de vida diferenciados dos vários segmentos sociais. Os centros urbanos têm grande dificuldade de atender as demandas da comunidade, apresentando diversos níveis de inadequação e degradação.A sustentabilidade ambiental, promovida em diversos âmbitos da sociedade, possibilitou uma maior cobrança por parte dos diferentes setores da sociedade civil, em solucionar problemas inerentes ao gerenciamento do lixo (Samizava ET al., 2009). Entretanto, principalmente em grandes centros urbanos e em países em desenvolvimento, tem-se muito a avançar no aspecto das decisões finais por parte do poder público, quanto à disposição final dos resíduos sólidos.

No Brasil, a utilização de um sistema de informações georeferenciadas ainda ocorre de maneira muito tímida considerando-se o volume de problemas ambientais característicos de um país em desenvolvimento com grandes centros urbanos geradores dos mais diversos tipos de poluição ambiental.A gestão ambiental pressupõe uma ação planejadora que segundo Dror (1971), citado por Souza (2000, p.28) trata-se de um conjunto de métodos destinados a captar e sistematizar informações e que tem como objetivo racionalizar processos decisórios indutores de modificações na dinâmica de funcionamento de sistemas ambientais.O processo de degradação ambiental, principalmente dos ecossistemas naturais em larga escala tem uma série de conseqüências sócio-ambientais negativas. Desde a sua ocupação, o estado de São Paulo tem sofrido uma contínua devastação das suas áreas de vegetação nativa, principalmente nos recursos hídricos, mais recentemente, a ocupação urbana sem planejamento tem contribuído para a continuidade da degradação dos remanescentes de vegetação, inclusive em áreas de baixadas e de mata ciliar. A Lagoa João Aranha, localizado no município de Paulínia, encontra-se impactada negativamente devido a ação antrópica relacionado a ação população residente em seu entorno.Assim sendo e tendo em vista que a água é essencial para a manutenção da vida, faz-se necessário a mitigação dos impactos ambientais e a recuperação da Lagoa João Aranha no município de Paulínia, uma vez que a ausência de políticas públicas não permite a interação comunidade-poder público de maneira eficaz para promoção da mitigação dos impactos negativos nesse córrego.Este trabalho pretende abordar a utilização do SIG como uma ferramenta capaz de contribuir para reconhecimento e controle das principais fontes de poluição da Lagoa João Aranha município de Paulínia no interior de São Paulo

Objetivos

O presente trabalho teve como objetivo realizar o levantamento das características socioambientais da (Lagoa João Aranha – Paulínia – SP), utilizando o ArcGis como ferramenta para a melhoria do controle, monitoramento e tomada de decisões relacionadas a questões ambientais.

 

Metodologia

Para alcançar os objetivos propostos na avaliação da situação de impacto ambiental da Lagoa do João Aranha foi proposta uma pesquisa a qual buscou trabalhar criticamente um conjunto de dados qualitativos e quantitativos obtidos em dois momentos distintos. Em uma primeira etapa buscou-se realizar o levantamentodos problemas socioambientais. Em um segundo momento foram realizadas pesquisas in situ para a construção do panorama do impacto socioambiental na área. Em um processo mais abrangente, a fim de possibilitar o desenvolvimento desses momentos, as etapas desenvolvidas inicialmente foram:

I.             Levantamento dos aspectos ambientais: Nesta fase foram realizados levantamentos fotográficos dos problemas ambientais

II.            Aplicação do questionário socioambiental: Entrevista com moradores ao entorno da área estudada e desenvolvimento dos mapas temáticos

 

1.Caracterização do local

Neste item pretende-se caracterizar a Lagoa João Aranha, a cidade em que está localizada e seus principais problemas.

1.1. Municipio de Paulinia – SP(Brasil)

            O município de Paulínia situa-se na região centro-leste do Estado de São Paulo. Possui as seguintes coordenadas geográficas: 22 45’47’’ de latitude e 47 09’07’’ de longitude com altitude de 620m, temperatura média local de 21,6 C e a precipitacão anual de 1.359 mm. O município possui área total de 154Km sendo que a área urbana compreende 98Km e a área rural 56Km. Paulínia faz divisa com os seguintes municípios: Cosmópolis e Holambra ao norte, Americana e Nova Odessa a oeste, Campinas e Jaguariúna a leste e Sumaré ao sul.     O intenso crescimento urbano de Paulínia e cidades vizinhas provocaram o efeito da conurbação. Esse efeito é mais forte na divisa de Paulínia com Sumaré, entre os bairros Bom Retiro (Paulínia) e Maria Antônia (Sumaré), na divisa com Americana, entre os bairros Parque da Represa (Paulínia) e Praia Azul (Americana), e na divisa com Campinas, entre os distritos de Betel e Barão Geraldo. Paulínia tem crescimento territorial relevante. Em 1993 anexou o distrito campineiro de Betel, através de um plebiscito. Bairros como Granja Coavi, Viacava e partes dos bairros São José, João Aranha e Marieta Dian, que ficam em Cosmópolis e Americana também tendem a serem anexadas por Paulínia.

Dois rios passam pela cidade de Paulínia: o rio Jaguari, que se localiza na divisa de Paulínia e Cosmópolis, e o rio Atibaia, que divide a cidade em duas partes e passa próximo ao centro. Além desses rios, vários riachos e córregos estão presentes em Paulínia, destacando-se o ribeirão Quilombo, na divisa com Sumaré e o ribeirão Anhumas, na divisa com Campinas e Jaguariúna. Entre os córregos se destacam o do Jacaré e Jacarezinho, que são afluentes do Jaguari, Areão, Veadinho, e São Bento, afluentes do rio Atibaia, e os córregos Betel, Fazenda do Deserto e da Velosa (este último na divisa com Sumaré), afluentes do Ribeirão Quilombo. O município conta também com vários lagos e lagoas, sendo as principais a Santa Terezinha, Armando Ferreira, Jardim Botânico, José Maria Malavazzi e César Bierrembach.

Alguns córregos em Paulínia, como o do Jacaré correm o risco de desaparecerem devido a danos ambientais em suas nascentes. O córrego do Jacaré tem a sua nascente no canteiro central da Avenida José Bordignon, próximo a um depósito de sucatas, e tem seus primeiros trechos cheios de lixo, que aos poucos podem comprometer também a lagoa César Bierrembach, que depende em grande parte desse córrego. O córrego Morro Alto, localizado no bairro de mesmo nome e afluente do rio Atibaia, desapareceu devido ao loteamento da área de sua nascente, onde foi criado o bairro Parque das Árvores.O rio Atibaia nasce no município de Bom Jesus dos Perdões, resultado da junção dos rios Atibainha e Cachoeira. No município de Americana o rio é represado e a represa do Salto Grande, como é conhecida, se estende até os bairros paulinenses do Parque da Represa e Balneário Tropical. O rio Jaguari nasce em Minas Gerais e recebe afluentes importantes, como o rio Camanducaia. No território paulista o rio é represado fazendo parte do sistema Cantareira e em Americana se junta com o rio Atibaia e forma o rio Piracicaba.

 

1.2 Caracterização do Problema 

A cidade  sofre com a poluição hídrica que atinge alguns córregos da cidade. Os rios da cidade, principalmente o rio Atibaia, também são atingidos por contaminação com produtos químicos altamente nocivos à saúde, como em 1995, quando tornou-se pública a contaminação do rio Atibaia e do lençol freático próximo à área pela Shell, que devido às enchentes e ao fato de muitos moradores utilizarem poços, contaminou a população do bairro Recanto dos Pássaros, que foi obrigada a deixar o local. Atualmente ainda há problema com a contaminação causada pela Shell, realizando-se, por isso, esforços para que não ocorra um problema maior.Várias áreas ambientais de Paulínia são pontos turísticos importantes, como o mini-pantanal e o Jardim botânico, que é um dos mais respeitados do estado e do país. Paulínia apresenta estresse ambiental, isto é, possui uma cobertura vegetal inferior a 5% da área do município, apresentando consequentemente maiores riscos de enchentes, assoreamento dos cursos de água, erosão e desaparecimento da fauna e da flora.Paulínia é um município onde grande parte da paisagem original foi modificada devido à ação humana. Atualmente as poucas áreas verdes originais são protegidas a fim de não desaparecerem. Na Região Metropolitana de Campinas, Paulínia se localiza na área central, não fazendo divisa com municípios fora da região. Paulínia é dividida geograficamente em duas regiões principais, a norte, onde se localiza a REPLAN e o bairro São José, e a sul, onde ficam o Paulínia Shopping e o Teatro Municipal de Paulínia, onde foi realizado o I Festival Paulínia de Cinema. Essas duas regiões são divididas pelo rio Atibaia. A posição de Paulínia era um problema para as antigas fazendas localizadas nessa área, que viam os rios como "barreiras naturais ao desenvolvimento" da região.

 

1.3- Lagoa João Aranha

Colocando-se em primeiro plano o problema da qualidade do meio-ambiente e, conseqüentemente, a qualidade da vida humana, faz-se necessário levar à sociedade a informação sobre o seu meio ambiente e a urgente necessidade de preservá-lo e conservá-lo. A Educação Ambiental (EA) apóia esta contemporização à medida que destaca a necessidade de uma interação harmônica entre o homem e seu meio ambiente em função do equilíbrio dinâmico. Ações desenvolvidas nos últimos anos para a conservação de ambientes ameaçados, indicam que a educação ambiental, aliada à pesquisas científicas e envolvimento comunitário, são fatores que podem gerar resultados positivos e duradouros (Valladares-Pádua et al., 2004).

Optou_se em estudar a Lagoa do João Aranha, situado em pleno centro da praça Cesar Bierrembach, mais conhecido como “Lagoa do João”, para analisar os problemas ambientais que põem em risco não somente a lagoa, mas que afeta todos os transeuntes e usuários que circulam em seu espaço e  conjuntamente os corpos receptores que se abastecem desta água, buscar possíveis soluções é um dos caminhos para solucionar este problema.Para um efetivo trabalho de Educação Ambiental, em termos de área urbana, faz-se necessário um levantamento populacional e vegetal da região, para compreender a forma na qual se pretende ajustar o entendimento global dos usuários deste meio ambiente e levá-los a um esclarecimento que conduza a uma atuação positiva no espaço utilizado sem degradação ambiental e conscientes de uma conservação permanente daquela área.

Ações desenvolvidas nos últimos anos para a conservação de ambientes ameaçados, indicam que a educação ambiental, aliada à pesquisas científicas e envolvimento comunitário,são fatores que podem gerar resultados positivos e duradouros (Valladares Pádua et al., 2004).

 Circundada por um anel asfáltico, a Lagoa do João Aranha com  ha de área, integra vários espaços distintos fundindo lagoa, gramados, jardim, quadra esportiva, padaria artesanal e vias públicas convergem diretamente no local , utilizada por cerca de 3000 mil transeuntes/dia e 20 ônibus fazendo, em média, 10 paradas diárias no local.Um levantamento topográfico, promovido pela Secretaria do Meio Ambiente, aponta aspectos físicos e ambientais do parque como: Palmeiras imperiais, 11 orelhões, 377 outras árvores, 14 paradas de ônibus, 07 pontos de saída de esgoto, 3 guaritas, 38 postes,  sanitários públicos, 115 luminárias, 1 posto de Limpeza,  bancos e um posto da Guarda Municipal.

“Áreas verdes” é um termo que se aplica a diversos tipos de espaços urbanos que têm em comum o fato de serem abertos, acessíveis; relacionados com saúde e recreação ativa e passiva, proporcionaram interação das atividades humanas com o meio ambiente (DEMATTÊ, 1997). Segundo Llardent (1982), áreas, zonas, espaços ou equipamentos verdes são espaços livres onde predominam áreas plantadas de vegetação, correspondendo, em geral, ao que se conhece como parques, jardins ou praças.


Ao observar a Lagoa percebe-se que esta se enquadra na definição de áreas verdes a Figura 1 a seguir mostra uma visão panoramica da lagoa e seu entorno.

 

Figura 1: Visão geral da praça

Atualmente a Lagoa João Aranha sofre com lançamento de esgoto, através de tubulação vinda da estação elevatoria como apresentado na Figura 2.

Figura 2-Lançamento de esgoto vindo da estação elevatória

Ao observar a Figura 3  percebe-se o excesso de resíduos descartados na margem da lagoa e a formação de uma película de matéria orgânica nas margens.

 

 

Figura 3-Presença de camada de matéria orgânica flutuando nas margens da lagoa e materiais orgânicos depositado nas margens da Lagoa

 

Durante o processo de reconhecimento da área pesquisada encontrou-se alguns pontos de lançamento clandestino de esgoto apresentados a seguir pela Figura 4. Tais lançamentos influenciam diretamente no processo de eutrofização da Lagoa gerando um excesso de matéria orgânica que desencadeiam o aparecimento de vegetação invasora (aguapés e cipós).

 

 

Figura 4-Lançamento de esgoto através ligações clandestinas em galerias de águas pluviais

Ao termino da lagoa do João Aranha Figura 5 a água segue seu curso e alimenta uma área de lazer conhecida na cidade como Escama de Prata, ao fazer este percurso foi perceptível um odor forte de SOx característico do excesso de esgoto descartadoComo as partículas de SOX são materias particulados e possuem tendência a dispersarem com facilidade o odor gerado é perceptível a longas distancias da lagoa.

Devido ao excesso de matéria orgânica e resíduos descartados na área de estudo geram a mortandade de peixes no Pesqueiro como apresentado na Figura 5

 

Figura 5- Alimentação de água da lagoa do Pesqueiro Escama de Prata com a presença de peixes mortos.

Durante o processo de levantamento de informações do espaço físico observou-se a formação de uma pluma de poluição próxima a fauna como apresentado na figura 7. As plumas são perceptíveis neste tipo de espaço devido a formação de uma película de coloração diferente as características da área estudada.

Considerando-se a degradante situação demonstrada anteriormente procedeu-se a uma identificação e mapeamento, por meio do software ArcGis, visando fornecer uma ferramenta que possa contribuir com um melhor planejamento e tomada de decisões com relação as ações que possam minimizar o atual estágio em que se encontra a Lagoa João Aranha.

1.2. Resultados e Discussão

Para melhor definição do problema enfrentado pela Lagoa João Aranha e seus habitantes ao entorno, optou-se pela aplicação de um questionário socioambiental, para reconhecimento da area.

Tendo-se o mapa georeferenciado do entorno da Lagoa João Aranha pode-se traçar alguns mapas temáticos identificando-se alguns ponots que servir como tomada de decisão para melhoria do estado de degradação do mesmo.A identificação do número de habitantes por residência, o período de ocupação dessas residências, a existência de uma creche, o atual sistema viário para transporte público urbano, dentre outros itens; pode-se traçar melhores politicas para acesso e ocupação da localidade. Um mapa georeferenciado pode ser, também, utilizado pelas autoridades de segurança pública para identificação e combate ao tráfico de drogas recorrente no local, fato que contribui para uma baixa utilização do espaço.Com o resultado do questionário e mapeamento da região foi possível, por meio da utilização do software ArcGis, promover a localização das principais fontes de problemas socioambientais enfrentados pela Lagoa João Aranha.Para melhor interpretação da área estudada a equipe na aplicação dos questionários retirou as coordenadas e com o auxilio do ArcGis confeccionou-se o Mapa 1. Este mapa representa e posiciona os locais visitados na execução e construção do levantamento de informações.

Mapa1- Posição das casas entrevistadas.

 

 

Para realizar a construção do Mapa utilizou-se a base de dados digital cedida pela Prefeitura de Paulínia.

O mapa 2 demarca a posição  dos entrevistados em relação ao uso da praça.No entanto deve-se considera que as praças contribuem grandemente para a qualidade de vida nas cidades. Tais áreas valorizam o ambiente e a estética, até de promoverem um excelente meio para as atividade da comunidade, criando espaço de recreação (RIO,1996).

Mapa2- Famílias que utilizam a praça para execução de algum tipo de atividade

O mapa 3 apresenta as atividades realizadas no espaço estudados pelos moradores visitados.Conhecer as atividades executadas torna-se uma ferramenta na tomada de decisão em relação as melhorias da área.Analisando as informações obtidas ao questionar o tipo de atividades realizadas na praça conclui-se que esta é predominantemente utilizada para a prática de futebol.

 Mapa 3- Atividades realizadas na praça.

Ao aplicar o questionário dentre as perguntas havia uma na qual a equipe questionou os moradores no intuito de verificar a inserção das questões ambientais e preservação das bacias hidrográficas.Os entrevistados foram questionados em relação à existência e direção do Córrego do Jacarezinho, o Mapa 3 apresenta as residências que responderam a questão e tinham conhecimento da existência deste córrego.

Mapa 3- Entrevistados que conhecem o Córrego do Jacarezinho

De todas as casas as quais o questionário foi aplicado apenas uma sabia localizar e conhecia a importância da existência do Córrego do Jacarezinho.O ultimo questionamento realizado aos moradores foi em relação às situações que mais preocupavam estes em relação ao espaço estudo.

Ao observar o Gráfico 1 percebe que a falta de iluminação na praça juntamente com a poluição e violência são as maiores preocupações.

 

 

Questões, que dizem respeito à gestão do espaço e a atividades que atraíssem público e tornassem a praça mais aprazível para a comunidade e visitantes, o projeto presente é omisso.

 

CONCLUSÃO

 

As ferramentas SIG’s mostraram-se eficientes neste tipo de análise, onde dados espaciais são parte fundamental do problema.

A possibilidade de identificação e mapeamento dos geradores de problemas em determinadas regiões, ajudam ao planejamento de ações que possam mitigar estes problemas.

O software ArcGis, permitiu que fossem inseridas informações importantes como quantidade de pessoas por residencia, tempo de permanência na residência, dentre outros; possibilitando que as autoridades locais possam se utilizar dos dados elaboração de um planejamento urbano que melhorem a habitabilidade do entorno da Lagoa João Aranha.A formação de conselhos consultivos participativos, compostos de todos os atores interessados na gestão da Lagoa, é uma importante ferramenta para o envolvimento contínuo da população com a gestão do espaço, colocando em prática atividades conservacionistas e propondo soluções a questões e demandas da sociedade, através de uma relação de complementaridade.Como sugestão para trabalhos futuros sugere-se o aprofundamento da coleta de dados, de forma a contribuir de maneira mais efetiva para solução dos problemas enfrentados.Pois os espaços públicos centrais, principalmente os ‘verdes’, necessitam ser revalorizados, através de diversas ações públicas, para desempenhar o seu papel na comunidade local, desde o de imagem unitária de pertencimento da, entre outros, que preservem a boa qualidade do ambiente construído para seus usuários mais diversos.

 

Referencias

DEMATTÊ, M.E.S.P. Princípios de paisagismo. Jaboticabal: Funep, 1997. 104p.

 

DROR, Y., 1971. Apud SOUZA, M. P.Instrumentos de gestão ambiental: Fundamentos práticos. São Carlos: Riani Costa, 2000.p.28.

 

SAMIZAVA, T. M.; NUNES, J. O. R.; IMAI, N. N.; KAIDA, R. H. SIG Aplicado a Avaliação de Áreas para Instalação de Aterro Sanitário no Município de Presidente Prudente – SP. In: PLURIS – 2° Congresso Luso Brasileiro para o Planejamento, Urbano, Regional, Integrado, Sustentável. Braga. 2006

 

SOUZA, M. P.. Instrumentos de gestão ambiental: Fundamentos práticos. São Carlos: Riani Costa, 2000.

 

Valladares-Pádua, C.; Cullen Jr., L.; Pádua, S.M.; Ditt, E.H. Combinando comunidade, conectividade e biodiversidade na restauração da paisagem no Pontal do Paranapanema como estratégia de conservação do corredor do rio Paraná. In: Arruda, M.B.; Sá, L.F.S.N. (Org.) Corredores Ecológicos – Uma abordagem integradora de ecossistemas no Brasil. Brasília: Ed. IBAMA, 2004. p. 67-80.

 

 

Ilustrações: Silvana Santos