Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 42) PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UMA ANÁLISE EM EMPRESAS INDUSTRIAIS DE PAPEL E CELULOSE
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PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UMA ANÁLISE EM EMPRESAS INDUSTRIAIS DE PAPEL E CELULOSE

 

 

 

 

 

Jordana Marques Kneipp1

Maríndia Brachak dos Santos2     

Raquel Aparecida Rossi de Souza3

Milton Luiz Wittmann4

Clandia Maffini Gomes5

Flávia Luciane Scherer6

 

 

 

1Doutoranda em Administração PPGA/UFSM jordana.mk@gmail.com

2Especialista Contabilidade e Controladoria UFSM – marindiabrachak@gmail.com

3Especialista em Educação Ambiental UFSM – kelzinha_sm@yahoo.com.br

4Dr. em Administração, Professor Adjunto PPGA/UFSM –wittmann@profwittmann.com

5Dra em Administração Professora Adjunta PPGA/UFSM – clandiamg@gmail.com

6Dra em Administração Professora Adjunta PPGA/UFSM –flaviascherer@globo.com

 

Endereço para correspondência: Programa de Pós-Graduação em Administração – UFSM, Avenida Roraima, 1000, Prédio 74  C, sala 4303 – Santa Maria/RS, Cep: 97105-900 – Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Telefone: 055 3220 9258 

 

 

RESUMO

Este artigo é fruto de uma investigação sobre práticas de responsabilidade socioambiental adotadas por empresas industriais de papel e celulose a partir de um estudo descritivo e quantitativo. Foram analisadas quarenta e cinco (45) empresas associadas à BRACELPA - Associação Brasileira de Celulose e Papel. A partir dos seus websites e baseando-se nos modelos propostos por Santos e Mendonça (2009) e Gomes, Gonçalves e Camilo (2009), foram analisadas as variáveis referentes à questão social e a questão ambiental. A partir das análises evidenciou-se características relativas à preocupação socioambiental pela maioria das empresas. No âmbito social ressalta-se o desenvolvimento de ações de responsabilidade social e bom relacionamento com públicos de interesse. Com relação à variável ambiental destacaram-se as práticas referentes à educação e conscientização ambiental e a tratamento de efluentes líquidos.

 

Palavras-chave: Responsabilidade Socioambiental; Empresas Industriais de Celulose e Papel; Sustentabilidade.

 

 

 

1 Introdução

 

O desenvolvimento econômico e tecnológico desenfreado ocasionou reflexos para a sociedade e para o meio ambiente, o que acarretou em mudanças sociais, econômicas e ambientais, que alteraram o modo de vida, os padrões de trabalho e a forma de interação das organizações com o meio. Nesse sentido as alterações ambientais têm atingido níveis superiores à capacidade renovável dos recursos existentes, desencadeando um desequilíbrio sistêmico de difícil reversão (ABREU, CAMPOS e AGUILAR, 2008).

Nessa interação, as organizações, como produtoras de bens e serviços, são desafiadas a operarem sob a lógica da sustentabilidade, por meio do equilíbrio das dimensões econômica, ambiental e social. Nessa crescente complexidade de sistemas organizados dirigidos pelo homem e da emergência do conceito de sustentabilidade, sobretudo em relação à questão socioambiental, faz emergir cada vez mais a visão sistêmica, na qual as organizações não podem ser adequadamente compreendidas de forma isolada, mas pelo inter-relacionamento entre diversas variáveis internas e externas, que afetam o seu comportamento (PUENTES, 2004).

Segundo Capra (2004), tudo está conectado através de uma verdadeira teia da vida que interliga as relações entre sociedade, organizações e meio ambiente. Essas relações interdependentes, contudo devem ter como premissa o desenvolvimento no presente sem comprometimento das gerações futuras, levando em consideração que o futuro da humanidade depende da disponibilidade de recursos naturais, materiais e tecnológicos sustentáveis.

Para Almeida (2002) a adoção de princípios do desenvolvimento sustentável pelas empresas decorre da necessidade de sobrevivência e do mercado altamente competitivo. Corroborando, Ribeiro (2006) apresenta o desenvolvimento sustentável, como um processo de mudança, no qual o uso dos recursos naturais, o crescimento da economia e o avanço tecnológico satisfaçam as necessidades sociais, sem comprometer o futuro. Desenvolver novas formas de operar sem causar agressões ao meio ambiente e a sociedade, caracteriza o ambiente complexo em que as organizações são desafiadas a agir e buscar alternativas.

Neste sentido, o setor de papel e celulose foi escolhido como objeto do presente estudo tendo em vista a sua relevância econômica para o Brasil e os inúmeros impactos ocasionados no meio ambiente e na sociedade. Partindo desta premissa, este artigo se propôs a investigar as práticas de responsabilidade socioambiental adotadas por empresas industriais de papel e celulose a partir dos seus websites.

 

2 Desenvolvimento sustentável

 

Os problemas socioambientais cada vez mais recorrentes trazem a tona discussões acerca do futuro do planeta. De modo geral, tanto as discussões teóricas, quanto as iniciativas científicas giram em torno da busca por soluções que possam reduzir o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente e, ao mesmo tempo, melhorar a distribuição das riquezas e bem estar entre indivíduos e regiões (HOFF, 2008).

Segundo Santos (2007), os primeiros estudos científicos a respeito da preservação ambiental e o início da consciência internacional para os graves problemas ambientais surgiram com a criação do Clube de Roma em 1968, fruto da iniciativa de um grupo de empresários e intelectuais com a finalidade de identificar os problemas globais do planeta e discutir sobre os recursos naturais.

Os movimentos ambientalistas cresceram consideravelmente e, em 1972, foi realizada a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente na cidade de Estocolmo (Suécia), na qual definiram-se princípios e parâmetros relacionados ao meio ambiente, além de discutir as atribuições de responsabilidades pela degradação ambiental e estabelecer-se a base teórica para o desenvolvimento sustentável (PEDROZO e SILVA, 2000).

Dentre as várias ações globais, em âmbito nacional destaca-se a realização da Conferência conhecida como Rio/92 ou Eco/92, realizada em 1992, no Rio de Janeiro. Na ocasião elaborou-se um documento intitulado Agenda 21, que discutiu soluções e estratégias globais para o desenvolvimento sustentável (PREDOZO e SILVA, 2000; SANTOS, 2007). A partir dessa Conferência, o desenvolvimento sustentável surge como uma forma de conciliar o desenvolvimento econômico e social, associado à preservação ambiental e ao uso racional dos recursos.

O desenvolvimento sustentável representa um novo paradigma, que integra crescimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental, como elementos interdependentes e que se suportam mutuamente visando o desenvolvimento em longo prazo (HOFF, 2008). A fim de atingirem esse equilíbrio, as organizações são vistas como parte de um sistema em constante interação e interdependência com o ambiente, influenciando e sendo influenciada pelo ambiente (CAPRA, 2004).

Hoff (2008, p.24) caracteriza o desenvolvimento sustentável como “uma questão complexa, uma vez que envolve vários aspectos das atividades humanas, não só os econômicos ou produtivos, mas questões culturais, éticas, religiosas e políticas”, o que faz necessário o uso da interdisciplinaridade e o envolvimento de todos os atores para a proposição de ações conjuntas em face da problemática social.

O grande desafio está em trazer, para o âmbito organizacional, o conceito de desenvolvimento sustentável, assunto a ser abordado no item a seguir,

 

3 As organizações e a sustentabilidade

 

As organizações sustentáveis são aquelas que baseiam suas práticas e premissas gerenciais de forma a serem economicamente viáveis e manterem-se competitivas no mercado, produzindo de maneira a não agredir o meio ambiente e contribuindo para o desenvolvimento social da região e do país onde atuam (ALMEIDA, 2002; LEAL, 2009).

A partir do conceito de organização sustentável, o desafio está em unir o bem-estar econômico, a equidade social e a proteção ao meio ambiente a partir de ações de longo prazo. Este ponto de vista, que vai além do econômico, dá forma a um novo paradigma produtivo, sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável e da preocupação ambiental, enfatizando a sustentabilidade dos processos e dos produtos possibilitando uma melhor qualidade de vida ao homem (DAROIT e NASCIMENTO, 2004).

Considerando que os problemas ambientais são sistêmicos com dimensões globais decorrentes da industrialização, do avanço tecnológico, do consumo e das mudanças nos estilos de vida, há necessidade da criação de soluções advindas da transformação do atual projeto de vida da sociedade e de idéias adaptativas e criativas, que percebam o meio ambiente de forma integrada e sistêmica (NUNES e BAASCH, 2000).

Destaca-se, na visão sistêmica, a necessidade de construção de um novo modelo de desenvolvimento que supere a atual crise ambiental, integrando e inter-relacionando sociedade, organizações e meio ambiente. Nessa integração há interconexões que formam a teia da vida, ou seja, uma teia interligada de relações entre sociedade, organizações e meio ambiente (CAPRA, 2004). Essa lógica de mundo interligado possibilita que as organizações tragam para si a responsabilidade por seus processos produtivos, visando redução de impactos ambientais, bem como uma maior qualidade de vida para a população (CARVALHO et al, 2005).

Ressalta-se que na interação das organizações com o meio ambiente, faz-se necessário considerar não só aspectos que garantam a lucratividade das empresas, mas que as tornem sustentáveis do ponto de vista social e ambiental, afinal existe uma interligação entre todos os seres vivos que fazem parte de uma teia inseparável de relações.

 

3.1 Tripé da sustentabilidade

 

O conceito do Triple Bottom Line ou Tripé da Sustentabilidade proposto por John Elkington em 1998 em seu livro “Canibais com Garfo e Faca”, está associado à temática da sustentabilidade corporativa e refere-se basicamente à prosperidade econômica, qualidade ambiental e progresso social, permitindo a construção de métricas que possibilitem mensurar a atuação de uma empresa, não só na esfera econômica, mas também nas esferas social e ambiental (LINS e WAJNBERG, 2007).

De acordo com Cirelli e Kassai (2010), as dimensões econômica, social e ambiental, que compõem o Tripé da Sustentabilidade, devem interagir de modo que ocorra uma sinergia estrutural que resulte na eficácia das decisões estratégicas organizacionais. No âmbito organizacional, Almeida (2002) infere que a dimensão econômica inclui informações financeiras, tais como despesas e receitas, no âmbito social inclui o bem-estar dos trabalhadores e da comunidade envolvendo questões como segurança e saúde e por fim, a dimensão ambiental que inclui os impactos ao meio ambiente decorrentes de processos, produtos e serviços. O autor também argumenta que, o mundo está se tornando tripolar, pois governo, sociedade e empresas necessitam ampliar suas perspectivas, gerenciando de forma adequada os recursos naturais, tendo por finalidade a sustentabilidade ambiental.

Segundo Almeida (2007), o gerenciamento adequado requer uma postura preventiva em relação ao meio ambiente, envolvendo a conservação, o manejo e o uso adequado dos recursos naturais e a produção de bens e serviços de melhor qualidade, utilizando uma menor quantidade de insumos e poluindo o menos possível. Para Soares et al (2005), essas ações de natureza preventiva destinam-se a otimizar a utilização dos recursos naturais.

As empresas impulsionadas por um novo paradigma frente às questões ambientais estão se adaptando às mudanças e valores da sociedade, de modo a utilizarem os recursos de forma racional e evitar a poluição com a adoção de inovações tecnológicas (SCHENINI, 2005).

Para fins deste estudo, serão enfocadas duas dimensões do tripé da sustentabilidade: a social e a ambiental, sendo o foco do estudo a responsabilidade socioambiental das empresas de papel e celulose. A responsabilidade socioambiental (RSA) refere-se a uma estratégia organizacional que contempla ações sociais e ambientais referentes às preocupações com os impactos resultantes das operações organizacionais e seus efeitos (SOUZA, DREHER e AMAL, 2007).

Vogt et at (1998), definem a responsabilidade social como o dever da empresa em ajudar a sociedade a atingir seus objetivos. Consiste em uma maneira de a empresa mostrar que não existe apenas para explorar recursos econômicos e humanos, mas também para contribuir com o desenvolvimento social. É uma espécie, de prestação de contas.

Nesse entendimento, o Instituto Ethos (2009) coloca a responsabilidade social empresarial como uma forma de gestão definida pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais se relaciona. Ressaltando também o estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.

Segundo Vogt et al (1998), o comprometimento das empresas com a questão ambiental acompanha o processo de globalização das relações econômicas, demonstrando a construção de uma ética global, pois os fenômenos de poluição transcendem as fronteiras nacionais e afetam tanto extensões regionais como globais. A responsabilidade socioambiental regional e global, designação dada a um conjunto de atitudes empresariais ou individuais, reflete uma nova forma de pensar e agir.

De acordo com Gomes, Gonçalves e Camilo (2009), os fatores da responsabilidade socioambiental corporativa podem ser definidos através de fatores endógenos e exógenos. Os Quadros 1 e 2 apresentam os fatores considerados endógenos e exógenos relacionados a responsabilidade socioambiental.

 

Política Social  

- Respeito á privacidade, uso da informação e marketing;

- Compromisso com princípios e direitos fundamentais nas relações de trabalho;

- Práticas anticorrupção e antipropina;

- Responsabilidade com os stakeholders internos;

Desempenho Social

- Diversidade e equipe;

- Contratação de trabalhadores terceirizados;

- Contribuição para inovações: criação de empregos diretos e indiretos;

- Atração e retenção de talentos, incluindo o desenvolvimento do capital humano;

Diálogo e Participação

- Gestão participativa;

- Relação com trabalhadores terceirizados;

- Governança corporativa;

Política Ambiental   

- Compromisso, abrangência de divulgação de políticas e critérios ambientais;

- Adoção formal de uma estratégia ambiental;

- Estabelecimento de metas e auditoria ambiental;

Gerenciamento de Impacto Ambiental

- Minimização de entrada e saída e materiais;

- Gerenciamento do impacto no meio ambiente e do ciclo de vida de produtos;

Desempenho Ambiental

- Consumo de recursos ambientais;

- Emissões e resíduos;

- Seguro ambiental;

Quadro 1 - Fatores endógenos da responsabilidade socioambiental corporativa

Fonte: Adaptado dos modelos ISE, DJSI, IERSE e Hopkins apud Gomes, Gonçalves e Camilo (2009, p. 4)

Ação Social

- Envolvimento com ações sociais;

- Financiamento de ações sociais;

Gestão Social

- Relação com sindicatos;

- Relação com clientes e consumidores;

- Seleção, relação e parceria com os fornecedores, coibindo o trabalho infantil e o trabalho forçado;

- Relações com a comunidade

Governo e Sociedade (Social)

- Liderança e influência social; Participação em projetos sociais governamentais;

- Transparência política; Construção da cidadania pelas empresas;

Cumprimento Legal (Social)

- Dimensão social do consumo: conhecimento e gerenciamento dos danos potenciais dos produtos e serviços;

- Sanções judiciais ou administrativas;

Gestão Ambiental

- Sistema de gestão ambiental certificado;

- Comunicação com partes interessadas;

- Gerenciamento e monitoramento de fornecedores;

- Apresentação e divulgação de relatórios ambientais;

Responsabilidade Frente às Gerações Futuras

- Educação e conscientização ambiental;

- Compromisso com a melhoria na qualidade ambiental;

Cumprimento Legal (Ambiental)

- Controle de passivos ambientais;

- Requisitos e procedimentos administrativos aberto à comunidade, ONGs e governo;

- Procedimentos judiciais.

Quadro 2 - Fatores exógenos da responsabilidade socioambiental corporativa

Fonte: Adaptado dos modelos ISE, DJSI, IERSE e Hopkins apud Gomes, Gonçalves e Camilo (2009, p. 5)

 

 

Santos e Mendonça (2009) desenvolveram um modelo com base em indicadores renomados e pesquisas anteriores a fim de avaliar a responsabilidade socioambiental, conforme apresentado no Quadro 3.

 

 

DIMENSÃO

INDICADORES DE ANÁLISE

Social

Responsabilidade Social

Equiparação salarial a negros, pardos, homens e mulheres exercendo a mesma função

Benefícios (alimentação, transporte, assistência médica e odontológica, etc.)

Rotatividade de funcionários em relação à média do mercado

Índice de satisfação dos funcionários

Capacitação e atualização profissional

Código de Ética formalizado

Apóio à Diversidade de Mão-de-obra

Programas e treinamentos para redução de acidentes de trabalho

Certificação pela norma BS 8800 e AS 8000 ou equivalente

Ambiental

Tratamento de efluentes líquidos

Reaproveitamento de efluentes líquidos

Legislação Ambiental

Certificação pela norma ISO 14000

Projetos de reflorestamento

Fontes alternativas de energia

Racionalização da água e energia

Quadro 3 - Instrumento para análise da responsabilidade socioambiental corporativa

Fonte: Santos e Mendonça (2009, p. 3).

 

A responsabilidade empresarial com relação ao meio ambiente não possui apenas uma característica compulsória, passando a transformar-se em atitude voluntária, redirecionando a lógica do pensamento econômico para um planejamento que contemple os aspectos sociais e ambientais como parte de uma estratégia organizacional responsável.

 

4 O setor de papel e celulose e a responsabilidade socioambiental

 

O Brasil por suas dimensões territoriais, características de solo e clima e pela tecnologia silvicultural desenvolvida, conquistou posição de destaque no mercado internacional na produção de papel e celulose (SOUZA, 2008).

O setor de papel e celulose consiste em um dos segmentos industriais de destaque no País, devido ao seu grande potencial competitivo e ao padrão de qualidade investido em seu processo produtivo. De acordo com a BRACELPA (2012) setor de papel e celulose compreende 222 empresas com atividade em 539 municípios, gera 115 mil empregos diretos e 575 mil empregos indiretos. O valor das exportações em 2011 atingiu US$ 7,2 bilhões e o setor gerou investimentos de US$ 12 bilhões nos últimos 10 anos.

Para Vogt et al (1998), o setor de celulose e papel é o segundo maior poluente perdendo apenas para a indústria química, fator que representa um forte propulsor para o envolvimento com a questão ambiental, tanto pelo uso direto de um recurso natural renovável, quanto pelo nível de degradação causada por seus efluentes. Em decorrência desses significativos impactos ao meio ambiente provocados pelo processo produtivo do setor de papel e celulose, esse segmento industrial tem investido em medidas preventivas, tanto na extração como na utilização de matérias-primas, uso de tecnologias de última geração e prevenção a acidentes de trabalho e ambientais.

Segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel – BRACELPA (2012), o segmento de papel e celulose investe em todo o ciclo de produção para alcançar a sustentabilidade, a partir do manejo florestal, de matérias-primas reflorestadas e da reciclagem da produção excedente, contribuindo para o equilíbrio do meio ambiente.

Nesse sentido, em virtude da representatividade econômica do setor de papel e celulose, é de fundamental importância que as empresas do setor possuam práticas de responsabilidade socioambiental a fim de minimizarem os impactos inerentes a esta atividade produtiva.

 

5 Método do estudo

 

O presente estudo caracteriza-se como descritivo e quantitativo e teve como objetivo investigar as práticas de responsabilidade socioambiental adotadas por empresas de papel e celulose.

O universo da pesquisa constitui-se por empresas do setor de papel e celulose associadas a Associação Brasileira de Celulose e Papel – BRACELPA. A associação possui um total de quarenta e oito (48) empresas associadas, sendo que destas foram excluídas três (03) empresas pelo fato dos seus websites estarem em construção ou indisponíveis no momento da coleta dos dados. Dessa forma, a população-alvo do estudo consistiu em quarenta e cinco (45) empresas associadas a BRACELPA, cuja relação encontra-se descrita no Quadro 4.

 

 

Empresas de Papel e Celulose

Site

1. Adami S/A. Madeiras

http://www.adami.com.br 

2. Arauco do Brasil

http://www.arauco.com.br

3. Bahia Specialty Cellulose

http://www.bahiaspeccell.com

4. Bonet Madeiras e Papéis

http://www.bonetsc.com.br

5. Celulose Irani S.A.

http://www.irani.com.br

6. CMPC Celulose Riograndense

http://www.celuloseriograndense.com.br

7. Copapa - Cia. Paduana de Papéis

http://www.copapa.com.br

8. Facepa - Fábrica de Papel da Amazônia S.A.

http://www.facepa.com.br

9. Fibria

http://www.fibria.com.br

10. Ibema – Cia. Brasileira de Papel

http://www.ibema.com.br

11. International Paper do Brasil Ltda.

http://www.internationalpaper.com

12. Klabin S.A.

http://www.klabin.com.br

13. Lwarcel Celulosse Ltda.

http://www.lwarcel.com.br

14. MD Papéis Ltda.

http://www.mdpapeis.com.br

15. Melhoramentos Papéis Ltda.

http://www.melhoramentosdi.com.br

16. Mili S. A.

http://www.mili.com.br

17. OJI Papéis Especiais Ltda.

http://www.ojipapeis.com.br

18. Primo Tedesco S.A

http://www.primotedesco.com.br

19. Sanovo Greenpack Embalagens do Brasil Ltda

http://www.sanovo.com.br

20. Santher - Fábrica de Papel Santa Therezinha S/A

http://www.santher.com.br

21. Suzano Papel e Celulose

http://www.suzano.com.br

22. Trombini Embalagens

http://www.trombini.com.br

23. Viscofan do Brasil Sociedade Comercial e Industrial Ltda.

http://www.viscofan.com.br

24. Ahlstrom Brasil Indústria e Comércio de Papéis Especiais Ltda.

http://www.ahlstrom.com

25. Arjowiggins Security

http://www.arjowiggins.com.br

26. Bignardi Ind. e Com. de Papéis e Artefatos Ltda.

http://www.bignardi.com.br

27. Cartonifício Valinhos S.A.

http://www.cartonificiovalinhos.com.br

28. Celulose Nipo-Brasileira – Cenibra

http:// www.cenibra.com.br

29. COCELPA - Cia. de Celulose e Papel do Paraná

http://www.cocelpa.com.br

30. Eldorado Brasil

http://www.eldoradobrasil.com.br

31. Fernandez S. A. Indústria de Papel

http://www.fernandezpapel.com.br

32. Grupo Orsa

http://www.grupoorsa.com.br

33. Iguaçu Celulose e Papel S.A.

http://www.iguacucelulose.com.br

34. Kimberly-Clark Brasil Ind. e Com. de Prods. de Higiene Ltda.

http://www.kimberly-clark.com.br

35. Manikraft Guaianazes Ind. de Celulose e Papel

http://www.manikraft.com.br

36. Melhoramentos Florestal

http://www.melhoramentos.com.br

37. Multiverde Papéis Especiais

http://www.norskeskog.com.br

38. Norske Skog Pisa Ltda.

http://www.norskeskog.com.br

39. Papirus Indústria de Papel S.A.

http://www.papirus.com

40. Rigesa, Celulose, Papel e Embalagens Ltda.

http://www.rigesa.com.br

41. Santa Maria Cia. de Papel e Celulose

http://www.santamaria.ind.br

42. Stora Enso

http://www.storaenso.com

43. SWM

http://www.swmintl.com

44. Veracel

http://www.veracel.com.br

45. Vitopel

http://www.vitopel.com

Quadro 4 – Empresas analisadas neste estudo

Fonte: BRACELPA - Associação Brasileira de Celulose e Papel

 

5.1 Modelo conceitual

 

A fim de analisar as práticas de responsabilidade socioambiental das empresas associadas à BRACELPA, foram elencadas um conjunto de variáveis baseado nos modelos propostos por Santos e Mendonça (2009) e por Gomes, Gonçalves e Camilo (2009). As variáveis a serem analisadas estão dispostas no Quadro 5.

 

Social

Ambiental

1.     Ações de Responsabilidade Social

1.     Tratamento e reaproveitamento de efluentes líquidos

2.     Relação com a comunidade por meio do gerenciamento dos impactos na comunidade do entorno

2.     Sistema de gestão ambiental certificados

3.    Bom relacionamento com os públicos de

interesse

4.     Apresentação e divulgação de relatórios ambientais

 

5.     Educação e conscientização ambiental

 

6.     Projetos de reflorestamento

 

7.     Fontes alternativas de energia

 

8.     Racionalização da água e energia

Quadro 5 – Variáveis para análise das práticas socioambientais

Fonte: Adaptado a partir de Santos e Mendonça (2009) e Gomes, Gonçalves e Camilo (2009)

 

A análise e interpretação dos dados deste estudo foram realizados por meio das variáveis relacionadas no Quadro 5, através de consulta e observação dos sites da amostra de empresas do setor de papel e celulose pertencentes à BRACELPA. Para tanto, os resultados foram apresentados com base nessas variáveis de forma a identificar práticas de responsabilidade socioambiental adotadas por empresas brasileiras de papel e celulose.

 

6 Apresentação e discussão dos resultados

 

6.1 Práticas sociais

 

A Tabela 1 apresenta os resultados identificados quanto às práticas de responsabilidade social.

 

Práticas sociais identificadas nos sites

Divulgam

Não Divulgam

Total

Práticas sociais

N

F

N

F

N

F

Ações de responsabilidade social

39

86,67

6

13,33

45

100,00

 

 

 

 

 

 

 

Relação com a comunidade por meio do gerenciamento dos impactos na comunidade do entorno

36

80,00

9

20,00

45

100,00

 

 

 

 

 

 

 

Bom relacionamento com organizações locais

37

82,22

8

17,78

45

100,00

Tabela 1 – Práticas sociais identificadas nos websites das empresas

Fonte: Dados da pesquisa

 

Por meio da análise dos sites das empresas vinculadas à BRACELPA identificou-se que a maioria das empresas analisadas possui ações de responsabilidade social divulgadas em sua página na internet, bem como possuem um bom relacionamento com os públicos de interesse e desenvolvem práticas que fortalecem o relacionamento com a comunidade por meio do gerenciamento dos impactos na comunidade do entorno.

A grande expressividade quanto ao desenvolvimento e divulgação de práticas de responsabilidade social corrobora com o conceito do Instituto Ethos (2009), ao definir a responsabilidade social empresarial como uma forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona.

Pode-se inferir que as empresas analisadas estão atentas com o desenvolvimento sustentável da sociedade, atuando por meio de ações que preservem os recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. As práticas de responsabilidade social realizadas pelas organizações funcionam como um elo entre as empresas e a sociedade e também como uma forma de se prestar contas a sociedade sobre as ações desenvolvidas nesse meio.

 

6.2 Práticas ambientais

 

A Tabela 2 apresenta os resultados identificados quanto às práticas de responsabilidade ambiental.

 

Práticas ambientais identificadas nos sites

Divulgam

Não Divulgam

Total

Práticas ambientais

N

F

N

F

N

F

Tratamento de efluentes líquidos

31

68,89

14

31,11

45

100,00

 

 

 

 

 

 

 

Sistema de gestão ambiental certificado

26

57,78

19

42,22

45

100,00

 

 

 

 

 

 

 

Apresentação e divulgação de relatórios ambientais

16

35,56

29

64,44

45

100,00

 

 

 

 

 

 

 

Educação e conscientização ambiental

33

73,33

12

26,67

45

100,00

 

 

 

 

 

 

 

Projetos de reflorestamento

29

64,44

16

35,56

45

100,00

 

 

 

 

 

 

 

Fontes alternativas de energia

26

57,78

19

42,22

45

100,00

 

 

 

 

 

 

 

Racionalização da água e energia

27

60,00

18

40,00

45

100,00

Tabela 2 – Práticas ambientais identificadas nos websites das empresas

Fonte: Dados da pesquisa

 

Quanto à questão ambiental, identificou-se que a maioria das empresas divulga em seus websites práticas de tratamento de efluentes líquidos, sistema de gestão ambiental certificado, educação e conscientização ambiental, projetos de reflorestamento, fontes alternativas de energia e racionalização da água e energia. O critério que obteve percentual mais baixo refere-se à apresentação e divulgação de relatórios ambientais, na qual somente 35,56% das empresas disponibilizam essa informação na sua página na internet, demonstrando que esta ação ainda está se consolidando entre as empresas deste setor.

A pesquisa constatou que uma parcela significativa das empresas analisadas possui uma preocupação com a questão ambiental, desenvolvendo práticas nesse sentido. Corroborando Vogt et al. (1998), ressalta que o comprometimento das empresas com a questão ambiental acompanha o processo de globalização das relações econômicas, demonstra a construção de uma ética global, pois os fenômenos de poluição transcendem as fronteiras nacionais e afetam grandes extensões regionais e até mesmo o planeta como um todo.

Pode-se constatar que esta amplitude alcançada pelas organizações no mundo dos negócios fizerem com que elas desprendessem maior prioridade as questões ambientais, fator perceptível ao avaliar que das empresas analisadas as que divulgam informações de cunho ambiental, são proporcionalmente superiores as que não divulgam na maioria das práticas analisadas. Também foi possível evidenciar que as práticas sociais são divulgadas por uma parcela superior de empresas quando comparadas as práticas ambientais, demonstrando uma maior preocupação social por parte das empresas analisadas.

 

7 Considerações finais

 

A partir da análise das práticas de responsabilidade socioambiental adotadas por empresas industriais de papel e celulose, constatou-se predominância na divulgação de ações de cunho social e ambiental nos websites das empresas analisadas.

Quanto à questão social identificou-se uma grande preocupação com as variáveis analisadas, sendo que os percentuais de divulgação de ações de responsabilidade social, bom relacionamento com os públicos de interesse e gerenciamento dos impactos na comunidade do entorno foram iguais ou superiores a 80%, caracterizando a forte atuação destas empresas no âmbito social.

Com relação à questão ambiental a práticas de maior destaque refere-se a educação e conscientização ambiental em que 73,33% das empresas divulgam. Também um número expressivo de empresas desenvolve ações relacionadas ao tratamento de efluentes líquidos, e possui projetos de reflorestamento. A prática que foi identificada como de menor escala entre as empresas está relacionada à apresentação e divulgação de relatórios ambientais, o que demonstra que esta variável ainda está se consolidando entre as empresas pesquisadas.

Os resultados da pesquisa corroboram de modo geral, os dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel – BRACELPA (2012), que ressalta que o segmento de papel e celulose, investe em todo o ciclo de produção para alcançar a sustentabilidade a partir do manejo florestal, de matérias-primas reflorestadas e da reciclagem da produção excedente, contribuindo para o equilíbrio do meio ambiente. Contudo, ressalta-se que a divulgação de práticas sociais prevalece nas empresas analisadas quando comparadas as práticas ambientais.

A predominância pela divulgação de práticas socioambientais das empresas analisadas esta de acordo com Leal (2009) ao inferir que a construção de um futuro sustentável no contexto organizacional dependente do estabelecimento de mudanças corporativas e da adoção de práticas gerenciais transparentes que valorizem as dimensões sociais e ambientais, melhorando a qualidade de vida, o bem-estar social, o equilíbrio econômico entre as nações e o respeito ao meio ambiente.

 

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Ilustrações: Silvana Santos