Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/09/2012 (Nº 41) CENTRO DE PESQUISA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO INSTITUTO SUL MINEIRO: ESTRUTURA E HISTÓRICO DE ATIVIDADES
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Educação ambiental em Ação 41

 CENTRO DE PESQUISA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO INSTITUTO SUL MINEIRO: ESTRUTURA E HISTÓRICO DE ATIVIDADES

 

*Rafael de Souza Laurindo1

 

 

1 Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Lavras - UFLA

  

*Autor para correspondência:

Rua Prudente de Morais 254 Centro Campo Belo – MG 37270-000

Email para contato rafaelslaurindo@gmail.com

  

 

 

RESUMO

 

No Brasil, apesar da expansão do número de Centros de Educação Ambiental, existem poucos trabalhos e artigos científicos que relatem o funcionamento, estrutura, equipe e atividades desses, por isso, é cada vez mais urgente a necessidade de trabalhos que explorem esse tema. Com base nessa lacuna de conhecimento, esse trabalho busca fazer uma reflexão sobre os Centros de Educação no Brasil e sua importância para desenvolvimento da Educação Ambiental não-formal, tendo como estudo de caso o Centro de Pesquisa e Educação Ambiental do Instituto Sul Mineiro. O CEA do Instituto Sul Mineiro ajudou na criação de grupos ecológicos locais e possibilitou parcerias para o desenvolvimento de diversas atividades voltadas para a preservação do meio ambiente. Além de atividades de Educação Ambiental, o CEA do Instituto Sul Mineiro também realiza pesquisas científicas nos remanescentes florestais localizados em seu entorno, tendo um expressivo número de trabalhos apresentados em congressos e publicados em revistas científicas nacionais e internacionais. Essa atividade possibilita um maior conhecimento da fauna e flora local, e esse conhecimento auxilia em várias atividades de Educação Ambiental, como a observação de aves e passeios pelas trilhas. O presente trabalho faz uma análise da estrutura do CEA do Instituto Sul Mineiro, traça um histórico de suas atividades desde sua fundação até o ano de 2011 e também mostra os pontos a serem melhorados no Centro de Educação Ambiental do Instituto Sul Mineiro.

 

 

INTRODUÇÃO.

 

Layrargues (2004) definiu educação Ambiental como sendo às práticas educativas relacionadas à questão ambiental, e que se desenvolve na prática cotidiana dos que realizam o processo educativo.

Existem vários modelos e definições de Educação Ambiental, nesse trabalho, iremos focar na Educação Ambiental não-formal que pode ser definida como atividades organizadas, com caráter de intencionalidade, realizadas fora da instituição formal de ensino, com determinado grau de sistematização e estruturação, para oferecer tipos selecionados de ensino a determinados subgrupos da população (COLLEY ET AL, 2002, TRILLA, 1996, LA BELLE, 1986). Os programas de educação não-formal têm como diferencial a flexibilidade tanto em relação ao tempo quanto à criação e à recriação dos seus múltiplos espaços e não necessitam obrigatoriamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de progressão, sendo (GADOTTI, 2005).

A Educação Ambiental não-formal pode ser realizada por meio de várias instituições, ONGs e Centros de Educação Ambiental, estes últimos serão o modelo utilizado nesse trabalho.

Segundo Montezani et al. (2007), atualmente, verificam-se inúmeras iniciativas de implantação de Centros de Educação Ambiental (CEA). Na maioria das vezes, este processo de implantação é impulsionado por setores com esferas governamentais (Federal, Estadual e Municipal), além de vários setores da sociedade, fundações públicas e privadas, universidades, centros de pesquisa, empresas, entre outros, porém existem poucos estudos que avaliam os trabalhos realizados nos referidos Centros.

            Esse trabalho tem como objetivo fazer uma análise da estrutura do CEA do Instituto Sul Mineiro e traçar um histórico de suas atividades desde sua fundação até o ano de 2011

 

 

CENTRO DE PESQUISA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO INSTITUTO SUL MINEIRO

           

O Centro de Educação Ambiental e Pesquisa do Instituto Sul Mineiro foi criado em 1988 para promover atividades para crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares que estavam localizadas nas cidades em torno do Centro Areado, Monte Belo, Alfenas, Muzambinho e Guaxupé. Essas atividades têm como objetivo despertar nos visitantes uma visão mais crítica acerca dos problemas ambientais e mostrar como podemos contribuir para melhoria da qualidade de vida e preservação ambiental do local onde vivemos.

 

LOCALIZAÇÃO

 

            O Centro de Educação Ambiental e Pesquisa do Instituto Sul Mineiro está localizado na Zona Rural do município de Monte Belo MG na Reserva Natural do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Lagoa, nas corrdenadas 2°10.24’S e 4°60.15’. A RPPN Fazenda Lagoa também é sede do Instituto Sul Mineiro de Estudo e Conservação da Natureza ONG da qual faz parte o CEA, este ficam na região Sul de Minas Gerais. A RPPN Fazenda Lagoa possui uma área de 350 hectares compostos por fragmentos de Floresta Atlântica Semidecídua cercada por canaviais, pastos e cafezais.

            A área ao entorno do CEA é de grande importância para realização das atividades, pois possui área de remanescentes florestais, trilhas interpretativas, cachoeira, e uma riquíssima fauna e flora que servem  de objeto para diversas pesquisas que o Insituto mantém atualmente.

            Um levantamento de aves realizado ao longo de vários anos pelo ornitólogo Fernando Pacheco, com apoio, nos últimos anos, de Claudia Bauer, gerou uma lista de 350 espécies de aves que orientou a escolha do município de Monte Belo como área prioritária de Conservação no Atlas de Biodiversidade de Minas Gerais.

Trabalhos com mastofauna já registraram 38 espécies de mamíferos no entorno do CEA, pertencentes a oito ordens, Carnivora (7 espécies), Chiroptera (12), Primates (3), Rodentia (8), Didelphimorphia (4), Cingulata (2), Pilosa (1) e Lagomorpha (1), sendo 3 ameaçados de extinção: Puma concolor, Leopardus tigrinus, e Lutra longicaudis, de acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 147, de 30 de abril de 2010, que aprova a lista de espécies ameaçadas de extinção da fauna do estado de Minas Gerais.

No campo da botânica, já foram feitos diversos trabalhos de floração e frutificação, e descrição de uma nova espécie para ciência: a Ficus lagoensis.

Todos esses trabalhos foram realizados utilizando a estrutura do Centro de Educação Ambiental, como salas, alojamento e equipamentos.

 

ESTRUTURA

 

A estrutura do Centro de Pesquisa e Educação Ambiental será apresentada de acordo com as dimensões proposta por Silva (2004). A primeira dimensão analisada será o espaço físico, o CEA do Instituto Sul Mineiro possui salão equipado com projetor, cadeiras com braço para auxiliar nas anotações, mesa e caixas de som para execução de atividades, como cursos, palestras e encontros. Possui também biblioteca com mais de 3.000 volumes, museu com peças que mostram um pouco da história do Instituto, do CEA e da Fazenda Lagoa. Ainda dentro do espaço físico, é mencionado o entorno como de área de importância para desenvolvimento das atividades, o CEA em questão possui em seu entorno mais de 300 ha de remanescentes de Mata Atlântica, com trilhas, cachoeiras e uma riquíssima fauna e flora, inclusive espécies ameaçadas de extinção e espécies descritas nos próprios remanescentes.

             A segunda dimensão a ser analisada será a equipe. O CEA possui em sua equipe um biólogo, uma geógrafa com doutorado em planejamento ambiental, um técnico em meio ambiente que trabalha nas mais diversas áreas da ecologia, uma geógrafa e colaboradores das mais diversas áreas que participam dos projetos de acordo com a necessidade, além de possuir um conselho formado por renomados ambientalistas brasileiros, como o ornitólogo José Fernando Pacheco, um dos melhores do Brasil, o Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, o Dr. Jorge Pedro Pereira Carauta, um dos maiores taxonomistas de flora do Brasil, entre outros.

            A terceira dimensão trata do Projeto Político-Pedagógico. O CEA possui um plano político pedagógico no qual estão descritos os objetivos do CEA, que são eles: promover atividades de Educação Ambiental para a população do entorno, desenvolver atividades de pesquisa científica com o objetivo de aumentar o conhecimento da fauna e flora local, e divulgar as ações do CEA. Também estão descritos no PPP a estrutura e os equipamentos pertencentes ao CEA e as normas de utilização desses. Anualmente, é realizada uma reunião que define outros pontos do PPP, sendo eles as atividades e cursos que serão desenvolvidos naquele ano, pesquisas a ser desenvolvida, público-alvo a ser atingido nas atividades, e forma de avaliação de cada atividade desenvolvida.

            A quarta dimensão é o Plano de Sustentabilidade, o CEA não possui um plano de sustentabilidade, mas procura tratar do tema em seus eventos com palestras que tem como tema desenvolvimento sustentável e, aos poucos, está implantando projetos sustentáveis no seu dia a dia. Foram construídas na casa de hóspedes e na casa principal serpentinas para aproveitar o calor do fogão a lenha e esquentar sem precisar fazer o uso de energia elétrica, os legumes e vegetais utilizados na alimentação dos visitantes são cultivados na fazenda sem uso de agrotóxicos, o lixo é separado e a parte orgânica é utilizada para alimentar os animais ou para compostagem.

 

HISTÓRICO DE ATIVIDADES

 

            O Centro de Educação Ambiental do Instituto Sul Mineiro iniciou as atividades por volta de 1988 com a organização e execução de um curso para formação de educadores ambientais mirins que tinha como principal objetivo despertar nos estudantes a importância da preservação do meio ambiente.

No ano de 1995 foi fundado Clube de Ciências 11 de Agosto, em Muzambinho, município próximo ao CEA Instituto Sul Mineiro, entre seus fundadores, dois ex-participantes do curso de educadores ambientais mirins.

No mesmo ano de sua fundação, o Clube de Ciências 11 de Agosto fez uma parceria com CEA para desenvolver atividades de Educação Ambiental, desde então, o Clube começou a visitar constantemente o CEA realizando inúmeras parcerias.

Foram 66 visitas em 1995 e 2001, esses 6 anos de parceria, foram desenvolvidos vários projetos, um dos primeiros e de maior importância foi a montagem conjunta de roteiro turístico nas Ecotrilhas da Mata da Lagoa principal mata da Floresta, com belíssimas cachoeiras e jequitibás gigantes) com finalidades educativas. Também foram montados roteiros nos Corredores de Fauna da Fazenda (projeto que visa a ligar matas separadas pelo desmatamento); Biblioteca; Museu; Herbário (local onde se conservam plantas secas para estudo e observação) e outros setores da Fazenda. As ecotrilhas são mantidas até hoje pelo Instituto e continuam sendo usadas em visitas de escolas e outras atividades.

Também foi realizado o treinamento de diversos guias para fazer estas apresentações e ajudar pesquisadores. No treinamento, os futuros guias estudavam toda a Geografia da Fazenda Lagoa e da região, observavam mapas, eram feitas pesquisas de campo e expedições, e também eram abordados aspectos como relevo, vegetação da região e economia da Fazenda.

Os guias capacitados no CEA participaram como auxiliares e monitores em 14 excursões guiadas para crianças, jovens e adultos: Corpórium Informática (Guaxupé-MG), EE Pref. Ismael Brasil Correia (Alfenas-MG), EE Tancredo A. Neves (3 vezes) (Monte Belo-MG),  Escola Nova (M.S.de Minas-MG), EE Major W. F. de Toledo (Guaxupé-MG), EFOA (2vezes) (Alfenas-MG), EE João Lourenço (Areado-MG), EE Lucas Magalhães (Arceburgo-MG), Associação dos Funcionários Públicos de São Paulo (2 vezes) (Areado-MG) e Colégio Lyceu (Muzambinho-MG).

Também foram elaboradas apostilas de guias utilizadas nos cursos de capacitação dos guias. Vários trabalhos foram apresentados em congressos e fórum de Educação Ambiental.

            Após uma década de intensas atividades (1988 a 1996), o Centro de Educação Ambiental do Instituto ficou alguns anos inativo e voltou a promover atividades no ano de 2008, agora com um programa de cursos para alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores. O programa de cursos iniciou em outubro de 2008 com o objetivo de capacitar jovens estudantes para pesquisa científica e também despertá-los para importância de ações urgentes para conservação do meio ambiente.

De 2008 até novembro de 2011, foram organizados e ministrados, por diferentes pesquisadores dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, 9 cursos (Introdução à Mastozoologia (2 vezes), Introdução à Ornitologia, Introdução à Herpetologia, Curso de Ecologia e Conservação (3 vezes), Morcegos Neotropicais, Mastoecologia), sempre com o foco na pesquisa científica,mas também dando importância à questão da Educação Ambiental.

            A Educação Ambiental é trabalhada durante os cursos com a intenção de despertar os participantes para a questão da preservação ambiental, em todo curso são realizadas trilhas guiadas com os participantes para observação de espécies, principalmente aves, também é debatida a questão do desmatamento e como esse interfere na fauna e flora da região, no final, é proporcionado a todos um banho de cachoeira com o objetivo de uma maior interação com a natureza.

Na abertura dos cursos, também são ministradas palestras de 20 minutos de duração apontando questões de sustentabilidade que devem ser aplicadas durante a permanência na fazenda, como não jogar lixo no chão, separar o lixo nas lixeiras correspondentes a cada material, não acender fogueiras ou fazer utilização de fogo próximo aos remanescentes florestais, proibição de coletar exemplares de fauna e flora, todas as normas fazem parte do plano político pedagógico do CEA.

Nos cursos organizados pelo CEA, é cobrado dos participantes um valor para cobrir os custos dos participantes durante sua estadia na Fazenda Lagoa, local onde são organizados os cursos e onde está localizado o CEA, e também para cobrir os custos de manutenção do Centro, remuneração da equipe que trabalhou durante o curso, alimentação e hospedagem dos participantes.

A divulgação e inscrições são feita através da Internet no blog desenvolvido pela equipe do Centro (www.ismecn.blogspot.com) e também por blogs parceiros.

O CEA também recebe alunos de várias escolas para realização de dias de campo, em que são ministradas palestras com tema definido em acordo com a escola que irá participar, excursões pelas trilhas, banho de cachoeira, observação de aves, café com produtos feitos na fazenda. Visitaram a Fazenda no ano de 2011 alunos da Faculdade de Campos Gerais e do CEFET de Muzambinho encerrando as atividades no ano de 2011.

O CEA também realiza pesquisas científicas nos remanescentes florestais localizados no entorno para conhecer as espécies que ocorrem nessa área, no ano de 2011, estão sendo realizadas pesquisas com mastofauna e ornitofauna, e os dados levantados foram apresentados na II Jornada de Biologia da Unifal em Alfenas – MG – com o título de “O papel da RPPN Fazenda Lagoa na conservação da mastofauna de Minas Gerais, Sudeste do Brasil” e “Complexidade trófica da comunidade de morcegos de um fragmento de Floresta Atlântica no Sul de Minas Gerais”, essas pesquisas são realizadas pelos integrantes do Centro de Educação Ambiental do Instituto Sul Mineiro.

Além das pesquisas em andamento, já foram concluídas dezenas de pesquisas em parceria com CEA nesses 23 anos de funcionamento que resultaram em 12 resumos apresentados em congressos, simpósios e outros eventos relacionados ao tema, 3 dissertações de mestrado, sendo elas: “Fitogeografia e Conservação de Florestas em Monte Belo (MG) - Estudo de caso: Fazenda Lagoa. M. Cristina Weyland Vieira. - Dissertação de Mestrado. UFRJ - Instituto de Geociências. 1990”; “Ecologia Alimentar do Sagui-da-Serra-Escuro, Callithrix aurita (Callitrichidae, Primates) em Um Fragmento Florestal. Milene Mouro Martins. Dissertação de Mestrado. UNESP - Rio Claro - Ciências Biológicas. 1998” e “Um Estudo Preliminar do Comportamento Geral e Ecologia Alimentar de um Grupo de Sauás - Callicebus personatus - em um Fragmento de Mata do Sul de Minas Gerais. Silvia Beatriz de Souza. Projeto de Iniciação Científica. UNICAMP. 1991; Dissertação de Mestrado. Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Ecologia). 1998”. Além de 2 teses de Doutorado: Análise Comparativa entre Comunidades de Anfíbios Anuros do Sudeste Brasileiro e uma Região dos Andes Baixos da Venezuela. Nancy Mireya Sierra Ramirez. Tese de Doutorado Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Ecologia). 1998” e “Uma Avaliação por Modelagem de Apoio a Decisão Unidades de Conservação da Natureza. Maria Cristina Weyland Vieira. Tese de Doutorado. COPPE/UFRJ - Engenharia de Produção - Rio de Janeiro (RJ). 2002”.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A partir da analise da estrutura do CEA do Instituto Sul Mineiro percebemos que o mesmo atende aos critérios necessários para desenvolver com qualidade atividades de educação ambiental, possuindo espaço adequado, equipe multidisciplinar com formação ambiental e projeto pedagógico.

Observamos também um grande numero de atividades desenvolvidas nos 23 anos de funcionamento do CEA, com base nesse histórico de atividades fui possível notar duas fases distintas no final da década de 80 e inicio da década de 90 as atividades foram voltadas para um publico formado por adolescente e crianças, influenciando na formação de grupos ecológicos e despertando nessas crianças a percepção para a preservação do meio ambiente. A partir de 2008 as atividades tem como foco o público jovem que esta envolvido com a questão ambiental e buscar aumentar seus conhecimentos e capacitar para trabalhar com pesquisas de fauna e flora.

Também foi observada a importância do CEA do Instituto Sul Mineiro com ferramenta para disseminação da educação ambiental, através de suas atividades o CEA influenciou na formação de grupos ecológicos, guias e monitores ambientais, elaboração de apostilas e cursos e propiciou aos freqüentadores um maior contato com a natureza.

A uma lacuna muito grande quando se fala e CEA no Brasil, essa questão foi abordada no trabalho quando falamos da dificuldade de se encontrar trabalhos e artigos que abordem a temática, apesar de ser um tema comum ainda são necessários mais trabalhos que descrevam a estrutura dos referidos CEAs e relatem suas atividades contando como elas auxiliam na formação de cidadãos mais preocupados e atuantes nas questões ambientais.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

COLLEY, H.; HODKINSON, P.; MALCOLM, J. Non-formal learning: mapping the conceptual terrain, a consultation report. Leeds: Lifelong Learning Institute. University of Leeds, 2002

GADOTTI, M., A Questão da Educação Formal/Não-formal. Institut International Des Droits de L'Enfant (IDE) – Droit à L´Education: solution à tous problèmes ou problème sans solution? Sion (Suisse), 2005

LA BELLE, T., Nonformal education in Latin America and the Caribbean stability, reform or revolution?. New York: Praeger, 1986

LAYRARGUES, P. P., A crise ambiental e suas implicações na educação; In: Quintas, J.S  (Org) Pensando e praticando educação ambiental na gestão  do meio ambiente. 2ª ed. Brasília: Edições IBAMA, 2002

 

MONTEZANI, E., BENINI, S. M., MARTINS, D., SANTOS, A. P. M., A Importância da implantação de um centro de educação ambiental no município de tupã. Fórum Ambiental da Alta Paulista, 2007.

SILVA, F. D., Os equipamentos de Educação Ambiental da Espanha inseridos na temática da agroecologia. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz para obtenção do titulo de graduado em Engenharia Agronômica, Piracicaba: ESALQ, 2001.

TRILLA, J., La Educación Fuera de la Escuela – Ámbitos no formales de educación social. Barcelona: Ariel, 1996.

Ilustrações: Silvana Santos