Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/09/2012 (Nº 41) PLANTAS QUE ATRAEM PÁSSAROS
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PLANTAS QUE ATRAEM PÁSSAROS

Por Rosmari Lazarini  - Bióloga e Editora do Portal Flora e Fauna http://www.floraefauna.com

 

As aves são animais muito interessantes e que atraem pela beleza. Dentre elas estão os pássaros, que além da beleza encantam pelo seu canto característico e único que cada um produz.

Por gostar de ouvir o canto dos pássaros e admirar sua beleza é que as pessoas costumam criá-los em gaiolas, cultivar plantas ou fornecer alimentos que possam atraí-los. Desta forma, a natureza parece estar mais próxima, trazendo uma sensação de paz e tranqüilidade, proporcionando bem-estar.

Havendo disponibilidade de espaço, uma opção muito interessante para atrair os pássaros é cultivar plantas ornamentais e plantar espécies vegetais arbóreas que possam fornecer alimento, abrigo e local para o ninho. Um local arborizado proporciona muitos benefícios ecológicos, dentre eles a instalação de fauna urbana.

A conservação de áreas verdes, principalmente dos remanescentes florestais urbanos é uma estratégia valiosa para a conservação, tanto de espécies vegetais quanto de espécies animais.

Ao longo de milhões de anos de convívio, a relação entre animais e plantas com flores foi se estabelecendo de forma harmônica, adaptando hábitos e necessidades mútuas. A perpetuação da espécie vegetal depende principalmente da polinização de flores e dispersão de frutos e sementes.

Cada pássaro tem características e preferências próprias que devem ser observadas no momento da escolha das espécies vegetais que se pretende plantar para atraí-los. As espécies vegetais devem ser compatíveis ao local, devendo ser observado o tamanho que a planta alcançará quando adulta.

Por haver maior espaço, é possível plantar grande variedade de plantas ornamentais e principalmente árvores em lugares mais abertos como parques, praças e canteiros ajardinados. A plasticidade paisagística, com o florescimento contínuo das plantas durante todas as estações do ano, favorece a diversidade da avifauna.

Pelo potencial ornamental, muitas palmeiras são utilizadas em parques, nos canteiros centrais de avenidas e no paisagismo em geral, atraindo muitos pássaros que apreciam seus frutos. O coqueiro-jerivá (Syagrus romanzoffiana) atrai, principalmente, os periquitos.

Para o plantio de árvores em calçadas recomenda-se a consulta de um guia de arborização urbana, evitando plantar espécies muito altas que comprometam a rede elétrica, e espécies que apresentam raízes agressivas que possam interferir em encanamentos e no trajeto de pessoas. Sendo assim, essas espécies não necessitarão de qualquer tipo de poda mais drástica ou predatória.

Os pássaros despendem altas taxas de energia, principalmente quando alimentam seus filhotes no ninho, e para satisfazer seus requisitos metabólicos, precisam fazer várias visitas às plantas. A vantagem do vôo possibilita percorrer grandes distâncias a procura de alimentos.

A flor possui algum atributo como tamanho, forma, cor, cheiro ou um conjunto de características que atrai muitos animais, dentre eles os pássaros.

Flores visitadas por pássaros produzem grande quantidade de néctar, geralmente têm pouco ou nenhum odor, pois nas aves o sentido do olfato é pouco desenvolvido. Entretanto, flores coloridas chamam a atenção das aves, principalmente as vermelhas e amarelas, assim como as tipicamente grandes ou com grandes inflorescências.

Alguns pássaros visitam as flores regularmente para se alimentar de néctar (nectarívoros), partes florais (fitófagos) e insetos que vivem nas flores (insetívoros). Quando se alimentam do néctar de alguma flor, mantém contato com o pólen em alguma parte do corpo, geralmente a cabeça, e logo após o contato com outra flor atuam como polinizadores. Outros se alimentarem de frutos (frugívoros), sementes e grãos (granívoros) e atuam como dispersores, após a defecação ou seleção do alimento.

Pássaros frugívoros possuem grande percepção visual e se alimentam de sementes muitas vezes bem pequenas. Frutos doces e coloridos são os mais convidativos. Os pássaros onívoros, como o pardal, são os que possuem dieta variada a partir de diversos tipos de alimentos, tanto vegetal como animal.

Muitos pássaros brasileiros são considerados como domésticos, sendo comum encontrá-los em ambientes urbanos ou antropizados, entre eles estão: sabiá, sanhaço, tico-tico, canário-da-terra, beija-flor, pardal, rolinha, bem-te-vi, bigodinho, caboclinho, trinca-ferro, azulão, pintassilgo, entre outros.

Atrair os pássaros com alimentos é uma prática muito comum. O beija-flor é um dos pássaros que mais são atraídos nos centros urbanos; as pessoas costumam manter bebedouros com água açucarada, pendurados em árvores ou ganchos. Mas é preciso ter cuidado, pois caso a água não seja trocada diariamente e fermentar, poderá causar sua morte. Alguns pássaros como os sanhaços são atraídos com frutas como mamão e banana.

Algumas aves respondem à ação antrópica e buscam novas áreas para colonizar. Outras se adaptam à cidade ou permanecem em habitats pouco alterados. Em certas épocas do ano, as aves migratórias usam áreas urbanas para se acasalar ou, simplesmente, para descansar antes de seguir sua trajetória.  Espécies típicas de campos secos ou brejosos e de borda da mata ocupam na cidade as áreas semelhantes aos seus ambientes naturais.

Por causa do alto grau de tolerância e capacidade de aproveitar eficientemente os diferentes recursos oferecidos pelo ambiente é que o sabiá-laranjeira e o sanhaço são chamados de pássaros generalistas.   

Numa grande metrópole como o Município de São Paulo, que apresenta um mosaico de ambientes é possível encontrar variedade de pássaros, desde espécies tipicamente urbanas até espécies que necessitam de matas preservadas como o Ramphastos dicolorus (tucano-de-bico-verde), Tangara seledon (sete-cores), Thraupis ornata (sanhaço-de-encontro-amarelo) e Pyrrhura frontalis (tiriba-de-testa-vermelha). Já as áreas abertas e os campos antropizados da cidade são habitados por Vanellus chilensis (quero-quero), Crotophaga ani (anu-preto), Speotyto cunicularia (buraqueira), Colaptes campestris (pica-pau-do-campo), Paroaria dominicana (cardeal), Volatina jacarina (tiziu), etc.

Alguns fatores podem impedir a visita dos pássaros às plantas, como barulhos e ruídos, animais próximos que possam afugentá-los, tipo de habitat e, principalmente, a ausência de determinada espécie de pássaro naquele ambiente. Uma relação de plantas que atraem os pássaros é simplesmente sugestiva, não significando necessariamente que sejam atraídos.

Uma pequena lista foi elaborada contendo nome de pássaros e suas características e preferências alimentares para poder auxiliar as pessoas interessadas na preservação e manutenção dos pássaros em seu entorno.

Alguns pássaros e plantas são comuns em várias regiões, porém outros são endêmicos. Em função dos valores culturais e regionais o nome comum das espécies pode variar muito e causar erros de identificação. Por isso torna-se interessante e importante observar o nome científico que reconhece a espécie em qualquer lugar do planeta, independente da língua oficial do local.

ANDORINHAS: Notiochelidon cyanoleuca – As andorinhas são exímias voadoras. Encontradas em várias regiões do mundo, vivendo em bandos, sempre muito próximas das árvores e de várias plantas, alimentam-se basicamente de insetos. Nas cidades, pousam geralmente na fiação da rede elétrica e nas antenas de aparelhos eletrônicos. 

ARAÇÁS: Estas aves são atraídas pelos frutos da pitangueira (Eugenia uniflora).

ARARAS: voam diariamente muitos quilômetros na busca de frutos, principalmente de diversas palmeiras. Para o ninho, escavam os estipes dos buritis (Mauritia flexuosa).

 

·                     ARARA AZUL- Anodorhynchus hyacinthinus, tem preferência pelas castanhas retiradas de cocos da palmeira acuri (Scheelea phalerata) e bocaiúva (Acrocomia sp). Quase todos os ninhos são escavados nos estipes do manduvi (espécie de árvore gigante e frágil, quase sempre completamente oca, cujos galhos se quebram com facilidade, mas onde as araras nidificam predominantemente).

·                     ARARA-AZUL-DE-LEAR- Anodorhynchus leari, é encontrada em áreas de canyons e rochedos. Sua principal fonte alimentar provém de sementes das palmeiras conhecidas por licuri (Syagrus coronata e S. picrophylla).

·                     ARARA-AZUL-GRANDE- habita áreas de buritizais em matas ciliares e cerrados adjacentes, alimentando-se também de sementes de acuri e bocaiúva.

·                     ARARINHA AZUL- Cyanopsitta spixii, aprecia as sementes de buriti (Mauritia flexuosa).

 

 

ARARAJUBAS: Aratinga guarouba – apreciam sementes e frutos oleosos, principalmente da palmeira buriti.

 

AZULÃO: Passerina brissonii – habita bordas de matas e florestas ralas; é onívoro, consumindo sementes de capim, pequenas frutas silvestres e vários insetos.

 

BEIJA-FLORES: são atraídos por flores coloridas, geralmente tubulosas, e produtoras de néctar, seu principal alimento, porém completam sua dieta comendo insetos em flores ou em vôos rápidos. Seu bico arrojado permite beber diretamente do nectário floral sem precisar pousar. Entre todas as espécies de beija-flores do Brasil o tesourão é o mais comum. As flores mais visitadas por eles são das seguintes espécies vegetais:

Abutilon darwinii - (sino-amarelo, arbusto perene, de corolas amarelas, semi-abertas).

Abutilon striatum - (lanterna-chinesa, arbusto perene, de flores de cor alaranjada com estrias vermelhas).

Erythrina falcata - (árvore conhecida como crista-de-galo, de flores vermelhas).

Fuchsia hybrida - (brinco-de-princesa, herbácea escandente, de flores pendentes e vistosas).

Heliconia sp – (caetês, bananeiras, tracoá, arbusto que possui inflorescências grandes e atrativas).

 Hibiscus rosa-sinensis - (hibisco, graxa-de-estudante, de flores com inúmeras cores).

Lonicera japonica - (madressilva, trepadeira semi-lenhosa, flor cor branco-amarelada).

Malvaviscus arboreus - (malvavisco, hibisco-de-sino – flores vermelhas, cleistogâmicas “fechadas”).

Pachystachys lutea - (camarão-amarelo, com brácteas amarelas e flores branco-creme).

 Russelia equisetiformis – (russélia, flor-de-coral, arbusto perene, flor vermelha).

Sanchezia nobilis – (sanquésia).

Strelitzia reginae - (ave-do-paraíso, herbácea, inflorescências com flores alaranjadas).

Thunbergia erecta - (tumbérgia-azul-arbustiva, flores azuis).

Thunbergia grandiflora - (tumbérgia-azul, trepadeira semi-lenhosa, flor azul ou branca).

Thunbergia mysorensis - (sapatinho-de-judia, trepadeira com numerosas flores amarelas).

BEM-TE-VI: Pitangus sulphuratus – seu nome popular é onomatopéico, pois seu canto imita um chamado, dando a impressão de cantar seu próprio nome: "bem-te-vi, bem-te-vi". Seus principais alimentos são frutas de pessegueiro, ameixeira, romãzeira, mangueira, pitangueira, uvaia, goiabeira, jabuticabeira, araçazeiro, amoreira e figueira e insetos, mas não dispensam algumas sementes.

 

BICO-DE-LACRE: Estrilda astrid – restrito aos ambientes urbanos ou antropizados se alimenta das sementes do capim colonião africano, o que condiciona sua distribuição.

 

BICUDO: Oryzoborus crassirostris, O. magnirostris e O. gigantirostris - costumam pousar no último galho da árvore mais alta do local onde se encontram, imitando em seu canto o som de flauta. O bico robusto e cônico é próprio para esmagar sementes.

 

CABOCLINHO: Sporophila palustris – é o menor pássaro canoro brasileiro. Habita várzeas à procura de sementes de capim verde, entre outros, especialmente o capim de flor amarela e o colonião.

 

CAMBACICA: Coereba flaveola - visitante de parques e jardins, disputa o alimento das flores com o beija-flor. Diferencia-se no modo de obter o néctar, agarrando-se à corola das flores e com o bico curvo e pontiagudo perfura o cálice, atingindo assim os nectários. Completa sua dieta alimentando-se de artrópodes.

 

CANÁRIO BELGA: São pássaros granívoros e, portanto, as sementes representam a parte mais importante de sua dieta.

 

CANÁRIO DA TERRA: Sicalis flaveola - o pássaro canoro mais popular do Brasil, come de tudo, principalmente sementes, podendo ser alpiste, painço amarelo, linhaça e se adapta com facilidade a qualquer tipo de ambiente.

 

CARDEAL: Paroaria coronata – encontrado em campo aberto com árvores altas, capões de mato e beira de rios. Onívoros, sua dieta é composta de grande variedade de sementes, insetos e frutinhas, mas em época de reprodução, seu regime alimentar passa a ser exclusivamente insetívoro, que se prolonga por mais alguns dias após o nascimento dos filhotes.

 

COLEIRINHA/COLEIRO: Sporophila caerulescens – habita áreas antrópicas (pomares, pastos, praças das cidades), brejos, capoeiras e restingas, sendo encontrado empoleirado em arbustos ou agarrados em talos das inflorescências de gramíneas, alimentando-se de sementes do capim ou que estão no chão. 

 

CURIÓ: Oryzoborus angolensis - de origem tupi, seu nome significa “amigo do homem”. Dispõe de bico forte, curto de cor preta, capaz de quebrar as sementes mais duras, especialmente semente do capim navalha, base de sua alimentação, completando sua dieta com insetos. Habita normalmente áreas nas proximidades de lagos, várzeas e rios.

 

GATURAMOS: Tanagra violacea Linnaeus - também conhecido pelos nomes de Tietê e Bonito, sua dieta é composta por frutas (laranjas, goiabas e bananas) e insetos. Apreciam os frutos da planta erva-de-passarinho, que são facilmente encontradas nas copas dos ipês, árvores comuns no cerrado e também nos centros urbanos.

 

GATURAMOS-VERDADEIROS: Euphonia violaceahábil imitador do canto de outras aves como do gavião (Buteo magnirostris), do sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), da andorinha-serradora (Stelgidopteryx rufficollis) e o pardal (Passer domesticus). Basicamente, sua dieta restringe-se a frutos de epífitas, parasitas, bromeliáceas e cactáceas, embora possa incluir alguns artrópodes na sua alimentação.

 

JOÃO DE BARRO: Furnarius rufusutiliza habilmente o barro misturado com fibras vegetais, capim, pêlos e estrume para construir sua casa no alto dos postes de iluminação e dos galhos de árvores em regiões urbanas e campestres. É na vegetação baixa, onde pode caminhar, que ele busca insetos, larvas e artrópodos em geral para compor sua dieta.

 

PAPAGAIOS: seu bico forte e encurvado para baixo é apropriado para quebras sementes duras e coquinhos. Frutos, sementes, brotos, flores e, eventualmente, insetos que estão nas frutas fazem parte de sua dieta na natureza.  

·                    PAPAGAIO-CHORÃO, Amazona pretrei, ave típica do sul do Brasil, aprecia o pinhão, semente da araucária (Araucaria angustifólia).

PARDAL: Passer domesticus – encontrado facilmente em áreas urbanas, pode construir seu ninho no oco de alguma árvore, no beiral de telhado ou outra saliência. Sua dieta variada consiste em sementes, insetos, frutas e restos alimentares como migalhas de pão.

PÁSSARO-PRETO: Gnorimopsar chopi – dieta composta por sementes, frutos de pessegueiro, ameixeira, romãzeira, mangueira, pitangueira, uvaia, goiabeira, jabuticabeira, araçazeiro, amoreira e figueira, incluindo principalmente cocos do buriti.

 

PICA-PAU: com bico forte e apropriado para lascar o tronco das árvores à procura de alimento, normalmente come larvas de insetos e alguns insetos, mas prefere besouros.

 

·                    Uma espécie de pica-pau do gênero Celeus, de pelagem amarelada com pontos pretos visita as flores vermelhas da árvore conhecida como anani ( Symphonia globulifera ), cujo tronco solta um látex de um amarelo intenso, para procurar por insetos.

PINTASSILGO: Carduelis magellanica icterica – é o mais comum. Com seu canto longo e repicado estimula o canto de todos os outros pássaros ao seu redor. É encontrado em ambientes variados como brejos, capoeiras, pastos, pomares, florestas ralas, pinheirais. Sua dieta consiste de vários tipos de sementes de capim, de assa-peixe, dente-de-leão, além de apreciar as flores dos eucaliptos e os insetos que vivem nos pinheirais. Em proximidade de áreas urbanas aprecia sementes e pequenos frutos secos, de revestimento duro, além de frutas encontradas em pomares.

POMBOS: Columba livia - o pombo-doméstico, comum de ser encontrado na cidade, é uma ave mansa que vive em parques, praças e principalmente em beirais de telhados residenciais ou comerciais, onde nidificam. Sua alimentação é variada, aproveitando todos os recursos que o ambiente oferece. As pessoas costumam atraí-los com sementes de milho e migalhas de pão. Apreciam também os frutos maduros de chumbinho (Ligustrum japonicum), planta muito utilizada na arborização urbana. Devido a grande oferta de alimento, a população tem crescido muito, ocasionando transtornos como sujeiras provenientes de suas fezes que podem transmitir muitas doenças.

QUERO-QUERO: Vanellus chilensis – pode ser encontrado próximo das áreas urbanas, fazendo seu ninho camuflado no chão de gramados, utilizando folhas secas, não hesitando em atacar quem por perto passar. Alimenta-se de insetos e outros artrópodes capturados no solo.

 

ROLINHA: Columbina talpacoti – habita áreas com plantações, campos abertos e os centros urbanos, onde é muito comum. Constrói o ninho em arbustos utilizando gravetos. Sementes de gramíneas e de pequeninos frutos apanhados do chão fazem parte de sua dieta. Em ambientes urbanos sua alimentação é variada, nutrindo-se de sementes e outros alimentos encontrados à disposição naquele ambiente.   

 

SABIÁ-LARANJEIRA: Turdus rufiventris – seu canto longo e melodioso semelhante ao som de flauta, serviu de inspiração a alguns poetas. É encontrado tanto no campo quanto na cidade. Por estar muito próximo ao homem, sua popularidade o tornou símbolo representativo da fauna ornitológica brasileira e foi considerado popularmente a Ave Nacional do Brasil através de decreto federal. É muito comum encontrá-lo andando pelo chão capturando invertebrados, mas sua dieta consiste basicamente em frutos de pitangueiras (Eugenia uniflora), figueiras-benjamim (Ficus microcarpa), palmeiras como o jerivá (Syagrus romanzoffianus) e a seafórtia (Archontophoenix cunninghamiana) e amoreiras (Morus nigra). Ele costuma visitar comedouros para comer frutas (mamão, banana, laranja) e pão que são ofertados pelo homem.

SAÍRAS: - O canto da maioria das saíras é inexpressivo e podem ser encontradas principalmente em árvores floridas ou ricamente frutificadas.

 

SAÍRA-AMARELA: Tangara cayana – habita matas abertas e ciliares, áreas cultivadas, parques e jardins, freqüentando árvores com frutos maduros, como a aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolia) e magnólias (Magnolia spp) e completa sua dieta com insetos cupins e vespas.

 

SAÍRA-PARAÍSO: Tangara chilensis – vive na mata, sobretudo na área de várzea.

 

SAÍRA-SETE-CORES: Tangara seledon - ameaçada de extinção como espécie vulnerável é uma ave lindíssima por ser multicolorida. Costuma fazer seu ninho em bromélias que podem estar no tronco de palmeiras como, por exemplo, a da palmeira-imperial, cujos frutos são apreciados.

 

SANHAÇO-CINZA: Thraupis sayaca pode ser encontrado em áreas rurais e nas cidades, especialmente em bairros bem arborizados. Utiliza buracos de árvores para fazer o ninho, especialmente os de coqueiros. Freqüenta principalmente árvores frutíferas como pessegueiro, pitangueira, ameixeira, romãzeira e comedouros onde são oferecidas frutas como mamão, banana, laranja entre outras.  Aprecia os frutos de figueiras (Ficus carica, F. microcarpa, F. elastica), amoreira (Morus nigra) e embaúba (Cecropia sp.) e come as pétalas de ipê-amarelo (Tabebuia sp.). Alimenta-se ainda de néctar de flores de eucalipto (Eucalyptus sp.) e mulungu (Erythrina).

 

TICO-TICO: Zonotrichia Capensis – seu nome veio do pio: "tic...tic. Habita paisagens abertas, campos de cultura, fazendas e jardins. Conhecido como irrequieto, devido ao modo como captura alimento no solo por meio de pequenos. Sua dieta é composta de sementes, muitas vezes, extremamente amargas e de insetos. É considerado útil ao homem por alimentar-se de larvas daninhas encontradas em hortas e ao Chopim (Molothurs bonariensis) a quem serve de ama seca .

 

TUCANO-TOCO: Ramphastos toco – é uma espécie onívora, alimentando-se basicamente de frutos e sementes, de insetos, ovos de outras aves e dos filhotes destas caso lhe falte alimento. Vive em bordas de matas e freqüenta os palmitais em busca de seus frutos. Seu bico é leve e oco, porém muito resistente, proporcionando pular com facilidade os galhos das árvores e apanhar delicadas frutinhas.

 

TUCANO-DE-BICO-VERDE: Ramphastos dicolorus - habita áreas florestadas, do litoral a zonas montanhosas, incluindo as florestas de planalto. Sua alimentação é variada: frutos, artrópodes e pequenos vertebrados. Entre os frutos apreciados pelos tucanos estão os de várias palmeiras como o palmiteiro (Euterpe edulis), o jerivá (Syagrus romanzoffiana) e a palmeira-elegante (Archontophoenix cunninghamiana). Completa sua dieta comendo aranhas e insetos como lagarta, cigarra, grilos.

TRINCA-FERRO: Saltator maximus - seu nome é devido ao canto alto e estridente que vocaliza. Habita bordas de matas e clareiras, tanto nas baixadas como nas montanhas. Pode ser visto também em pomares alimentando-se de frutas.

                                              Referências bibliográficas:

 Lorenzi, H.; Souza, H. M. 2001. Plantas Ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 3ª edição Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 1088p.


Raven, P. H.; Evert, R. F.; Eichorn, S. E. Biologia vegetal. 6ª edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan., 2001. 906p.


Rogrigues R.M. e Coutinho L.M. 1993. Interações entre plantas insetos e outros seres. Ed. Cultrix, vol.2, 400p.


Sick, H. (1997) Ornitologia brasileira. 2a. edição revista e ampliada por José Fernando Pacheco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

                                  Endereços eletrônicos (acessos: 13/02/2005)

http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/servicos/herbario/001

http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/fauna_flora/fauna/0001

http://www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/aves_no_campus/aves_ordens.html

http://www.faunacps.cnpm.embrapa.br/ave/ave.html

 

Ilustrações: Silvana Santos