Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/09/2012 (Nº 41) Visão de estudantes do ensino superior sobre gestão de resíduos e educação ambiental (Ilha Solteira – SP)
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Análise da concepção de estudantes do ensino superior frente à gestão de resíduos sólidos e a importância da implementação de

Visão de estudantes do ensino superior sobre gestão de resíduos e educação ambiental (Ilha Solteira – SP)

 

Danitielle Cineli Simonato ¹; Eliza Cristina Doria ²; Juliana Prado Moreira ³; Lílian Fernandes Machado ; Luana Gonçalves Zamarerenho5; Carolina Buso Dornfeld 6 .

          

1 Mestranda pelo Programa de Pós Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural da UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos – Centro de Ciências Agrárias – Araras - Brasil. Endereço eletrônico: dani_simonato@yahoo.com.br

2 Bióloga formada pela Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP - Ilha Solteira - Brasil. Endereço eletrônico: elizadoria@gmail.com

3 Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção – Agronomia – UNESP -  Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Ilha Solteira - Brasil. Endereço eletrônico: julianapmbio@yahoo.com.br

4 Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental – USP – Universidade de São Paulo - São Carlos - Brasil. Endereço  eletrônico:lilianfmachado@sc.usp.br

5 Mestranda pelo Programa de Pós – Graduação em Psicobiologia – USP – Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto – Brasil. Endereço eletrônico: luanazamarrenho@hotmail.com

6 Docente do Departamento de Biologia e Zootecnia da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – São Paulo – Brasil. Endereço eletrônico: carolina@bio.feis.unesp.br

 

 

RESUMO

 

O objetivo deste artigo foi verificar a visão dos alunos do ensino superior frente à gestão de resíduos sólidos, bem como, a importância da implementação de programas de Educação Ambiental dentro da universidade. A pesquisa foi realizada através de um questionário semi-estruturado abordando questões quantitativas e qualitativas sobre a temática de gestão de resíduos e educação ambiental, os resultados apontaram que, existe certa dúvida ou desconhecimento dos alunos sobre a gestão correta dos resíduos sólidos na universidade, por outro lado também denotou-se uma certa preocupação com gestão dos resíduos especialmente de origem química. Vale ressaltar ainda que, os alunos apontaram a importância de se implementar programas de Educação Ambiental e práticas educativas como subsídio para uma maior compreensão e conscientização da situação ambiental atual no planeta.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos; Educação Ambiental; Universidade.

 

 1. Introdução

 

As constantes e aceleradas transformações pelas quais passa o planeta Terra têm afetado significativamente o meio em seus aspectos físico, biológico, político e social, trazendo comprometimentos à qualidade ambiental e de vida. Tal fato exige, cada vez mais, o desenvolvimento de ações efetivas e articuladas sobre as causas desses problemas (PELICIONI, 2005), sendo que, de acordo com o mesmo autor, essas transformações provocadas principalmente por um modelo de desenvolvimento econômico de caráter predatório vêm despertando a consciência de um número cada vez maior de pessoas quanto à urgência de alterar o rumo desse processo.

É nesse contexto de intensa degradação dos recursos naturais advindos do nosso desenvolvimento ao longo da história, que fez com que atingíssemos um patamar preocupante no que se diz respeito à quantidade de recursos naturais e a nossa qualidade de vida. Um dos problemas advindos desse desenvolvimento desenfreado é a produção de lixo, que por sua vez esta inserida no dia-a-dia de cada indivíduo, instituição e etc.

A sociedade contemporânea é uma grande sociedade de massas onde reinam a produção em série e a distribuição massiva de produtos e serviços. O consumo desnecessário, a produção crescente e o lixo contribuem para um dos mais graves problemas ambientais no mundo atual: o esgotamento e a contaminação dos recursos naturais (ZACARIAS, 2000).

A questão dos resíduos sólidos é atualmente, um dos temas centrais para aqueles que se preocupam com o ambiente, na perspectiva de garantir a existência das gerações futuras (FERREIRA, 2000).

As atividades acadêmicas e de pesquisa contribuem para a geração de resíduos comparável à atividade industrial, pois embora as quantidades sejam menores, alguns resíduos têm alta periculosidade. Atualmente, esta situação não pode mais ser ignorada por instituições acadêmicas, e de fato diversas unidades e universidades brasileiras vêm se preocupando com o tema em questão e vem incluindo em suas atividades o gerenciamento de resíduos perigosos (HIRATA et al, 2002).

A implantação e manutenção de programas de gerenciamento de resíduos em universidades, instituições de ensino e pesquisa, tanto governamentais como particulares, apesar dos custos operacionais que acarretam, traz ganhos e vantagens das mais significativas, entre elas, a de propiciarem aos estudantes o ensino adequado de como lidar com os resíduos produzidos em pesquisa e em salas de aula, o que minimiza danos ao ambiente, além de se trabalhar num local seguro, saudável e não poluente, em consonância com os preceitos da ecologia (HIRATA et al, 2002).

O gerenciamento dos resíduos sólidos tem um significado que ultrapassa a formulação de soluções técnicas para a coleta, transporte, tratamento e destino final das enormes quantidades de resíduos gerados por uma sociedade estabelecida sobre padrões de consumo insustentáveis, que colocam em risco a vida na Terra.

Um novo estilo de vida, com mudanças nos padrões de consumo e, portanto, nos padrões de produção e de geração de resíduos, se impõe para a humanidade. Sem isto, o futuro se projeta como uma grande interrogação ou uma terrível certeza.

O estabelecimento de novos padrões comportamentais e culturais depende de um trabalho de educação e conscientização deve ser tarefa da atual geração e das próximas, na construção de um modelo de mundo (FERREIRA, 2000).

A Educação Ambiental deve proporcionar experiências que possibilitem colocar as pessoas em contato direto com o mundo e sensibilizá-las para os ecossistemas que as envolvem; discutir a importância do ambiente para a saúde e o bem estar do homem e para o exercício da cidadania; avaliar o desenvolvimento econômico aliado à degradação ambiental e à qualidade de vida e desenvolver no educando o sentido ético-social diante dos problemas ambientais (MORADILLO & OKI, 2004).

É nesse embate de produção de resíduos, sua gestão adequada, consumo consciente e a importância da Educação Ambiental que sentiu-se a necessidade de investigar a questão dos resíduos numa instituição de ensino superior, considerando-a como geradora de conhecimento científico e tecnológico e que busca formar indivíduos plenos para o exercício da cidadania com olhar justo, social e ambiental.

 

 

2. Objetivo

 

O presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento sobre as concepções dos alunos do ensino superior frente à gestão dos resíduos sólidos, e a importância da implantação da Educação Ambiental no ambiente universitário.

 

3. Metodologia

 

A pesquisa foi realizada na forma de entrevista com um questionário semi-estruturado, com a população de alunos do ensino superior de uma universidade sobre a gestão de resíduos, e em seguida, mediante análise quantitativa e qualitativa, obter as conclusões correspondentes aos dados coletados. O uso de técnicas qualitativas e quantitativas, tanto para coleta quanto para análise de dados, permitem, quando combinadas, estabelecer conclusões mais significativas a partir dos dados coletados, conclusões estas que balizariam condutas e formas de atuação em diferentes contextos (FREITAS; MUNIZ, 2012).

A abordagem dos estudantes universitários foi realizada de maneira aleatória e foi possível atingir alunos de oito cursos de graduação e pós-graduação do campus: Agronomia, Ciências Biológicas, Engenharias Civil, Elétrica e Mecânica, Física, Matemática e Zootecnia.

O questionário foi composto por nove questões sendo quatro questões fechadas (respostas do tipo sim ou não) e cinco questões abertas.

Nas questões fechadas foi realizada a análise da porcentagem de respostas e nas questões abertas foi realizada uma análise qualitativa, do tipo textual como proposta por Moraes (2007), realizando categorias e selecionando palavras-chaves como um processo de desconstrução, seguida de reconstrução, de um conjunto de materiais linguísticos e discursivos, produzindo-se a partir disso, novos entendimentos sobre os fenômenos e discursos investigados. Abaixo segue o modelo do questionário aplicado durante as entrevistas.

 

Idade:___ Sexo:_____ Data:___/___/___

Curso:____________Ano de Ingresso_____

 

1)Você tem o hábito de separar o lixo comum do lixo reciclável quando você esta dentro da unidade?  ( ) Sim            ( ) Não

2)A quantidade de lixeiras disponíveis é suficiente para atender a demanda da unidade?

( ) Sim                          ( ) Não

3) Considerando a entrada e saída semestral de universitários, você acha que nossa unidade poderia promover feiras de troca e/ou venda de móveis usados? Caso fosse promovido esse tipo de campanha, você participaria? Por quê?

4) Se a unidade fosse um ponto de coleta de pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes, você teria o hábito de levá-los até o local indicado?   (  ) Sim                 ( ) Não

5) Você tem conhecimento do destino final dos produtos químicos utilizados nos laboratórios da nossa unidade?   ( ) Sim                          ( ) Não

6)Quem você acha que é responsável por manter a sua unidade limpa e agradável  para ser frequentável? 

7) Como você poderia contribuir para diminuir a geração de resíduos na sua unidade e colaborar para que ela esteja sempre adequada para utilização pelos alunos e funcionários?

8) Você acredita que a coleta seletiva dentro da nossa unidade é funcional? Justifique sua resposta e se possível dê sugestões de como ela poderia ser melhorada.

9) Você acredita que a Universidade tem inserido práticas de Educação Ambiental na sua formação? (  ) Sim          (  ) Não. Você acha que seria importante o tratamento desta temática nos diferentes cursos? Por quê?

 

Obrigada pela colaboração!

 

4. Resultado e Discussão

 

           A apresentação dos resultados está de acordo com a ordem do questionário aplicado durante a entrevista.

Foram realizadas 82 entrevistas aleatoriamente entre os alunos com faixa etária de entre 17 a 28 anos, sendo 64% do sexo masculino e 36% do sexo feminino. Esse resultado majoritário de indivíduos do sexo masculino se explica pelo fato de a unidade universitária possuir muitos cursos de engenharia e que ainda apresenta tradicionalmente uma parcela maior de estudantes do sexo masculino.

Em relação a quantidade de entrevistados por curso temos o de Engenharia Mecânica, Engenharia Civil e Licenciatura em Ciências Biológicas como a maioria em percentagem, respectivamente. Em menor percentagem aparecem os alunos da pós-graduação com 4% dos entrevistados (figura 1).

 

 

Figura 1 – Porcentagem de alunos por curso de graduação e pós-graduação participantes da pesquisa.

 

Sobre o hábito de separação do lixo reciclável dentro da unidade 58% dos estudantes mencionaram que sim e 42% indicaram que não separam esses resíduos. Essa questão evidencia que mesmo sendo importante a separação e gestão do lixo, este hábito não está inserido no cotidiano e costumes das pessoas. O que denota que é preciso criar uma tomada de consciência frente aos problemas ambientais da atualidade. Outro problema que os entrevistados alegam é que o número de lixeiras da unidade não comporta a quantidade de lixo produzida, talvez esse seja um dos inúmeros motivos pelos quais os alunos não separam o lixo. Quando solicitados a responder sobre a quantidade de lixeiras disponíveis, 56% disseram não ser suficiente.

Na questão 3, fica claro que se a unidade promovesse feiras de troca e/ou venda de móveis usados os alunos participariam, sendo este fato confirmado por 87% deles. Esse tipo de evento remonta a antiga prática das feiras de troca e barganha realizadas desde a antiguidade. Neste caso, a feira estaria pautada no princípio dos “3Rs” da Agenda 21 que garante o estímulo à Redução do desperdício, Reutilização e Reciclagem de materiais. Assim,  os participantes - expositores e visitantes - promoveriam o consumo responsável ao trocarem, venderem ou comprarem objetos usados, que normalmente seriam descartados ou estariam “entulhados” nas casas, bem como resgatariam os valores do conserto e reaproveitamento dos materiais (FEIRA DA SUCATA E DA BARGANHA, 2010).

           A tabela 1 e 2 apresenta os motivos pelos quais os alunos participariam ou não da feira de troca e/ou venda de móveis usados, respectivamente.

 

 

 

 

Tabela 1 - Motivos pelos quais os alunos participariam da feira de troca e/ou venda de móveis usados.

Motivos Participação

Número de Alunos

Opção econômica

10

Benefício  de ingressantes e veteranos

10

Reaproveitamento dos móveis

8

Opção econômica e viável ao meio ambiente

7

Facilidade na aquisição dos móveis

5

Necessidade de ingressantes

4

Necessidade de veteranos

4

Outros

24

Total

72

 

 

Tabela 2 – Motivos pelos quais os alunos não participariam da feira de troca e/ou venda de móveis usados.

Motivos Não Participação

Número de Alunos

Não acha esse tipo de evento interessante

4

Outros

6

Total

10

 

           Os resultados apontaram que a prática da feira de troca e/ou vendas de móveis usados seria bem recebida pelos alunos, já que, beneficiariam ingressantes e veteranos, levando em conta aspectos econômicos, o reaproveitamento dos móveis e uma opção viável tanto economicamente como ambientalmente.

A questão 4, confirma que existe um conhecimento dos alunos sobre a periculosidade de resíduos como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes, e que seria importante a criação de um ponto de coleta para esses materiais, já que, 91% dos entrevistados teriam o hábito de levá-los ao ponto de coleta, caso existisse esse espaço dentro da unidade universitária.

           A questão 5 indica que 94% dos alunos não possuem conhecimento sobre o destino final dos produtos químicos utilizados nos laboratórios de ensino e pesquisa. Essa questão levanta um ponto preocupante da gestão de resíduos químicos, já que, esses em sua maioria trazem periculosidades se não for manuseados e descartados de maneira correta trazendo riscos a saúde humana e ao meio ambiente.

           O que existe dentro dessa unidade universitária é uma resolução do ano de 2008 que declara que a unidade está:

 

imbuída da importância da adoção de ações efetivas para fins de gerenciamento dos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, gerados em suas dependências, tendo em vista tanto sua responsabilidade civil quanto da formação de profissionais, resolve instituir a presente norma. (GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA FEIS, 2008).

 

       Tendo em vista a exigência de órgãos financiadores de pesquisa, como medida inicial fica instituída a obrigatoriedade de se incluir em qualquer projeto de pesquisa a ser desenvolvido, mesmo que em parte, nas dependências deste Campus, descrição detalhada do tratamento e destinação que será dado aos resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, de qualquer natureza, gerados no referido projeto, devendo obedecer, no que couber, os ditames das normas abaixo discriminadas” (GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA FEIS, 2008).

Essa resolução interna exige que qualquer atividade de pesquisa fique responsável em fornecer detalhamento do tratamento e destinação dos resíduos gerados. No entanto esta pesquisa demonstra que os alunos usuários de laboratórios, executores de projetos de iniciação científica, projetos de extensão e pesquisa desconhecem o destino final desses resíduos, o que pode ser ocasionado por uma falha no sistema de informação e comunicação voltadas para esse fim.

 

Na questão 6 explicita a opinião dos alunos quanto à responsabilidade da limpeza da unidade (figura 2).

 

Figura 2 – Porcentagem de respostas dos alunos entrevistados quanto à questão da responsabilidade da manutenção da limpeza da unidade universitária.

 

Pode-se observar que 49% dos alunos atribuem a responsabilidade quanto aos resíduos sólidos apenas aos funcionários da limpeza, o que pode explicar o fato de 42% dos alunos não ter o hábito de separar o lixo na unidade, já que uma vez que atribuem a responsabilidade a outrem, ficam isentos da mesma.

Segundo Furiam e Güinther (2006), observa-se que a responsabilidade das universidades no adequado gerenciamento de seus resíduos, tendo em vista a minimização dos impactos no meio ambiente e na saúde pública, passa pela sensibilização dos professores, alunos e funcionários envolvidos diretamente na geração desses resíduos, e de seus diversos setores administrativos que podem ter relação com a questão (prefeitura do campus, setor de compras, almoxarifado, etc).

Na questão 7 as respostas foram categorizadas em termos chaves semelhantes (figura 3).

 

Figura 3 – Respostas dos alunos quanto à questão da contribuição para a diminuição da geração de resíduos na unidade.

 

Assim, confirmou-se uma confusão que existe quando se fala da diminuição da geração de resíduos, pois 22% dos alunos apontaram que separando o lixo seria a melhor forma de diminuir a geração de resíduos, o que denota a confusão na ordem dos “3Rs” que é reduzir, reaproveitar e reciclar em  último lugar, e quando se fala em separação de lixo essa prática evidencia a separação para o descarte final e não a diminuição na sua geração.

           A questão 8 foi dividida em três partes, a primeira consistiu em saber se a coleta seletiva dentro da unidade é funcional, a segunda parte é a justificativa da funcionalidade da coleta seletiva e a terceira parte as sugestões de como essa coleta seletiva poderia ser melhorada.

 

Figura 4 – Respostas dos alunos sobre a funcionalidade da coleta seletiva dentro da unidade.

Nessa questão ficou claro que se faz necessário uma política efetiva de coleta seletiva e de conscientização ambiental dentro da unidade, pois 50% acreditam que a coleta seletiva não é funcional e 31% dos entrevistados que afirmam que esta tem funcionalidade.

As justificativas da pergunta também denotaram o fato da não funcionalidade, pois foi apontada uma insuficiência de lixeiras, não há separação e que o lixo normalmente é todo misturado.

Dos entrevistados que deram sugestões para melhoria da coleta seletiva, as soluções apontadas por estes é uma maior divulgação através de palestras, campanhas dentro da unidade sobre o tema, e a necessidade de um número maior de lixeiras.

 

Tabela 3. Justificativas apresentadas pelos entrevistados sobre a funcionalidade da coleta seletiva.

Funcionalidade da coleta seletiva na unidade

Justificativa

Número de alunos

Funcional

Existe coleta seletiva e conscientização

25

Subtotal

25

Número de lixeiras insuficientes

12

Não há separação e o lixo é misturado

12

Desinteresse

8

Falta de divulgação

3

Sem reposta

6

Subtotal

41

Total de respostas

66

 

Solicitou-se também sugestões de como essa coleta seletiva poderia ser melhorada. Sendo obtidas as seguintes categorias de respostas: Maior divulgação com palestras e campanhas (14 alunos), Aumentar o número de lixeiras (10 alunos), Colaboração de todos (6 alunos), Aumentar o número de lixeiras e da divulgação (4 alunos). Os demais alunos (48) não manifestaram nenhuma sugestão.

A questão 9 foi dividida em duas partes a primeira, se a Universidade insere práticas de Educação Ambiental na formação acadêmica e a segunda parte questiona se é importante tratar essa temática nos diferentes cursos. Observou-se que na visão dos alunos a Universidade não esta inserindo práticas de Educação Ambiental na formação acadêmica dos alunos, fato apontado por 66% dos entrevistados. Observou-se também que 93% dos alunos acreditam ser importante inserir a Educação Ambiental nos diferentes cursos da unidade por se tratar de um tema importante e de relevância no contexto planetário atual.

 

5. Conclusão

 

Conclui-se que apesar da pesquisa ter sido realizada em um ambiente universitário, existe a falta de conhecimento dos alunos quanto à gestão de resíduos sólidos. No entanto, pode ser observado a partir das respostas que existe a preocupação por parte dos alunos quanto ao tema, principalmente quanto ao destino dos produtos químicos gerados na unidade, já que estes afirmam que a gestão é ineficiente e consideram importante a inserção de práticas referentes ao tema. A partir do pressuposto de que existe a falta de divulgação, bem como uma ineficiência na educação quanto à gestão de resíduos sólidos, o presente trabalho sugere como soluções a promoção de feiras de troca e/ou venda de móveis, que foi bem aceita pelos alunos, além da promoção de práticas educativas que abordem o tema como forma de conscientização e maior divulgação, de uma forma que os alunos sejam incentivados a contribuir para a melhoria do ambiente que estudam.

 

 

 6. Referências Bibliográficas

 

FERREIRA, J. A. Resíduos Sólidos: Perspectivas Atuais. In: SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de. Resíduos Sólidos, Ambiente e Saúde: Uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000. Cap. 1, p. 19-40.

 

FREITAS, H.; MUNIZ, R. J. Análise quali ou quantitativa de dados textuais? Quanti&Quali, Canoas, v. 1, n. 1, p.1-5, 28 abr. 2012.

 

FURIAM, S. M.; GÜINTHER, W. R. Avaliação da Educação Ambiental no Gerenciamento de Resíduos Sólidos no Campus da Universidade Estadual de Feira de Santana. Sitientibus, Feira de Santana, v. 1, n. 35, p.7-27, 01 jul. 2006. Semestral.

 

GERENCIAMENTO de Resíduos da FEIS Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2010.

 

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Educação Ambiental. In: PHILIPPI JUNIOR, A.; PELICIONI, M. C. F.. Educação Ambiental e Sustentabilidade. Barueri: Manole, 2005. Cap. 24, p. 577-598.

 

HIRATA, R. D. C. et al. A contribuição de uma unidade de ensino superior para o desenvolvimento sustentável. Revista Educação Ambiental em Ação, São Paulo, v. 1, n. 1, p.1-13, 01 jan. 2002. Mensal. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2010.

 

MORADILLO, E. F. de; OKI, M. da C. M.. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA UNIVERSIDADE: CONSTRUINDO POSSIBILIDADES. Química Nova, São Paulo, v. 27, n. 2, p.332-336, 01 jan. 2004.

 

PELICONI, M. C. F.; CASTRO, M. L. de; PHILIPPI JUNIOR, A. A Universidade Formando Especialistas em Educação Ambiental. In: PHILIPPI JUNIOR, A.; PELICIONI, M. C. F. Educação Ambiental e Sustentabilidade. São Paulo: Manole, 2005. Cap. 28, p. 683-693.

 

ZACARIAS, R. Consumo, Lixo e Educação Ambiental: Uma abordagem crítica. Juiz de Fora: Feme, 2000. 88 p.

 

XI Feira da Sucata e da Barganha Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2010.

                                                

Ilustrações: Silvana Santos