Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/06/2012 (Nº 40) REFLORESTAMENTO E NATALIDADE: SEMEANDO VIDA NO MUNICÍPIO DE UBÁ – MG
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REFLORESTAMENTO E NATALIDADE: SEMEANDO VIDA NO MUNICÍPIO DE UBÁ – MG

 

 

 

 

MARYSTHER FRANÇOSO TEIXEIRA DA COSTA

Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)

email: marysthercosta@yahoo.com.br

 

RESUMOO município de Ubá – MG possui paisagem urbana composta por situação precária de distribuição arbórea, sendo em muitos locais essa arborização realizada por plantas exóticas. Este trabalho teve como objetivo realizar uma pesquisa sobre educação ambiental, com o intuito de auxiliar na arborização urbana deste município. O presente projeto envolveu pesquisadores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), campus Ubá, instituições hospitalares do município, onde as mudas foram distribuídas e o Instituto Estadual de Florestas (IEF), que forneceu as mudas a serem doadas. A distribuição de mudas e coleta de dados foi realizada no período de Janeiro à Setembro de 2010, quando no momento da alta hospitalar, após o parto, cada mãe foi convidada a participar do projeto recebendo uma muda de árvore nativa do Brasil, sendo essas: Pitangueira (Eugenia sp.) ou Ypê (Tabebuia sp.). O trabalho conglomerou cerca de aproximadamente 700 mães, com identidades preservadas, salvo os casos que tiveram a devida autorização. Foi aplicado questionário semi-estruturado oito meses após a distribuição das mudas, contendo nove questões socioambientais, fechadas. Foram realizadas 100 entrevistas com os questionários; os dados colhidos foram tabulados e analisados.

 

Palavras-chave: Educação Ambiental, Meio Ambiente, Sustentabilidade

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

Atualmente, o Brasil apresenta 80% de sua população vivendo nas grandes cidades (IBGE, 2000). Em muitas dessas cidades, a elevada concentração populacional e as atividades industriais acarretam sérios problemas ambientais, como por exemplo: impermeabilização do solo, poluições atmosférica, hídrica, sonora e visual e redução da cobertura vegetal (GONÇALVES, et al., 2004).

O conhecimento e a análise das estruturas urbanas, por meio das óticas política, econômica, social e ambiental, são pré-requisitos básicos para o planejamento e administração dessas áreas, na busca de melhores condições de vida para seus habitantes. Nesse contexto, a arborização urbana assume importância particular, assim como dentre seus próprios objetivos e vantagens, que podem ser elucidadas: contribuições na diminuição de temperatura colaboram para a retirada de partículas poluentes na atmosfera, além de auxiliar na melhoria da estética em centros urbanos (AGÊNCIA DE GESTÃO AMBIENTAL DE JUIZ DE FORA, 2010).

Guimarães (2001) apud Jacobi (2005) aborda que a acelerada e muitas vezes desordenada ocupação de centros urbanos, e o modo pelo qual a humanidade explora os recursos naturais, associando essa exploração ao desenvolvimento, vem transformando o atual cenário desta relação numa verdadeira crise ambiental, “o que configura o esgotamento de um estilo de desenvolvimento ecologicamente predador, socialmente perverso, politicamente injusto, culturalmente alienado e eticamente repulsivo”. (GUIMARÃES, 2001 apud JACOBI, 2005, p. 235). Desde sua origem, o conceito de Educação Ambiental é utilizado como estratégia na tentativa de reorientar ações humanas para minimizar os danos causados na relação homem-natureza. Apenas a Educação Ambiental isolada é incapaz de dissolver a crise que a permeia, por se tratar esta de origens tão contraditórias. Primeiramente pelo fato de que a Educação foi adjetivada como ambiental, causando a percepção de que, antes não abordava assuntos do ambiente. Segundo, por desvincular a crise ambiental social, com planejamento semi-estruturado focando na crise de exploração dos elementos naturais (GUIMARÃES, 2001 apud JACOBI, 2005).

 

 

METODOLOGIA

 

 

Trata-se de um estudo descritivo – exploratório, com abordagem quantitativa de distribuição de mudas de espécies nativas nas maternidades hospitalares dos principais hospitais do município de Ubá – MG (Hospital Santa Isabel, Hospital São Vicente de Paulo, Hospital São Januário). As mudas foram doadas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), mediante carta descritiva entregue mensalmente pela pesquisadora, de acordo com a necessidade de cada entidade hospitalar no mês referido. E a demanda de mudas acompanhou a média anual dos nascidos vivos no município. Média calculada com base nos dados fornecidos pela chefe de obstetrícia de cada entidade hospitalar. O projeto ocorreu no período de Janeiro à Setembro de 2010.

O município de Ubá (Latitude sul = 21º 07' 10", Longitude Oeste = 42º 56' 10"), localizada na região sudeste de Minas Gerais, está distante 287 km da capital. Possui como principal atividade econômica a fabricação de móveis. O polo moveleiro de Ubá, juntamente com outras oito cidades vizinhas (Guiricema, Guidoval, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, São Geraldo, Tocantins e Visconde do Rio Branco), é considerado o principal de Minas Gerais. A maior parte do município encontra-se inserida na bacia do Rio Paraíba do Sul e uma pequena porção na bacia do Rio Doce e possui cerca de 409 quilômetros quadrados de área  (CARVALHO, et. al., 2004). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009 apud Prefeitura de Ubá, 2010), este município possui uma população de 99.708 habitantes. 

O município desenvolveu-se dentro de um vale, possuindo apenas 5% do total de sua área como plana, sendo 55% ondulada e 40% montanhosa. Com clima tropical, apresenta chuva durante a estação de verão e com temperaturas médias ao ano variando na escala entre 18,2°C e 31°C. Sendo, portanto, considerada a cidade mais quente da Zona da Mata Mineira. Possui também entre suas características, uma das maiores densidades demográficas da zona da mata, onde estão concentrados mais de cem bairros numa área urbana superior a trinta quilômetros quadrados, um dos maiores índices de todo o estado (O PORTAL DO BRASIL, 2010).

De acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica (2005 - 2008), Ubá tem 40.836 hectares de vegetação nativa, o que representa apenas 7% do seu território.

A entrega mensal das mudas nos hospitais, para a distribuição individual, contou com a ajuda do secretário de obras do município, que coletava no viveiro do IEF e, de posse da carta de demanda mensal, as entregava nos hospitais. Foram utilizadas as seguintes espécies no projeto: Pitangueira (Eugenia sp); Ypê (Tabebuia sp). A escolha das espécies utilizadas atende aos seguintes requisitos: ser de origem nativa; ser, preferencialmente, espécie de pequeno à médio porte e, por se tratar de distribuição de mudas para reflorestamento em centros urbanos, existir com abundância no viveiro do IEF. Houve espécies de médio à grande porte (Ypê (Tabebuia sp)), cuja distribuição foi acompanhada de manual para arborização indicando os locais adequados do plantio, além de orientação no momento da doação.

O público alvo foram mães que no momento da alta hospitalar, receberam de enfermeiras, a proposta do projeto. Diante da aceitação na participação, as mães respondiam a uma entrevista com base num questionário semi-estruturado de dados cadastrais (ANEXO I).

Os locais de pesquisa escolhidos foram: Hospital Santa Isabel, Hospital São Vicente de Paulo, Hospital São Januário, em que foi estabelecido contato com a Diretoria de cada instituição, solicitando autorização por escrito para realização da pesquisa. Após explicações sobre o assunto foi solicitado o contato com os chefes de obstetrícia de cada Instituição. As enfermeiras foram cientes do tema da pesquisa e qual sua importância e finalidade, houve reunião interna em cada instituição, para apresentação do projeto, explicando o motivo dessa pesquisa e de como seria realizada, ou seja, através de um questionário semi-estruturado, onde as mães deveriam responder com sinceridade a todas as perguntas, assinando-as ao final. As enfermeiras foram instruídas a perguntar para as mães, se as famílias receptoras poderiam adquirir, fosse o caso, um exemplar de espécie de médio à grande porte, exigindo a necessidade de um local adequado ao plantio, conforme indicado no manual de arborização distribuído. 

No momento do recebimento da muda (da alta hospitalar), as mães assinavam a ficha cadastral, comprovando, a participação no projeto. Juntamente com a muda recebida, a mãe, levava consigo um manual de arborização urbana, e uma mensagem de agradecimento por sua participação no projeto.

Para os casos em que houve visitas com registro fotográfico de alguma mãe, no leito hospitalar, ou em sua residência, a mesma assinou termo de consentimento livre e esclarecido para liberação de suas imagens. Houve dúvidas de algumas mães participantes a respeito da privacidade dos nomes (exceto para aquelas já conscientes e previamente consultadas de permissão escrita na divulgação de sua identidade para a participação de demonstrações do projeto) e foi esclarecido pelas enfermeiras, através de orientações da pesquisadora, que o sigilo seria garantido (Conforme a Resolução nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde).

Foram distribuídas aproximadamente 700 mudas no período de janeiro à junho de 2010. Considerando a necessidade em entender como anda a preocupação da comunidade sobre a questão ambiental e percebendo envolvimento das mães na participação do projeto, foi elaborado um questionário semi-estruturado com questões socioeconômico. Nesta pesquisa, em forma de um estudo descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa foram entrevistadas 100 mães participantes do projeto, cujas identidades foram totalmente preservadas. A não identificação nesta etapa foi muito importante, porque possibilitou às mães responderem com maior liberdade sobre questões como, por exemplo, renda familiar. O projeto atentou em selecionar as mães moradoras do município de Ubá, uma vez que os hospitais atendem gestantes do município e da região. Também retiveram preferência as fichas de cadastros hospitalares que contiveram assinatura de cada mãe, demonstrando dessa forma, possuir conhecimento da participação do projeto e da possível reentrevista para averiguação do plantio. Depois de analisar atentamente cada resposta das 9 perguntas feitas às mães houve um agrupamento dessas respostas que, somadas e calculadas as devidas porcentagens obteve-se os resultados que em seguida foram descritos e evidenciados em gráficos.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

 

De acordo com os resultados obtidos no quesito faixa etária, foi demonstrado que 1% das mães tem idade inferior a 15 anos; 12% das mães com idade entre 16 a 20 anos; 27% das mães com idade entre 21 e 26 anos; 32% das mães intercalando a faixa etária de 27 a 31 anos e 28% das mães com 32 anos ou mais (Gráfico 1).

 

Gráfico 1. Faixa Etária das mães entrevistadas pelo projeto. Ubá - MG

 

De acordo com a pesquisa realizada, a renda mensal das famílias de 70% das mães está entre um a três salários; de 26% das mães foi relatado possuir de 4 até 6 salários mínimos, 3% das mães relataram possuir renda familiar de 7 a 10 salários mínimos e 1% das mães disse possuir renda mensal acima de 10 salários mínimos, conforme demonstrado no gráfico 2.

 

Gráfico 2. Renda mensal das famílias entrevistadas pelo projeto. Ubá - MG

 

Na pergunta sobre principal ocupação, 8% das mães declararam ser estudantes, 32% do lar, 2% das mães profissionais liberais, 9% desempregadas no momento da entrevista, 43% relataram serem empregadas registradas e 6% das mães disseram ser autônomas (Gráfico 3).

 

Gráfico 3. Principais ocupações evidenciadas pelas mães entrevistadas no projeto. Ubá - MG

 

Quanto ao grau de escolaridade das mães entrevistadas, 1% das mães não possui nenhuma escolaridade; 22% estudaram até o ensino fundamental, sendo que destas, 5% disse cursar até à 4ª série primária e 17% até 8ª série; 55% das mães atingi o nível de 2º grau, sendo que 11% delas disseram não completar este segmento e 44% das mães respondeu terminar este nível. Para o ensino superior foram 22% das mães nas respostas, onde, 4% possuem ensino superior incompleto e 18% mães estão cursando no momento ou permanecem afastadas temporariamente deste ensino (Gráfico 4).

Gráfico 4. Taxa de escolaridade das mães envolvidas na entrevista. Ubá - MG

 

Ao serem questionadas sobre a convivência em companhia de cônjuge ou companheiro, 80% das mães vivem, e 20% das mães vivem na companhia de outros parentes (Gráfico 5). Outro percentual também significativo foi a diferença entre ser ou não este, o primeiro filho: 61 mães (61%) declararam ser o primeiro filho, e 39 das mães (39%) responderam terem sido mães anteriormente (Gráfico 6).

 

 

 

Gráfico 5. Percentual de mães que moram com seus respectivos cônjuges. Ubá - MG

 

 

Gráfico 6. Percentual de mães que disseram ser o filho envolvido no projeto, o primogênito. Ubá - MG

 

Ao serem interrogadas sobre o plantio das mudas que receberam no momento da alta hospitalar, 89% das mães disseram ter plantado a muda, 9% das mães não plantaram a muda recebida, e dentre as justificativas recebidas estavam a de que esqueceram, ou não tinham local adequado para o plantio; e 2% das mães não pegaram as mudas na saída do hospital, dizendo que não houve interesse (Gráfico 7).

 

Gráfico 7. Taxa de sucesso no plantio das mudas pelas mães pesquisadas. Ubá - MG

 

Nota-se pela pesquisa realizada que, 45% das entrevistadas não sabem o significado do termo “sustentabilidade” (Gráfico 8), indicando que apesar de ser um assunto muito abordado tanto na mídia, quanto nas escolas, de preocupação pública e social geral, há muito ainda que ser trabalhado em educação ambiental.

 

Gráfico 8. Percentual de mães que foram questionadas sobre o termo “sustentabilidade”. Ubá – MG

 

 

Ao final da entrevista, as mães foram indagadas da possibilidade de uma visita do projeto, para demonstração do plantio da muda: e a grande maioria, 79% das mães, não se importaria em receber tal visita.

É interessante observar como a estrutura familiar orienta na formação humana e na qualidade de vida. Em referência a essa estrutura, e por meio dos resultados obtidos pela pesquisa, verificou-se a predominância de famílias com estrutura na organização conjugal, constituindo o ambiente familiar. A família, seja alicerçada por componentes nucleares ou conjugais, atua no conjunto simbólico para a estruturação, a organização e a orientação do sujeito, substanciando atitudes e atividades no mundo, inclusive para a consciência ambiental.

O Ministério da saúde (2006) indica que, na adolescência, as relações sexuais têm-se iniciado cedo e com maior número de parceiros. Embora essa informação retrate a atualidade através de pesquisas apuradas, o que é observado na faixa etária das mães pesquisadas neste projeto, é a prevalência de mães com idade teoricamente mais apropriadas para a gestação, o que pode estar condizendo ao fato destas fazerem uso de métodos anticonceptivos.  Outro fator evidenciado no estudo foi a escala de renda mensal das famílias, exibindo com maior freqüência rendas em até três salários mínimos, as classes B e C são predominantes, o que confirma os dados do IBGE (2007) de que a classe C aumentou no país.

A avaliação da percepção ambiental desperta a atenção da população para os problemas ambientais tornado-se necessárias atitudes mais ecológicas. O projeto trabalhou na intenção de estimular mudanças comportamentais e de consciência em relação ao papel de cada pessoa, no desenvolvimento de melhor qualidade de vida. Para tanto, ao propor resoluções de problemas nas atividades cotidianas, não seria interessante apenas alcançar como atividade-fim o ponto almejado. Conforme Layargues (1999), o ideal é trabalhar buscando a prática reflexiva como forma de concentrar esforços na ação sustentabilista. Neste sentido, ao ser observado o alto índice de mães que não souberam argumentar sobre o termo “sustentabilidade”, faz remeter ao pensamento de Gonçalves (2007), predizendo que: “Uma comunidade que não conhece a si mesma e ao seu espaço, dificilmente poderá comunicar sua importância no contexto mais amplo da cidade, da sociedade” (GONÇALVES, 2007, p. 03). Pedrini (1998), diz que a negligência com a questão ambiental, e sua conseqüente degradação é resultante, dentre outros motivos, da falta de educação ambiental.

Gonçalves (2007), defende que faz-se necessário, levar a população ao descobrimento de novas maneiras de olhar seu lugar, acarretando desta forma, atitudes que atendam ao desenvolvimento de forma cada vez mais sustentável.

A obtenção de resultados da pesquisa contou com a sensibilidade feminina, mormente aguçada no momento da maternidade, podendo, portanto, ser explicado o alto índice de participação das mães no plantio das mudas, como enfoca Pilotto et. al, (2009), a sensibilidade materna exacerba principalmente ao final da gravidez, seguindo por um período após o nascimento do bebê. E a preocupação ambiental pode ser evidenciada na mesma direção do objetivo no sucesso do projeto, uma vez que, parafraseando Rocha (2010), há sempre uma maior preocupação maternal em deixar à progênie um local mais protegido possível. E como foi demonstrado através dos resultados obtidos, a maioria das mães nessa pesquisa experimentam pela primeira vez a experiência na vida maternal, envolvendo-se, como o autor afirmou, na preocupação de um ambiente mais favorável ao desenvolvimento de seu filho.

Verificando os resultados exibidos na demonstração de renda familiar das participantes, em que a maioria delas possui baixa renda, Antunes (2007), descreve que a legislação brasileira, mesmo assegurando a implementação de educação ambiental, é repassada de forma prática e teórica inter e multidisciplicar à uma classe que suporta pagar por ensino particular. Portanto, as pessoas de baixa renda ficam desprovidas desse tipo de educação, por vezes, sequer, possuindo algum tipo de educação formal consistente, ficando destinadas a informal, aprendida nas ruas, no cotidiano de cada um. Esta educação por sua vez, nas palavras do autor, nem sempre são as melhores, “sobrando casos em que, em verdade, as pessoas deturpam o sentido do que é correto, com atitudes que parecem ser corretas”. Para Antunes (2007), a maioria das mães pesquisadas não soube responder sobre o termo “sustentabilidade”, pois são  de baixa renda, e não possuíram a percepção ambiental alicerçada na educação ambiental. Para este autor, a educação ambiental assume fundamental papel na formação de cidadãos, com condições de enfrentar problemas sócio-ambientais, baseado nos seus valores éticos, culturais e políticos, que, ao atuar de forma consciente com suas intervenções no meio, estará defenderá a sua “casa”, ou seja, o meio em que ele vive, e o futuro de próximas gerações.

 

CONCLUSÃO

 

Os cenários urbanos atuais, muitas vezes se desenvolveram de forma não programada, gerando complicações como a poluição do ar, de cursos hídricos e as aceleradas construções sem o devido respeito ao ambiente. Por conta dessa situação, esse trabalho atuou de forma a contribuir na melhoria da arborização urbana no município de Ubá – MG, por meio de Educação Ambiental onde a participação comunitária corroborou com o sucesso almejado. Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar o comportamento do homem em relação ao meio em que vive, no sentido de promover sob um modelo de desenvolvimento sustentável, o equilíbrio de práticas econômicas, com reflexos positivos evidentes junto à qualidade de vida.

A pesquisa atingiu o objetivo geral, o qual foi trabalhar com Educação Ambiental no sentido de sensibilização de um grupo de pessoas. Portanto, as causas da degradação ambiental e dos problemas sociais locais vão assim, se delineando aos olhos das pessoas envolvidas com os projetos ambientais. Pretendeu-se dessa forma, suscitar muito mais do que a mudança comportamental mecanizada, mas o alcance de mudanças baseadas no entendimento dos acontecimentos e suas resultantes conseqüências, o que pode gerar a prevenção dos mesmos.

Entretanto, trabalhar com esse tipo de educação no sentido de percepção dos cidadãos, é um processo contínuo, necessitando envolvimento coletivo, responsabilidade e perseverança, que deve ser orientada na certeza de que os resultados virão no decorrer do tempo, com perspectivas de melhoraria na qualidade de vida da população municipal e do país, rumo à sustentabilidade.

 

 

 

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Ilustrações: Silvana Santos