Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/03/2012 (Nº 39) CARACTERIZAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS MORADORES DO ENTORNO DO CANAL MACAÉ-CAMPOS: DA QUESTÃO DAS MACRÓFITAS AO DELINEAMENTO DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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INTRODUÇÃO

Caracterização da percepção dos moradores do entorno do canal Macaé-Campos: Da questão das macrófitas ao

delineamento de políticas de Educação ambiental

 

Juliana Soares Ribeiro-Dias [1]

Ronaldo Figueiró [2,3,4]

Viviane Grenha [2]

 

[1] Universidade Federal do Rio de Janeiro, Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé. Caixa Postal 119331, Macaé, RJ, Brasil. CEP 27910-970. jullidias@hotmail.com

[2] Laboratório de Ecologia de Insetos-Departamento de Ecologia, Caixa Postal 68020, Instituto de Biologia, UFRJ, 21941-590 Rio de Janeiro-RJ. vigrenha@biologia.ufrj.br

[3] Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO), Avenida Manuel Caldeira de Alvarenga, 1203 -Campo Grande, CEP 23070-200. ronaldofigueiro@uezo.rj.gov.br

[4] Centro Universitário de Volta Redonda (UNIFOA), Av. Paulo Erlei Alves Abrantes, nº 1325, Três Poços, Volta Redonda – RJ, CEP 27240-560. ronaldo.pereira@foa.org.br

 

RESUMO

 

Macaé foi extremamente impactada pela instalação da Petrobras na década de 1970, quando passou a receber migrantes de todas as regiões do país, o que aliado à instalação de diversas empresas, proporcionou um crescimento urbano desordenado. Dentre as problemáticas que surgem para o Município devido à este crescimento, destaca-se a invasão de insetos nas residências ao longo do Canal Macaé-Campos, principalmente, aqueles que são vetores de doenças tropicais. Segundo a Prefeitura de Macaé, as macrófitas que ocorrem no canal estariam relacionadas ao aumento de mosquitos, justificativa para a sua remoção. Entretanto, considerando que mosquitos preferencialmente necessitam de água limpa para seu desenvolvimento, é provável que o aumento de mosquitos esteja associado à grande ocupação humana nestas áreas nos últimos anos. O presente trabalho objetiva o estudo de cada componente envolvido e propor soluções para essa problemática, sendo para isso descritos: condições de moradia e saneamento básico da população ao redor do canal; efeitos da distância do canal na percepção dos moradores sobre a problemática dos mosquitos; e a contribuição da população para o fornecimento de criadouros artificiais.  

 

Palavras-chave: Educação Ambiental, Mosquitos, Percepção, População, Políticas Públicas.

 

 

Introdução

 

Desde a década de 70, os limnólogos sul-americanos têm demonstrado a importância das macrófitas aquáticas no que se refere a sua fitossociologia e ao seu indispensável papel no processo de eutrofização dos ecossistemas aquáticos continentais tropicais. No Brasil, estudos básicos sobre esta temática, especialmente, sob o ponto de vista ecológico, ainda são muito escassos (ESTEVES, 1998). Entre estes, no Rio de Janeiro, a cidade de Macaé, através do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé - NUPEM/UFRJ se destaca em pesquisas sendo desenvolvidas em Ecologia, que direta e indiretamente envolvem os conhecimentos sobre macrófitas aquáticas, destacando-se as de longa duração.

O Município de Macaé, na Região dos Lagos no Rio de Janeiro, foi extremamente impactado com a instalação da estatal Petrobras na década de 1970 quando passou a sofrer todo tipo de interferência devido ao salto de crescimento sócio-econômico movido à nova economia, o petróleo. Migrantes de todas as regiões do país, estrangeiros e diversas empresas se instalaram na região proporcionando um crescimento desordenado e descontrolado de áreas urbanas. Segundo o IBGE em último levantamento em 2007, hoje em uma área de unidade territorial de 1216 Km² estima-se uma população de 169513 habitantes, 5093 empresas legais e renda per capita (PIB) de 40281 Reais.

Atualmente, dentre as problemáticas que surgem para o Município de Macaé, como conseqüência do crescimento urbano local, destaca-se a invasão de insetos nas residências ao longo do Canal Macaé-Campos, principalmente, aqueles que são vetores de doenças tropicais (Anopheles, Culex, Aedes) e comuns no litoral do país.  Entre os mosquitos que se comportam como hospedeiros e vetores de agentes infecciosos, uma importância maior se dá aos Culicídeos (Diptera) dentre os quais estão compreendidos os populares mosquitos pernilongos ou muriçocas. Dentro do grupo Culicidae estão agrupados os subgrupos Toxorhynchitinae, Culicinae e Anophelinae (CONSOLI; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1994). Os primeiros, por seus hábitos inofensivos ao homem não têm importância na transmissão de patógenos, porém, os outros dois grupos incluem um grande número de insetos que são veículos potenciais de arboviroses bem conhecidas, como a febre amarela e a dengue, ou seja, têm espécies de grande importância médica e sanitária (BUZZI; MIYAZAKI, 1999).

Segundo a Prefeitura de Macaé, as macrófitas teriam grande importância no aumento de mosquitos no local, pois estariam acumulando água e funcionando como criadouro natural, servindo essa hipótese de argumento para o corte (ou total retirada) da vegetação existente no canal (Figura 1). Mas, considerando que os mosquitos preferencialmente necessitam de água limpa para seu desenvolvimento (GLASSER; DONALÍSIO, 2002), é provável que o aumento de mosquitos também possa estar associado com a grande ocupação humana ao longo do canal nos últimos anos. Sendo assim, além da água do canal em si, o corrente fenômeno possivelmente surge como resultado de um desequilíbrio entre a população e o meio, através da disponibilidade de criadouros artificiais, como lixo e outros materiais acumulados nas casas.

É uma meta da ação ambiental identificar que ações asseguram a preservação e melhoria das potencialidades humanas e desenvolvimento do bem-estar social e individual, em harmonia com o ambiente, tanto biofísico, quanto o criado pelo homem UNESCO (1975). Através da identificação da problemática entre os agentes envolvidos, podem ser propostas ações ambientais visando a ampliação do trabalho científico a um público maior, tanto no contexto da educação científica tanto da política ambiental, como propõem MEDEIROS; BELLINI (2001) para a compreensão de ambientes sobre impacto. Dessa maneira, diante da problemática que envolve a retirada das macrófitas aquáticas, justificada pela população e prefeitura local como responsáveis pela invasão de “pernilongos” às residências, o estudo da influência das macrófitas e dos criadouros artificiais das casas pode contribuir com a vigilância entomológica relacionada à saúde local e a interpretação das relações existentes entre insetos-população-vegetação do entorno do canal na busca do entendimento do desequilíbrio entre estes agentes.

Assim, o presente trabalho tem como objetivo o estudo de cada componente envolvido e propor soluções para essa problemática. Para isso, serão descritos: as condições de moradia e saneamento básico da população ao redor do canal; os efeitos da distância do canal na percepção dos moradores sobre a problemática dos mosquitos; e a contribuição da população para o fornecimento de criadouros artificiais.  

 

  

 

Figura 1. Trecho do canal Campos-Macaé com macrófitas (esquerda) e com retirada de macrófitas (direita).

 

Materiais e métodos

 

O Canal Macaé-Campos foi construído no século XIX, interligando as bacias do Rio Paraíba do Sul, da Lagoa Feia e do Rio Macaé, para fins de navegação, e de interesses econômicos os mais diversos. Atualmente, ele corta os municípios de Campos dos Goytacazes, Quissamã, Carapebus e Macaé exercendo não mais um papel de meio de navegação, mas integrando uma ampla rede de drenagem em seu percurso. (Figura 2).

 

Figura 2. Extensão do Canal Macaé – Campos, dentro dos limites urbanos da cidade de Macaé, RJ. Fonte: Google Earth (www.earth.google.com).

 

Historicamente o Canal é considerado uma das maiores obras da engenharia da época de sua construção, atravessava a região das restingas e alagadiços utilizando parte do leito das lagoas de Jurubatiba, Carapebus, Paulista e Feia. Visava facilitar o escoamento da produção açucareira, através do canal, ao porto de Imbetiba em Macaé, seguindo para o Rio de Janeiro. Sua construção começou em 1844, sob mão-de-obra escrava. Como obra “faraônica” para época, o canal de 109 km foi inaugurado em 1861, somente começando a operar em 1872 com viagens regulares de barco a vapor (fonte:Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac).

Segundo o último censo (IBGE) realizado na cidade de Macaé em 2007 a população no entorno do canal é de 55640 habitantes destes, 60% compreendem indivíduos adultos de 20 a 59 anos e perto de 35% estão na faixa de 0 a 19 anos. Estes resultados seguem a contagem do IBGE por regiões sub-distritais da cidade onde o Bairro Barra é tido como o primeiro sub-distrito da Sede, seguido do Aeroporto (englobando o Jardim Carioca) e o terceiro que compreende os Bairros Lagomar (e Engenho da Praia) e São José do Barreto.

A população que habita estas áreas no entorno do Canal em Macaé, na sua porção final, ou seja, antes da chegada ao encontro com o Rio Macaé e com o mar, é bastante diversificada com relação a aspectos de renda, qualidade de vida e habitação. A história recente da cidade como pólo de geração de empregos devido às atividades da Petrobras explica a forma como a população local se organizou em comunidades com altas concentrações de habitações e densidade populacional abrigando pessoas que vêm de várias partes do país e das pequenas cidades próximas em construções muitas vezes irregulares e áreas de preservação (fonte: Publicações FSMA e Prefeitura de Macaé). Os dados utilizados neste estudo são provenientes dos questionários aplicados nesta parcela da população.

Foram aplicados questionários contendo 14 perguntas, compreendendo questões relativas aos moradores, às condições de saneamento básico, aos criadouros artificiais de mosquitos e ao conhecimento dos moradores sobre macrófitas (Anexo 1). Um total de 105 questionários foi aplicado em cinco localidades, de acordo com disponibilidade de voluntários/casas em cada local: Aeroporto, Barra, Jardim Carioca, Barreto, Engenho da Praia. Para avaliar o efeito da distância do canal foram estabelecidas três regiões em cada localidade, de acordo com a distância do mesmo: beira, periferia e afastado (Figura 3).

 

Figura 3. Esquema de orientação para escolha das casas em beira, periferia e afastadas.

 

Para identificar possíveis diferenças nos padrões gerais de respostas dos questionários entre as localidades e dentro das próprias, foi aplicada a ANOVA não-paramétrica Kruskal-Wallis, seguida do teste de Dunn para comparação de pares, quando verificada diferença significativa pela primeira. Para o bairro Jardim Carioca foi aplicado o teste Mann-Whitney, pois neste bairro não existem casas com perfil de beira de canal, portanto, foram comparadas somente as regiões da periferia e afastada do canal. Desta forma, os bairros foram comparados entre si, e o mesmo foi feito com as regiões que os compõem: Beira, Periferia e Afastado. Todas as análises foram executadas no software GraphPad Instat versão 3.0 (1997).

 

Resultados e Discussão

 

As análises das respostas dos questionários por bairros revelam diferenças significativas entre os bairros avaliados (KW = 19,100; p= 0,0008). O Teste posterior de Dunn indicou diferenças entre os bairros Aeroporto e Engenho da Praia, e entre Aeroporto e Barra (Figura 4 e Tabela 1). Os dois primeiros estão localizados nos extremos da área de estudo, sendo o Aeroporto um bairro mais central, que possui mais infra-estrutura, e o Engenho da Praia localizado na periferia, enquanto os bairros Aeroporto e Barra são adjacentes, e sua diferença pode estar no fato do segundo ser um bairro de proporções menores e mais dependente dos outros bairros próximos. Neste último predominam muitas construções pequenas como quitinetes e algumas firmas de serviços diversos.

Os questionários também revelam que nas residências dos bairros mais afastados do centro da cidade, como Engenho da Praia, há maior densidade populacional, e nestas áreas as casas são providas de fontes de água e esgoto por poços e fossas, especialmente na beira do canal. Nos demais bairros, há tubulação de água e esgoto na maioria das casas. No geral, a população do entorno do canal não têm o hábito de guardar materiais reutilizáveis nas residências e o sistema de coleta de lixo semanal parece eficiente.

Em relação aos mosquitos, as respostas indicam sua ocorrência ao entardecer/noite, durante todo o ano, especialmente no verão. O principal modo de prevenção é por inseticidas. As respostas positivas para a existência de mosquitos ocorrem mais na periferia do canal (Figura 5A), o que sugere que os criadouros artificiais, e não o canal/macrófitas sejam os principais responsáveis pelos mosquitos. Contudo, quando questionados sobre a causa dos mosquitos, os moradores, principalmente da beira, apontam a água do canal como a principal responsável, embora a maioria tenha indicado mais de uma opção de resposta (Figura 5B). Destaca-se a grande quantidade de moradores que não têm informação alguma sobre a função das plantas aquáticas, com exceção das localidades Aeroporto e Jardim Carioca, que apresentam respostas positivas para a pergunta: O que você sabe sobre plantas aquáticas? (Figura 5C).

 

Figura 4. Comparação das respostas das cinco localidades analisadas. A linha dentro de cada caixa representa a mediana. Linhas verticais correspondem aos valores mínimo e máximo das observações.

 

 

Tabela 1. Resultados das comparações entre os bairros pelo Tese Posterior de Dunn. * Diferenças significativas (p<0,05).

 

Bairro

Diferença

Valor de p

Aeroporto x Barra

55,272

p<0,01*

Aeroporto x Jardim Carioca 

22,912

p>0,05

Aeroporto x Barreto

14,281

p>0,05

Aeroporto x Engenho

50,298

p<0,05*

Barra x Jardim Carioca

-32,360

p>0,05

Barra x Barreto

-40,991

p>0,05

Barra x Engenho

-4,974

p>0,05

Jardim Carioca x Barreto

-8,632

p>0,05

Jardim Carioca x Engenho

27,386

p>0,05

Barreto x Engenho

36,018

p>0,05

 

 

 

 

 

Figura 5. Respostas dos moradores de todos os bairros por região (beira, periferia, afastado), quanto a presença de mosquitos (a), fatores responsáveis pelos mosquitos (b) e conhecimento sobre plantas aquáticas (c).

 

Considerando as regiões dentro de cada bairro analisado (beira, periferia e afastado), os bairros Barra, Aeroporto e Engenho da Praia apresentaram diferença significativa nas respostas com a distância do canal. Já para os bairros Barreto e Jardim Carioca não houve diferença significativa entre as regiões (Tabela 2 e Figura 6). Nos demais bairros onde foi encontrada diferença significativa, foi observado o padrão da beira se diferir significativamente das demais (Figura 6). Uma hipótese é de que casas a beira do canal têm menos infraestrutura, podendo ser construções ilegais o que, historicamente, é justificável em cidades com crescimento urbano acelerado e não planejado. Contudo, não podemos deixar de considerar, neste contexto, não apenas as questões de urbanismo e políticas públicas, mas também, as atitudes de alguns moradores que se aproveitam da proximidade do canal para construírem saídas de esgoto de suas residências e para descarte de todas as formas de lixo.

 

Tabela 2. Resultados das comparações entre regiões dentro dos bairros (beira, periferia e afastado) pelo Tese do Kruskal-Wallis (Barra, Aeroporto, Barreto e Engenho da Praia) e pelo Teste de Mann-Whitney (Jardim Carioca). * Diferenças significativas (p<0,05).

 

Bairro

Resultado do teste estatístico

Aeroporto

KW = 20.697

p < 0.0001*

Barra

KW = 10.201

p = 0.0061*

Barreto

KW = 1.408

p = 0.4771

Engenho da Praia

KW = 20.170

p < 0.0001*

Jardim Carioca

U= 1524.0

p= 0.5699

 

 

Figura 6. Resultados das comparações das respostas entre regiões dentro dos bairros (beira, periferia e afastado): Aeroporto (a), Barra (b), Barreto (c), Engenho da Praia (d) e Jardim Carioca (e). Para o bairro de Jardim Carioca não existem casas na beira do canal. A linha dentro de cada caixa representa a mediana. Linhas verticais correspondem aos valores mínimo e máximo das observações. Letras diferentes indicam diferença significativa entre medianas pelo teste de Kruskall-Wallis Wallis (Barra, Aeroporto, Barreto e Engenho da Praia) ou Mann-Whitney (Jardim Carioca) com posterior teste Dunn, a 95% de intervalo de confiança.

 

 

Conclusão

 

Uma proposta de ação ambiental deve esclarecer estes moradores do entorno do canal sobre a ecologia urbana e o ambiente de criação destes mosquitos. Eles devem entender o quanto as suas atitudes com meio podem contribuir mais com a situação do que o canal, mesmo que a conclusão da pesquisa de coleta de larvas indique o canal e/ou as macrófitas aquáticas como um criadouro. Portanto, além de norteadora para etapas seguintes do projeto, essa análise possibilita delinear um conjunto de iniciativas de Educação Ambiental para acompanhar de forma eficiente as inevitáveis mudanças ambientais e possibilitar melhores posturas públicas de políticas nestas localidades.

Algumas iniciativas de Educação Ambiental seriam a aplicação de palestras em eventos da comunidade, como as reuniões de associações de moradores e a produção de material de apoio como textos com a proposta do trabalho de identificação, explicativos sobre a ecologia dos mosquitos, sobre o que são macrófitas, sua importância e ecologia nestes ambientes, higiene e saúde. Outra proposta seria a formação de Educadores Ambientais instruídos especialmente sobre estas questões. Estas iniciativas são simples do ponto de vista institucional, no NUPEM, devido a abundância de pessoal qualificado como professores, alunos e funcionários engajados nas atividades de extensão universitária que promovem atividades abertas e especialmente desenvolvidas para tratar da questão ambiental na comunidade.

O NUPEM pode ter um papel muito importante neste trabalho de conscientização, pois é diretamente responsável pelo desenvolvimento socioambiental de Macaé além de ser parte estrutural da área problemática. A instituição UFRJ também apóia e já trabalha com projetos de extensão que podem chegar a estas comunidades através dos outros cursos como a Medicina e a Enfermagem.

As iniciativas que podem se desdobrar em tomadas de atitudes no nível dos aos órgãos municipais, também são esperadas com a conscientização da população. Após as medidas de ação ambiental estas pessoas, educadas ambientalmente e de posse das informações necessárias a respeito do seu meio ambiente e da problemática enfrentada, passam a ter conhecimento para requerer seus direitos básicos, garantidos e melhorias nas políticas públicas de manejo para os seus bairros.

 

Referências Bibliográficas

 

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Anexo 1 -  Questionário aplicado aos moradores

 

1) Sexo (   ) Feminino (   ) Masculino                    Idade: ____

 

2) Endereço: ______________________________________________

 

3) Distância da casa ao Canal:  (  ) Beira (  ) Periferia (  ) Mais afastada

 

4) Há quanto tempo mora nessa casa? ________

 

5) Quantas pessoas residem na casa?      (     ) crianças  (     ) jovens   (    ) adultos

 

6) Quantos cômodos?   (  ) 1 (  ) 2 (  ) 3 (  ) mais de 3

 

7) Existe sistema de água e esgoto? (  ) sim  (  )  não

Qual?    (  ) fossa  (  ) tubulação  (  ) outro   

 

8) Existe coleta de lixo? (  ) sim  (  )  não

Com que freqüência? (  ) diária (  ) semanal  (  ) _____

 

9) Aonde você guarda materiais como garrafas, latas, baldes, etc?

       (  ) Não guarda  (  ) Quintal  (  ) Local fechado

 

10) Há muitos mosquitos na sua casa? (  ) sim   (  ) não

Em qual horário do dia você observa mais mosquitos?

 (  )  Manhã      (  ) Tarde    (  )  Noite     (  ) Entardecer    (  ) Qualquer horário

 

Em que época do ano ocorre uma maior invasão?

           (  ) Verão (  ) Inverno  (  ) Todo o ano     (  ) Meses: _____________

 

O que você usa como prevenção contra mosquitos?

       (  )  Nada       (  ) Tela     (  )  Repelente na pele      (  ) Repelente elétrico

       (  ) Inseticida Qual? ____________________        (  ) Outro __________

 

11) O que pode estar causando a grande quantidade de mosquitos encontrada?

(  ) lixo  (  ) água do canal (  ) plantas aquáticas  (  )  outro: ________

 

12) O que você sabe sobre plantas aquáticas?

(  ) Nada 

(  ) Já ouviu falar mas não associa à sua função no canal

(  ) Já ouviu falar e sabe da sua função nestes ambientes

 

13) Quantas pessoas já tiveram “dengue” ou “febre amarela” diagnosticada?

         (  ) ninguém  (  ) algumas pessoas da família  (  ) todos da família

 

14) Você seria voluntário para a colocação de armadilhas na sua casa para a captura de mosquitos?

            (  ) sim  (  ) não                  

Ilustrações: Silvana Santos