Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/03/2012 (Nº 39) A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UM ESTUDO COM RECICLADORES
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A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UM ESTUDO COM RECICLADORES

 

Luciana Aparecida Barbieri da Rosa*, Jorge Oralndo Cuellar Noguera,

Jordana Marques Kneipp, Clandia Maffini Gomes, Roberto Schoproni Bichueti

 

RESUMO

 

A preocupação da sociedade com ações voltadas para uma melhor relação com o meio ambiente tem se intensificado nas últimas décadas. Uma das dimensões desta questão está relacionada com o destino dos resíduos sólidos e sua relação com processos de reciclagem. Os “catadores de lixo” representam um ator social que emergiu desse cenário. A situação social dos catadores insere-se na dubiedade da dimensão ambiental, pois, ao mesmo tempo em que, o lixo lhes proporciona trabalho informal, por outro lado as condições de vida e salubridade nem sempre correspondem a dignidade social. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo conhecer a realidade dos catadores da Vila Maringá – Santa Maria/RS e promover uma maior conscientização sobre os modos de trabalho realizados por eles, no que se refere ao transporte, coleta e armazenagem, visando uma vida com mais dignidade. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de campo, utilizando como instrumentos de coleta de dados entrevistas semi-estruturadas e observação direta. Foram entrevistados: 30 “catadores de lixo”, no município de Santa Maria /RS. Como principais resultados constataram-se mudanças de atitudes em relação às formas de coleta, o recolhimento dos tipos de plásticos e problemas de saúde. O presente trabalho evidenciou a necessidade de se trabalhar mais temas relacionados a responsabilidade socioambiental, que proporcionem uma melhoria nas questões sócio-econômicas-ambientais do público-alvo analisado.

 

 

 

1 Introdução

 

As alterações ambientais produzidas pelo homem têm atingido níveis superiores à capacidade renovável dos recursos existentes, desencadeando um complexo desequilíbrio sistêmico de difícil reversão (ABREU, CAMPOS e AGUILAR, 2008).

Ressalte-se que os hábitos de vida da população e as tecnologias aplicadas na produção de bens de consumo mudaram consideravelmente nos últimos anos, acarretando em um aumento na produção de resíduos e de materiais em geral. A produção excessiva de resíduos consiste em um problema que vem se agravando gradativamente, a partir do aumento da população e das mudanças nos hábitos de vida.

Cada pessoa produz em toda sua existência, em média, 25 toneladas de resíduos sólidos. Uma montanha de restos de comida, papel, plástico, vidro, etc. Apesar da quantidade produzida, a maioria das pessoas considera que basta colocar o lixo na porta de casa e já fez a sua parte (ABREU, 2001).

Em Santa Maria/RS, cidade com mais de 266.000 habitantes, existem grandes focos de pobreza, alto índice de desemprego, prostituição e exploração de mão de obra infantil. Esta situação gera famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social, ou seja, situações decorrentes da pobreza, do abandono, da dependência química, de maus tratos físicos e psicológicos, na fragilidade do papel de adultos responsáveis.

A Vila Maringá consiste em uma comunidade localizada na região leste de Santa Maria composta por três vilas: Vila Maringá, Cohab Diácono João Luiz Pozzobom e Loteamento Paróquia das Dores. Atualmente, habitam a localidade em torno de 580 famílias, sendo que a maioria das pessoas que reside neste local sobrevive de trabalho informal, não possuem emprego fixo (domésticas, faxineiras, biscateiros e uma grande parte são catadores de materiais recicláveis). Apesar de existirem entidades comprometidas com o desenvolvimento da qualidade de vida dessa comunidade, identifica-se que a população se encontra em condições de extrema pobreza, estando à margem da atenção que realmente necessita para terem melhores condições de vida.  Muitas famílias enfrentam grandes problemas como a falta de infra-estrutura (rede de esgoto, rede elétrica, hidráulica), acarretando que sobrevivam em condições subumanas, resultando num contexto de desrespeito aos direitos fundamentais do ser humano.

Deste modo, identifica-se na Vila Maringá, a necessidade de atenção na área da saúde, trabalho e principalmente educação, focando a importância da preservação do meio ambiente, para que futuramente esses recicladores tenham uma melhor qualidade de vida.

Nesse sentido, este estudo teve como objetivo conhecer a realidade dos catadores da Vila Maringá – Santa Maria/RS e promover uma maior conscientização sobre os modos de trabalho realizados por eles, no que se refere ao transporte, coleta e armazenagem, visando uma vida com mais dignidade.

O presente trabalho além desta seção introdutória está estruturado de modo a apresentar o referencial teórico, o método do estudo, os resultados e as considerações finais.

 

2 Referencial teórico

 

2.1 Geração de resíduos: um problema emergente

 

Os hábitos de vida da população e as tecnologias aplicadas na produção de bens de consumo mudaram consideravelmente nos últimos anos, acarretando em um aumento na produção de resíduos e de materiais em geral. A produção excessiva de resíduos consiste em um problema que vem se agravando gradativamente, a partir do aumento da população e das mudanças nos hábitos de vida.

 Reichert (1999) ao relatar sobre os resíduos sólidos ressalta:

A questão do manejo dos resíduos sólidos tem acompanhado o homem desde a sua origem. Foi, no entanto, nas últimas décadas que o problema se exacerbou. O homem primitivo, embora em menor quantidade, também gerava resíduos, como cinzas de fogueira, restos de alimentos e utensílios ou ferramentas não utilizáveis. Como a população era pequena, os resíduos eram facilmente absorvidos pelo meio ambiente, retornando ao ciclo natural da matéria (REICHERT,1999, p. 55).

 

As estatísticas confirmam que, de acordo com Abarca (2009), a quantidade de resíduos sólidos gerados em todo o planeta continua crescendo, como conseqüência de uma sociedade consumista que ignora os demais problemas associados ao seu desperdício.

Reichert (1999) diz que é um grande desafio para as cidades o gerenciamento dos resíduos sólidos. Relata que há anos atrás, em toda América Latina, havia somente a preocupação com a coleta seletiva e a limpeza dos centros urbanos, sendo ignorado o tratamento e a disposição final dos resíduos.

Uma das alternativas para minimizar os problemas inerentes ao gerenciamento de resíduos consiste na reciclagem. A primeira e mais visível das contribuições ambientais da reciclagem é a preservação dos recursos naturais, prolongando a vida útil das reservas naturais, reduzindo a destruição da paisagem, da flora e da fauna. A redução do número de aterros deve ser vista quando se analisa a reciclagem, contribuindo assim para a sustentabilidade.

Calderoni (1999, p. 89) relata que a reciclagem é considerada “fator de economia de capital natural (matérias-prima, energia, água) e de saneamento ambiental (reduz a poluição do ar, da água, do solo e subsolo). Entretanto, a extensão desses efeitos não tem sido medida em termos estritamente econômicos”.

Sobre essa perspectiva o autor diz que:

Para que se possam induzir transformações efetivas nas práticas vigentes, deve-se ter em conta o modo através do qual as percepções dos agentes sociais e econômicos afetam e constituem as decisões. No caso específico, a reciclagem do lixo representa atividade percebida por muitos agentes sociais como inviável em terrenos estritamente econômicos. Tal fato encontra-se na raiz das dificuldades que a reciclagem tem encontrado para o mais rápido desenvolvimento (CALDERONI,1999, p. 89).

Nessa perspectiva convém apresentar o panorama da reciclagem no Brasil.

 

2.1.1 Reciclagem no Brasil

 

O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil referente ao ano de 2010, produzido anualmente pela Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais apresenta uma realidade bastante crítica em relação à produção de resíduos sólidos no Brasil. O estudo mostrou que a produção de lixo no país cresceu seis vezes mais do que a população. Além disto, a quantidade de resíduos com destinação inadequada aumentou quase dois milhões de toneladas, em relação a 2009. De acordo com este levantamento, nos últimos 12 meses, produziu-se no Brasil aproximadamente 61 milhões de toneladas de lixo, o que representa, em média, 378kg/hab. (ABRELPE, 2010)

Os recursos naturais existentes no meio ambiente são finitos. Para que haja uma vida útil maior é necessário não somente otimizar os processos industriais, mas também fazer com que as matérias-primas que sobram possam ser reutilizadas para a fabricação de novos produtos. Isso se dá através de dois processos: reutilização e reciclagem. A reutilização é o procedimento no qual, a partir de um produto pronto, é possível fabricar outro produto de natureza distinta. Já a reciclagem acontece quando a matéria-prima volta ao mesmo ciclo produtivo.

A partir da Constituição de 1988, em distintas regiões brasileiras, com o intuito da responsabilidade social e conscientização das organizações, diversas entidades foram criadas, dentre elas as associações dos recicladores, garantindo assim a geração de renda, diminuição dos resíduos sólidos aterrados e por conseqüência preservação do meio ambiente.

Com o objetivo de incentivar e facilitar o processo de reciclagem no Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (BRASIL, 2001) estabeleceu, através da Resolução nº 275 de 25 de Abril de 2001, com base nos padrões adotados internacionalmente, o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a serem adotados pelos coletores e transportadores, bem como em campanhas informativas da coleta seletiva. De acordo com esta classificação, definiram-se as seguintes cores: AZUL: papel/papelão; VERMELHO: plástico; VERDE: vidro; AMARELO: metal; PRETO: madeira; LARANJA: resíduos perigosos; BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; ROXO: resíduos radioativos; MARROM: resíduos orgânicos; CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação.

Porém as soluções começam em gestos diários de cada indivíduo em suas residências, utilizando a teoria dos 3 ‘R’s: (1) o primeiro ‘R’ significa reduzir a geração de resíduo, na qual cada cidadão deve ter a consciência de quanto gera de resíduos sólido. Mudar as atitudes de consumo; (2) O segundo ‘R’ é reaproveitar e usar a criatividade; e (3) o terceiro ‘R’, é a reciclagem.

Verifica-se no terceiro R uma divergência na palavra reciclagem, pois os indivíduos separam os resíduos sólidos que serão coletados pelos recicladores e após esta coleta são encaminhados as indústrias, onde realizam a reciclagem. Portanto, deveria ser a teoria dos 2Rs1S (Reciclar, Reaproveitar e Separar).

Contundo, devem existir diretrizes para as políticas governamentais com o intuito de influenciar na relação homem / ambiência. Uma dessas diretrizes é sensibilizar o homem ao consumo consciente dos resíduos sólidos, mostrando que deve existir um equilíbrio entre consumo e degradação do meio ambiente, de modo que um não extinga o outro. É nesse sentido que a sensibilização das atitudes permitirá que gerações futuras possam viver com dignidade.

É nesta perspectiva, que a reciclagem se destaca, como uma das alternativas que ajudam positivamente para que uma parte dos resíduos sólidos produzidos pela sociedade possa ser reciclada, de modo a contribuir para a preservação do meio ambiente, como também esses recicladores possam sobreviver dentro da sociedade com mais dignidade.

 

2.2 Catadores e a cultura do lixo

 

No Brasil, a reciclagem dos resíduos sólidos, é realizada por catadores, que realizam suas atividades nas ruas e lixões municipais. Cabe ressaltar que esses cidadãos contribuem para a limpeza dos centros urbanos e para a preservação do meio ambiente, mas sem nenhum mérito da sociedade. Ultimamente os catadores possuem uma categoria no Ministério do Trabalho (ALMANAQUE BRASIL, 2007)

Estima-se que, no Brasil, segundo Medeiros e Macedo (2006) o número de catadores de materiais recicláveis seja de aproximadamente 500.000 (quinhentos mil), estando 2/3 deles no Estado de São Paulo.

Segundo Magera (2003), a rotina de trabalho dos catadores de lixo é exaustiva:

Muitas vezes, ultrapassa doze horas ininterruptas; um trabalho exaustivo, visto as condições a que estes indivíduos se submetem, com seus carrinhos puxados pela tração humana, carregando por dia mais de 200 quilos de lixo (cerca de 4 toneladas por mês), e percorrendo mais de vinte quilômetros por dia, sendo, no final, muitas vezes explorados pelos donos dos depósitos de lixo (sucateiros) que, num gesto de paternalismo, trocam os resíduos coletados do dia por bebida alcoólica ou pagam-lhe um valor simbólico insuficiente para sua própria reprodução como catador de lixo (MAGERA, 2003, p.34).

 

O que permite a existência dos catadores de lixo é a indústria da reciclagem, que os transforma em uma espécie de fornecedores de matérias-primas. O tipo de produto que os catadores extraem do lixo é variado, sendo principalmente papel, garrafas, plásticos, latas e cobre (VIANA, 2000).

            Segundo Viana (2000) a origem dos catadores de lixo se dá, na maior parte dos casos, em decorrência da migração, ou seja, o deslocamento da força de trabalho de um lugar para outro, seja esta do campo para a cidade, ou originária de outras regiões. Desta forma, em decorrência da exclusão social, da falta de capacitação e escolaridade resultam nesta opção – ou “na falta de opção” – de garantir o seu sustento através da indústria do lixo.

Um problema bastante enfrentado nas comunidades de catadores de lixo é a questão da saúde. Segundo Porto et. al. (2004), os catadores percebem o lixo como fonte de sobrevivência, a saúde como a capacidade para o trabalho, e, portanto, tendem a negar a relação direta entre o trabalho e problemas de saúde. Desta forma, não há como se ignorar que inúmeros são os riscos realmente existentes no trabalho desenvolvido por estas pessoas, podendo gerar lesões permanentes ou mesmo óbitos. Segundo os autores, alguns procedimentos básicos, tais como o uso de equipamentos de proteção, bem como a conscientização da importância do uso destes, poderiam contribuir para minimizar os acidentes, preservando assim a saúde destes trabalhadores.

Cabe destacar outro ator envolvido neste processo. Segundo Bursztyn e Araújo (1997) o comércio do lixo entre os catadores de lixo e as empresas de reciclagem geralmente passa pela mediação dos “atravessadores”, já que boa parte das compras não é feita diretamente pelas empresas. Segundo o autor, pode-se dizer que, também nesse setor, a terceirização chegou, de forma que há intermediários entre os catadores e a indústria: são os ‘atravessadores’ do papel.

 

2.3 Responsabilidade Socioambiental

 

A ideia de responsabilidade socioambiental depende em grande parte da construção de um novo processo de formação nas sociedade como um todo, que contemple a redução dos riscos ao meio ambiente (DEMAJOROVIC, 2001, p.33).        

De acordo com Jacob (2009), “a problemática socioambiental, ao questionar ideologias teóricas e práticas, propõe a participação democrática da sociedade na gestão dos seus recursos atuais e potenciais, assim como no processo de tomada de decisões para a escolha de novos estilos de vida e a construção de futuros possíveis, sob a ótica da sustentabilidade ecológica e a eqüidade social”.

 Ainda de acordo com Jacob (2009), torna-se cada vez mais necessário consolidar novos paradigmas educativos, centrados na preocupação de iluminar a realidade desde outros ângulos, e isto supõe a formulação de novos objetos de referência conceituais e, principalmente, a transformação.

De acordo com Dermajorovic (2001) a responsabilidade socioambiental depende de uma mudança de pensamento da  sociedade como um todo, buscando novas formas de diminuir a degradação do meio ambiente.

 

2.4 Educação Ambiental

 

Nas palavras de Sato (2004),em 1971 pela Internacional Union for the Conservation of Nature (IUNC), foi relatada a definição internacional de Educação Ambiental .

Em Tbilisi no ano de 1977, realizou-se o Primeiro Congresso Mundial de Educação Ambiental, no qual foram apresentadas várias ações desenvolvidas em diversos países sobre a temática acima relatada (REIGOTA, 2006).

A Conferência Intergovernamental de Tbilisi, definiu que:

A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e classificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida (SATO, 2004, p. 23).

 

De acordo com a Lei nº 9.605, de 12/02/1998, define educação ambiental como: os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Segundo Noguera (2009), define-se Educação Ambiental como “Um processo contínuo e permanente que busca a transformação de valores e atitudes e posicionamentos pelos quais, a comunidade por intermédio do indivíduo esclarece conceitos voltados para a conservação do ambiente”.

A educação ambiental deve ser vista como um processo de aprendizagem permanente que busca as diversas formas de conhecimentos dos cidadãos com consciência local e global.

Dentre as características e de acordo com Carvalho (2006, p. 26), “considera educação ambiental como prática política e social, inter-relacionando conhecimento, os valores éticos e estéticos e a participação política do indivíduo”.

Ao longo da história foi constante a agressão e a destruição do ambiente natural, o homem foi buscando novos territórios, novos ecossistemas e conseqüentemente, se afastando da interação biológica com os demais seres viventes. Assim, se tornou um ser a parte no seu relacionamento com o meio ambiente.

A busca por modelos de ação realizadas pelos setores sociais, com o objetivo de minimizar, corrigir ou reverter situações de impacto ambiental, ou por possíveis transformações radicais dos padrões de relação ser humano-sociedade-natureza tem mostrados caminhos bastantes diversificados em termos de propostas de ação (CARVALHO, 2006).

De acordo com a Lei No 9.795, de 27 de Abril de 1999, existem no Brasil três tipos de Educação Ambiental: a formal, não formal e informal. A educação formal entende-se que é um processo institucionalizado que ocorre nas unidades de ensino, públicas e privadas. Já a educação não-formal são ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.  E, a informal se caracteriza por sua realização fora da escola, envolvendo flexibilidade de métodos e de conteúdos e um público- alvo muito variável em suas características.

Cabe ressaltar que há outros tipos de Educação Ambiental, de acordo com Logarezzi (2006): a educação ambiental em resíduos é aquela que visa educar o cidadão em relação a geração e o descarte dos resíduos decorrentes das atividades humanas.

Para Jacobi (2003):

A educação ambiental, como componente de uma cidadania abrangente, está ligada a uma nova forma de relação ser humano/natureza, e a sua dimensão cotidiana leva a pensá-la como somatório de práticas e, conseqüentemente, entendê-la na dimensão de sua potencialidade de generalização para o conjunto da sociedade (JACOBI, 2003, p. 200).

Por fim cabe ressaltar que, como toda temática em fase de afirmação, a Educação Ambiental recebeu várias definições ao longo da sua escalada evolucionária. As práticas de educação ambiental no Brasil podem ser datadas a partir da década de 1980. E a partir dessa década que alguns educadores passam a se chamar "ambientais" e podem ser vistos como contribuidores das praticas educativas voltadas para o meio ambiente.

 

3 Método do estudo

 

O presente estudo caracteriza-se quanto a sua abordagem como qualitativo. Conforme Richardson (1999), geralmente as investigações que se voltam para uma análise qualitativa têm como objeto situações complexas ou estritamente particulares, como é o caso do gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. Dessa forma, a presente pesquisa caracteriza-se como exploratória, pois pretende conhecer a realidade dos catadores da Vila Maringá – Santa Maria/RS e promover uma maior conscientização sobre os modos de trabalho realizados por eles.

Corroborando Gil (2007), enfatiza que a pesquisa exploratória tem por finalidade ampliar o conhecimento a respeito de determinado fenômeno, explorando uma determinada realidade.

Os dados foram coletados através de observação direta e entrevistas semi-estruturadas.

Inicialmente foram realizadas reuniões e conversas informais com os membros da Comunidade São Francisco, com o intuito de transmitir confiança e conscientização da importância do estudo em pauta para a melhoria da qualidade de vida daquela comunidade.           Em um segundo momento, os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas com os moradores da Vila Maringá, realizadas no período de 10 a 30 de outubro de 2008. Foram entrevistadas 30 famílias para analisar o nível de conhecimento sobre as temáticas meio ambiente, tipos de plásticos e formas de coleta. Os dados foram analisados a partir da técnica de análise conteúdo.

 

4 Análise e Discussão dos Resultados

 

A Vila Maringá consiste em uma comunidade localizada na região leste de Santa Maria composta por três vilas: Vila Maringá, Cohab Diácono João Luiz Pozzobom e Loteamento Paróquia das Dores. Atualmente, habitam a localidade em torno de 580 famílias.

A Vila Maringá foi ocupada em 2004, quando houve uma parceria entre a Prefeitura de Santa Maria, a Caixa Econômica Federal e a Paróquia das Dores (Sociedade Pró-Dignidade de Vida), sendo que esta última doou uma área de 12 ha para a construção de 105 casas. Esta área denomina-se Loteamento Paróquia das Dores e as famílias, de baixa renda, que lá habitam, foram acompanhadas e orientadas pela Assistência Social da Prefeitura. São famílias decorrentes de áreas comprovadas de risco (Estrada do Amaral, Vila Cerrito, Vila Renascença, Vila Lídia – margens do Arroio Cadena). Em um segundo momento, foram construídas e disponibilizadas mais 63 casas para as famílias, as quais não receberam orientação ou acompanhamento após a colocação. Está área possui 178 residências é a mais fragilizada desta comunidade. A maioria das pessoas que reside neste local sobrevive de trabalho informal, não possuem emprego fixo (domésticas, faxineiras, biscateiros e uma grande parte catadores de materiais recicláveis). Um dos efeitos apresentados nesta realidade é grande demanda de famílias sem energia elétrica, pois não possuem condições financeiras de pagá-la em dia.

A Figura 1 apresenta a vista aérea da Vila Maringá.

 

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Figura 1 – Vista Aérea da Vila Maringá

 

Evidenciou-se que os moradores da Vila Maringá convivem, com questões ecológicas graves: lixo nas ruas, esgoto a céu aberto, construções indiscriminadas, alto índice de mortalidade infantil, descaso generalizado com os direitos básicos dos moradores. Estas questões estão diretamente relacionadas com a qualidade de vida que é o conjunto de condições responsáveis pelo grau de bem estar das pessoas. As condições responsáveis pela qualidade de vida incluem desde remuneração, habitação, educação, saúde até a felicidade. Tais questões concretizam a discussão do Princípio Educativo Meio Ambiente na Vila, procurando-se sensibilizar aos moradores a construção da consciência ecológica, relacionando questões ambientais e a cidadania. A Figura 2 mostra o problema de esgoto a céu aberto e o lixo na Vila.

 

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Figura 2 – Esgoto e lixo a céu aberto

O meio ambiente é um sistema de interação entre o homem e sua ambiência, com o intuito de proteger e conservar para garantir a sustentabilidade. Para Reigota (1994, p.62) "Meio Ambiente é um lugar determinado e / ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade".

Essa relação homem versus ambiência tem feito com que surgisse uma série de impactos ambientais, ameaçando a sua sobrevivência. Entretanto, a degradação da natureza, que nos acomete hoje é por eles provocada. A Resolução do CONAMA nº 001 de 23/01/96 define Impacto Ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantes das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem estar da população, as atividades sócias e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais.                                                                 Os entrevistados quando questionados sobre o que seria meio ambiente, demonstraram em sua maioria um conhecimento em nível básico, como por exemplo diz um catador “[...] são as árvores, os pássaros, as flores;[...],conservar os parques, cuidar dos animais;[...] cuidar dos animais e plantar árvore”. Alguns demonstram ter um nível intermediário, ao relatar que o meio ambiente é: [...] cidade limpa, lixo no lixo, o ar que respiramos; [...] colocar lixo na lixeira, deixar as coisas limpas,cuidar da água; [...] cuidar da natureza, não queimar plástico;[...] cuidar das árvores, deixar o pátio limpo. Uma parcela de catadores também não soube. responder a questão.Essa constatação enfatiza que o processo educativo e de forma particular a educação ambiental evidencia a importância da transmissão do conhecimento, e a possibilidade de idealizar propostas educativas para pessoas que estão dispostas a aprender, porém desmotivadas pela constrangedora situação em que vivem na Vila Maringá. É neste momento que se insere o papel do educador ambiental, a fim de mostrar a estes recicladores a importância da educação como um caminho para as mudanças de pensar e agir na sociedade como também para a preservação do meio ambiente. De acordo com Carvalho (2006, p.29) “esta perspectiva, esta disponibilidade e abertura para a desconstrução do pensado para pensar se pensar o não pensado que nos abre possibilidades de questionamentos concepções hegemônicas em nossa sociedade para a transformação dos padrões de relação sociedade- natureza”.

Quando questionados sobre os tipos de plásticos que conhecem os recicladores apontaram as seguintes opções: pet, sacolinha, cristal, verde, leitoso, colorido, plástico arroz, plástico caixa de leite, pote de margarina, plástico grosso, lona, PVC, requeijão. De acordo com Abarca (2009, p. 14) “as estatísticas confirmam que a quantidade de resíduos sólidos gerados em todo o planeta continua crescendo, conseqüência de uma sociedade consumista, que ignorando os demais problemas associados ao seu desperdício”. A coleta seletiva é uma solução para problema do Lixo, pois através dela há a separação dos materiais recicláveis do restante que é destinado ao aterro sanitário da cidade. Com isso uma parte do lixo é reaproveitada, degradando menos o meio ambiente e tornando-se uma solução sócio-econômica, gerando empregos e lucro.

            As embalagens plásticas mostradas na Figura 2 são polímeros utilizados na fabricação de sacolinhas e saquinhos, ou recipientes rígidos, garrafas e potes. Existem porém, os plásticos os plásticos biodegradáveis, que se degradam mais facilmente no meio ambiente. Com isso, as embalagens recicláveis utilizadas em nossas residências devem ser separadas e lavadas para facilitar a coleta dos recicladores.                       

            Observa-se que as 30 famílias entrevistadas recolhem diversos tipos de plásticos. Os tipos que recolhem são: PET, seguido da sacolinha, cristal, plástico verde, leitoso, colorido, plástico de arroz, plástico transparente da caixa de leite, pote de margarina, lona, PVC e requeijão.

 

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Figura 3 – Variedades de tipos de plásticos que os recicladores recolhem 2009

 

Observa-se que a grande maioria da população em estudo recolhem estes plásticos com o intuito financeiro, para o sustento de suas famílias, sem nenhuma forma de organização social que vise a qualidade de vida e a preservação da ambiência.Evidenciou-se que a maioria dos recicladores recolhem outros tipos de materiais além do plástico. Vale ressaltar, que ao coletarem outros tipos de materiais, os recicladores colocam em seus carrinhos, suas carroças ou até mesmo em sacos grandes, tudo que vem em suas cabeças e que acham que irão vender. Nota-se que o sentimento deles em relação á coleta é se haverá a possibilidade de vender ou não, irão recolher gerando problemas mais tarde, pois vira entulho em suas casas, ou pior, são jogados sem nenhuma consciência no riacho que passa ao lado da Vila.

Os demais materiais coletados citados pelos recicladores são: alumínio, papel branco, papelão, ferro, jornal, papel cimento, revista, cobre, caixa de leite, vidro.

Vale ressaltar, a questão econômica onde materiais que valem mais, no caso, o cobre, pode haver indícios de roubos para consegui-los, deixando de recolher outros materiais que valem menos, para conseguir o dinheiro para o sustento de sua família de uma maneira “mais fácil”, porém sendo o começo de roubos, drogas e crimes mais graves.

Quando questionados sobre o meio de coleta dos resíduos sólidos, os meios utilizados são: carroça, carrinho e a pé. Também evidenciou-se que a maioria dos recicladores não utiliza equipamentos de proteção individual para recolhimento dos resíduos.                                                                                                                                                    Sabe-se a importância dos EPI´s, na prevenção de doenças e acidentes de trabalho. A Figura 4 demonstra que estes catadores não usam tais equipamentos.        A prevenção a ser promovida aos recicladores implica na adoção de medidas para eliminar, controlar ou reduzir riscos inerentes à coleta de plásticos e outros materiais recicláveis, evitando-se danos aos coletores que podem ser protegidos de forma individual.                                                                                                                           Constatou-se que os recicladores sabem da importância da utilização dos EPI´s, que sem sua utilização podem ter algum acidente ou contaminação, porém relataram que a utilização da luva atrapalha na coleta, preferem correr o risco.

 

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Figura 4 – Formas de coleta: carrinho

Ao serem questionados sobre o conhecimento de algum problema de saúde causado pelo acúmulo de resíduos sólidos, quase a metade destes respondeu não conhecer. Os problemas de saúde estão relacionados não somente aos riscos inerentes as coletas, mas também às suas condições de vida. É claro que os riscos de acidentes e de agravos à saúde dependem da atividade exercida pelo reciclador.

Alguns dos acidentes mais freqüentes entre trabalhadores que manuseiam diretamente os resíduos sólidos são:

·         Cortes com vidros: caracterizam o acidente mais comum entre trabalhadores da coleta

domiciliar As estatísticas deste tipo de acidente são sub-notificadas, uma vez que os cortes de pequena gravidade não são, na maioria das vezes, informados pelos trabalhadores, que não os consideram acidentes de trabalho.

·     Cortes e perfurações com objetos corto-perfurantes: espinhos, pregos, agulhas de seringas e espetos são responsáveis por corriqueiros acidentes envolvendo trabalhadores. Os motivos são semelhantes aos do item anterior.

            Portanto, especificar doenças relacionadas aos tipos de plásticos e outros materiais recicláveis é tarefa complexa. Os recicladores estão expostos a poeiras, a ruídos excessivos, ao frio, ao calor, à fumaça, ao monóxido de carbono, à adoção de posturas forçadas e incômodas como também a microorganismos patogênicos presentes nos materiais recicláveis.

            Porém além desses problemas de saúde causados pelos materiais recicláveis, há outros que são citados a seguir. Ao ser realizada a coleta dos resíduos sólidos recicláveis, pode ser encontrada uma variedade muito grande de resíduos químicos, dentre os quais merecem destaque pela presença mais constante: pilhas e baterias; óleos e graxas; pesticidas/herbicidas; solventes; tintas; produtos de limpeza; cosméticos; remédios; aerossóis. Uma significativa parcela destes materiais recicláveis é classificada como perigosa e pode ter efeitos deletérios à saúde humana e ao meio ambiente.

O odor emanado dos resíduos causará mal estar, cefaléias e náuseas nos recicladores Um agente comum nas atividades com materiais recicláveis é a poeira, que pode ser responsável por desconforto e perda momentânea da visão, e por problemas respiratórios e pulmonares. Em algumas circunstâncias, a vibração da carroça e do carrinho (na coleta, por exemplo), pode provocar dores no corpo, além de estresse.

Os agentes biológicos presentes nos materiais recicláveis serão responsáveis pela transmissão direta e indireta de doenças. Alguns agentes que podem ser ressaltados: os responsáveis por doenças do trato intestinal; o vírus causador da hepatite (tipo B) e o vírus causador da AIDS, mais pela comoção social que desperta do que pelo risco associado aos materiais recicláveis, já que apresenta baixíssima resistência em condições adversas.

 

5 Considerações Finais

 

Neste sentido, através de práticas educativas, pesquisaram-se formas de ajudar os recicladores a serem indivíduos motivados e que, consequentemente, busquem uma vida mais digna. Sendo assim o objetivo do trabalho permitiu ensinar aos recicladores da Vila Maringá, através do que foi dialogado nos encontros, o manuseio correto dos diferentes tipos de plástico provenientes da coleta diária, visando uma melhor qualidade de vida e a reafirmação de que o cidadão é co-responsável pelo lugar que habita.

Nesse contexto, é essencial que toda sociedade se conscientize e atue de forma responsável e coletivamente organizada, garantido a sustentabilidade das próximas gerações.

 

 

 

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Ilustrações: Silvana Santos