Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 38) O ESPAÇO FORMAL DE ENSINO, A ECONOMIA DOMÉSTICA E O MEIO AMBIENTE
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Revista Educação Ambiental em Ação 38

O ESPAÇO FORMAL DE ENSINO, A ECONOMIA DOMÉSTICA E O MEIO AMBIENTE

 

Ana Maria Chiquieri1

Maylta Brandão dos Anjos2, Sandra Lucia de S. P. Cribb3,

 

1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/Departamento Teoria Planejamento Ensino/ Instituto de Educação, anachiq@terra.com.br

2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, maylta@yahoo.com.br

3Centro Universitário Plínio Leite/Mestrado Profissional em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente, sandralucribb@yahoo.com.br

 

Resumo       

Este trabalho é o resultado de uma dissertação de mestrado que analisou a inserção das discussões ambientais no curso de Graduação em Economia Doméstica, a partir de atividades desenvolvidas nas disciplinas de Didática de Economia Doméstica e Educação Familiar, e Prática de Ensino da Economia Doméstica e Educação Familiar. Procedeu-se a uma breve análise da grade curricular do curso de Economia Doméstica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A proposta de inserção das discussões ambientais no contexto do curso de Economia Doméstica exige que se estudem as origens desse tipo de curso no Brasil, e sua inserção na Universidade. É necessário se entender, através dos programas e das disciplinas que compõem a grade curricular, o conceito de ambiente, que estaria incluído nesse material. Tal fato aponta para discussões na concepção do curso, situação esta que não se esgota numa dissertação de mestrado.

Palavras-chave: Ensino de Ciências, Economia Doméstica, Meio ambiente.

 

Introdução

É na perspectiva da construção de um sujeito de ação mediado pelo mundo e pela crítica a este que tecemos este estudo, trazendo, então, a temática ambiental. É, também, na intenção de trazer à tona a raiz histórica de uma profissão que nasce sob o “estigma” do feminino e cujo caminhar temporal vai-se estruturando para dissipar as novas inquietações e atender às necessidades da sociedade que se mudam os “estigmas”.

            A relevância no estudo do tema consiste, sobretudo, em evidenciar a capacidade dos profissionais em fazer dialogar seus saberes e, neste caso, os saberes construídos em relação ao pensamento ambiental. Isto, porque o Economista Doméstico penetra, assim, numa esfera de novas ações profissionais, que poderá ter como eixo articulador o ambiente, em decorrência de um discurso de finitude ambiental. Articular saberes que potencializem o equilíbrio das relações natureza e sociedade pode-se constituir numa diretriz para o curso de graduação em Economia Doméstica, a exemplo das propostas que trazemos no escopo deste trabalho, que por nós investigadas são partes constitutivas do todo.

O ato de repassar em revista o curso de Economia Doméstica da UFRRJ tem por finalidade verificar, através dos programas das disciplinas, entre outras informações, as interfaces com o discurso ambiental, para avaliar qual a noção de ambiente atravessa os discursos registrados nesse material. Portanto, a inserção das discussões ambientais no curso de Economia Doméstica, objeto de nosso estudo, foi buscada em textos escritos. Tratou-se, também, de analisar as demandas sociais e ambientais nesse curso.

 A perspectiva de análise que orientou a abordagem do objeto baseou-se fundamentalmente num estudo de caso. Este teve por finalidade estudar, especificamente, um caso (o da UFRRJ), relacionando-o com as novas demandas ambientais para maior visibilidade do curso.

A metodologia, assim adotada, buscou na lente “zoom” desvelar a temática, propositando-a no discurso ambiental, através dos fatos empíricos. Isto porque a inserção das discussões ambientais no curso de Economia Doméstica, objeto de nosso estudo, foi buscada fundamentalmente em textos escritos e na prática pedagógica de duas disciplinas: Didática de Economia Doméstica e Educação Familiar e Prática de Ensino de Economia Doméstica e Educação Familiar, pretendendo, também, analisar as demandas sociais e ambientais nesse curso.

            A realidade que cerca o curso remete às palavras de Goldmann (2003):

(...) estabelecer que os fatos empíricos isolados e abstratos são o único ponto de partida da pesquisa e também que a possibilidade de compreendê-los e de deduzir as leis e o significado deles é o único critério válido para julgar o valor de um método ou de um sistema filosófico. (p. 13-4)

 

            Como é verdade, também, que fatos empíricos são verdades apenas parciais, que não podem ser compreendidas em si mesmas, para adquire sua plena significação, devem ser contextualizados na análise metodológica que obedece aos rigores que dão credibilidade ao estudo e às idéias. A organização estabelecida como ponto metodológico não se dá numa ordem neutra. Ela acontece no olhar atento do pesquisador à necessária situação que ele ocupa na vida social e política e deve ser assumida por ele. Este fato se expressa nas atividades que foram desenvolvidas como etapa da pesquisa, ilustrada nas falas dos sujeitos dessa investigação.

 

Desenvolvimento da pesquisa

            Na intenção de trazer à tona a raiz histórica um tipo de abordagem, relacionada aos paradigmas interdisciplinares que pressupõem concepções políticas e ambientais que defendem a inclusão das partes no todo, o significado desse material empírico busca  evidenciar a pesquisa a um conjunto coerente. Isto porque, o referencial teórico da pesquisa traduz uma realidade que necessita de interferências que se ligam às necessidades de cunho histórico da profissão. O que se pretende fazer, com esta metodologia, é recolocar os textos no conjunto das novas demandas socioambientais, o que representou nosso maior desafio, ou seja, selecionar o que se apresentava como eixo integrador, em detrimento de pensamentos que expressavam o “acidental” dentro do curso de Economia Doméstica.

 

O cenário de atuação

Esta pesquisa foi realizada na Universidade Rural, instituição que tem suas origens desde 1910 e estabeleceu as bases fundamentais do ensino agropecuário.   Foi reorganizada em 1943, pelo Decreto-Lei 6.155, de 30 de dezembro, abrangendo, na época, a Escola Nacional de Agronomia, a Escola Nacional de Veterinária, Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização, Cursos de Extensão, Serviço Escolar e Serviço de Desportos. A Universidade, além de consolidar os novos cursos e serviços criados, em 1948, transferiu o seu campus para as margens da Antiga Rodovia Rio-São Paulo, hoje BR-465. Se consolidou como uma referência em determinadas áreas e hoje abriga diversos cursos.

 

O curso de Economia Doméstica: objetivos para a vida

            No período de janeiro a março de 1951, foi realizada a primeira experiência do curso de Formação Feminina Rural, na então Universidade Rural do Brasil (URB), hoje Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

O Reconhecimento do curso se deu pelo Parecer no 175 / 62 – CFE, Decreto no 1.984 / 63 – MEC. As explicações e contextualizações aqui contidas foram retiradas de sites e das páginas das Universidades que oferecem o curso de Economia Doméstica. O curso trabalha com o desenvolvimento social nas áreas de alimentação, direitos do consumidor, economia familiar, habitação, saúde e vestuário. Avalia produtos lançados no mercado e elabora programas de esclarecimento ao consumidor quanto a seu emprego no lar.

            No material de divulgação do curso Economia Doméstica oferecido pela Universidade Rural à população interessada em cursar tal graduação, encontramos as seguintes informações, que estão aqui sintetizadas e explicam de forma breve, o perfil e a noção do curso. 

O Campo de atuação para tal profissional pode ser: órgãos privados e fundações de promoção social; órgãos de assistência técnica e extensão rural; instituições de pesquisa em qualidade de vida, população e desenvolvimento; entidades comunitárias; empresas alimentícias; ministério e secretaria da agricultura, educação e bem-es­tar social; profissional autônomo; rede hoteleira; organizações não-governamentais (ONG); hospitais, creches e escolas de ensino fundamental e mé­dio; instituições de nível superior. Criação / Reconhecimento sob o Parecer nº 175/62-CFE - 11/09/62. Decreto nº 1.984/63-MEC – 10/01/63. Em relação à duração: mínima 04 anos; máxima 06 anos. E a estrutura acadêmica: semestral; sistema de créditos; turno integral.  (UFRRJ, s.n.d.)

 

Uma breve análise do curso de Economia Doméstica

Observamos após realização de consultas aos materiais do curso que o discurso representado pelo conjunto de saberes distribuídos nas diversas disciplinas do curso sofre mudanças segundo o ordenamento social de cada época. Um fato dentro dessas mudanças permanece: a intenção ou diretriz curricular de coadunar-se com o seu tempo histórico.

            Analisando o currículo do curso, uma grande quantidade de títulos mostra uma gama bastante ampla de temas tratados. Tal fato nos apresenta uma espécie de retrato daquilo que se espera do profissional de Economia Doméstica. Ele possui uma formação que se pulveriza em outras. Sendo assim, perde referencial ou objeto real de seu trabalho, o que o prejudica porque não possui uma inserção específica, caso de outras profissões que possuem seu objeto de trabalho profissional bem definido.

            Neste estudo, fica claro que o eixo central, ainda que com novos formatos, é a família, o que o inscreve irremediavelmente no modelo francês, que prescrevia uma educação específica para as mulheres, dada a natureza feminina.

            Ratto (1992), ao analisar a estrutura do mesmo curso, afirma que embora as disciplinas que explicitamente se referem à moral desapareçam da grade curricular dos cursos em geral, seu “espírito” permanece, assumindo um caráter normativo em outras matérias.

O que no início constituía uma norma moral passa a ser uma norma “científica”, como é possível observar, por exemplo, em um programa de Administração do Lar, de época posterior, cujo conteúdo incluía: normas e princípios para tomar decisões; uso eficiente do tempo e energia; racionalização do trabalho; organização e métodos de trabalho nas diversas áreas da casa. As matérias de normatização moral não fazem parte da grade curricular dos demais cursos, a não ser, já recentemente, sob a forma de ética profissional. (p. 94)

 

As discussões que envolvem o curso, a bem de sua existência, revêem o seu caráter, adequando-o à contemporaneidade. O profissional, assim, não estará restrito ao espaço privado e doméstico. O espaço público será próprio de sua ação. As questões ambientais, nesse aspecto, assumem papel relevante.

 

A experiência com a temática ambiental no curso de Economia Doméstica

Acreditando que as questões ambientais deviam e mereciam ser trabalhadas no curso de Economia Doméstica, e tendo em vista a necessidade da abertura do curso e o acompanhamento do mesmo às questões contemporâneas, foi iniciado um trabalho com os sujeitos da pesquisa - alunos do curso que estavam cursando o sétimo e oitavo período (antepenúltimo e penúltimo semestres do curso).  Muitos desses alunos já atuam no mercado profissional como professores. 

Os sujeitos avaliaram o curso pelo viés da construção de novos olhares para a melhoria da qualidade de vida ambiental. Veremos tal fato no último tópico desta pesquisa.

Na dimensão educacional, a reflexão introspectiva, sobre a história de vida, foi aprendida e ensinada, e assim indagamos como a humanidade se comunga na solidariedade e respeito pela vida humana, pelo meio em que vive e pelo ambiente que o abriga. Tal discussão posta nos levou a inferir que os sentimentos deviam ser observados, porque são ações continuadas que se realizam e se processam originalmente nos processos de vida de cada sujeito.

A efervescência sociocultural dos anos 60, que culminou nos 80 do século XX, com o livro “Conspiração Aquariana”,  de Ferguson (1997), foi também trabalhada no processo da pesquisa. Traduziu-se numa poderosa reflexão das transformações pessoais, sociais, políticas, filosóficas, religiosas e ambientais por que estamos passando e que estamos vivenciando, rumo à visão integrada do homem em seu ambiente. Desta forma, situamos este paradigma como um novo paradigma que corrobora a minimização do passivo ambiental e trabalha com um novo status de sujeito:

 

o paradigma da Conspiração Aquariana vê a humanidade embutida na natureza. Promove a autonomia do indivíduo em uma sociedade descentralizada. Encara-nos como os administradores de todos os recursos, internos e externos. Declara que não somos vítimas, nem peões, e nem estamos limitados por condições ou condicionamentos. Herdeiros de riquezas evolucionárias somos capazes de imaginar, inventar e fazer experiências que até agora vislumbramos. A natureza humana não é nem boa nem má, mas aberta a uma transformação e transcendência contínuas. Só precisa descobrir a si mesma. A nova perspectiva respeita a ecologia de todas as coisas: nascimento, morte, aprendizado, saúde, família, trabalho, ciência, espiritualidade, as artes, a comunidade, relacionamentos, política. (FERGUSON,1997, p. 42) .

 

 

Prosseguimos, nos encontros, com a contextualização da complexidade referida por Morin (19990 para o autor, o século dezenove, século da complexidade desorganizada (referindo-se ao segundo princípio da termodinâmica), dá lugar ao século vinte, e, agora, o século vinte e um está sendo o da complexidade organizada, com o novo desafio e motivação para pensar, refletir, pesquisar e agir em função do pensamento da complexidade, estabelecendo diálogos entre nossas mentes e suas produções reificadas em idéias e sistemas de idéias, para enfrentar os problemas planetários.

Um outro assunto trabalhado foi a Ecopedagogia (óicos, do grego, morada, casa). Os encontros acerca do tema ecopedagogia trouxeram à baila os pensamentos de Moraes (1997), quando afirma que o paradigma ecológico propõe a recuperação do sentido humano do espaço habitado, abrangendo tanto a dimensão biosférica quanto as dimensões socioinstitucionais e mentais. Foi colocado que é uma pedagogia que promove a aprendizagem dos afazeres a partir da vida cotidiana; pois sabemos que é a partir do cotidiano que se constrói a cultura da sustentabilidade, que dá valor e sentido à vida e promove o equilíbrio e a harmonia dinâmica entre os seres.

Mais uma vez os sujeitos trouxeram Libâneo (2005), quando nos fala acerca desta teoria ecopedagógica, acentuando a responsabilidade como futuro educador. Em suas palavras:

Os princípios da ecopedagogia acentuam a unidade de tudo o que existe, a inter-relação e auto-organização dos diferentes ecossistemas, o reconhecimento do global e do local na perspectiva de uma cidadania planetária, a centralidade do ser humano no processo educativo e a intersubjetividade, a educação voltada para a vida cotidiana. (p. 37)

 

Com os textos trabalhados, percebeu-se que conhecimento se constrói socialmente, não no sentido de assimilação da cultura anteriormente acumulada, mas no sentido de que ele emerge nas ações cotidianas, rompendo-se com a separação entre conhecimento científico e conhecimento cotidiano. Há uma vinculação do conhecimento com a prática social, que se caracteriza pela multiplicidade e complexidade de relações em meio das quais se criam e se trocam conhecimentos, tecendo redes de conhecimentos entre sujeitos em interação.

Assim, apreendeu-se que o conhecimento surge, portanto, das redes de relações em que as pessoas compartilham significados. Com isso, são eliminadas as fronteiras entre ciência e senso comum, entre conhecimento válido e conhecimento cotidiano.

A construção do memorial se constituiu na penúltima atividade realizada para esta pesquisa. A idéia surgiu a partir da dinâmica intitulada “Linha da vida”, na qual observamos, com riqueza de detalhes, os depoimentos de cada aluno, e a integração gerada a partir dos depoimentos, que, na fala deles, “íamos nos formar sem saber de fato com quem vivíamos; a partir da narrativa de suas vidas passamos a entender compreender mais o nosso colega de turma”; porque trabalhar ambiente também significa trabalhar na perspectiva do outro.

Nas relações interpessoais, em sala de aula, tanto para o professor como para o aluno, depois da narrativa das histórias de vida, o afeto, o amor compaixão, a tolerância, a abnegação para consigo e para com o outro nas relações, houve grandes progressos. O memorial e/ou história de vida escrita como avaliação diagnóstica da disciplina chegou a partir das discussões em sala e do reconhecimento primordial das nossas histórias de vida como instrumento norteador referencial em busca do potencial que habita cada um de nós. Tentou-se aí, a partir das experiências vividas por cada um, trabalhar a percepção de ambiente que foi construída pelos encontros da pesquisa. Os sujeitos, nas suas escritas, assinalaram que essa experiência ajudou na reformulação de novos hábitos e habilidades, redimensionadas pelas novas ações que se refletiam em relação ao ambiente. O discurso foi ampliado, a preocupação com o ambiente passou a se constituir como um fato real. Enfim, muitos depoimentos, a partir desses contatos vivenciais com histórias de vidas, apresentaram as relações sociais e ambientais que os sujeitos construíram ao longo do processo educacional.

A última atividade foi uma reflexão sobre as relações interpessoais na docência. Nesta temática, surgiram várias indagações. A mais emblemática foi a de como o aluno pode gostar do professor: por causa da disciplina ou por causa da relação que tem com o mesmo. E assim, algumas impressões e opiniões dos sujeitos, após o término da disciplina foram registradas:

 

“Posso dizer que as duas disciplinas, Didática e Prática de Ensino de Economia Doméstica,  foram as que mais me surpreenderam. Gostei muito da metodologia em sala de aula; de modo geral, os textos, as reflexões, a participação dos alunos com seus pensamentos, foram momentos marcantes em minha graduação. Além disso, a professora é uma incentivadora, amiga, e está sempre disposta a ajudar. Para estas disciplinas, é importante a continuidade do trabalho, e muito mais importante será para os alunos que participam delas. Espero que, cada vez mais, novos textos possam estar-se somando aos que já existem e que eles transmitam as suas mensagens de modo a edificar a vida dos que os lêem e de modo a mudar os conceitos que têm do meio ambiente e da relação que temos de nós com o mundo.”

 

A aluna deixa claro que o texto pôde contribuir na sua formação, e dissemos, na construção ou no início dela, com um olhar mais sensível às questões ambientais. Celebra a iniciativa de se trabalhar de forma transdisciplinar com outras temáticas que tangenciam o processo de sua formação na vida.

 

“Particularmente, foram de grande valia todos os textos e temas propostos em aula, pois, a partir destes, houve um crescimento interior, fortificando-me como pessoa e também como uma futura profissional. Muitas foram as vezes em que fiquei ‘mexida’ com algum texto, porém, era para somar, para melhorar minha resistência, para me fortalecer... Utilizar materiais como estes propostos em paralelo com o conteúdo programático nos dá uma visão maior, ampla, para vermos que, para sermos professores e, acima de tudo, educadores, é tudo isso, sermos versáteis, estarmos atentos com o mundo e com o ambiente, não nos acomodarmos apenas com o que nos é pedido e/ou repassado. Para se apropriar do mercado e das questões ambientais, a gente se apropria da gente primeiro.”

 

A aluna rompe com o discurso da acomodação e inicia a crítica ao processo até então vivido. Fala claramente da construção do sujeito pela apropriação do conhecimento e do ganho que a disciplina proporcionou ao inovar com uma temática própria e com um discurso que merece e deve ser apropriado pelos sujeitos alunos que irão trabalhar com a dimensão afeta às questões ambientais e sociais.

 

“Eu posso dizer que essa junção de conhecimento foi muito interessante e contribuiu bastante para o meu conhecimento. Proporcionou-me um crescimento muito grande, pois pude refletir sobre minhas atitudes e conceitos, antes formados sem muita base, somente vividos sem teoria. Os textos para refletir e exercer me ajudaram muito. ‘Me conheci melhor’ e sei que isso será muito válido para minha vida profissional, pois me conhecendo bem, também serei capaz de conhecer e compreender o outro e de ajudar para fortalecer a consciência planetária e a finitude dos recursos naturais. O passo inicial já foi dado durante as aulas; já percebo muitas mudanças. Estou diferente! Creio que os demais alunos também sentem isso e, se não, ainda não houve um despertar. Eu também tenho que despertar em algumas  áreas, mas sei que na hora certa irei ver a novidade acontecendo e eu agindo de forma ‘verdadeira’ e da minha maneira, sob meu ponto de vista.Vou ter coragem de agir diferente e de falar com os alunos sobre tudo o que aprendi. Que o mundo são eles que fazem, e cuidar do planeta depende, além da ação coletiva e governamental, da ação individual. Obrigada, professora, pelos seus ensinamentos apresentados a nós. Todas as vivências foram importantíssimas.”

 

O processo da reflexão foi um ponto alto das atividades realizadas em aula, como podemos comprovar no depoimento da aluna. Sendo assim, o mesmo nos leva a acreditar que a temática deva ser tratada de forma proposital e se constituir como uma proposta de trabalho do curso, não frisando somente segundo a atitude ou interesse desse ou daquele professor.

 

“Considerei todas as abordagens realizadas em sala de aula essenciais para minha formação acadêmica e profissional, pois refletir sobre questões ambientais deveriam ser temas veiculados em todas as disciplinas dos segmentos educacionais, obviamente interagindo com as respectivas áreas de interesse, como acontecia na sua. Pois a complexidade desse trabalho, não permite que esses assuntos se esgotem em um tempo e local pré-determinados, já que, a todo momento, nos deparamos com situações diversas que requerem este tipo de compreensão. Ainda bem que eu aprendi que nunca é tarde para começar e, por isso, desde já, agradeço ter tido a oportunidade, mesmo sendo esta só no final da minha formação acadêmica. Obrigada, Aninha, e certamente daremos continuidade no nosso próximo ‘ciclo’.”

 

Identifica-se, também, uma crítica aos cursos que não trabalham com o tema. Assim, repetimos, a proposta de inserir essa discussão na formação acadêmica se faz necessária para que o curso se adapte à nova realidade, como a demanda apontada por ele traduz. Um ponto interessante foi a crítica que fez em relação ao trabalho com o fato de este tema somente acontecer no final do curso. Tal observação aponta para uma discussão de se iniciar um trabalho transdisciplinar com a temática a partir dos primeiros períodos.

 

“Em meu ponto de vista, essa nova inserção foi de grande importância para nosso grupo, pois conseguimos entender mais um pouco de nós e dos outros e do ambiente, tornando, assim, um grupo mais unido. Me senti realmente aluno, mas não um aluno , como ocorre nas outras disciplinas; fui valorizada e aprendi a valorizar minhas qualidades e lidar com minhas diferenças. Acho que essa disciplina foi um grande começo para nós que já estamos na reta final da graduação. A vida é muito corrida, são muitos os problemas, trabalhos e preocupações e, neste espaço, muitas vezes encontro a resposta e solução para os problemas, ou melhor, consegui ver o mundo e as pessoas com outros olhos; assim, os problemas, trabalhos e preocupações se tornaram pequenos perto da alegria, confiança e companheirismo que tenho aqui. Para finalizar, gostaria de agradecer todos os momentos que estivemos juntas e dizer que após esta disciplina, muitos de nós nos transformamos de seres humanos ‘normais’ em seres humanos transformadores, com uma auto-estima e autoconfiança maiores e, como já havia dito, realmente humanos, para poder trabalhar com nossos alunos e com a transdisciplinaridade e o meio ambiente, que tanto você falou. Obrigada.”

 

A aplicabilidade dos temas trabalhados fica expressa na fala da aluna. Um ponto importante se relaciona com a valorização dos aspectos da formação pessoal como fundamentais para a formação do profissional que estará seguro no exercício da sua profissão e capaz de trabalhar temáticas que integrem seus saberes, como, por exemplo, a aqui proposta: o ambiente.

 

“Professora, há algum tempo, penso em fazer isso que ora desenvolvo. Deixo aqui, então, meu posicionamento quanto aos sentimentos perante nossos encontros. Vim para a disciplina com grande expectativa, já que todos os ex-alunos comentavam muito bem. Contudo, principalmente quanto às dinâmicas e os ditos presentes inicialmente me pareceram falsos, forjados, visto que minha turma é, ou, talvez, era formada por ‘grupinhos’ extremamente desunidos. Quarta-feira à tarde, para mim, era um dia morto, onde era só eu pisar na entrada da porta e me sentia mal; a tristeza batia, olhava para todos, ou quase todos e observava sentimentos dos piores e me perguntava sempre como podiam gostar de tal aula. Percebia seu esforço e, dentro de sua sabedoria e espiritualidade, também me perguntava se não notava toda falsidade. O ponto chave talvez tenha sido um pouco tarde; após a greve, com a dinâmica da ‘linha da vida’, pude perceber meu crescimento e visualizar melhor, talvez com outros olhos,  a construção de sentimentos bons em meus colegas. Foi a melhor aula, para mim. Me senti bem por estar neste ambiente e a vontade de lhe agradecer é imensa. Fique, portanto, sabendo que fez e sempre fará parte da construção de um conhecimento, ou melhor, um sentimento muito agradável. Felicidades, e acho que agora posso dizer firmemente que... você foi um presente para mim! Obrigada.”

 

A fala expressa a estranheza, para a aluna, do trabalho desenvolvido. O mesmo fugia à regra das metodologias postas em outras disciplinas. Aponta para a contribuição de se trabalhar com a temática proposta. A mesma teve resistência ao início, mas com a realização das atividades começou a se integrar aos temas e a observar que trabalhar o ambiente é trabalhar também os sentimentos que habitam a humanidade.

 

“Para mim, esta disciplina foi uma válvula de escape, onde pude me fortificar para superar os obstáculos e os estresses das outras disciplinas, pois neste período estou fazendo microbiologia e bioquímica e outra, ou seja 16 créditos. Tenho certeza de que aqui pude conseguir buscar forças e, até agora, na reta final, estou com esperança de conseguir. Para mim, este é o caminho de se conseguir forças interiores para lidar com todas as adversidades em várias áreas. Além do mais, me ajudou muito no ‘Projeto Agente Jovem’, que estou executando na prefeitura de Nova Iguaçu. Sei da importância dos conteúdos científicos na formação profissional, mas só não basta; tem que haver um crescimento como um todo, como foi explicado no decorrer das aulas ministradas por você, Ana Chiquieri. É preciso tratar a terra e o homem com cuidado.

 

Um outro fato é o conhecimento produzido influenciado em outros cenários. Tal fato se apresenta de forma positiva na exposição da aluna.

 

“A princípio tudo parecia pouco estimulante, mas foi dentro da disciplina que encontrei uma maneira de observar com mais clareza os passos e decisões a serem tomadas, como agir, pensar. Às vezes, o estresse, as confusões e preocupações não me deixaram raciocinar ou me estimular. Nas horas em que me sentia entediada, sem ânimo ou estímulo, achava os textos uma viagem; outros cabiam perfeitamente para mim,  outras vezes, os textos vinham como se fossem lembretes ou avisos. Foi importante, pois foi preciso que olhássemos para dentro de nós e avaliássemos o que era importante e colocássemos em prática as atitudes e tivéssemos a certeza de que foi a melhor coisa a ser feita com responsabilidade e consciência.”

 

O depoimento da aluna caminha no sentido das mudanças pessoais que atingirão a sua ação profissional. Ação essa que pode ser capaz de redimensionar seu trabalho de forma mais coerente com a realidade vivida.

 

“Cara professora, apreciei muito os textos oferecidos. Acredito que eles contribuíram para que eu melhorasse como ser humano e valorizasse mais minha condição de ser e de minhas atitudes com a natureza, o meio ambiente. Isso é fundamental para que eu possa exercer minha função de educadora. É importantíssimo que eu trabalhe bem meus sentimentos, emoções e sensações, que eu tenha auto-estima e autoconhecimento para trabalhar com o próximo, e, assim, contribua para que aflorem no outro valores e que assim possamos mudar acara’ dessa sociedade tão injusta e desigual. Essa sociedade que destrói o ambiente. Li uma frase de um grande pensador de quem não  lembro mais o nome, e ele dizia assim: ‘educar não é encher o pote, educar é acender o fogo’. Para que isso dê certo, é preciso ter consigo a centelha, e em todas as suas aulas a que assisti, era exatamente isso que acontecia, eu recarregava a minha centelha, e ela é que acenderá o fogo do conhecimento, o fogo da alegria de viver, o fogo de perceber grandes as pequenas coisas nos outros, o fogo de defender o ambiente, assim como você acendeu em mim. Obrigada por ter cruzado o meu caminho, você é um ser iluminado. Um grande beijo da sua eterna aluna.”

 

Nesta fala, podemos destacar que o conhecimento que se constrói no coletivo é perene. Permanece como referência, como noção de mundo, como visão de vida. A fala revela que a cidadania planetária sustenta-se na visão unificadora entre sociedade e ambiente e se manifesta em diferentes expressões. Esta questão remete a um ponto de referência da ética e da construção de valores para a humanidade e para o ambiente.

 

“O homem não é uma máquina como o computador, onde se armazenam dados e informações desprovidos de sentimentos. Por isso, aliado ao conhecimento científico, é importante para o aluno que seja dada em sala de aula a oportunidade para que ele reflita, analise e vivencie questões sobre si própria e sobre o mundo que habita, sobre os processos de preservar a vida e o ambiente, a natureza e o mundo que o cerca, para reafirmar seus valores éticos e ambientais  que permeiam o seu cotidiano, seu tempo. Tendo freqüentado regularmente as aulas de didática lecionadas pela professora Ana Chiquieri, como aluna, tais reflexões tornam a aula muito mais interessante e contribuíram positivamente , em parte, para a minha modificação interior e minha relação com meus semelhantes e o mundo.”

 

A disciplina procurou fazer a junção dos olhares. Assim, os atores sociais em contato com as novas dinâmicas em sala de aula, conforme foi mostrado nessa dissertação, puderam vivenciar e analisar o proceder do grupo e de si, nas diversas situações surgidas em cada encontro. Pudemos deduzir que o documento final de avaliação da disciplina foi bem recebido pelo grupo. Umas tiveram dificuldades de se adaptar de início, outras se adaptaram ao longo das atividades, e outras, só no final puderam entender o valor das ações desenvolvidas nas relações com o ambiente.

A cada semestre, são inseridos novos olhares transdisciplinares, com novos textos, agilizando o processo ensino-aprendizagem na dimensão ambiental. Isto, porque acreditamos que a vocação transdisciplinar da Universidade está inscrita na sua própria natureza: o estudo do universal é inseparável da relação entre os campos disciplinares, buscando o que se encontra entre, através e além de todos os campos disciplinares. 

 

Conclusão

           

            Os modelos iniciais, francês e norte-americano, se mostraram inadequados, quando inseridos no contexto de tentativa de modernização do País. Essa inadequação e o objetivo de normatizar a família fizeram com que esses cursos se tornassem muito pouco procurados (basta avaliar, nos últimos vestibulares da Rural, a relação candidato/vaga), a profissão se tornou pouco conhecida, o mercado de trabalho reduzidíssimo, a ponto de alguns cursos encerrarem recentemente suas atividades.

            Sendo assim, um novo instrumental teórico poderia redimensionar a profissão, inserindo-a de forma crítica no mundo do trabalho Esta pesquisa pretende acenar com um ponto de mudança ou de discussão para que este quadro que assola a profissão possa ser revisto, tendo em vista que outros cursos reviram suas práticas, e assim traçaram novos ritmos e alinhos, fazendo a crítica e atuando de forma mais consoante com novos instrumentais teóricos.

Ao propor a discussão de uma temática que inicialmente não era própria à disciplina, o ensino do ambiente, ocorreu a abertura da disciplina e conexão da mesma com outras. As manifestações das alunas apontaram para o sucesso da ação e para a importância da discussão dessa temática: ambiente/homem/sociedade no contexto de formação e ação profissional.          Desta forma, concluímos que as questões ambientais no cenário social podem constituir o novo viés de ação e intervenção do profissional em Economia Doméstica.

            Convém lembrar que a origem do curso de Economia Doméstica está na contradição entre o espaço público (masculino e racional) e o espaço privado (feminino e artesanal). Nos Estados Unidos, na França e em outros países, a racionalização e cientifização do espaço do lar incorporaram o privado ao público, isto é, elementos do espaço público penetraram no mundo privado do lar. Isso possibilitou se não a semelhança, pelo menos a aproximação desses espaços e reduziu a diferença entre homem e mulher. Na conjuntura brasileira, essa dinâmica mudou. Pulverizaram-se os espaços: o público e o privado se integram numa dimensão paradoxal.

            O discurso de modernização da família cumpriu seu papel ideológico no mundo desenvolvido do capitalismo. No Brasil, esse discurso não logrou êxito, esse papel não funcionou. Eis a razão da crise atual da Economia Doméstica.

Reformulações e reconstruções devem circunscrever o discurso social que integra outras dimensões de ordem atual: o ambiente é uma delas. Neste sentido, o curso de Economia Doméstica pode reavaliar seu histórico e suas diretrizes para atender às novas demandas sociais que integram o profissional em uma nova lógica de mercado, que requer o engajamento político, com conceitos socioambientais que promovam o desenvolvimento sustentável. Este é o caso da Economia Doméstica. Nela, o privado já não se evidencia como privado, e sim como mais um espaço do cenário público; e a mulher, não mais como uma “trabalhadora do lar”, mas sim mais uma trabalhadora do capital, responsável pelas transformações sociais. Sendo assim, sua participação se constrói na esfera das discussões. Este fato vislumbra um novo caminhar para a formação e ação do profissional em Economia Doméstica.

            Portanto, a Economia Doméstica não se direciona mais ao “estigma” de atendimento a um gênero feminino. Nas novas relações que se estabelecem, esse muro se rompe, em favor da integração destes mesmos gêneros, que possuem interesses comuns, sobretudo ao relacionar docência e bacharelado, ou seja, o campo de atuação profissional do Economista Doméstico se abre, no sentido lato. Abre-se no campo de discussão de novas demandas, no campo científico-político-cultural e na vertente que entra intensamente na conformação de uma nova sociedade: as questões ambientais.

A formação, assim, deve resultar de harmonia entre humanidade e ambiente, construindo uma nova percepção dessa relação e das realidades vividas. E assim ficou uma certeza, de que cabe operar uma transformação, que está entre o sujeito e o outro e entre o sujeito e o ambiente. Acreditamos que o sujeito é sempre o resultado da sua ação de transformação de uma realidade e das conquistas de um novo status de mundo. Ficou claro, então, que a vida impõe, continuamente, novas construções. Dentro dessas novas construções, repensar a importância de novas práticas pedagógicas, diante das possibilidades de se fazer e se constituir neste espaço, é ponto fundamental. Isto porque, a educação e as práticas pedagógicas contidas nela devem ser um processo que permitam ao indivíduo chegar à condição de sujeito e não objeto de outro sujeito.

Neste sentido, o debate da questão ambiental como tema constitutivo de uma nova categoria, ao relacionar Natureza/Homem/Sociedade numa lógica em que o transdisciplinar é a tônica, se traduziu num dos fundamentos da dissertação. Nesta abordagem, reformulações e reconstruções circunscreveram um discurso social que integrou outras dimensões de ordem atual: o ambiente foi uma delas. Nesta análise, é pertinente dizer que o curso de Economia Doméstica pode reavaliar seu histórico e suas diretrizes para atender às novas demandas sociais que integram o profissional em uma nova lógica de mercado, que requer o engajamento político, com conceitos socioambientais que promovam o desenvolvimento sustentável.

É na dialética que se recompõem novos cenários de ação. Aí se reconstituem as profissões, e este é o caso da Economia Doméstica. Sendo assim, a participação se constrói na esfera das discussões. Este fato vislumbra um novo caminhar para a formação e ação do profissional em Economia Doméstica.

            Portanto, na Economia Doméstica, novas relações se estabelecem, e o muro disciplinar deve ser rompido a bem da profissão e da ação profissional, como apontado nas falas aqui expressas. Abre-se um campo de discussão de novas demandas, no que se relaciona ao científico-político-cultural e na vertente que entra intensamente na conformação de uma nova sociedade: as questões ambientais.

           

Referências bibliográficas

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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) / Decanato de ensino de Graduação. Atribuições do profissional de Economia Doméstica, s.n.d. Disponível em:

http://www.ufrrj.br/portal/modulo/deg/paginas/ver_curso.php?curso=84 . Acesso em: 05 maio 2009.

 

 

 

 

 

Ilustrações: Silvana Santos