Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Artigos
A importância da consciência
ambiental para o Brasil e para o mundo. Durante o período da chamada
Revolução industrial não havia preocupação com a questão ambiental.
Os recursos naturais eram abundantes, e a poluição não era foco da
atenção da sociedade industrial e intelectual da época. A partir do escassez dos
recursos naturais, somado ao crescimento desordenado da população mundial e
intensidade dos impactos ambientais, surge o conflito da sustentabilidade dos
sistemas econômico e natural, e faz do meio ambiente um tema literalmente
estratégico e urgente. O homem
começa a entender a impossibilidade de transformar as regras da natureza e a
importância da reformulação de suas práticas ambientais. Os
limites: A
humanidade está usando 20% a mais de recursos naturais do que o planeta é
capaz de repor. Com isso, está avançando sobre os estoques naturais da Terra,
comprometendo as gerações atuais e futuras segundo o Relatório Planeta Vivo
2002, elaborado pelo WWF e lançado este ano em Genebra. De
acordo com o relatório, o planeta tem 11,4 bilhões de hectares de terra e espaço
marinho produtivos - ou 1,9 hectares de área produtiva per capita. Mas a
humanidade está usando o equivalente a 13,7 bilhões de hectares para produzir
os grãos, peixes e crustáceos, carne e derivados, água e energia que consome.
Cada um dos 6 bilhões de habitantes da Terra, portanto, usa uma área de 2,3
hectares. Essa área é a Pegada Ecológica de cada um. O fator de maior peso na
composição da Pegada Ecológica hoje é a energia, sobretudo nos países mais
desenvolvidos. A
Pegada Ecológica de 2,3 hectares é uma média. Mas há grandes diferenças
entre as nações mais e menos desenvolvidas, como mostra o Relatório Planeta
Vivo, que calculou a Pegada de 146 países com população acima de um milhão
de habitantes. Os dados mais recentes (de 1999) mostram que enquanto a Pegada média
do consumidor da África e da Ásia não chega a 1,4 hectares por pessoa, a do
consumidor da Europa Ocidental é de cerca de 5,0 hectares e a dos
norte-americanos de 9,6 hectares. Embora a Pegada brasileira seja
de 2,3 hectares – dentro da média mundial, mas cerca de 20% acima da
capacidade biológica produtiva do planeta. Quanto
falamos em emissões de poluentes, as diferenças dos índices emitidos pelos países
desenvolvidos e em desenvolvimento também são significativas:
Um cidadão médio norte-americano, por exemplo, responde pela emissão
anual de 20 toneladas anuais de dióxido de carbono; um britânico, por 9,2
toneladas; um chinês, por 2,5; um brasileiro, por 1,8; já um ganês ou um
nicaragüense, só por 0,2; e um tanzaniano, por 0,1 tonelada anual. A China e o
Leste da Ásia aumentaram em 100% o consumo de combustíveis fósseis em apenas
cinco anos (1990/95). (Wolfgang
Sachs, do Wuppertal Institute) Nos
países industrializados cresce cada vez mais o consumo de recursos naturais
provindos dos países em desenvolvimento - a ponto de aqueles países já
responderem por mais de 80% do consumo total no mundo. Segundo Sachs, 30% dos
recursos naturais consumidos na Alemanha vêm de outros países; no Japão, 50%;
nos países Baixos, 70%. O desafio: O grande desafio da humanidade é
promover o desenvolvimento sustentável de forma rápida e eficiente. Este
é o paradoxo: sabemos que o tempo está se esgotando, mas não agimos para
mudar completamente as coisas antes que seja demasiado tarde.
Diz-se que uma rã posta na água
fervente saltará rapidamente para fora, mas se a água for aquecida
gradualmente, ela não se dará conta do aumento da temperatura e tranqüilamente
se deixará ferver até morrer. Situação semelhante pode estar ocorrendo
conosco em relação à gradual destruição do ambiente natural. Hoje, grande
parte da sociedade se posiciona como mero espectador dos fatos, esquecendo-se de
que somos todos responsáveis pelo futuro que estamos modelando. Devemos exercer
a cidadania planetária, e rapidamente. A
luz no fim do túnel: A conscientização ambiental de
massa, só será possível com percepção e entendimento do real valor do meio
ambiente natural em nossas vidas. O meio ambiente natural é o fundamento invisível
das diferenças sócio econômicas entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento. O dia em que cada
brasileiro entender como esta questão afeta sua vida de forma direta e irreversível,
o meio ambiente não precisará mais de defensores.
A sociedade já terá entendido que preservar o meio ambiente é
preservar a própria pele, e fragilizar o meio ambiente, é fragilizar a
economia, o emprego, a saúde, e tudo mais.
Esta falta de entendimento compromete a adequada utilização de nossa
maior vantagem competitiva frente ao mundo: recursos hídricos, matriz energética
limpa e renovável, biodiversidade, a maior floresta do mundo, e tantas outras
vantagens ambientais que nós brasileiros temos e que atrai o olhar do mundo. Mas, se nada for feito de forma rápida
e efetiva, as próximas gerações serão prejudicadas duplamente, pelos
impactos ambientais e pela falta de visão de nossa geração em não explorar
adequadamente a vantagem competitiva de nossos recursos naturais. Sei,
que somos a primeira geração a dispor de ferramentas para compreender as
mudanças causadas pelo homem no ambiente da Terra, mas não gostaria de ser uma
das últimas com a oportunidade de mudar o curso da história ambiental do
planeta. Marilena Lino de Almeida
Lavorato: Publicitária (PUCC),
Pós graduada em Gestão Ambiental (IETEC), Sociologia e Política (EPGSP-SP),
Gestão de Negócios (FGV), Marketing (ESPM), e História da Arte (Mube).
Mais de 20 anos de experiência na condução de equipes
multidisciplinares, parcerias estratégicas, e novos negócios de grandes
empresas. Criou e desenvolveu diversas ações macroeducativas na temática
ambiental. Atualmente é Diretora da MAIS Projetos (empresa especializada em
educação sócio-ambiental) e coordenadora do Grupo Multidisciplinar de Gestão
Ambiental da APARH-SP (Associação Paulista de Administradores de Recursos
Humanos de São Paulo). Email:
marilena@maisprojetos.com.br Site: www.maisprojetos.com.br
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