Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2011 (Nº 37) O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DOS FRUTOS DO CERRADO ENQUANTO AUXILIARES NO AVANÇO DA PRESERVAÇÃO DO BIOMA
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Educação Ambiental em Ação 37

O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DOS FRUTOS DO CERRADO ENQUANTO AUXILIARES NO AVANÇO DA PRESERVAÇÃO DO BIOMA 

 

 

Júlia Aiko Iwamoto, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, jujuliaiko@yahoo.com.br

 

Rafaela Ribeiro de Souza, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, raloly.musi@yahoo.com.br

 

Oyana Rodrigues dos Santos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, oyanars@yahoo.com.br

 

Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental. IWAMOTO, Júlia Aiko. Tecnóloga em Saneamento Ambiental. E-mail: jujuliaiko@yahoo.com.br

Mestre Geógrafa. SANTOS, Oyana Rodrigues dos. Professora efetiva no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – IFGoiás e na Pontificie Universidade Católica de Goiás. E-mail: oyanars@yahoo.com.br

Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental. SOUSA, Rafaela Ribeiro de. Tecnóloga em Saneamento Ambiental. E-mail: raloly.musi@yahoo.com.br

Endereço para correspondência: Rua Erasmo Braga, Quadra V, Lote 04, casa 02, Vila Bethel, Goiânia, Goiás. Contato: (62) 3292 2536, 8483 6930.

 

 

Resumo

 

O Cerrado é um dos maiores biomas brasileiros, mas que vem sendo desmatado e desvalorizado de tal forma que atualmente só restam aproximadamente cerca de 20 % da sua cobertura original. O que fazer? Esta não é uma questão fácil de responder, entretanto observa-se que por meio do aproveitamento econômico dos seus frutos é possível desenvolver atividades de cunho sustentável, alcançando a prudência ecológica, a justiça social e a eficiência econômica. Assim, os empreendedores passam a ter a possibilidade de contribuir para a perpetuação do Cerrado, na promoção da união entre a preservação ambiental ao retorno financeiro oriundos da comercialização e inserção dos frutos do Cerrado no mercado consumidor, além de poderem se caracterizar como agentes de Educação Ambiental.

 

Palavras – chaves

 

Educação Ambiental, Empreendedor, Sustentabilidade.

 

Introdução

 

Durante séculos a destruição do meio ambiente não foi alvo de preocupação da humanidade como um todo, sendo que oficialmente começaram a serem percebidas como problemas ambientais por um percentual maior de pessoas na década de 1960 e inicio da década de 1970, quando movimentos de proteção ambiental ao lado de grupos conservacionistas (preocupados com a preservação da flora e fauna) começaram a se articular e questionar o modelo de desenvolvimento dos países industrializados e dos empreendimentos econômicos e militares.

A partir daí começaram a se articular iniciativas para a preservação dos recursos naturais, em 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou a Conferência Internacional para discutir as questões ambientais e a preservação do planeta conhecida como Conferência de Estocolmo. Várias outras reuniões, protocolos e tratados se seguiram e, mais recentemente com vistas no novo conceito definido pelo relatório Nosso Futuro Comum, publicado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizado pela ONU em 1987, chamado “Desenvolvimento Sustentável”, buscou-se um novo modelo econômico, político e social mais responsável com a natureza e com os presentes e futuros habitantes de nosso planeta.

Nesse período (1977) também foi criado o PIEA (Programa Internacional de Educação Ambiental) estabelecendo o conceito e importância da Educação Ambiental, entendida por Dias (1992, p. 27) apud Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA - como “processo de formação e informação, orientando para ao desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais, e de atividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental”. Mais tarde foi estabelecida a classificação da Educação Ambiental como formal e não-formal. Segundo Oliveira (1998), a Educação Ambiental formal define-se como projetos voltados para a inserção das questões ambientais nos currículos escolares de 1° e 2° graus, ou seja, a educação ambiental é tratada e ensinada em salas de aula. E educação ambiental não-formal como projetos voltados para trabalhos com instituições envolvendo a sociedade civil.

Dentre esses vários problemas ambientais que atualmente tem preocupado os grupos ecológicos, governos, cientistas e a população em geral destaca-se a redução da biodiversidade com a degradação da cobertura vegetal do planeta, suscitando a necessidade urgente de tomada de posição da população rumo à preservação dos ecossistemas, sob pena de inúmeras espécies desaparecerem sem nem ao menos serem catalogadas, dado ao ritmo acelerado da degradação por motivações econômicas, podemos citar um grave exemplo que tem chamado a atenção de parcela, ainda pequena, da população brasileira, o Cerrado, “berço das águas”. Sobre isto Gomes contribui:

 

Finalmente, nas condições em que o bioma Cerrado – principal matriz territorial/ambiental do Brasil-Central -, se encontra no momento, submetido à vontade humana regida pela cobiça do lucro imediato, sua total extinção já é prevista para ocorrer em menos de 50 anos. Há quem estime em torno de 25 a 30 anos. O Cerrado goiano está hoje reduzido a menos de 20% de sua cobertura original (GOMES, 2008, p. 372)

 

Para reverter esse grau de intensa degradação foram criadas várias Unidades de Conservação (UCs) para proteção de Biomas, iniciativa importante, entretanto, as áreas estabelecidas para as Unidades de Conservação não foram respeitadas, reduzindo-se em alguns casos a menos da metade da área original para a preservação do bioma, como é o caso do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros ou do Parque Nacional das Emas. O próprio Código Florestal, no que diz respeito a áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal, não vem sendo respeitado, quando se pode ver o evidente descaso das autoridades e de parte da população para com a proteção do meio ambiente, e ainda a grande influencia do exagerado desejo de crescimento econômico.

Segundo Gomes (2008), o Cerrado é o mais antigo bioma brasileiro com 300 milhões de anos, encontra-se no limite final de sua evolução – status clímax – e devido a sua centralidade é considerado um corredor natural de migração, polinização e reprodução de espécies bióticas, sendo um ecótono de transição para os outros biomas nacionais. Segundo este autor, “Essas características, dentre outras, fazem do Cerrado uma – vegetação primária, sui generis, portanto, possuidora de uma identidade singular, diferenciada dos demais biomas naturais” (GOMES, 2008, p. 09).

Neste contexto, Gomes destaca que, não há, cientificamente falando regeneração possível à uma vegetação que atingiu o seu equilíbrio vital há milhões de anos, em perfeita simbiose com o seu meio ambiente específico.

Frente a toda esta situação de devastação do Cerrado, tem-se a necessidade de preservação e conservação do bioma por meio do desenvolvimento sustentável, em concordância com o tripé, apontado por Sachs (2004), que envolve a prudência ecológica, justiça social e eficiência econômica.

E suas frutíferas ocupam lugar de destaque para o aproveitamento alimentar e possuem grande aceitação no mercado para consumo in natura ou sob a forma de sucos, licores, sorvetes, doces entre outros. E há disponibilidade de fruteiras no cerrado durante as duas estações do ano (seca e chuvosa) no Cerrado, com maior oferta de frutas na estação chuvosa, de Outubro a Março. Possibilitando o acesso a elas, como matéria-prima o ano todo. 

Diante o que foi apresentado e das atuais condições em que este se encontra, é necessária uma abordagem diferente da atual, com vistas ao aproveitamento econômico dos frutos do Cerrado enquanto auxiliares no avanço da preservação do bioma. Pois há no Cerrado grande quantidade e diversidade de frutos, com formas variadas, cores atrativas e sabor característico. Sendo, segundo Carmo et al (2008), a formação do cerrado stricto sensu, a mais rica em espécies nativas frutíferas com interesse para aproveitamento alimentar. Estes frutos são consumidos em diferentes formas pelas populações, como sucos, licores, in natura ou na forma de sorvetes, geléias.   

Assim, aponta-se paralelamente a possibilidade de aproveitamento econômico de forma viável e como agente possível de educação ambiental incentivando a preservação do Cerrado através do consumo de seus frutos.

Por isso fica evidente a efetiva aplicação da educação ambiental tantos em ambientes de ensino formal como não-formal, para que as pessoas compreendam o impacto de suas interferências constantes no meio e descubram um modo de evitar danos maiores e passem a ver que está ao alcance de cada um, a prática de uma ação de defesa do meio ambiente. Isto haverá de começar através de uma alteração de comportamento, uma mudança na forma como as pessoas compreendem e se relacionam com o mundo, que leve efetivamente a uma mudança de atitude, assumindo práticas cotidianas mais responsáveis para com a sobrevivência de toda forma de vida animal e vegetal.

O presente trabalho tem por objetivo, auxiliar de alguma forma para o avanço da compreensão, através de pesquisas bibliográficas e de campo, da viabilidade do aproveitamento econômico dos frutos do Cerrado e da consequente contribuição do empresariado na preservação do bioma por meio da adoção de práticas que necessitem da manutenção de manchas do Cerrado e também para o avanço da consciência ambiental. Trata-se de uma contribuição ao entendimento de possíveis práticas que inseridas no mercado capitalista são passíveis de atrair os empreendedores para a adesão à causa ambiental, em que atuarão os profissionais da área ambiental que em meio a uma realidade em que o lucro fala mais alto que o social e o ambiental, toda ação de cunho sustentável é muito bem vinda. Poderão, desta forma, se constituir em agentes estimuladores da adoção, por parte do empresariado do uso responsável dos recursos naturais do Cerrado, assegurando uma maior longevidade dos mesmos e contribuindo para a população avançar em suas concepções ambientais no intuito de estabelecimento de uma relação amigável da manutenção e desenvolvimento das frutíferas da Savana Brasileira.

 

Metodologia

 

Para o alcance do objetivo em estudo realizou-se pesquisas bibliográficas para conhecimento tanto das questões ambientais no Cerrado quanto da vocação das micro e pequenas empresas como auxiliares da Educação Ambiental para a preservação do Cerrado.

Na tentativa de obter um melhor elucidamento sobre as reais condições em que se encontram os micro e pequenos empresários e a percepção de seu papel como agente de preservação e educação ambiental, buscou-se a efetivação de coleta de dados à campo. Para tanto, realizou-se entrevista no dia 20 de Maio de 2011 com o micro empresário do empreendimento “Frutos do Brasil”, franquia de picolés e sorvetes, objetivando o conhecimento do público alvo e sua forma de abordagem da educação ambiental não-formal com vistas à preservação do Cerrado.

Resultados e Discussões.

 

Baseados em dados da pesquisa realizada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Goiás (EMATER) no ano de 2007, obtidos na instituição, levantou-se algumas das várias espécies frutíferas passíveis de aproveitamento em atividades comerciais alimentícias, dentre elas tem-se (quadro 01):

 

Quadro 01: Produção do Arranjo.

Frutos

Pés/há

Produção (Kg)

Produção/há (Kg)

Valor unitário (R$)

Valor/ha (R$)

Tempo (anos)

Ciclo produtivo (anos)

Araticum

32

5

160

12,00

1920,00

5

3

Baru

15

50

750

0,48

360,00

5/8

2

Cagaita

32

50

1600

0,60

960,00

5

Anual

Cajuzinho

32

20

640

3,00

1920,00

3

Anual

Gabiroba

200

5

1000

3,00

3000,00

4

Anual

Jatobá

15

12,5

187,5

12,00

2250,00

8

2

Mamacadela

250

1

250

1,60

400,00

4

3

Mangaba

32

12,5

400

1,90

760,00

6

3

Murici

32

6

192

0,60

115,20

5

3

Pequi

15

75

1125

0,92

1035,00

8

3

Fonte: EMATER/GO, 2007.

 

Assim, é notável que o Cerrado apresenta-se como uma possível fonte de riqueza alternativa aos padrões geradores tradicionais, principalmente no extrativismo sustentável, podendo originar uma gama de outras rentabilidades, oriundas de diversas formas de utilização e fins, com possibilidade da incorporação de significativos impactos positivos na preservação de manchas de Cerrado.

As micro, pequenas e medias empresas (MPMEs) concretizam-se como alvo fácil de falência, como afirma Souza (2009), no Brasil, um grande desafio para as novas empresas que se lançam no mercado é a capacidade de permanecer nele, e principalmente superar os primeiros anos. E as empresas com até 2 anos de existência atingem 49,4% de mortalidade, e demais com até 4 anos atingem 59,5% de mortalidade.

Mas apesar disso, vê-se nelas, adicionadas às atividades de manipulação de frutos do Cerrado, um diferencial no mercado, o que possibilita o aumento de suas perspectivas de sobrevivência. Observa-se grande possibilidade no emprego das MPMEs como um instrumento de promoção da educação ambiental não-formal e transmissor de sensibilização quanto à preservação do Cerrado, visto que o bioma possui uma gama de opções para o desenvolvimento sustentável, tornando-se um mecanismo de defesa para esses empresários, principalmente relacionado à culinária típica, pois em Goiás, o Arranjo Produtivo Local (APL - Concentrações geográficas de empresas e instituições interrelacionadas que atuam em um setor específico dentro de um mesmo território) relacionado à indústria alimentícia e culinária tem papel relevante, principalmente ligado às tradições e à cultura goiana.

Portanto, em relação ao objeto de pesquisa de campo, verificou-se que:

·                    É um empreendimento recente, mas reconhecido pelo proprietário como inovador.

·                    Trata-se de uma franquia de sorvetes e picolés com sabores dos frutos de regiões de todo o Brasil com enfoque no Cerrado e nestas condições não lhe são dados muitas possibilidades de mudanças no cotidiano da produção e distribuição do produto, evidenciando que os problemas encontrados neste estabelecimento são comuns aos outros franqueados e não possuem referenciais físicos alusivos aos frutos do Cerrado no ambiente interno do empreendimento. 

·                    Possui público fiel, de perfil familiar, preponderantemente, na faixa de idade adulta.

·                    Os frequentadores têm claro suas responsabilidades quanto à preservação da cultura e do bioma Cerrado.

·                    O proprietário vê como um atrativo para parcela das pessoas a memória palativa, pois os sabores dos picolés remontam o pretérito dos clientes.

·                    Não há grandes dificuldades de compra dos produtos, evidenciando uma logística eficiente do franqueador, vinculando a existência e manutenção dos fornecedores em áreas exploradas por eles do Cerrado.

Pelo exposto, há um forte indicio de que as pequenas empresas que atuam no mercado comercializando produtos do Cerrado são fontes intermediárias de preservação do bioma, pois evidencia o potencial econômico dos frutos do Cerrado, incorporando valor ao mesmo e, consequentemente, na sociedade dificultando sua extinção e assegurando que as áreas onde os frutos estão sendo extraídos não sejam desmatadas e sejam cuidadas e vigiadas.  Além disto, tornam-se agentes da Educação Ambiental não-formais, ou seja, promovem sentimentos de conservação e, consequentemente, de ações futuras em defesa do Cerrado.

Tais empreendimentos, da forma em que se encontra, o que foi sujeito de observação de campo, mostra uma possibilidade significativa de contribuição para o elucidamento das pessoas, principalmente os jovens ao transmitir conhecimento sobre o Cerrado, contribuindo para o avanço da consciência preservacionista. Também, através do paladar ao despertar a memória dos adultos e idosos aumentar a eficiência de lembrança da sua responsabilidade em ajudar na preservação. Desta forma, para garantir uma maior longevidade econômica ao empreendimento e maior eficiência na sensibilização, aconselha-se que este franqueado em contato com o franqueador defenda meios de potencializar esses empreendimentos, visando o lucro e que repercutam na preservação do Cerrado. Para tal, ao mesmo tempo, deverá promover-se a interface com a Educação Ambiental usando o chamado marketing verde para além de diferenciar o seu produto dos demais, assegurando um novo nicho de mercado e fidelizar o cliente por meio de:

·                    fixação de paisagens do bioma nas paredes do ambiente interno da empresa;

·                    Ornamentação das mesas, cardápios e paredes com fotografias dos frutos consumidos;

·                    Enriquecimento do cardápio com informações sobre as localizações, características e o potencial nutritivos dos frutos;

·                    Nas embalagens dos picolés, proporcionar imagens e informações sobre os frutos para alcançar o maior numero de pessoas;

·                    E incorporar elementos sonoros da cultura do povo do Cerrado na ambiência.

 

Considerações Finais

 

Após o percurso que foi mostrado, percebe-se que a incorporação dos frutos do Cerrado como matéria-prima tem grandes possibilidades de realmente contribuir, de modo significativo, para o avanço da causa ambiental junto à população, indo desde o empresariado até o consumidor anônimo do produto, pois seus frutos apresentam-se como auxiliares desse processo, originando possibilidades de aproveitamento econômico com repercussão na preservação do bioma, alicerçados na Educação Ambiental, conferindo-lhes maior eficiência. Uma vez que estas atividades comerciais consolidadas na prática, a pequena fração do Cerrado que ainda está preservada tenderá a aumentar, já que:

·                    Os pequenos proprietários de terra passarão a cuidar de cada planta do Cerrado, vendo nelas uma potencialidade de lucro;

·                    Os proprietário do empreendimento comercial com sua necessidade de matéria-prima e seu poder de compra, estimulará os pequenos proprietários a preservar as manchas de Cerrado em que praticam a coleta e se encarregarão de desenvolver mecanismos para tornar seu produto mais atrativo, divulgando mais a “existência” dos frutos do Cerrado e Cerrado;

·                    O cidadão também se desenvolverá, que passando a conhecer o gosto dos frutos, entenderão a necessidade de preservação do bioma.

Os micro e pequenos empresários poderão abraçar a causa ambiental, pois terão um diferencial no mercado que atrairá consumidores, poderão utilizar do marketing verde e ainda terão um produto que proporciona lucratividade.

Recomenda-se apenas a eles, que explorem a promoção da educação ambiental não-formal entre os consumidores de seu estabelecimento de forma mais eficiente por meio de instrumentos físicos e sonoros que lembrem o Cerrado, como quadros, informações e músicas, despertando neles o desejo de preservar, aumentando a eficiência de sua abordagem ao freguês e fidelizando-o.

Assim, o aproveitamento econômico dos frutos do Cerrado enquanto auxiliares no avanço da preservação do ecossistema tem fundamentação teórica e grandes perspectivas de sucesso, tanto pelo viés econômico quanto ambiental e social (gerador de renda).

 

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Ilustrações: Silvana Santos