Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/06/2011 (Nº 36) OS INSETOS NA CONCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DE CIÊNCIAS DE DIFERENTES REALIDADES NO MUNICÍPIO DE ITABAIANA-SE
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Os insetos na concepção dos alunos e professores de ciências de diferentes realidades na cidade de Itabaiana-SE

OS INSETOS NA CONCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DE CIÊNCIAS DE DIFERENTES REALIDADES NO MUNICÍPIO DE ITABAIANA-SE

 

 

Eliana Maria dos Passos1, Genésio Tâmara Ribeiro2, Júlio César Mello Poderoso3, Cristiano Cunha Costa4, Laura Jane Gomes5

 

laurabuturi@yahoo.com.br; elianabio@bol.com.br;

 

 

 

RESUMO:

 

Constantemente os insetos são confundidos com outros animais, incluindo alguns vertebrados, pela população de maneira geral e mesmo pela comunidade escolar, além do fato de serem associados com reações de negativas. Nesse estudo procurou-se investigar a percepção e o conhecimento de estudantes somente da 6ª série e seus respectivos professores de ciência, em relação aos insetos, os quais responderam a um questionário semi-aberto. Mesmo que não gostem, achem esquisitos, nojentos ou prejudiciais, verificou-se que tanto estudantes quanto professores têm a noção mínima que cada organismo vivo contribui de alguma forma no meio ambiente. Evidenciou-se um conhecimento considerado ótimo, bom, regular e ruim para os docentes das redes: particular, estadual, rural e municipal, respectivamente. Quanto ao conhecimento dos estudantes, embora os das escolas particulares tenham se destacado em relação aos demais, de modo geral continuam confundido os aracnídeos e outros animais com os insetos.

 

Palavras chaves: Educação, entomologia, ensino fundamental.

 

1. INTRODUÇÃO

 

É compreensível, o fato de alguns autores caracterizarem a época paleontológica atual como a Era dos Insetos (Barth, 1972). Já foram descritas 900 mil espécies de insetos, mas estimativas conservadoras falam em 6 milhões, enquanto outras falam em 30 a 80 milhões de espécies, que com suas ecologias altamente diversas, dominam as cadeias e teias alimentares em biomassa e riqueza de espécies (Lima, 1999). Apesar da má fama atribuída aos insetos, estima-se que menos de 1% das espécies já conhecidas podem causar algum prejuízo, onde apenas algumas centenas destas são responsáveis por problemas sérios na agricultura, na silvicultura e na saúde pública. Embora ocultos muitos dos seus benefícios, incluindo parte da nossa sobrevivência e bem-estar é determinado pelos insetos, e em sua ausência certamente a terra se tornaria irreconhecível e talvez inabitável (Michereff & Della Lucia, 1999).

Apesar do importante papel que desempenham na economia geral da natureza, insetos, com exceção das abelhas, borboletas e dos utilizados mundo afora na alimentação humana, não gozam de boa fama junto ao grande público (Costa Neto, 2003). Freqüentemente os insetos são associados a sentimentos negativos e reações de nojo e/ou medo, enquanto outros geram preocupações como aqueles considerados pragas e vetores de doença. São também comuns uma variedade de estórias do imaginário popular, com descrições exageradas ou fantasiosas do aspecto ou atividades desses animais (Costa, 2004).

Tanto alunos como professores confundem constantemente os insetos com outros invertebrados. Outro agravante, segundo Vasconcelos & Souto, (2003) está na limitada produção científica brasileira referente ao ensino de zoologia. O que se pode notar em congressos de sociedades científicas das diversas áreas de zoologia, onde o tema ensino atrai constantemente menos participantes do que temas específicos, mesmo com o envolvimento de membros destas sociedades em cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas. Portanto procurou-se nessa pesquisa, investigar a percepção e conhecimento de estudantes e professores de ciências, do Município de Itabaiana, estado de Sergipe em relação aos insetos.

 

2. METODOLOGIA

 

O estudo foi realizado no Município de Itabaiana, localizada no Agreste Sergipano, cuja sede esta a 56 quilômetros da Capital Aracaju e rodeada pelo Parque Nacional Serra de Itabaiana, durante o segundo semestre de 2005. A princípio foi efetuado um levantamento dos respectivos nomes e endereços das escolas públicas e privadas, que possuíam o nível fundamental. Neste trabalho o público alvo foram apenas os estudantes de 6ª série e seus respectivos professores de ciências, pois de acordo com os PCN’s (Parâmetros Curricular1es Nacionais) o conteúdo referente à classe Insecta deve ser abordado exatamente nesta série.

As informações referentes ao pensamento de professores e alunos foram obtidas mediante aplicação de questionário semi-aberto com perguntas objetivas e subjetivas, em ambos os casos. Inicialmente foram abordados todos os professores de ciências que ministravam aulas para turmas de 6ª série das redes pública e privada, os quais foram informados a respeito da pesquisa e deixados a vontade quanto a colaborar ou não com o trabalho. Aqueles que concordaram em contribuir com o estudo responderam os questionários sob a supervisão do pesquisador, metodologia adotada para certificar-se da veracidade das informações e responder a eventuais dúvidas quanto à interpretação dos questionamentos.

Para que tivéssemos uma amostra que evidenciasse diferentes realidades do Município de Itabaiana, foram selecionadas quatro turmas de escolas que pertencem a diferentes redes (estadual, municipal, rural e particular), sendo as informações coletadas com os professores usadas como base na escolha das turmas dentro de cada realidade. As escolas rurais existentes no Município pertencem à rede municipal de ensino, todavia neste trabalho, são citadas separadamente para que fosse possível obter amostra de quatro realidades (localidades) diferentes.

Foram aplicados vinte e um questionários aos professores, sendo seis para a rede estadual e cinco para cada uma das demais redes de ensino, enquanto os alunos responderam a sessenta e seis questionários distribuídos entre as realidades estudadas. No questionário aplicado aos professores procurou-se abstrair a percepção e conhecimento em relação aos insetos. Para os alunos seguiu-se basicamente o mesmo padrão de questionamentos realizados com os professores, no entanto foram feitas algumas modificações em relação à linguagem visando uma melhor compreensão por parte dos mesmos.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

3.1 Percepção e conhecimento dos professores

Na avaliação da imagem feita pelos professores em relação aos insetos, pode-se notar que: os professores das rede municipal (83,3%), rural (55,5%), estadual (57,1%) e particular (71,4%), vêem os insetos como algo necessário. Foi possível constatar que apenas os professores da escola rural assinalaram as opções: “bonitinhos” e “bonzinhos”, na mesma proporção (11,1%), apesar de 22,2% apontarem como danosos. Enquanto na rede estadual, demonstram atitudes de nojo (28,6%) e indiferença (14,3%), embora tenha sido os únicos a não atribuírem o rótulo de danosos aos insetos (Tabela 1).

 

Tabela 1: Percepção dos professores da rede municipal, rural, estadual e particular do Município de Itabaiana, SE, quanto os insetos.

Percepção dos professores

Municipal (%)

Rural (%)

Estadual (%)

Particular (%)

Nojentos

0,0

0,0

28,6

0,0

Bonitinhos

0,0

11,1

0,0

0,0

Indiferentes

0,0

0,0

14,3

0,0

Necessários

83,3

55,5

57,1

71,4

Bonzinhos

0,0

11,1

0,0

0,0

Danosos

16,6

22,2

0,0

28,6

 

 

As idéias conferidas a este grupo de artrópodes podem ser esclarecidas devido a uma maior aproximação de cada grupo de professores com diferentes ordens de insetos. Os professores da zona rural dispõem de mais oportunidades para observarem um número maior de insetos que chamam atenção pela sua beleza estética ou pelos produtos que oferecem, enquanto os demais professores acabam por conviverem mais com baratas, moscas, pernilongos e formigas que constantemente invadem suas casas, insetos que muitas vezes despertam reações negativas. Segundo esquema proposto por Costa Neto & Resende (2004), sensações agradáveis, visuais ou não, geram aproximação que proporcionam interações não conflituosas múltiplas, tais como admiração pela biologia dos animais, satisfação estética e usos diversos (alimentar, lúdico, ornamental, medicinal, mágico-religioso etc.).

Quanto à concepção que os professores fazem dos insetos (Tabela 2), verificou-se que excetuando os 7,7% dos professores da rede municipal, que consideraram os insetos como repugnantes devido a sua aparência, os demais professores dividiram suas opiniões, entre os diferentes atributos sugeridos, tais como prejudiciais, daninhos, benéficos e necessários. No entanto, se comparados com as respostas apontadas na Tabela 1, leva a crer que foram respondidas por pessoas diferentes, todavia esta aparente contradição pode revelar uma certa insegurança quanto ao que os professores realmente pensam em relação aos insetos. Uma explicação possível para considerar tal atitude como incerteza, parte do pressuposto de que apesar dos questionamentos feitos pedirem basicamente a mesma coisa, uma das opções de respostas apresentam justificativas para cada concepção sugerida, o que pode confundir ou levar a mudanças em suas concepções a respeito dos insetos.

 

Tabela 2: Concepção dos professores das redes municipal, rural, estadual e particular, no Município de Itabaiana, SE, a respeito dos insetos.

Concepção dos professores

Municipal (%)

Rural (%)

Estadual (%)

Particular (%)

Prejudiciais

15,4

21,4

21,4

20,0

Daninhos

15,4

21,4

28,6

20,0

Benéficos

23,1

28,6

21,4

26,7

Necessários

38,5

28,6

28,6

33,3

Repugnantes

7,7

0,0

0,0

0,0

 

Em relação à importância dos insetos, nenhum dos professores entrevistados se referiu aos insetos como não possuindo importância alguma e os maiores valores encontrados se referem à importância ecológica (Tabela 3). Na rede particular foram atribuídos os mesmos valores para importância ecológica e econômica (35,7%), enquanto para escola estadual a semelhança de valores ocorreu entre a importância ecológica e em estudos científicos (41,7%).

 

Tabela 3: Importância atribuída aos insetos pelos professores da rede, rural, estadual municipal e particular, no Município de Itabaiana, SE.

Redes de ensino

Importância dos insetos (%):

Ecológica

Econômica

Estudos científicos

Municipal

45,4

18,1

36,4

Rural

45,4

27,3

27,3

Estadual

41,7

16,7

41,7

Particular

35,7

35,7

28,6

 

A partir dos questionamentos quanto à maneira como distinguem os insetos e dos exemplos citados e assinalados foi possível obter subsídios que demonstram o conhecimento do professor sobre a classe Insecta. Estas informações evidenciaram um conhecimento considerado ótimo, bom, regular e ruim para os docentes das redes: particular, estadual, rural e municipal, respectivamente.

Quando questionados quanto à maneira como distingue um inseto de outros animais, todos os professores entrevistados da rede privada listaram de maneira satisfatória as características que distinguem esta classe de artrópodes, bem como citaram corretamente o nome de dez insetos pedidos e 60% apontaram os três exemplos corretos. Na rede estadual somente 40% dos professores entrevistados se referiram apenas as características morfológicas, sem contudo especificá-las, 66,7% mencionaram o nome de dez insetos e 83,3% marcaram corretamente os exemplos de insetos.

Enquanto nas escolas rurais, 60% dos professores entrevistados fizeram referência a algumas características que os diferem de outros animais, 20% listaram os dez nomes pedidos e 40% assinalaram os exemplos corretos. Os educadores das escolas da rede municipal não foram capazes de mencionar o nome de dez insetos e tão pouco informar às características que os distingue, além do fato de apenas um professor dos cinco conseguir marcar os itens que traziam exemplos de insetos.

Os níveis de conhecimento observados refletem a formação recebida por estes professores onde somente 60% dos docentes da rede particular, 50% da estadual e 20% da municipal possuem curso completo de Licenciatura em Ciências Biológicas, enquanto na rede rural os únicos com nível superior estão fora da área de atuação. Vale ressaltar ainda que os docentes das redes municipal e rural obtiveram seus títulos mediante Programa de Qualificação Docente – PQD e não por curso regular. Além disso, 60% dos educadores da rede municipal ministram aulas de ciências há apenas um ano, enquanto os demais têm mais experiência no ensino de ciências para a 6ª série, do ensino fundamental.

 

3.2 Percepção e conhecimento dos alunos

Na visão dos alunos da rede estadual e municipal os insetos são indiferentes e nojentos, enquanto para os alunos das escolas rurais e particulares eles são indiferentes, porém necessários (Tabela 4). A percepção dos alunos da rede rural e particular, não expressa exatamente o pensamento de seus professores (Tabela 2), no entanto é inegável uma maior influência, o que não se percebe com as demais redes. Apesar de tal influência do ensino formal, prevaleceu uma visão negativa por parte dos alunos em que, nenhum deles classifica os insetos como bonzinhos, além de em sua maioria se mostrarem indiferentes.

 

Tabela 4: Percepção dos alunos da rede municipal, rural, estadual e particular do Município de Itabaiana, SE, quanto os insetos.

Percepção dos alunos

Municipal (%)

Rural (%)

Estadual (%)

Particular (%)

Nojentos

30,4

22,2

25,0

0,0

Bonitinhos

8,7

14,8

10,7

18,1

Indiferentes

30,4

25,9

32,1

36,4

Necessários

17,4

25,9

21,4

27,2

Bonzinhos

0,0

0,0

0,0

0,0

Danosos

8,7

11,1

10,7

9,0

Outros

4,3

0,0

0,0

9,0

 

Semelhante aos professores os valores encontrados, para a concepção em relação aos insetos (Tabela 5), foram muito próximos e inferiores a 50%, mesmo assim os alunos da rede municipal (37%) e das escolas estaduais (37,5%) acreditam que os insetos são prejudiciais a saúde por transmitirem doenças, predominando mais uma vez uma visão negativa, diferentemente dos 41,6% dos alunos das escolas particulares e 32,1% das rurais que os consideram benéficos e necessários, respectivamente, por participarem da reprodução das plantas, embora 35,7% destes tenham mencionado o fato de também causarem prejuízos à saúde. Estas semelhanças na concepção dos alunos entre tais redes de ensino são reflexos da aula e dos recursos didáticos escolhidos pelos professores de cada rede.

 

Tabela 5: A concepção dos alunos das redes municipal, rural, estadual e particular no Município de Itabaiana, SE, a respeito dos insetos.

Concepção dos alunos

Municipal (%)

Rural (%)

Estadual (%)

Particular (%)

Prejudiciais

37,0

35,7

37,5

25,0

Daninhos

2,2

21,4

21,8

8,3

Benéficos

22,2

10,7

21,8

41,6

Necessários

18,5

32,1

6,2

16,6

Repugnantes

0,0

0,0

12,5

8,3

 

Atribuiu-se aos insetos maior importância em estudos científicos (entre 50,0 e 66,6%), o que pode ser explicado a partir da influência da própria pesquisa, seguida da importância ecológica, provavelmente resultado da noção mínima do papel de cada organismo na natureza (Tabela 6). As semelhanças encontradas para a importância em estudos científicos, ecológica e não atribuição de importância econômica, nas redes de ensino particular e rural, são conseqüência das aulas ministradas.

De maneira semelhante aos professores procurou-se abstrair parte do conhecimento dos alunos referente à classe Insecta através de questionamentos quanto à maneira como distinguem os insetos e dos exemplos citados e assinalados. Nenhum aluno marcou apenas as alternativas correspondentes aos exemplos de insetos, no entanto 80 e 70% dos alunos da rede particular e rural respectivamente foram capazes de destacar os três exemplos corretos de insetos, apresentando um desempenho considerado satisfatório. Carrapato, aranha e minhoca foram os erros mais comuns, para os alunos da rede estadual e municipal, enquanto para a rede particular e rural além de confundirem os insetos com, os também artrópodes, aracnídeos a minhoca foi incluída por eles no grupo dos insetos.

 

Tabela 6: Importância atribuída aos insetos pelos alunos da rede municipal, rural, estadual e particular, no Município de Itabaiana, SE.

Redes de ensino

Importância dos insetos (%):

Ecológica

Econômica

Estudos científicos

Nenhuma

Municipal

23,8

4,7

66,6

4,7

Rural

41,6

0,0

54,2

4,2

Estadual

38,5

11,5

50,0

0,0

Particular

45,4

0,0

54,5

0,0

 

Quando pedidos para citarem o nome de cinco insetos, somente sete alunos dos sessenta e seis entrevistados listaram os exemplos pedidos, sendo um de cada rede particular, rural e municipal e quatro das escolas estaduais. Tomando como base os que citaram no mínimo quatro insetos, mais uma vez os maiores valores encontrados (40% dos alunos) pertencem à rede particular e rural. Barata, pulga e mosca, nesta ordem, foram os nomes mais citados pelos alunos da rede rural, municipal, estadual e na mesma proporção na rede particular. O fato de a maioria dos estudantes ter citado a barata e a pulga pode ser resultado da influência dos itens sugeridos como exemplos de insetos, e quanto à mosca é um inseto comum a qualquer ambiente.

Quanto à maneira como reconhecem um inseto, as melhores respostas foram dadas pelos alunos da rede particular, onde 80% destes afirmaram distinguir um inseto de outros animais observando suas características, embora apenas um aluno tenha citado algumas características distintivas, como a presença de asas e antenas. Enquanto para as demais redes, apesar de alguns citarem a observação das características ou de apenas se referirem algumas delas, a maioria se referiu ao tamanho. Ainda foram mencionados prejuízo e risco, além de depoimentos do tipo: “É coisa sebosa e um animal pode ser mais bem tratado”; “Animal se cria e inseto não”.

Avaliando os dados que se referem ao conhecimento, apesar da passagem pelo ensino formal, os alunos continuam confundido os aracnídeos e outros animais (minhoca, caramujo e lagartixa) com os insetos. Na verdade o termo “Inseto” é usado muitas vezes para se referir a qualquer coisa que seja nojenta, insignificante, danosa e desprezível, quer sejam ao se referirem a pessoas, outros animais ou até mesmo a objetos.

 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Mesmo que não gostem, achem esquisitos, nojentos ou prejudiciais, todos têm a noção mínima que cada organismo vivo contribui de alguma forma no meio ambiente, daí julgarem necessários e reconhecerem a importância ecológica dos insetos.

O modo como alunos e professores vêem os insetos e outros animais ditam o seu comportamento em relação a tais organismos, podendo interferir positiva ou negativamente no ambiente natural. Estudar a percepção de determinado grupo em relação a um tema específico, além de possibilitar o diagnóstico de problemas existentes ou futuros e de fornecer alternativas para solução destes, é fundamental para que se possam desenvolver atividades educativas, principalmente por esta envolver alguma espécie de mudança no comportamento.

 

AGRADECIMENTOS

 

Aos professores de Ciências das escolas de Itabaiana e seus respectivos estudantes que se dispuseram a colaborarem com este trabalho, ao professor Eraldo Medeiros Costa Neto pela verificação dos questionários utilizados nesta pesquisa, ao CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelo apoio financeiro.

 

REFERÊNCIAS

BARTH, R. 1972. Entomologia Geral. Rio de Janeiro. Guanabara, 514p.

 

COSTA, F.A.P.L. 2004. Biodiversidade aninhada no mundo dos invertebrados crocantes.

La Insignia Brasil: setembro de 2004. In: http//www.lainsignia.org/2004/septiembre/dial

004.htm. Consultado em 25/08/2005.

 

COSTA NETO, E.M. 2003. Insetos como fonte de alimentos para o homem: valoração de

recursos considerados repugnantes. Interciência, 28: 1-6.

 

COSTA NETO, E.M.& J.J. RESENDE. 2004. Percepção de animais como “insetos” e sua

utilização como recursos medicinais na cidade de Feira de Santana, no Estado da Bahia,

Brasil. Acta Scientiarum. Biological sciences, Maringá, 26: (2) 143-149.

 

LIMA, E.R. 1999. A importância dos insetos. Ação Ambienta. 2: (4) 8-10.

 

MICHEREFF, M.F. & T.M.C. DELLA LUCIA. 1999. Insetos Benéficos. Ação Ambiental. 2:

(4) 11-13.

 

VASCONCELOS, S.D. & E. SOUTO. 2003. O livro didático de ciências fundamental-

Proposta de critérios para análise do conteúdo zoológico. Ciências & Educação, 9: (1)

93-104.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ilustrações: Silvana Santos