Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/06/2011 (Nº 36) A EDUCAÇÃO ESCOLAR EM UMA COMUNIDADE DE VÁRZEA NO MÉDIO SOLIMÕES: A INTERAÇÃO HOMEM – AMBIENTE FRENTE AOS DESAFIOS AMAZÔNICOS
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SEÇAO : ARTIGO

A educação escolar em uma comunidade dE várzea No Médio Solimões: a interação homem – ambiente frente aos desafios amazônicos.

 

 

Joyce Lara Araújo da Fonseca Garcez, Therezinha de Jesus Pinto Fraxe

  

 

RESUMO

 

As populações da várzea dependem dos serviços ambientais para se estabelecerem economicamente, socialmente e culturalmente. A adaptabilidade humana em ambientes de várzea tem sido uma das principais características das populações que habitam na região amazônica, constituindo um conjunto de ações alternativas e sustentáveis que englobam o uso dos recursos naturais para suprir algumas de suas necessidades. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi entender como as dificuldades impostas pelo ambiente proporcionam aos moradores da comunidade Santa Luzia da Ilha do Baixio, ricos saberes sobre o ambiente e como estas populações o inserem na educação ecolar. Para aquisição de dados foi considerado como método de pesquisa a aplicação de formulários baseados em estudos das ciências cognitivas e da percepção do ambiente, com intuito de catalogar os discursos dos entrevistados através de um etnocatálogo e da tabela de percepção fundamentada por meio da literatura existente. A análise dos dados obtidos mostrou as principais dificuldades encontradas na época da cheia, a destruição de algumas residências causadas pelos “banseiros” das embarcações, resultando na saída de famílias inteiras da comunidade; os resultados indicaram o forte vínculo entre os ribeirinhos e o ambiente da várzea através do uso de recursos florestais para elaboração de objetos didáticos para o ensino. Contudo, espera-se que os resultados deste trabalho contribuam para a comunidade científica no que tange alguns aspectos do conhecimento ambiental das populações tradicionais e também para que haja maior intervenção de políticas públicas para as áreas alagáveis.

 

Palavras-chaves: Educação, percepção ambiental, várzea.

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

A presença de grandes embarcações (principalmente na transição do ciclo enchente, cheia, vazante e seca) no meio ambiente tem intensificado a mudança na paisagem e na estrutura das populações de algumas comunidades de várzea do Médio Solimões.

O deslocamento dessas embarcações, no período da cheia, nas proximidades de comunidades localizadas em ilhas acarreta prejuízos materiais e culturais,  devido as grades velocidades que são empregadas e a forças dos banseiros que vão de encontro com as residências dos moradores.

Em muitas situações, algumas famílias são obrigadas a se abrigarem em áreas de terra firme, deixando as comunidades de origem, os laços afetivos com a terra, floresta e as águas de várzea.

Contudo, a interação humana com os ecossistemas amazônicos tem sido responsável pelo fortalecimento dos laços ambientais e pelas constantes transformações culturais das populações ribeirinhas. Lima (1984) defende que o homem é um sistema que necessita interagir com a natureza, explorando-a para utilizar os espaços, os recursos bem como todos os serviços ambientais disponíveis.

As populações tradicionais tem se destacado por adaptarem-se aos fenômenos ambientais e a pouca presença de políticas públicas em muitas regiões. Essa adaptabilidade conceituada como adaptabilidade humana tem sido vista como um atributo resultante de mudanças espaciais (Morán 1990). Sua situação ecológica de dependência pela floresta caracteriza o uso desses recursos com ética e sustentabilidade em seu modo de vida, visando a manutenção dos recursos naturais para as gerações futuras (Sachs, 1986).

A adaptabilidade humana sobre os fatores ambientais tem proporcionado as populações tradicionais uso de sua cultura material na composição de artefatos para diversificadas finalidades: uso de recursos para fins didáticos, principalmente para transmitir idéias, expor sua cultura material às gerações.

As escolas rurais, tem adaptado o conteúdo escolar para a sua realidade, professores tem tido a experiência de modificar os modos de transmissão de conteúdos através da mobilização de alunos e das comunidades para a elaboração de recursos didáticos a partir da própria natureza que os cerca.

Essas tecnologias desenvolvidas por essas populações constituem valores materiais essenciais para a formação escolar dos alunos, pois estes aprendem a valorizar o ambiente natural, conhecer mais sobre os recursos naturais, para que servem, em que poderão ser utilizados nas aulas, etc.

 

 

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 – Caracterizações da área de estudo

           

A área de estudo compreende a comunidade Santa Luzia da ilha do Baixio, localizada no município de Iranduba, no Estado do Amazonas, possui as coordenadas geográficas 03º17’18”S e 60º04’42”W, situada no trecho do gasoduto Coari-Manaus, médio Solimões (figura 1).

As proximidades da comunidade apresentam um  ecossistema de recursos naturais fundamentais para a sobrevivência humana. A floresta desta região (várzea e igapó) tem grande valor ecológico, reconhecida internacionalmente, possui complexos sistemas bióticos que envolvem uma variabilidade de organismos, terrestres e aquáticos.

 

 

mapasite2

Figura1 - Área de estudo: Comunidade Santa Luzia da Ilha do Baixio

Fonte: Piatam, 2007

 

 

2.2 – Procedimento Metodológico

Compreendendo os aspectos marcantes dessas populações, foram consideradas as direções da ecologia cultural que tem como aspecto descritivo a identificação de elementos da cultura material ligados ao uso de recursos naturais pelas populações.

Pelo exposto, esta pesquisa através das características ecológicas da interação entre homem e ambiente, busca compreender se as dificuldades impostas pelo ambiente favorecem a perda cultural e material; e a importância da várzea pelo ponto de vista tradicional dos moradores da comunidade e a necessidade de investimentos políticos na região, principalmente para a permanência destes na comunidade e estudo.

Quanto a coleta e análise dos dados obtidos, foram considerados os estudos sobre a percepção ambiental se tornaram ferramentas essenciais por se tratar das diferentes “maneiras sensitivas (...) que os seres humanos captam, percebem, e se sensibilizam pela realidade, (...) observados in loco.” (Macedo, 2000, p. 8).

Esta pesquisa está de acordo com as normas do Comitê de Ética de Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas, o nº do CAAE é 0186.0.115.000-09.

Para a coleta dos dados, os questionários e entrevistas foram elaborados com a abordagem das dimensões da percepção humana em relação a natureza, as relações entre a percepção ambiental e a conservação da natureza: perspectivas sobre o recurso ambiental como consumo, qualidade de vida e como sobrevivência, percepção/ação e coordenação na resolução de problemas ambientais.

Foram realizadas 4 viagens para trabalho de campo de forma a completar um o ciclo hidrólogo no período de janeiro a dezembro de 2009. Os entrevistados somam 56 pessoas, dos quais 49 eram alunos e maiores de 18 anos de idade, residentes na comunidade, os demais formavam o corpo docente da escola local. Essa amostra obteve-se pelo uso alternativo do ambiente para minimizar os efeitos da ausência de apoio político na educação no seguimento de auxílio material.

As principais análises desse estudo foram feitas a partir da catalogação do discurso dos moradores da comunidade, com base na sua percepção de lugar, espaços de uso e temporalidade. Tendo a contribuição da ciência cognitiva que segundo Iida (2005), ocupa-se de processos mentais, como a percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre pessoas e outros elementos de um sistema. As partes consideradas para a pesquisa consistem: no homem (sujeito da pesquisa) e no ambiente de várzea (objeto de estudo).

Os dados coletados no campo foram contemplados através da análise dos discursos dos entrevistados (qualitativa) em categorias, apresentado - os em um etnocatálogo e tabela fundamentada com a literatura existente; e da análise quantitativa expressa por porcentagem através do programa Excel.

           

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 O ambiente como meio alternativo para a educação em Santa Luza da ilha do Baixio

 

Em 2009, a situação da comunidade Santa Luzia da Ilha do Baixio durante o período da cheia  encontrava-se problemática devido à elevação do nível das águas. E ainda a contribuição das embarcações que transitavam nos arredores da ilha, concentravam ainda mais os prejuízos materiais causados aos moradores da comunidade.

Na figura 1, é possível visualizar a entrada de embarcações nas proximidades das residências, em conseqüência da velocidade destas, ocorreu a formação de ondas (denominas "banseiros" pelos ribeirinhos) que se chocavam com as casas causando grandes perdas.

 

 

Figura 1: Sequência de imagens relacionadas ao inicio de um banseiro em uma residência da comunidade santa Luzia da Ilha do Baixio. Grandes embarcações atravessam a ilha com a intenção de reduzir o tempo de navegação nessa área; Causam grandes banseiros, responsáveis pela destruição de muitas residências; Residência sendo alagada no momento da passagem das embarcações.

 

Na época da cheia, o suporte do Estado é fundamental para manutenção das populações nessas áreas em decorrência dos fenômenos naturais que são imprevisíveis. No entanto várias denuncias aos órgão competentes foram levantadas mas nenhuma solução aplicada.

Na figura 2 pode-se observar os resultados da cheia em uma residência localizada nas áreas mais baixas da ilha. A parte escura nas paredes mostra o nível em que as águas do rio Solimões alcançaram nesse período, e a ausência de tábuas nas paredes, reflete os danos causados pelos

banseiros.

 

Figura 2: Residência inabitada por uma família durante a cheia.

Contudo, muitas famílias da comunidade saíram em busca de melhores condições em outras comunidades, principalmente as que se localizam nas áreas de terra firme. Apesar das dificuldades, muitos comunitários visualizam a várzea como um local bom para se viver.

O etnocatálogo na figura 3, é bastante significativo por comprovar essa premissa, através dos principais discursos sobre o ambiente na percepção dos moradores, pelo qual foi  definido que a várzea é o melhor lugar para se organizar como sociedade e realizar o trabalho cotidiano. A principal finalidade do etnocatálogo é catalogar as respostas para analisar, descrever e entender o significado do ambiente para essas populações.

O conceito de etnografia compete a obtenção de um relato rico e detalhado sobre um povo ou cultura, dentro do seu contexto social, cultural e organizacional por meio da observação natural, presença do pesquisador no local da pesquisa, para compreender certos aspectos propícios a sociedade em estudo (Myers 1999; Millen 2000).

Figura 3: Etnocatálogo sobre a percepção que os entrevistados tem sobre o ambiente natural.

 

A percepção dos alunos em relação ao ambiente se dá através do cotidiano de cada entrevistado, pelo espaço habitado e também pela convivência com os moradores da comunidade. Tuan (1980), explica que a percepção do indivíduo está relacionada com sua visão de mundo, por meio de suas experiências e da formação cultural.

A menção significativa de qualificação do ambiente onde residem, denota a valorização do mesmo imposta ao lugar habitado. O ambiente é sinônimo de “lugar onde vive”; “lugar mais limpo; “lugar onde vou”; são “todos os lugares de Santa Luzia”. O homem como dominante ecológico, percebe e estrutura o mundo que o cerca por meio de sua interação cultural com o ambiente. Para Tuan (1980), essa visão de mundo é o aprendizado, resultado da experiência concretizada com o mundo, o conceito de topofilia embasa essa referência de lugar que o ribeirinho tem de seu espaço habitado, é o elo afetivo entre a pessoa e o lugar.

A dimensão das respostas sobre o conceito de ambiente constitui de "algo bom", no sentido da avaliação dos entrevistados. O que se extraí dos discursos é a percepção de espaço como um lugar para se viver, pelo qual habitam, pois lhes fornece espaços destinados ao trabalho, onde exercem suas atividades econômicas e culturais, o ambiente da várzea provém alimento, supre as necessidades nutricionais, é um lugar de socialização onde as famílias são constituídas, os laços sociais firmados, resultando em uma “convivência boa aqui na comunidade”.

Os espaços de uso da vida ribeirinha são ao mesmo tempo a base do trabalho agrícola e o lugar que lhes proporciona abrigo e sustento, através de um "saber – fazer" relacionado inteiramente com o ambiente vivido.

A percepção dos moradores é fundamental para o reconhecimento do ambiente e daquilo que o condiciona ao comportamentos de um indivíduo ecológico, sua percepção é a resposta dos sentidos aos estímulos externos, sendo influenciada pelo fator cultural, gerando a proteção de ambientes naturais. Neste sentido, a valorização dos saberes acumulados por gerações quanto ao manejo dos recursos naturais se aplica às necessidades educacionais na busca de meios alternativos para melhorar suas condições de vida no ambiente.

Na comunidade Santa Luzia da ilha do Baixio, os recursos florestais são usados como meios alternativos que proporciona oportunidades de conhecer mais sobre as espécies e experimentar o uso em diversos segmentos.

A tabela 1, demonstra visualmente a percepção dos entrevistados em relação ao uso de produtos florestais.

 

Citações dos entrevistados

Categorias de análise

Embasamento literário

 

“Faz parte do nosso meio, faz parte de nós, de nossa realidade”

 

 

 

Realidade e percepção do ambiente

“(...) o termo realidade se refere a tudo o que existe, em oposição ao que é mera possibilidade, ilusão, imaginação e mera idealização” RUDIO, 1978, p. 10.

“A gente aprende a fazer algo com as próprias mãos, sem o uso de máquinas”

“(...) A ênfase (etno-ecológica) encontra-se claramente nos aspectos cognitivos (através do) estudo das percepções culturais do mundo e de como os indivíduos organizam essas percepções por meio da linguagem” DIEGUES, 2001, 86 e 87.

“A investigação etnológica começou com as percepções, interesses, anseios e ações do homem condicionado pelo seu meio social”  MORAN, 1994, p. 59

“A floresta dá abrigo, sombra ao animais, fazemos casa”.

 

 

 

Topofilia: sentido de lugar

 “(...) a experiência implica na capacidade de aprender a partir da própria vivência, (...) significa atuar sobre o dado e criar a partir dele.” (Tuan 1983, p. 10 e 11).

“Mostra o que é daqui mesmo”

“É bom, você aprende com as coisas da própria comunidade”

“(...) a experiência implica na capacidade de aprender a partir da própria vivência, (...) significa atuar sobre o dado e criar a partir dele.” TUAN, 1983, p. 10 e 11.

“Entendo que ajuda, pois é nossa própria cultura”

 

Cultura

 

“(...) é muito importante enraizar qualquer teoria na cultura, na sociedade de onde ela brota (...) As sociedades humanas, as sociedades arcaicas têm mitos de fundação, mitos comunitários, mitos de antepassados comuns, mitos que lhes explicam a sua situação no mundo” MORIN, 1996,  p. 27 e 28.

“É uma coisa que valoriza os comunitários”.

“É bom por que ajuda os alunos entenderem melhor”

 

 

 

Didática

“O estudante aprende participando, formulando problemas, tomando atitudes diante dos fatos, investigando, construindo novos conceitos e informações e escolhendo os procedimentos quando se vê diante da necessidade de resolver questões” MEC, 1998, 58.

“É uma coisa boa que enriquece o conteúdo escolar”

“O objeto de estudo da didática é o processo de ensino-aprendizagem” CANDAU, 2004, p. 13.

“Maneira de aprender usando os recursos da própria comunidade”

 “(...) quase sempre espontânea (a aprendizagem) surge naturalmente da interação entre as pessoas e com o ambiente em que vivem.LIBÂNEO, 1994, p. 82.

“É bom, porque foi utilizado o material da própria natureza, não foi preciso comprar”

 

 

 

 

 

 

Valorização do

Ambiente

“(...) na sociedade são “um produto e um reflexo da sua história cultural, política e econômica, ajudando, portanto, a moldar a sociedade e afetando a qualidade de vida das pessoas” NORMAN & DRAPER, 1986, p. 27

“Quando não prejudica a natureza, acho excelente”

“o nosso conhecimento está ligado à nossa relação ativa com o mundo exterior, que o vínculo primeiro e fundamental do conhecimento cerebral é o da ação” MORIN, 1996, p. 22.

“É bom porque no momento em que você trabalha com isso você entende melhor a natureza”

 

Tabela 1: Percepção dos entrevistados comparada com a literatura sobre os as rerspectivas categorias a partir do conhecimento dos entrevistados sobre a significância do uso de recursos florestais.

 

 

A freqüência de termos noções sobre o  uso de produtos florestais corresponde as categorias de análise identificadas como “realidade e percepção do ambiente”, “topofilia”, “cultura”, “didática” e “valorização do ambiente”. Estão presentes nos discursos mais expressivos mostrados no quadro acima.

Esses discursos refletem inúmeros códigos da linguagem, pelo qual os entrevistados relatam o ambiente e seus componentes como elementos fundamentais para os modos de vida. O ambiente onde vivem proporciona recursos favoráveis para o desenvolvimento social e identidade cultural dos habitantes, através da dependeria e interação que acabam adquirindo para viver.

Quanto às estruturas de posicionamento sobre o ambiente, foi observada a consciência sobre as riquezas simbólicas que o conhecimento da várzea proporciona desenvolvendo a forte presença do tradicionalismo nas suas interações. Consideram que o ambiente de várzea, como um todo é responsável pelo fornecimento de produtos e serviços capazes de amenizar o desconforto causado pelo pouco apoio político, principalmente na época da cheia.

 

 

4. CONCLUSÕES

 

A perspectiva da comunidade estudada comprova e reconhece distintas implicações ecológicas e culturais proporcionadas pela interação desta com o ambiente, como sugere a ecologia humana. 

As conseqüências dos fenômenos ambientais têm contribuído para que populações humanas desenvolvam estratégias alternativas para tentar suprir as dificuldades ambientais, sociais e econômicos. Os recursos potenciais do ambiente passam a ser considerados efetivos para suprirem as demandas locais, e isso ocorre de acordo com as necessidades.

As dificuldades impostas pelo ambiente colaboram para o uso alternativo dos recursos naturais,  impondo maior importância a estas construções do que as perdas materiais, com o exemplo dos banseiros, na época da cheia. Contudo, é necessário que ocorram soluções práticas para esta situação para que não resulte na saída de algumas famílias quando o período da cheia se manifestar.

 

 

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

CANDAU, Vera Maria (org.) A didática em questão. Petrópolis: Ed. Vozes. 23ª Edição, 2004.

 

DIEGUES, Antônio Carlos. Ecologia humana e planejamento costeiro. São Paulo: Editora NUPAUB-USP, 2001.

 

IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e produção. São Paulo: Ed. Edgard Bluncher, 2005.

 

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, (Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor), 1994.

 

LIMA, Maria José Araújo. Ecologia humana: realidade e pesquisa. Petropólis: Ed. Vozes, 1984.

 

MACEDO, Renato Luiz Grici. Percepção e conscientização ambiental. Lavras: UFLA/ FAGPE, 132p. Curso de Pós-Graduação Latu Sensu (Especialização) a Distância: Gestão e manejo ambiental em sistemas florestais, 2000.

 

MILLEN, D. Rapid ethnography: time deepening strategies for HCI field. New York: Proc. ACM Symposium on Designing Interactive Systems, ACM Press, 280-286, 2000.

 

MYERS M. D. Investigating information systems with etnographic research. s.l.: Communications of the Association for Information Systems, Vol. 2, Article 23, December, 1999.

 

MORÁN, Emílio F. Ecologia Humana das populações da Amazônia. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1990.

 

MORIN, Edgar. O Problema da Epistemologia da Complexidade. Portugal: Europa-América, 1996.

 

RUDIO, Franz V. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. Petrópolis: Ed. Vozes, 1978.

 

SACHS, I. Ecodesenvolvimento - Crescer sem Destruir. Trad. de Eneida Araújo. São Paulo: Vértice, 1986.

 

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção e valores do meio ambiente. São Paulo: Difel, 1980.

 

TUAN, Yi- Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: Difel, 1983.

 

 

Ilustrações: Silvana Santos