Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/06/2011 (Nº 36) A Representação da Biodiversidade em Exposições Museais no Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto.
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Educação Ambiental em Ação 36

A Representação da Biodiversidade em Exposições Museais no Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto.

 

 

Lamim-Guedes, V.1,2; M. Moreira1,3; V. Fernandes1,3 & G. A. Nunes1,4

1. Museu de Ciência e Técnica de Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto.

2. Biólogo, Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais do Instituto de Ciências Exatas e Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto.

3. Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Ouro Preto.

4. Coordenador do Núcleo de Astronomia do Museu de Ciência e Técnica de Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto.

5. Endereço para correspondência: Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas da universidade Federal de Ouro Preto. Praça Tiradentes, 20, centro. Ouro Preto, Minas Gerais. CEP 35400-000.

E-mail: dirguedes@yahoo.com.br

 

 


 

Resumo

 

 

Os Museus de Ciência apresentam uma importante função educativa relacionada à divulgação cientifica e tecnológica. Um aspecto importante desta função é a abordagem de assuntos referentes à biodiversidade e proteção desta que são essenciais para a preservação do meio ambiente em longo prazo. Em Ouro Preto, no Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, várias exposições com animais taxidermizados foram montadas, sendo uma importante ação de divulgação cientifica e educação ambiental. As exposições são elaboradas partindo-se de um cenário que retrata um ambiente natural, no qual a distribuição dos animais taxidermizados segue suas características biológicas. A identificação das espécies, pode ser feita pelos visitantes a partir do material informativo sobre os animais expostos e o bioma retratado, na forma de um pôster com fotos dos animais, nos quais são listados os nomes científicos e populares, ressaltando informações referentes à biologia e ecologia dos animais e, sobretudo, ao status de conservação destes. O conjunto de uma exposição representa uma importante oportunidade de despertar a consciência ambiental nos visitantes, além de ser uma importante fonte de informações sobre a biodiversidade brasileira.

 

 

1- Introdução

 

 

Diversidade biológica ou biodiversidade é definida como a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e dulcícolas, assim como, os complexos ecológicos de que fazem parte; abrangendo ainda a diversidade dentro e entre espécies e, principalmente, dos variados ecossistemas (MMA, 2000, p. 9).

A razão antropocêntrica mais importante para se preservar a diversidade biológica é o papel que os microrganismos, plantas e animais desempenham no fornecimento de serviços livres ao ecossistema, sem os quais a sociedade, em sua forma atual, não poderia durar (EHRLICH, 1997, p. 27). Assim, para a nossa sobrevivência é essencial que todos, dentro de suas possibilidades, busquem mudar seu comportamento e passem a ter iniciativas que tragam uma maior proteção à biodiversidade e um menor impacto ao meio ambiente.

Em relação à educação e conscientização pública, a Convenção sobre Diversidade Biológica, em seu Artigo 13, afirma que as Nações que a ratificaram devem: promover e estimular a compreensão da importância para se conservar a diversidade biológica; as medidas necessárias a esse fim, sua divulgação pelos meios de comunicação, e a inclusão desses temas nos programas educacionais; e, cooperar, conforme o caso, com outros Estados e organizações internacionais na elaboração de programas educacionais de conscientização pública no que concerne à conservação e à utilização sustentável da diversidade biológica (MMA, 2000, p. 14).

Tendo isto em mente, percebe-se que a educação ambiental deve ser entendida como uma das ferramentas mais eficazes para a solução dos problemas relacionados ao meio ambiente, problemas que, direta ou indiretamente, podem afetar o homem. Auxiliando, assim, o fomento à participação comunitária nos níveis local e nacional, com a realização de ações positivas em relação ao meio em que se vive (MEYER, 1992 apud NAGAGATA, 2006, p. 563).

A educação ambiental é definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática educacional orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente, através de um enfoque interdisciplinar e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade (SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, 1994, p. 12). A educação ambiental, devidamente entendida, deve ser constituída por uma prática educacional permanente, geral, que reaja às mudanças produzidas em um mundo em rápida evolução (DIAS, 2001, p. 105). Essa educação deveria preparar o individuo, mediante a compreensão dos principais problemas do mundo contemporâneo, proporcionando os conhecimentos técnicos e as qualidades necessárias ao desempenho de uma função produtiva, com vistas à melhora da vida e a proteção do meio ambiente, sem esquecer-se da devida atenção aos valores éticos. Para alcançar seus objetivos, a educação ambiental deve dirigir-se a pessoas de todas as idades e a todos os níveis, tanto na educação formal, quanto na não-formal (DIAS, 2001, p. 105).

Na educação formal, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s)(Brasil, 1998), a temática sobre o meio ambiente, de certa forma, a educação ambiental, é considerada um assunto transversal que deve permear todas as práticas escolares. A busca pela associação entre atividades formais e não-formais desempenha um importante papel para o sucesso do exercício da educação ambiental, induzindo contínuas mudanças no comportamento humano. Sobre este aspecto, os museus apresentam uma importante função educativa ao oferecer várias atividades ao publico, por exemplo, palestras, cursos, eventos, além das exposições de curta e longa duração, assim como atividades itinerantes (fora de sua sede).

A educação científica realizada em espaços não formais, incluindo os museus de ciências, apresenta características específicas como a livre escolha, a abordagem não seqüencial, não vinculada a um currículo, entre outras que a diferem do sistema formal de educação (ROCHA, et al., 2007). Assim os museus e os centros de ciência apresentam uma grande liberdade na seleção e organização de conteúdos e metodologias, possibilitando uma ampliação da transdisciplinaridade e contextualização dos assuntos abordados nas exposições ou oficinas.

A educação não-formal por ter uma organização espaço-tempo mais flexível possui um importante papel para a ampliação da cultura cientifica e humanística (VASCONCELOS & GUIMARÃES, 2005). Sendo o museu uma instituição a serviço da sociedade, possui em si mesmo os elementos que lhe permitem participar na formação da consciência das comunidades na qual é parte integrante (ICOM, 1972).

Com base na manutenção e qualidade de coleções e acervos ou na disponibilidade das informações contidas nos mesmos, é possível estabelecer uma rede de informação sobre Biodiversidade entre instituições de pesquisa, de educação e de divulgação – como escolas e universidades, mas também centros de cultura científica, museus dinâmicos, entre outros (MARANDINO, 2005). Essa rede de informação pode proporcionar subsídios para a elaboração de materiais didáticos de diferentes naturezas, seja no campo formal de educação em Biologia, seja na criação de estratégias no âmbito da educação não formal (MARANDINO, 2005).

Este trabalho trata dos aspectos educacionais relacionados às exposições montadas no Museu de Ciência e Técnica (MCT) da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), abordando especialmente a biodiversidade.

 

 

2 - Metodologia

 

 

No projeto de extensão Taxidermia Educativa foram trabalhados animais taxidermizados (empalhados), peles abertas, esqueletos montados, crânios e carapaças do acervo do Setor de História Natural do MCT. Parte deste acervo é muito antigo, datando do final do século XIX e inicio do século XX. Estas peças eram usadas nas disciplinas relacionadas à zoologia do curso de engenharia geral da Escola de Minas. Inicialmente, fez-se a higienização das peças que possibilitou a retirada da sujeira e em alguns casos mofo, sendo realizada por ação mecânica e também com o uso de solventes orgânicos como o álcool e, nos casos de muito mofo, o xilol. Alguns reparos foram executados usando diferentes técnicas: amarrações (arame e fio de nylon) e colagens. No caso dos animais taxidermizados, os mesmos foram afixados em bases de madeira para a estabilização e melhor proteção destes. Novas peças foram preparadas taxidermizando animais que foram doados por moradores de Ouro Preto e pesquisadores da UFOP, sendo que a maioria foi encontrada morta em estradas da região (NUNES, et al., 2006).

A elaboração e montagem de exposições no MCT, ou, então em outros locais de Ouro Preto e região (exposições itinerantes), tem sido a atividade desenvolvida pelo projeto Taxidermia Educativa que apresenta interação direta com os visitantes do museu. As exposições montadas no Setor de História Natural do MCT são montadas dispondo os animais taxidermizados em cenografia que simula o ambiente natural, utilizando galhos de árvores e folhas sobre um tablado de madeira. Os animais são dispostos neste cenário de forma a imitar seu comportamento em vida, por exemplo, animais arborícolas são postos sobre as árvores. Também compõe a exposição um painel informativo sobre a biologia dos animais com o estado de conservação destes e o bioma representado, dando atenção especial para aspectos relacionados à biodiversidade e a conservação da natureza.

 

 

3 - Resultados e Discussão

 

 

A ação educativa dos museus atende um público heterogêneo, formado não somente por estudantes, mas também por pessoas externas ao meio escolar. Desta forma, esta diversidade de visitantes tem a possibilidade de obter informações sobre a fauna exposta, sendo conscientizados sobre questões pertinentes a este tema: importância, ameaças e conservação. Desde 2005 foram montadas seis exposições: “Habitat Cerrado”, Itinerante “Mamíferos”, “Aves do Brasil: a arte dos Lorenzutti”, “Fauna de Ouro Preto” “O Gabinete de Curiosidades da Escola de Minas” e “Animais da Mata Atlântica”.

A primeira exposição montada, “Habitat Cerrado”, apresentava um cenário no qual era retratada uma área do cerrado brasileiro e seus respectivos animais. Com uma abordagem educacional, esta exposição trabalhava a situação do cerrado quanto suas questões conservacionistas. Esta amostra foi montada em parceria com o Museu de História Natural do Colégio Arnaldo (Belo Horizonte-MG).

Foi montada uma exposição itinerante, ou seja, produzida de forma a serem transportadas com facilidade, intitulada “Mamíferos”. Esta era composta por esqueletos [onça-pintada (Panthera onca, Felidae), anta (Tapirus terrestris, Tapiridae), golfinho (Delphinus delphis, Delphinidea), preguiça (Bradypus variegatus, Bradipodidae) e gambá (Didelphis albiventris, Didelphidae) e animais taxidermizados (gambá e preguiça)]. Esta exposição foi montada fora do MCT; em dois prédios da UFOP, no campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto, durante a Semana de Museus em 2006, na cidade de Itabirito - MG, durante a Semana da Água de 2007 e no campus do Instituto Federal de Minas Gerais, campus de Ouro Preto por ocasião da Semana de Ciência e Tecnologia de 2008. Informações sobre os animais foram apresentadas em um pôster com dados sobre a biologia, ecologia e status de ameaça de extinção destes animais.

Em substituição a exposição “Habitat Cerrado” no setor de História Natural foi montada a amostra “Aves do Brasil: a arte dos Lorenzutti”, somente com aves taxidermizadas, sendo quase todas da mata atlântica. Esta exposição homenageia o Sr. Elias Lorenzutti, um mestre na arte da taxidermia, que ainda está em atividade apesar de seus mais de 90 anos. Fez parte da exposição um painel com fotos ou figuras de cada ave com o nome científico e popular de cada uma. Também foram produzidos marcadores de livros sobre algumas espécies, com fotos e informações sobre a biologia destas aves, e, posteriomente, distribuídos a visitantes e alunos de escolas de Ouro Preto. Entre os parceiros desta montagem estão o Museu Lorenzutti (Linhares-ES) e a Biblioteca de Obras Raras da Escola de Minas da UFOP.

Posteriormente, foi montada a exposição “Fauna de Ouro Preto” com vários animais (mamíferos, aves e répteis) da região. O painel educativo desta exposição apresentava os nomes científicos e populares e fotos de cada espécie. O discurso conservacionista em torno desta montagem expográfica está relacionado ao fato de que várias espécies não existem mais em Ouro Preto, tanto por causa da destruição de locais propícios a sua sobrevivência, quanto por causa da caça ilegal. Este é o caso do cachorro-do-mato-vinagre ( ) que é, praticamente, extinto em Minas Gerais.

A exposição “O Gabinete de Curiosidades da Escola de Minas” foi montada em comemoração á Semana de Museus de 2008 (Maio-2008), em uma sala para exposições temporárias do MCT. Apresentava vários animais taxidermizados brasileiros e de outros países, por exemplo, uma Cheetah (Acinonyx jubatus, Felidae), vários esqueletos e algumas peles abertas [onça-pintada e de uma sucuri (Eunectes sp., Boidae)]. Esta exposição tratava dos gabinetes de curiosidades, ancestrais dos museus atuais, que eram organizados em pequenos espaços privados destinados ao estudo cientifico ou a contemplação. A origem e expansão dos gabinetes de curiosidade na Europa (séc. XV ao XVIII) foi fruto do colecionismo que estava em moda, principalmente com o contato com a biodiversidade das colônias. No Brasil a origem destes está relacionada à chegada dos jesuítas e, posteriormente, de naturalistas europeus (séc XIX). Nesta exposição era apresentada um pouco da história da descoberta da biodiversidade brasileira pela ciência e como esta era exótica para os europeus.

Atualmente, esta montada no Setor de História Natural do MCT a exposição “Animais da Mata Atlântica”, com mamíferos, aves e répteis do bioma Mata Atlântica. Este exposição foi preparada para chamar a atenção do publico para este bioma que é um dos mais ameaçados do planeta, sendo junto com o bioma Cerrado, um Hotspot,ou seja, uma área com alta biodiversidade e mais de 75% de devastação. No caso da Mata Atlântica, a devastação chega a mais de 90%.

Os animais taxidermizados são muitos úteis na montagem de reproduções de paisagens naturais por apresentar uma pequena parte da fauna encontrada no ambiente retratado, que pode ser um ecossistema ou uma região geográfica. Sendo um recurso didático muito rico para ser trabalhado com alunos durante visitação e depois desta, no retorno às atividades escolares, este tipo de exposição pode auxiliar no ensino de ciências, facilitando assim seu aprendizado. Outro fato importante é que muitas crianças e adultos nunca viram estes animais, pois sua observação na natureza é uma prática difícil, sobretudo levando-se em conta a raridade de algumas espécies, e sua exposição em zoológicos nem sempre é recorrente. Além do mais, os zoológicos não existem em boa parte das cidades brasileiras.

Uma abordagem relacionada à situação atual da biodiversidade, em parte representada nestas montagens museológicas, enraíza em seus espectadores a idéia da necessidade de se preservar o meio ambiente para que o desenvolvimento sócio-econômico seja sustentável. Assim, estas exposições contribuem para a consciência ambiental das pessoas, característica fundamental ao desenvolvimento sustentável, sobretudo atualmente, por causa das inúmeras questões inerentes ao acelerado processo de degradação ambiental e suas possíveis formas de contenção.

O desenvolvimento sustentável implica, portanto, na melhoria da qualidade de vida para o homem, respeitando-se, no entanto, a capacidade de suporte dos ecossistemas (DRUMMOND et al., 2005, p. 145). A concretização desses resultados pressupõe mudanças de hábitos e de visão social dos atores envolvidos, planejamento diferenciado de ações e estratégias governamentais, bem como avanço das políticas públicas em prol do bem comum (DRUMMOND et al., 2005, p. 145).

O contexto social atual exige o empenho de todas as áreas do conhecimento nas discussões sobre a problemática socioambiental. A Educação em Ciências em interlocução com os pressupostos da Educação Ambiental Crítica pode oferecer uma grande contribuição, pois para discutir e se engajar como cidadão no enfrentamento dos problemas socioambientais, a população precisa estar cientificamente letrada e politicamente consciente (VASCONCELLOS & GUIMARÃES, 2007).

Vários museus têm desenvolvido atividades de educação ambiental. Em Ouro Preto, além do Museu de Ciência e Técnica, há o Museu do Chá, estabelecido no Parque Estadual do Itacolomi, que apresenta parte da história do cultivo e beneficiamento do Chá-preto (Camellia sinensis, Theaceae) produzido na região entre o fim do séc. XIX e meados do séc. XX (IEF, 2008). Durante a visitação, é abordada a dinâmica ecossistêmica, pois a área antigamente destinada à produção de chá hoje em dia é floresta em processo de regeneração. Assim, tal abordagem se torna um preparatório à visita das trilhas interpretativas existentes nesta unidade conservação.

Segundo Souza ET all colaboradores (2007), toda a estrutura física do Museu Florestal Octávio Vecchi (São Paulo, SP), acervo e atividades temáticas desenvolvidas podem ser explorada para colaborar na construção de valores, conceitos e atitudes socioambientais mais sustentáveis, dependendo em grande medida da metodologia, da abordagem e da linguagem utilizada, que deve ser adequada a cada faixa etária, para que seja compreensível.

O papel dos museus no que se refere à conservação da biodiversidade é realizar com sucesso a comunicação das informações existentes nas coleções, tanto para aqueles responsáveis pela legislação e decisões ambientais, como para o público através das exposições e atividades educativas: “Se falharmos em comunicar, falharemos na causa da biodiversidade” (DAVIS, 1999, p. 26-27). Sendo interessante hoje investigar até que ponto as instituições museológicas, que possuem a biologia como tema central, estão incorporando os conhecimentos sobre a biodiversidade em suas atividades educativas e com que enfoques científicos, educacionais, comunicacionais e museológicos estas ações estão sendo realizadas (MARADINO, 2005).

 

 

4 - Considerações Finais

 

 

No Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas foram montadas várias exposições que em conjunto desempenham um importante papel na educação de alunos do ensino básico e superior assim como, os visitantes em geral. Estas iniciativas somadas a outras desenvolvidas em Ouro Preto, como por exemplo, o Parque Estadual do Itacolomi oferecem uma grande variedade de atividades que estão à disposição dos professores para auxiliar suas práticas pedagógicas, especialmente, sobre temas relacionados à biodiversidade, visando no futuro uma sociedade sustentável.

 

 

5 - Referências bibliográficas

 

 

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DAVIS, P. “Conserving biodiversity – the role of smaller museums”.  ICOM/NatHist, Paris, n. , 1999. p. 26-27.

DIAS, G. F. 2001. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia. 2001.

DRUMMOND, G. M.; MARTINS, C. S.; MACHADO, A. B. M.; SEBAIO, F. A., ANTONINI, Y. (Org.). Biodiversidade em Minas Gerais. 2ed. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2005.

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Ilustrações: Silvana Santos